Onde está Prigozhin? Qual o futuro do Grupo Wagner? Rebelião falhada deixa várias questões sem resposta

  • Lusa
  • 26 Junho 2023

Yevgeny Prigozhin, o patrão do grupo paramilitar Wagner, apareceu pela última vez em público na sexta-feira passada, tendo a sua rebelião sido abortada ao longo do fim de semana.

A abortada rebelião do grupo paramilitar Wagner na Rússia, ao longo do fim de semana, desencadeou a pior crise interna que o Presidente russo, Vladimir Putin, enfrenta desde que chegou ao poder, deixando várias questões que ainda não têm resposta.

Onde está Yevgeny Prigozhin?

A última vez que o patrão do grupo Wagner apareceu em público foi na sexta-feira passada, quando deixou a cidade russa de Rostov (sudoeste), onde tinha assumido o controlo de um quartel-general militar, sob os aplausos de alguns habitantes locais.

O Kremlin jurou que Prigozhin tinha a “palavra” de Vladimir Putin de que podia sair livremente do território russo para a Bielorrússia, um país aliado de Moscovo, e que não seria processado criminalmente.

No entanto, uma fonte da Procuradoria-Geral da Rússia, citada pelas três principais agências noticiosas russas, afirmou esta segunda-feira que “o caso não foi encerrado” e que a investigação continua.

Michael Nacke, blogger militar russo, acredita que Prigozhin vai estabelecer a sua base para a Wagner na Bielorrússia e continuar a dirigir as operações do seu grupo em África.

Mas “Prigozhin tornou-se um alvo extremamente vulnerável: pode ser preso, pode ser morto”, disse Nacke à agência AFP.

Qual o futuro do Grupo Wagner?

Prigozhin lançou a insurreição armada alguns dias depois de Putin ter anunciado que os combatentes do grupo Wagner passariam a ter de assinar contratos com o exército.

Queriam desmantelar o grupo“, acusou Prigozhin no sábado.

O Kremlin garantiu que os homens que seguiram o líder na revolta não serão julgados criminalmente, num agradecimento pelos serviços prestados na Ucrânia, e que alguns, “se assim o desejarem”, poderão assinar contratos com o exército russo.

Michael Kofman, um perito militar norte-americano, considera que o grupo “Wagner poderá ser totalmente desmantelado ou absorvido” pelo exército.

Segundo a analista russa independente Tatyana Stanovaya, “Putin não precisa de Wagner nem de Prigozhin. Consegue safar-se com as suas próprias forças. Está agora certamente convencido disso”.

Quais as consequências para os generais?

O objetivo declarado da rebelião de Prigozhin era substituir o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, e o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Valery Gerasimov.

Até à data, Vladimir Putin não anunciou qualquer mudança na hierarquia militar.

A televisão pública russa mostrou-o hoje de manhã na primeira vez que surge publicamente após a abortada rebelião, a inspecionar as forças russas na Ucrânia, imagens disponibilizadas pelo Kremlin e que não referem nem a data nem o local.

Gerasimov não apareceu publicamente desde a tentativa de golpe, por enquanto.

“Sob pressão [de Prigozhin], Putin não fará nada”, afirmou o analista político russo Sergei Markov, pró-Kremlin, numa publicação na rede social Telegram.

Para Rob Lee, do Foreign Policy Research Institute, os últimos acontecimentos “deram a impressão” de que Shoigu e Gerasimov são “fracos”, mas também mostraram como “é importante para Putin ter figuras leais no comando dos seus serviços militares e de segurança”.

Prigozhin agiu sozinho?

Em apenas 24 horas, os combatentes do grupo Wagner conseguiram controlar uma parte de Rostov (sudoeste), uma cidade com mais de um milhão de habitantes, e aproximar-se de Moscovo, onde são diferentes as versões sobre a distância a que ficaram da capital russa, entre 200 e 400 quilómetros.

Prigozhin, que afirma ter tomado o quartel-general do exército em Rostov “sem disparar um tiro”, poderá ter tido ajuda exterior ou agido em desespero, vendo o nó a fechar-se à volta do seu grupo e acreditando que chegar a um acordo com o Kremlin era a única forma de obter garantias de segurança.

Os comentários do primeiro vice-chefe dos serviços secretos militares (GRU) semearam a confusão: num vídeo publicado no sábado, Vladimir Alekseyev exortou os combatentes do grupo Wagner a porem cobro à rebelião, ao mesmo tempo que parece troçar de Shoigu e Gerasimov, que Prigozhin queria derrubar. “Levem-nos”, disse Alekseyev, acompanhando as palavras com um aceno de mão.

Que impacto terá na ofensiva na Ucrânia?

O motim liderado pelo grupo Wagner não vai afetar “de forma alguma” a intervenção militar da Rússia na Ucrânia, garantiu Moscovo.

