Carta aberta com 25 signatários defende manutenção pública da TAP
Carta com 25 assinaturas de personalidades do PS, da esquerda e da sociedade civil defende a "recusa da privatização integral da TAP" e a manutenção do hub em território nacional.
A TAP continua a estar no centro das atenções e surge agora uma nova manifestação pública pela defesa da manutenção do controlo público da TAP. Trata-se de uma carta aberta, assinada por 25 personalidades como António Correia de Campos, Eduardo Paz Ferreira e Ricardo Paes Mamede, que considera que a companhia aérea não é um “ativo tóxico”, mas sim “um trunfo económico ao serviço do país”.
Este conjunto de personalidades, maioritariamente ligadas à esquerda, defende, num texto divulgado no Público (aceso pago) esta terça-feira, que “uma TAP, controlada por capitais públicos e bem gerida, à semelhança da Caixa Geral de Depósitos, poderá gerar dividendos para os contribuintes”. Consideram ainda que “a privatização só serviria interesses ocultos e não o interesse nacional”.
Depois de enumerar um conjunto de números que mostram o contributo da companhia aérea para a economia, apontam que se o Estado não tivesse investido a TAP ia à falência e argumentam também que “o tempo provou que a privatização ilegal da TAP, pelo Governo de gestão do PSD-CDS, em 2015, entregando a empresa a quem não tinha a capacidade financeira necessária, foi ruinosa para os contribuintes e para a economia nacional”.
Na carta são ainda feitas críticas a outras privatizações e é destacado o exemplo da CGD como caso de sucesso de controlo público. Finalmente, após todos os argumentos terminam com seis medidas que defendem para a companhia aérea, começando com a “manutenção do controlo estratégico da TAP, de modo a assegurar o interesse nacional e garantir a soberania estratégica do Estado português”.
Defendem ainda propostas como a “recusa da privatização integral da TAP, sem prejuízo da eventual abertura do capital minoritário a investidores”, a “manutenção do hub em território nacional e defesa dos postos de trabalho”, o “reforço substancial da cobertura de todo o território nacional, nomeadamente no Porto, Faro, Açores e Madeira” e o contributo “para a melhor relação com a diáspora” e países da CPLP.
O texto é assinado por 25 personalidades, algumas delas comuns ao movimento “Não TAP os olhos”, lançado no final de 2014, como o próprio impulsionador, o cineasta António-Pedro Vasconcelos e também Ricardo Monteiro.
Contempla também figuras do PS como Ana Gomes e os antigos governantes António Correia de Campos, Miguel Prata Roque e Ricardo Sá Fernandes. Destacam-se ainda personalidades da esquerda como Fernando Rosas, Francisco Louçã e Daniel Oliveira. Entre as 25 assinaturas encontram-se ainda pessoas como a escritora Anabela Mota Ribeiro, o professor e advogado Eduardo Paz Ferreira e o economista Ricardo Paes Mamede.
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