Diversidade de género na banca: 33% dos cargos de administração são exercidos pelas mulheres
Há mais mulheres nas administrações dos bancos portugueses, mas ainda estamos longe da paridade e elas continuam a ocupar sobretudo cargos não executivos.
Há mais mulheres nos cargos de topo nos principais bancos portugueses, mas ainda têm um caminho longo a percorrer para que se atinja a paridade de género nas administrações.
No final do ano passado, cerca de 33% dos cargos nas administrações das sete maiores instituições financeiras nacionais eram exercidos por mulheres, um valor que compara com os 19% em 2019, de acordo com um estudo publicado esta terça-feira pelo Banco de Portugal.
Apesar da evolução positiva, os dados mostram que as mulheres continuam afastadas das funções executivas nas administrações dos bancos: as comissões executivas têm apenas 24,4% de mulheres. Sendo que nenhuma é CEO. Por outro lado, há mais mulheres a exercerem cargos não executivos (41,5%), aqui mais perto da paridade. Situação que ajuda a explicar a diferença salarial entre homens e mulheres nos cargos de maior responsabilidade.
Para esta análise contaram os sete maiores bancos nacionais: Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander, Novobanco (o menos paritário), BPI, Crédito Agrícola e Banco Montepio (o mais paritário).
Ainda que o setor da banca não esteja sujeito a regras de representação de género nas administrações, os bancos tendem a acompanhar a legislação existente e a análise do Banco de Portugal revela que a média das maiores instituições se situa em linha com aquilo que são as imposições para o setor público (aplicável à Caixa) e para as sociedades cotadas em bolsa (aplicável ao BCP) nesta matéria.
Os números relativos aos sete principais bancos não diferem muito quando se olha para o quadro geral das instituições financeiras em Portugal, nomeadamente quando se inclui também as caixas regionais do Crédito Agrícola, caixas económicas e instituições financeiras de crédito.
Aqui, num universo de mais de 1.000 membros que integravam as administrações destas instituições no final de 2022, 32,6% eram mulheres (327 mulheres), correspondendo a uma subida de 12,4 pontos percentuais em relação ao que se passava no final de 2018.
Há uma diretiva europeia que aponta para um objetivo mínimo de 40% de membros do sexo sub-representado entre os administradores não executivos e de 33,3% de membros do sexo sub-representado entre a generalidade dos administradores (executivos e não executivos) a cumprir até 2026.
À luz das normas, embora não se aplicando diretamente ao setor bancário, o Banco de Portugal poderá desafiar as instituições supervisionadas sempre que a composição proposta para os seus órgãos sociais não corresponde aos limiares e a exigir políticas internas que promovam uma maior diversidade de género.
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