Mas a agitação na retaguarda, segundo vários analistas citados pela AFP, pode, pelo menos, ter um efeito sobre o moral dos soldados russos, numa altura em que enfrentam vagas de ataques ucranianos há semanas.

O grupo de mercenários ligados ao Wagner era também uma das forças russas mais aguerridas em combate, tendo estado na linha da frente da agora famosa batalha de Bakhmut (leste da Ucrânia).

Mas, no terreno, “desde (a tomada de) Bakhmut (em maio), o exército tem estado muito menos dependente de Wagner”, relativizou o analista militar Michael Kofman.

“O grupo Wagner não foi utilizado para a defesa no sul”, uma das principais zonas onde as tropas de Kiev estão atualmente a tentar romper as defesas russas, sublinhou.

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MyCareforce recebe investimento de 1,22 milhões para acelerar negócio no Brasil

Plataforma portuguesa que liga enfermeiros a instituições de saúde vai contratar, pelo menos, mais oito pessoas até ao final deste ano, após concluir ronda de investimento.

A MyCareforce recebeu 1,22 milhões de euros numa ronda de investimento. A plataforma que liga enfermeiros a turnos em instituições de saúde vai acelerar a presença em Portugal e no Brasil, reforçar a equipa com novas contratações e ainda lançar novas ferramentas. Os fundos Shilling e Portugal Ventures são alguns dos investidores nesta nova ronda.

“Esta ronda é um importante sinal de confiança no modelo de negócio e na solução que a MyCareforce apresenta ao mercado, tanto junto das instituições como dos profissionais de Saúde”, salienta explica Pedro Cruz Morais, copresidente executivo e cofundador da tecnológica portuguesa. “Temos vindo a crescer desde a nossa fundação em 2021 e, agora, temos novos meios para continuar a nossa estratégia de expansão e crescimento nos mercados onde já operamos”, acrescenta.

 

João Hugo Silva (à esquerda) e Pedro Cruz Morais são os líderes e fundadores da MyCareforce.DR

A operação contou com a participação das sociedades de capital de risco Shilling e Portugal Ventures, da incubadora espanhola Demium e ainda business angels como Humberto Ayres Pereira, cofundadora da tecnológica Rows e que faz parte do programa Accel Starter, e ainda Vasco Lopes da Silva.

Objetivos da ronda

Até ao final deste ano, a startup, com uma equipa de 17 trabalhadores, vai contratar mais oito pessoas, para as áreas de tecnologia, operações e suporte. Os novos elementos vão ajudar a tecnológica a criar novas ferramentas, como algoritmos de encontro e pesquisa de turno, a construção de um sistema de recompensas para profissionais e uma aposta numa solução de integração dos profissionais nas unidades.

Em pouco mais de dois anos, a plataforma MyCareforce já conta com mais de 12.500 enfermeiros registados e mais de 1.000 técnicos auxiliares de saúde. Há mais de 150 empresas na área da Saúde ligadas à plataforma portuguesa, com destaque para os grupos José de Mello Saúde, Trofa Saúde, SAMS, Orpea e ainda várias unidades do Serviço Nacional de Saúde.

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Falta de financiamento ameaça metas climáticas da UE para 2030. TCE chama privados a agir

TCE alerta que metas "ambiciosas" para a energia e clima na UE estão em vias de ficar pelo caminho devido à falta de "ações suficientes" e financiamento, especialmente, proveniente do setor privado.

A União Europeia (UE) poderá ficar a meio do caminho no que toca ao cumprimento das metas de energia e clima para 2030. Não só porque as ações colocadas em curso ficam aquém das exigências, mas também porque o financiamento alocado não é suficiente para concretizar os objetivos. Esta é a principal conclusão da auditoria realizada pelo Tribunal de Contas Europeu (TCE).

No documento divulgado esta segunda-feira, os auditores são perentórios: até ao momento, o Tribunal encontrou “poucas indicações de que as ambiciosas metas da UE para 2030 se traduzirão em ações suficientes” e acrescenta que “não há indícios de que venha a ser disponibilizado financiamento suficiente para atingir as metas de 2030“, especialmente, do setor privado.

Na verdade, o TCE revela que “os Planos Nacionais de Energia e Clima [PNEC]” — atualmente em revisão até 30 de junho — “também não têm dados sobre as necessidades de investimento e as fontes de financiamento que permitam avaliar se são uma base sólida para atingir as metas de 2030“. A falta de transparência é apontado como um dos principais problemas no cumprimento das metas.

Há poucas informações sobre as ações que foram bem-sucedidas e sobre os custos reais do cumprimento das metas para o setor privado e os orçamentos dos países e da União. Desta forma, os cidadãos e as partes interessadas têm dificuldade em saber se a UE está a atingir as suas metas globais ao menor custo possível, não sendo fácil aprender lições úteis para as metas de 2030″, constata o relatório.

Em 2021, um relatório da consultora Mckinsey sugeria que para a concretização da neutralidade climática, até 2050, o bloco teria que alocar um investimento total (ou seja, em curso e adicional) de cerca de um bilião de euros por ano, no período entre 2021 e 2050.

