Cidades ucranianas alvo de ataques aéreos noturnos da Rússia

  • ECO
  • 20 Junho 2023

A Rússia levou a cabo um ataque aéreo na Ucrânia. O principal alvo foram instalações militares e de infraestrutura em Kiev e outras cidades. Não há detalhes dos danos.

Durante a noite desta terça-feira, a Rússia levou a cabo um ataque aéreo na Ucrânia. Segundo a Reuters, o alvo foram instalações militares e de infraestrutura em Kiev e outras cidades. A Ucrânia afirma ter abatido 32 dos 35 drones lançados pelos russos.

Serhiy Popko, chefe da administração militar de Kiev, referiu que o alerta aéreo na capital durou mais de três horas, mas não deu detalhes sobre os danos nem sobre se houve baixas civis.

Através do Telegram, a Força Aérea afirmou que os ataques dos drones tiveram como principal direção Kiev e que “mais de duas dúzias” de Shaheds foram destruídos.

Este ataque surge num momento em que está a decorrer a contraofensiva ucraniana que tem registado avanços, mas entrou na terceira semana com resultados mistos, perante a superioridade aérea e linhas defensivas de quilómetros de extensão das forças russas, especialmente no leste e na região sudeste de Zaporijia.

O saldo ucraniano até agora é de oito pequenas localidades reconquistadas a sul de Donetsk e em Zaporijia, sendo a última Piatijatki, que foi tomada após uma dura batalha, segundo um vídeo publicado pelo comandante-em-chefe das Forças Armadas, Valerii Zaluzhnyi.

A vice-ministra da Defesa, Hanna Maliar, reconheceu, por sua vez, que a situação “no leste é difícil”, porque a Rússia está a realizar uma ofensiva direcionada a Liman (Donetsk) e Kupiansk (Kharkiv) para tentar tirar a iniciativa a Kiev. Para isso, “concentrou um número significativo das suas unidades no leste, especialmente as de assalto aéreo”, sublinhou Hanna Malear.

Por outro lado, as tropas de Kiev, numa tentativa de alcançar as cidades ocupadas de Berdiansk e Melitopol para quebrar o corredor terrestre criado ao longo do Mar de Azov, empurraram as forças russas para Zaporijia a uma distância de sete quilómetros e libertaram 113 quilómetros quadrados, acrescentou.

O Ministério da Defesa da Rússia não reconheceu a perda de nenhuma cidade e continua a afirmar diariamente que está a repelir os ataques ucranianos.

No entanto, o presidente do movimento “Juntos com a Rússia” em Zaporijia, Vladimir Rogov, admitiu na véspera a perda do controlo operacional de Piatikhatki, ao mesmo tempo que afirmou hoje que os soldados ucranianos “lançaram mais uma ofensiva na direção de Orikhiv”, um dos epicentros das batalhas no sudeste.

Desde Piatijatki, os ucranianos podem chegar a Vasilivka, através da qual uma importante autoestrada leva ao sul até Melitopol, perto do Mar de Azov, que é um importante centro logístico e de abastecimento para as tropas russas.

Em Oríjiv, as tropas de Kiev também avançaram para o sul, onde fica Tokmak, de onde partem duas rodovias para Melitópol e Berdiansk, mas o caminho para estes pontos estratégicos em Zaporijia não será fácil para o Exército ucraniano.

A Rússia começou a construir em outubro uma extensa linha defensiva, que começa na Crimeia, passa pelo sul e leste da Ucrânia e estende-se do lado russo da fronteira com a Bielorrússia.

A inteligência britânica alertou que nos últimos dez dias a Rússia começou a redistribuir elementos do grupo de forças Dnieper da margem esquerda do rio homónimo para “reforçar os setores Zaporijia e Bakhmut” no Donbass.

O Reino Unido acredita que a Rússia pode ter ganho uma vantagem temporária no sul, especialmente com helicópteros de ataque que empregam mísseis de longo alcance contra alvos terrestres.

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