Líder do grupo Wagner “desaparecido” desde sábado à noite

  • Joana Abrantes Gomes e Lusa
  • 26 Junho 2023

Apesar de o Kremlin ter anunciado um acordo para retirar as acusações contra Prigozhin, o líder do grupo paramilitar Wagner continua sob investigação criminal, segundo a Procuradoria-Geral da Rússia.

O líder do grupo paramilitar Wagner não é visto nem ouvido desde que deixou Rostov com as suas tropas, no sábado à noite, na sequência do alegado acordo que lhe oferecia exílio e amnistia na Bielorrússia. No entanto, segundo avançam as três principais agências noticiosas russas, a investigação criminal contra Yevgueni Prigozhin não terminou.

O processo criminal contra Prigozhin não foi encerrado, disse uma fonte do gabinete da Procuradoria-Geral da Rússia à RIA Novosti“, escreveu a agência de notícias, esta segunda-feira, no seu canal no Telegram.

Porém, no sábado, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, declarou que Prigozhin podia partir para a Bielorrússia sem ser processado, depois de terminada a rebelião militar que se prolongou durante 24 horas. “O processo criminal contra ele será arquivado. E ele irá para a Bielorrússia”, afirmara Peskov, acrescentando que “ninguém perseguirá [os combatentes que o seguiram], tendo em conta os seus feitos na frente” de batalha na Ucrânia.

Falando esta manhã aos jornalistas em Vilnius, cidade que vai acolher a cimeira da NATO no próximo mês, o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, considerou que a rebelião do grupo Wagner na Rússia mostra que a invasão da Ucrânia por ordem de Putin foi um “grande erro estratégico”.

Stoltenberg acrescentou que a organização está “a acompanhar a situação na Bielorrússia”, país para o qual Moscovo enviou armas nucleares no início do mês. “É imprudente e irresponsável. Não vemos qualquer indicação de que a Rússia se esteja a preparar para utilizar armas nucleares, mas a NATO permanece vigilante”, adiantou.

A rebelião de Yevgeny Prigozhin na Rússia foi “o monstro a agir contra o seu criador”, afirmou, por sua vez, o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, que apontou ainda que “o sistema político está a mostrar fragilidades e o poder militar está a ceder”.

Borrell considerou que a instabilidade na Rússia é perigosa, tendo em conta o seu arsenal nuclear. O tema está no topo da agenda do encontro de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, que se realiza esta segunda-feira no Luxemburgo e no qual será aprovado o aumento do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz em 3,5 mil milhões de euros.

Entretanto, no terreno, as forças ucranianas reconquistaram Rivnopil, uma aldeia no sudeste do país, segundo a vice-ministra da Defesa ucraniano, Hanna Maliar. “As forças de defesa colocaram Rivnopil de novo sob o nosso controlo. Estamos a avançar”, escreveu no Telegram.

Numa declaração anterior, Maliar disse que as forças ucranianas tinham libertado cerca de 130 quilómetros quadrados de território desde o início da contraofensiva.

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