Para o período de 2021-2027, a Bruxelas fixou uma meta global de consagrar 30% do seu orçamento à ação climática, cerca de 610 mil milhões de euros ao longo do período, o que representa 87 mil milhões de euros por ano. Esta despesa é inferior em 10% ao investimento total que se estima ser necessário para atingir as metas de 2030. Assim, conclui o TCE, o resto do investimento terá que provir de fundos nacionais e privados “que terão de dar um grande contributo”.

Mas as expectativas para que isso se venha a concretizar são baixas. O Tribunal deixa claro que “não há indícios de que venha a ser disponibilizado financiamento suficiente para atingir as metas de 2030, em especial proveniente do setor privado“, urgindo que essas previsões se alterem nos PNEC que os Estados-membros deverão apresentar até ao final do mês.

Com base nas versões originais dos planos apresentadas pelos 27, “o Tribunal constatou que os PNEC apenas dão informações vagas sobre os défices de investimento e as fontes de financiamento que os irão colmatar” e pressiona a União Europeia a “reorientar o financiamento público e privado para investimentos sustentáveis”. Além disso, os PNEC apresentados, diz o TCE, “não são suficientemente ambiciosos para atingir a meta de eficiência energética para 2030.

O Tribunal de Contas Europeu admite que a questão do financiamento e o impacto que terá sobre as metas para 2030 é “especialmente preocupante”e por isso apela que a Comissão Europeia colabore com os Estados-membros para que a versão atualizada dos PNEC passem a incluir “informações coerentes sobre os custos e os efeitos esperados das políticas a executar para atingir as metas“, bem como sobre as “necessidades de investimento e as fontes de financiamento para suprir essas
necessidades”. A entidade indica que a recomendação tem como prazo de implementação dezembro de 2024.

Esta não é a primeira vez que o tribunal alerta para a falta de financiamento. Num parecer, divulgado em 2022, sobre a proposta do plano REPowerEU, o tribunal tinha alertado para uma “eventual falta de financiamento”, tendo observado “que não era claro se os fundos disponíveis seriam proporcionais aos objetivos ambiciosos” do plano e “às correspondentes necessidades de investimento”.

UE na linha da frente da descarbonização, mas falta transparência

Mesmo com falta de condições para a concretizar as metas ambiciosas, o Tribunal de Contas reconhece, ainda assim, que a União Europeia tem conseguido cumprir com a promessa de ser líder em matéria de redução de emissões poluentes, quando comparado com outros países industrializados, como os Estados Unidos ou a China.

Atualmente, as maiores economias industrializadas do mundo representam mais de 60% das emissões de CO2 a nível mundial. E, embora as emissões tenham aumentado 57% em todo o mundo, entre 1990 e 2019, na UE diminuíram 26%. Assim, no mesmo período, a quota-parte da UE nas emissões mundiais reduziu-se de 15,3 % para 7,9 %. “Esta evolução deve-se igualmente ao facto de a UE ter conseguido dissociar as emissões e o crescimento económico“, explica o TCE.

No entando, o TCE aproveita a auditoria para alertar que a União Europeia não está a incluir neste cálculo as emissões líquidas originadas pelas mercadorias importadas, o setor da aviação e o transporte marítimo internacional. Se estas fossem incluídas, as emissões da UE aumentariam cerca de 8%, 3,4 % e 3,6 %, respetivamente. O TCE detalha que estão apenas a ser consideradas as emissões provenientes da aviação e do transporte marítimo dentro do bloco.

Assim, o Tribunal de Contas Europeu recomenda que, até dezembro de 2026, os 27 passem a ter em conta todas estas fontes de emissões de gases com efeito de estufa causadas pela UE. Para ajudar a concretizar a recomendação, a entidade sugere que o bloco avalie a possibilidade de utilizar os dados que irá recolher através do Mecanismo de Ajustamento Carbónico Fronteiriço, recentemente aprovado no Parlamento Europeu, e ainda a viabilidade de incluir a quota-parte da UE nas emissões originadas pela aviação e pelo transporte marítimo internacionais na sua meta de neutralidade climática para 2050.

Renováveis colocam Portugal a liderar entre os 27

Aproveitando os dados do Eurostat e da Agência Portuguesa do Ambiente, o Tribunal de Contas Europeu faz um balanço do desempenho dos Estados-membros. Em matéria de concretização das metas de emissões de gases com efeito de estufa para 2020, Portugal encontra-se a meio da tabela, com menos de 100 milhões de toneladas de CO2 equivalente emitidas naquele ano. A liderar, encontra-se a Alemanha e França que emitiram cerca de 400 milhões e 300 milhões de toneladas de CO2 equivalente no mesmo período. Os países que menos emitiram foram Malta e Chipre.

