Greve na CP vai ter “especial impacto” na quinta-feira de Páscoa
À greve convocada pelos maquinistas, que vai durar todo o mês, junta-se a paralisação convocada por sete outros sindicatos para 6 de abril. Tribunal Arbitral (ainda) não definiu serviços mínimos.
A CP prevê que as perturbações na circulação de comboios terão “especial impacto” no dia 6 de abril, quinta-feira antes da Páscoa, que costuma ser precisamente um dos dias de maior movimento nas estações, com os portugueses a deslocarem-se para passar as festas pascais fora da sua área de residência.
Isto porque, à greve que tinha sido convocada pelo Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ), que se estende por todo o mês de abril, junta-se a paralisação convocada por sete outras estruturas sindicais (ASCEF, ASSIFECO, FENTCOP, SINFA, SINFB, SIOFA e STF) para o período compreendido entre as 00h00 e as 23h59 de 6 de abril.
O alerta foi deixado pela empresa pública de transportes ferroviários numa mensagem enviada aos clientes durante a madrugada de sábado, a que o ECO teve acesso, prometendo atualizar a informação sobre a circulação de comboios “caso venham a ser definidos serviços mínimos pelo Tribunal Arbitral”.
“Aos clientes que já tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional, permitiremos o reembolso, no valor total do bilhete adquirido, ou a sua troca gratuita para outro comboio da mesma categoria e na mesma classe”, sublinha.
O reembolso ou troca podem ser efetuados em myCP na área “Os seus bilhetes” (para bilhetes adquiridos na Bilheteira Online e App CP) até aos 15 minutos que antecedem a partida do comboio da estação de origem do cliente, ou nas bilheteiras. Passado esse prazo, e até 10 dias após terminada a greve, pode ser pedido o reembolso através do formulário de contacto online “Reembolso por Atraso ou Supressão”, com o envio do bilhete original em formato digital.
Para os próximos cinco dias, isto é, entre 1 e 5 abril, a CP informa que estão previstas as seguintes supressões:
- Alfa Pendular e Intercidades
- Regional e InterRegional
- Urbanos de Lisboa
- Urbanos do Porto
- Urbanos de Coimbra
Em fevereiro e março, as greves convocadas por vários sindicatos da CP levaram à supressão de centenas de comboios por dia. Quando convocou esta nova paralisação, que se estende por todo o mês, o sindicato dos maquinistas justificou a convocação, através de comunicado, com a “atitude autista e de desconsideração” da empresa liderada por Pedro Moreira, desde setembro.
“Não tendo nem a tutela nem a CP neste interregno, numa atitude autista e de desconsideração pelos trabalhadores e pelas dificuldades que estes e as suas famílias atravessam nestes tempos de inflação galopante, efetuado qualquer diligência para a resolução do conflito laboral em curso, não resta aos maquinistas outro caminho se não continuar a luta”, sustenta o sindicato dos maquinistas.
Até às 12h deste sábado, o primeiro dia da paralisação agendada pelos maquinistas, dos 341 comboios programados foram suprimidos 65, isto é, ficaram 19,1% das ligações por efetuar. Segundo o balanço feito pela CP, as restantes 276 composições circularam como previsto.
Como o ECO noticiou na quarta-feira, a FlixBus vai reforçar a oferta de viagens no período da Páscoa. O anúncio da greve dos pilotos da TAP – entretanto cancelada – e da paralisação dos trabalhadores ferroviários foi suficiente para a procura pelos autocarros expresso ter aumentado cerca de 50% na última semana. A empresa alemã salienta que há mais reservas para ligações domésticas e deslocações entre Portugal e Espanha.
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