O desempenho de Portugal melhora em matéria de energias renováveis. Em 2020, a meta de energias “verdes” no mix energético era de 31% e o país almejou 34%, colocando Portugal em quinto lugar entre os 27 Estados-membros. A liderar o ranking surge a Suécia com uma meta de cerca de 60% e a Letónia que supera os 40%.

O PNEC atualmente em vigor em Portugal prevê para o final desta década que o país alcance 80% de eletricidade renovável, no entanto, essa meta já foi antecipada pelo Governo que estima que será possível assegurar esse valor já em 2026.

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Fundos da UE decisivos na recuperação do património, diz secretária de Estado Cultura

  • Lusa
  • 26 Junho 2023

Secretária de Estado da Cultura considera que os fundos da UE têm sido decisivos na exigente recuperação do património nacional, onde o investimento "nunca está terminado".

“Saliento o quão decisiva tem sido a importância dos fundos comunitários para a recuperação do nosso notável património, melhorando de forma assinalável o seu estado e as suas condições de visita”, disse esta segunda-feira a secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro, a propósito dos fundos da União Europeia (UE).

Na cerimónia de reabertura do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, Isabel Cordeiro aludiu aos “imprescindíveis esforços que os quadros comunitários fizeram no âmbito da cultura“, numa área tão exigente como é a recuperação do património e onde há “sempre novos investimentos para fazer”.

“Fundos comunitários cuja execução apenas se tem tornado possível com uma boa articulação entre as várias instâncias envolvidas, da administração central e da administração local“, acrescentou.

Ao longo da sua intervenção, a governante evidenciou a importância de se “preservar, conservar e restaurar para restituir ao futuro”, apontando o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) como uma “oportunidade única” de dar “continuidade às anteriores intervenções de conservação e reabilitação, financiadas pelos programas operacionais regionais do Portugal 2020”.

“Neste âmbito, já do PRR, foi celebrado o contrato de financiamento, também com a Câmara Municipal de Coimbra, grande parceiro e aliado na execução dos fundos, para a execução de investimentos previstos para o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, no valor global de 1,8 milhões de euros e para o Museu Nacional Machado de Castro, de 1,3 milhões de euros“, informou.

A nova requalificação do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha deverá ter início em 2024, prevendo a requalificação do centro interpretativo, intervenção na igreja com um sistema de proteção contra pássaros e nova sinalética e construção de equipamentos de apoio.

Neste âmbito, já do PRR, foi celebrado o contrato de financiamento, também com a Câmara Municipal de Coimbra, grande parceiro e aliado na execução dos fundos, para a execução de investimentos previstos para o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, no valor global de 1,8 milhões de euros e para o Museu Nacional Machado de Castro, de 1,3 milhões de euros.

Isabel Cordeiro

Secretária de Estado da Cultura

Sucede à intervenção agora concluída, no valor de 641 mil euros, destinada a reforçar a proteção deste monumento nacional face às cheias do rio Mondego, ocorridas em 2016.

De acordo com a secretária de Estado da Cultura, no âmbito do PRR, a região centro contará com um investimento inicial de 13 milhões de euros, que no futuro poderá ter um valor adicional de 7,7 milhões de euros.

Na cerimónia de reabertura do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, a diretora regional de Cultura do Centro, Suzana Menezes, aludiu “à longa jornada”, plena de “desafios e atribulações”, que foi necessário levar a cabo para chegar “à recuperação deste icónico monumento nacional”.

Sobre a próxima intervenção no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, a governante vincou que irá resolver um conjunto muito significativo de patologias no edifício do centro interpretativo, bem como implementar uma nova museografia.

Irá ainda resolver “o grave problema de armazenamento, em condições de conservação adequados, do acervo arqueológico de Santa Clara-a-Velha, criando para o efeito uma reserva arqueológica com as condições exigíveis de salvaguarda deste património e com as condições adequadas para disponibilizar este acervo aos investigadores do nosso país”.

O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, classificado como monumento nacional desde 1910, poderá agora ser visitado de terça a domingo, entre as 10:00 e as 18:00, tendo o bilhete geral tem um custo de 4 euros.

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Comissão Europeia lança segunda ronda para compra conjunta de gás com horizonte mais alargado

As empresas europeias têm agora o período de 26 de junho a 3 de julho para responder ao apelo à agregação da procura de gás, ao abrigo do mecanismo AggregateEU.

A Comissão Europeia lançou esta segunda-feira a segunda ronda para as empresas europeias registarem as suas necessidades de aquisição de gás através do mecanismo AggregateEU, tendo em vista a compra conjunta de gás natural no mercado internacional.

Esta segunda oportunidade acontece depois de a primeira ter reunido quase 11 mil milhões de metros cúbicos de procura agregada de gás na Europa, que foram cobertos com ofertas de fornecedores. Neste sentido, a Comissão considera que foi um primeiro exercício “bem-sucedido”.

As empresas europeias têm agora entre 26 de junho e 3 de julho para responder ao apelo à agregação da procura de gás. As necessidades coletivas serão, então, levadas a concurso no mercado mundial entre 7 e 10 de julho, para que os fornecedores internacionais possam apresentar as suas propostas para abastecer os clientes europeus.

Os potenciais compradores poderão apresentar as suas necessidades em gás a fornecer entre agosto de 2023 e março de 2025, um período mais alongado em comparação com a primeira ronda.

Na altura do lançamento da plataforma, fontes europeias indicaram ao ECO/Capital Verde que, até ao final de 2023, seriam abertas novas rondas de dois em dois meses, aproximadamente, a começar em abril. No entanto, sendo este um mecanismo temporário, não deveriam abrir novas vagas após o final de 2023 — poderiam, sim, subsistir contactos decorrentes do match entre oferta e procura de 2023, dado que a procura colocada pode dizer respeito a um horizonte de até 12 meses.

Isto prolongaria o dinamismo, mesmo sem a abertura de novas vagas, no limite, até ao final de 2024. As mesmas fontes avisavam que, para esta ferramenta “sobreviver” além de 2023, terá de ser identificado o propósito e muito provavelmente terá de ser redesenhada. Tal como está, provavelmente, não irá funcionar em paralelo com o mercado, defendiam.

A agregação da procura e a aquisição conjunta de gás é uma iniciativa criada para impulsionar a diversificação do aprovisionamento de gás da UE após a invasão da Ucrânia pela Rússia, que levou à decisão do bloco de pôr termo à dependência das importações de combustíveis fósseis da Rússia.

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Funchal recebe 7º debate ECO Local/Novobanco. Acompanhe aqui em direto

  • Local Online
  • 26 Junho 2023

O sétimo debate ECO Local/Novobanco acontece já na próxima quinta-feira, dia 29 de junho, às 17 horas, no Master Novobanco do Funchal.

Esta quinta-feira, dia 29 de junho, o Funchal vai receber o sétimo debate ECO Local/Novobanco. Nesta conferência será analisado o estado da economia da região, bem como os desafios que a mesma enfrenta.

O evento, transmitido em streaming e moderado por André Veríssimo, redator principal do ECO, começará às 17 horas e terá como convidados Pedro Calado, Presidente da Câmara do Funchal; Bruno Freitas, CFO da hotéis Savoy; Carlos Soares Lopes, CEO da Startup Madeira; e Luis Ribeiro, Administrador do novobanco.

Este é o sétimo debate fruto da parceria entre o ECO e o Novobanco no Local Online, uma iniciativa que visa analisar a situação económica de cada região onde o evento se realizar.

Assista aqui em direto:

 

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Advogados, juízes e procuradores apelam a uma simplificação na justiça

Numa carta aberta, um grupo de advogados, juízes e procuradores apelou a uma simplificação na justiça portuguesa, pedindo que se reduza o número de palavras e consequente de páginas nos processos.

Um grupo de advogados, juízes e procuradores apelou a uma simplificação na justiça portuguesa, pedindo que se reduza o número de palavras e consequente número de páginas tanto nas acusações, como contestações e outras peças processuais, avançou o Expresso. Esta tomada de posição foi dada através de uma carta aberta e conta com mais de 30 signatários, entre eles os juízes Maria José Morgado, Euclides Dâmaso e Santos Cabral, e os advogados Ricardo Sá Fernandes, Rogério Alves e Paulo Saragoça da Matta.

“A comparação de qualquer dessas peças processuais com as que eram anteriormente correntes faz ressaltar abissais diferenças de dimensão: para o que se continha em dez páginas passaram a utilizar-se cem. (…) As decisões judiciais (…) são o inferno de Dante em laudas burocráticas: os relatórios alongam-se, as citações abundam e o essencial perde-se no meio de toda essa palha“, lê-se na carta a que o Expresso teve acesso.

Preocupados com o “potencial erosivo do arrastar de processos de grande sensibilidade social na imagem da Justiça e do Estado de direito”, os signatários pedem a todos os agentes da Justiça que reflitam sobre a questão e a “porem cobro a essa cultura de excesso, de desperdício de energias e de tempo, voltando a dar às petições, requerimentos, motivações e decisões que apresentem o rigor de forma e a concisão que antes eram seu apanágio“. Apelam ainda à intervenção e contributo das escolas, Centro de Estudos Judiciários, Conselhos Superiores das Magistraturas, Ordem dos Advogados e Ordem dos Solicitadores e Agentes de Execução.

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Galamba rejeita críticas de que PRR não chega a territórios

  • Lusa
  • 26 Junho 2023

Galamba diz que começa a ser cada vez mais difícil manter críticas de que o PRR não chega aos territórios, promove as suas potencialidades, garante o seu desenvolvimento ou que não apoia as empresas.

O ministro das Infraestruturas disse esta segunda-feira, no Entroncamento (Santarém), que “começa a ser cada vez mais difícil manter as críticas de que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) não chega efetivamente aos territórios”.

João Galamba falava na cerimónia de consignação da empreitada de reabilitação da Estrada Regional 243, que liga as zonas empresariais do Entroncamento e de Riachos (Torres Novas), no distrito de Santarém, à Autoestrada 23 (A23), que decorreu na Sala do Comboio Presidencial, do Museu Nacional Ferroviário, no Entroncamento.

Tratando-se da décima obra ao abrigo da medida do PRR para acessibilidades rodoviárias a Áreas de Acolhimento Empresarial, número que Portugal se comprometeu ter contrato assinado até ao final do primeiro semestre de 2023, o ministro adiantou que esta meta pode ainda ser ultrapassada.

Afirmando que Portugal está “a cumprir todos os compromissos e metas assumidos perante a Comissão Europeia no âmbito da Componente 7 do PRR – Infraestruturas”, Galamba disse que esse marco pode ser ultrapassado com a assinatura, prevista até ao final do mês, do contrato relativo à Via do Tâmega, variante à Estrada Nacional 210, em Celorico de Basto (Braga).

“Começa a ser cada vez mais difícil manter as críticas de que o PRR não chega efetivamente aos territórios, não ajuda a promover as suas potencialidades e a garantir o seu desenvolvimento, não apoia as empresas, não promove uma justa e equilibrada dinamização da economia, não cria riqueza e emprego. Desde logo, e no imediato, questionem as empresas que desenvolvem estes projetos e que contribuem para a execução destas obras”, declarou.

Galamba lembrou que a obra adjudicada esta segunda-feira se integra no Programa de Valorização das Áreas Empresariais (PVAE), anunciado precisamente na Zona Industrial de Riachos, em 2017, pelo primeiro-ministro, António Costa.

O PVAE integra 12 empreendimentos rodoviários destinados a melhorar as ligações entre áreas empresariais já consolidadas e a rede viária existente, recordou, salientando o objetivo deste investimento de reforço da competitividade das empresas, criação de emprego e aumento das exportações.

Oito dos projetos situam-se na região Norte, dois no Centro e dois no Alentejo, com um investimento global superior a 150 milhões de euros, disse, acrescentando que quatro das intervenções foram concluídas, sete estão em fase de obra ou de contratação de obra e uma na fase final de conclusão do projeto de execução.

Um dos investimentos já concluídos, a ligação do Parque de Negócios de Escariz, em Arouca (Aveiro), à A32, em Santa Maria da Feira (Porto), representou “o maior investimento rodoviário realizado em Portugal sem recurso a financiamento europeu”, o qual, em breve, será “ultrapassado pelo investimento na requalificação da duplicação do IP3 entre Souselas (Coimbra) e Viseu”, cujo primeiro troço deverá estar em obra em 2024, adiantou.

Galamba afirmou que a segunda fase do PVAE, incluída no Plano Nacional de Investimentos 2030, com mais 13 investimentos rodoviários a executar até 2030, será antecipada para 2026, graças à sua inclusão na Componente 7 – Infraestruturas, do PRR.

Sobre a obra adjudicada esta segunda-feira, o ministro referiu que a zona contemplada “é um exemplo de como a rodovia e a ferrovia são complementares” e que o investimento terá “um impacto direto no favorecimento da transferência modal de mercadorias para a ferrovia”, importante para “uma mobilidade sustentável”.

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Infraestruturas de Portugal investe 199,2 milhões em obras no país

Infraestruturas de Portugal investe 199,2 milhões de euros em 16 obras em fase de execução no terreno ou em contratação, no âmbito do PRR.

A Infraestruturas de Portugal (IP) está a investir 199,2 milhões de euros em 16 obras que tem em fase de execução no terreno ou em contratação, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Ainda esta segunda-feira, a IP assinou o auto de consignação de uma destas empreitadas — a obra de beneficiação das acessibilidades rodoviárias à Zona Industrial de Riachos, em Torres Novas, orçada em 4,9 milhões de euros.

Esta empreitada da IP visa a melhoria das condições de circulação, fluidez do tráfego automóvel e a construção e reabilitação de percursos pedonais e cicláveis, reforçando as condições de segurança. A construção de uma nova ligação à Zona Industrial do Entroncamento também consta dos principais objetivos desta obra cujo auto de consignação foi assinado, esta segunda-feira, no Museu Nacional Ferroviário, com a presença do ministro das Infraestruturas, João Galamba.

O troço a intervencionado desenvolve-se nos concelhos de Torres Novas e Entroncamento, tem uma extensão total de 5,36 km, dos quais 0,5 km são construção nova, avança a IP em comunicado.

Aproximar a zona Industrial e tecnológica dos eixos que constituem a malha fundamental para o transporte de pessoas e mercadorias, “nomeadamente no acesso ao litoral e à Europa através da A23”, assim como resolver os problemas de fluidez de tráfego de e para a A23, a partir das diversas plataformas logísticas e áreas industriais são mais alguns propósitos desta empreitada do concelho de Torres Novas.

Fonte: Infraestruturas de Portugal

 

“Promover a articulação eficaz com as linhas férreas do Norte e da Beira Baixa” assim como a melhoria das condições de segurança rodoviária são mais alguns dos objetivos desta obra, segundo a IP.

A obra contempla a requalificação dos cruzamentos e entroncamentos existentes ao longo do traçado, assim como a construção de duas novas rotundas e requalificação das três existentes.

Além da empreitada da ER243 – melhoria das acessibilidades à Zona Industrial de Riachos, a IP tem ainda em a variante à EN14- Via Diagonal – Interface Rodoferroviário da Trofa, a variante à EN248 (Arruda dos Vinhos), a ligação à Área Industrial de Fontiscos e Reformulação do Nó de Ermida (Santo Tirso), a IC35 – ligação Penafiel (EN15) / Rans, e a EN229 Viseu/ Sátão-Eliminação de constrangimentos em zonas industriais. Das 16 obras lançadas no âmbito do PRR, dez empreitadas estão em fase de contratação e outras seis já em execução.

Para Miguel Cruz, Presidente da IP, “a atual taxa de concretização dos projetos, previstos no âmbito do PRR, é bem demonstrativa da forma planeada, sustentada e do total empenho com que a IP está a trabalhar no sentido de cumprir as metas indispensáveis à majoração dos fundos comunitários e promover a dinamização da economia nacional”.

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SNS quer centros para atestados médicos em todo o país até final de 2024

  • Lusa
  • 26 Junho 2023

O objetivo é que, "quando alguém precisa de renovar a carta de condução, de caçador, de desportos náuticos, de uso e porte de arma" possa fazê-lo nos Centros de Avaliação Médica e Psicológica.

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) quer criar Centros de Avaliação Médica e Psicológica (CAMP) em todo o país até final de 2024, disse esta segunda-feira o diretor executivo em Matosinhos, local de um projeto-piloto que já emite atestados.

“É um serviço inovador para os utentes. O objetivo é que, quando alguém precisa de renovar a carta de condução, de caçador, de desportos náuticos, de uso e porte de arma, enfim, aquelas declarações médicas que são necessárias, ao invés de se estar a marcar uma consulta com o médico de família, facilmente agenda neste local essa avaliação”, explicou Fernando Araújo aos jornalistas no final de uma visita ao CAMP da Unidade Local de Saúde (ULS) de Matosinhos, no distrito do Porto.

O centro de Matosinhos enquadra-se num projeto-piloto em que também está envolvida a ULS do Alto Minho, cujo CAMP foi também hoje visitado por Fernando Araújo, em Viana do Castelo.

Queremos muito, durante este ano e o próximo, à medida que as Unidades Locais de Saúde (ULS) se forem criando, replicar este modelo. Aqui serão dois bons casos de avaliação, de utilização, e serão dois casos de sucesso, não tenho dúvidas”, disse o diretor executivo do SNS, acrescentando que o objetivo é até ao final do próximo ano haver estes serviços em todo o país.

Segundo Fernando Araújo, o CAMP tem duas vantagens: “A primeira é que liberta o médico de família para a doença aguda, para doentes que precisam mesmo de ser vistos, retirando esta área mais administrativa e burocrática ao médico de família”.

“Por outro lado [o utente] acaba por ter aqui um serviço muito fácil, muito simples, podendo até no portal do utente registar-se, e desta forma ter a resposta aos seus problemas, neste caso o atestado para poder renovar a carta, de forma muito tranquila”, acrescentou.

Fernando Araújo salientou ainda que são reduzidos atritos na “relação de confiança entre médico e utente”, que por vezes fica “abalada quando o médico acha que o utente não poderia conduzir”, por motivo de idade ou por outros problemas médicos, e assim essa relação “deixa de ficar com um impacto negativo”, assinalou.

“É um serviço diferente que faz essa avaliação e, de forma tranquila, decide se o utente pode ou não, por questões médicas, conduzir as viaturas”, explicou o responsável.

Segundo Fernando Araújo, em Matosinhos “as marcações abriram na semana passada, e já há mais de 60 marcações feitas, as pessoas aderem facilmente a este conceito”.

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JMJ. Lisboa dá tolerância de ponto a 4 de agosto e recomenda teletrabalho

  • Lusa
  • 26 Junho 2023

CML recomenda teletrabalho, de 31 de julho a 3 de agosto, para profissionais da autarquia cujas funções o permitam durante a Jornada Mundial da Juventude.

A Câmara de Lisboa vai conceder tolerância de ponto aos trabalhadores do município no dia 4 de agosto, para poderem participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), e recomenda teletrabalho de 31 de julho a 3 de agosto.

“No âmbito da viagem apostólica de sua santidade o Papa Francisco por ocasião da Jornada Mundial da Juventude que ocorrerá em Lisboa e por forma a permitir que os trabalhadores do município se associem às celebrações deste evento de relevância e dimensão única para a nossa cidade, concedo aos trabalhadores do município de Lisboa tolerância de ponto no dia 4 de agosto”, lê-se no despacho assinado hoje pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD).

De acordo com o despacho, a que a Lusa teve acesso, os trabalhadores responsáveis por serviços considerados essenciais e em que a natureza das funções não permite beneficiarem da tolerância de ponto neste dia vão poder usufruir da medida “em data a acordar com o respetivo dirigente”.

Neste âmbito, o autarca aproveita para enaltecer e agradecer o empenho dos trabalhadores do município, que contribuem para que “Lisboa seja reconhecida como uma cidade acolhedora de gentes de todo o mundo”.

“No período de 31 de julho a 3 de agosto, os trabalhadores que não integrem as equipas operacionais de apoio ao evento e cujas funções o permitam deverão praticar teletrabalho por forma a racionalizar a circulação na cidade de Lisboa”, recomenda o presidente da câmara.

No total, o município de Lisboa conta com cerca de 10 mil trabalhadores.

Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da JMJ, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, que vai decorrer entre os dias 1 e 6 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.

As principais cerimónias da JMJ vão ter lugar no Parque Eduardo VII e no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

No dia 4 de agosto (sexta-feira), segundo o programa da viagem apostólica do Papa a Portugal, prevê-se que se realize em Lisboa a confissão de alguns jovens da JMJ, pelas 09:00, na Praça do Império.

Pelas 09:45 deverá acontecer um encontro com os representantes de alguns centros de assistência socio-caritativa, no Centro Paroquial de Serafina, seguindo-se um almoço com os jovens, pelas 12:00, na Nunciatura Apostólica, e a via-sacra com os jovens, pelas 18:00, no Parque Eduardo VII, com discurso do Papa Francisco.

A edição deste ano da JMJ, que será encerrada pelo Papa, esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19.

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Gigante das normas internacionais de contabilidade lança regras de reporte ESG

Espera-se que em 2025 surjam os primeiros reportes financeiros que apresentem o desempenho de sustentabilidade das empresas com base nos critérios lançados pela IFRS.

Já foram publicadas as regras de reporte de sustentabilidade da Fundação IFRS, a entidade que dá o nome às normas de contabilidade pelas quais as empresas cotadas da União Europeia se regem na hora e apresentar os respetivos reportes financeiros.

Foi em novembro de 2021, no âmbito da Conferência do Clima em Glasgow (COP 26), que a Fundação IFRS anunciou a formação do Conselho Internacional de Normas de Sustentabilidade (ISSB, na sigla em inglês). Um conselho que surgiu “na sequência de uma forte exigência por parte do mercado”, com a tarefa de desenvolver as normas que serviriam de base para o reporte de sustentabilidade em todo o mundo, permitindo uma melhor comparabilidade.

Menos de dois anos depois, chegam as primeiras normas, divididas em dois documentos. O primeiro, IFRS S1, contém os requisitos gerais para o reporte de informação financeira relacionada com sustentabilidade. Orienta em relação à forma de comunicar riscos e oportunidades de interesse para os investidores em termos de sustentabilidade. O segundo documento, IFRS S2, debruça-se sobre o reporte relacionado mais especificamente com o clima, suportando-se no que esteja previsto na norma anterior.

2025 é o ano de arranque

As regras agora publicadas deverão ser aplicadas a partir de 1 de janeiro de 2024, pelo que a IFRS Foundation prevê que a divulgação de informação comece a ter por base estes critérios de sustentabilidade a partir de 2025, incidindo sobre informação recolhida em 2024.

De forma a permitir uma adaptação mais suave, no primeiro ano de aplicação destas regras, o ISSB dá a opção de limitar a divulgação aos riscos e oportunidades relacionados com o clima.

Uma vez que o ISSB não tem poder para impor a aplicação destas regras, “as empresas podem aplicar voluntariamente estas normas, e as autoridades jurisdicionais podem decidir se requerem às empresas que as apliquem”, lê-se na apresentação das novas regras.

De acordo com a Reuters, que cita o presidente do ISSB, Emmanuel Faber, o Canadá, Reino Unido, Japão, Singapura, Nigéria, Chile, Malásia, Brasil, Egipto, Quénia e África do Sul estão a considerar aplicar o IFRS S1 e S2. Os critérios IFRS são hoje em dia usados em quase 170 países em todo o mundo — e em 146 são mesmo obrigatórios para as empresas domésticas cotadas. A Organização Internacional de Comissões de Valores Mobiliários (IOSCO, na sigla em inglês) deverá apoiar estas novas exigências.

É esperado que o ISSB e a União Europeia avancem com um guia para evitar a duplicação de trabalho no reporte de sustentabilidade nos próximos meses, indica ainda a agência Reuters. As regras de reporte da União Europeia deverão estar finalizadas no próximo mês.

 

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