Porto, Gaia e Braga aplicam um milhão de euros na “noite única” de São João

Porto, Gaia e Braga já estão em contagem decrescente para a festa de São João, esperando centenas de milhares de pessoas nas ruas. As três autarquias nortenhas investiram mais de um milhão de euros.

De martelo na mão, milhares de pessoas preparam-se para invadir esta sexta-feira as ruas de cidades como Porto, Vila Nova de Gaia ou Braga para festejar o São João. É a noite mais esperada do ano nestas regiões, com os céus iluminados pelos tradicionais balões e o cheiro a sardinha assada e aos manjericos no ar. Em conjunto, as três autarquias dispõem de um orçamento de cerca de milhão de euros para fazer desta comemoração uma “noite única”.

Do tradicional fogo de artificio às dezenas de concertos, as autarquias nortenhas garantem ao ECO/Local online que não vai faltar animação. “Chegou a época mais feliz da nossa cidade”, destacou a vereadora da autarquia portuense, Catarina Araújo, na cerimónia de apresentação das festividades. Os presidentes das Câmaras do Porto e de Vila Nova de Gaia cumprem também a tradição e às 18h30 encontram-se a meio do tabuleiro inferior da Ponte Luís I para trocar cumprimentos.

A autarquia liderada por Rui Moreira tem um orçamento global de 615 mil euros para as festas de São João. O fogo-de-artifício, que é o ponto alto da noite, vai durar 16 minutos. Só este espetáculo pirotécnico custa 72 mil euros, sendo um investimento conjunto dos municípios do Porto e de Vila Nova de Gaia: 36 mil euros a cada. Rui Moreira, que esta tarde, por volta das 15 horas, vai estar a distribuir manjericos em frente ao edifício da Câmara, prometeu “um espetáculo visual surpreendente e mobilizador”.

A partir das 22h, há concertos espalhados por três palcos da cidade Invicta. Emanuel e o grupo Cláudia Martins & Minhotos Marotos vão animar o Largo Amor de Perdição, enquanto Miguel Araújo e o grupo Fogo Fogo vão subir ao palco dos Jardins do Palácio de Cristal. Na Praça da Casa da Música vão atuar David Bruno e Moullinex.

O presidente da autarquia, Rui Moreira, salientou o facto de ter sido novamente adotado “um modelo descentralizado das festas”, justificada pelos “constrangimentos de trânsito que se vivem na cidade”, mas também porque “a experiência que foi feita no ano passado resultou bem”. Mas a festa continua no sábado, dia de São João, com a concha acústica do Palácio de Cristal a receber o concerto da Banda Sinfónica Portuguesa.

Os hotéis da Invicta e arredores estão com taxas de ocupação entre 90% a 100% para as festas do São João. Face à adesão em massa prevista, o Metro do Porto vai funcionar durante toda a noite de São João com veículos duplos e a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) vai reforçar o serviço, com mais autocarros e maior frequência na Baixa da cidade, entre esta sexta-feira e a madrugada de sábado.

Em Gaia, os festejos já começaram

Em Vila Nova de Gaia, os festejos já começaram a semana passada, com a 26ª edição das Marchas de São João, que contaram com a participação de instituições provenientes de nove freguesias e uniões de freguesias da cidade. “Vimos do passado fim de semana com o coração cheio, depois das tradicionais Marchas de S. João em Gaia, um momento em que já começámos a receber milhares de pessoas na beira-rio”, realça o presidente da autarquia gaiense, Eduardo Vítor Rodrigues.

Estamos em contagem decrescente para o S. João, que trará às margens do Douro milhares de pessoas para uma noite absolutamente única, com notável impacto económico para a cidade e para os seus comerciantes.

Eduardo Vítor Rodrigues

Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia

“Estamos em época de festas populares, um momento que realça o melhor que as pessoas e as coletividades conseguem fazer e viver em conjunto. Pelo orgulho de mostrarem a sua festa, os seus trajes, de honrarem o seu santo padroeiro, ou até mesmo pela simples vontade de festejar (…) Estamos em contagem decrescente para o S. João, que trará às margens do Douro milhares de pessoas para uma noite absolutamente única, com notável impacto económico para a cidade e para os seus comerciantes“, comenta ao ECO/Local Online o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues,

Braga gasta 400 mil euros para 250 horas de programação

O São João de Braga é a festa sanjoanina mais antiga de Portugal, nascida no ano de 1150, data em que é fundada uma igreja dedicada ao santo na cidade de Braga, acordo com a autarquia liderada por Ricardo Rio.

Este ano, a festa conta com mais de 250 horas de programação, dezenas de espetáculos e eventos, envolvendo mais de dez mil pessoas, provenientes de associações culturas bracarenses. Entre muita animação, as bandas filarmónicas e os cabeçudos vão invadir as ruas da cidade. A autarquia de Braga tem um orçamento de 400 mil euros para as festividades.

O São João de Braga é uma das festas mais mobilizadoras do concelho de Braga, tendo um impacto significativo na economia do concelho, oferecendo um programa vasto e cheio de tradição.

Firmino Marques

Presidente da Comissão de Festas de Braga

Por volta da uma da manhã será lançado o fogo-de-artifício na Ponte, a partir do monte do Picoto. Os festejos decorrem pela noite dentro com o concerto de Plutónio na Avenida Central e after party com DJ Kika, Cozta, Concertina, DJ Fifty e Biggie no Pópulo.

A cidade bracarense espera receber cerca de um milhão de visitantes, entre muitos turistas, que segundo a Associação de Festas de São João de Braga, liderada por Firmino Marques, “pernoitarão nas unidades hoteleiras bracarenses”.

“O São João de Braga é uma das festas mais mobilizadoras do concelho de Braga, tendo um impacto significativo na economia do concelho, oferecendo um programa vasto e cheio de tradição”, resume ao ECO/Local Online o presidente da Associação de Festas de São João de Braga.

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Ano arranca com excedente orçamental de 1,2% do PIB

Segundo os valores trimestrais divulgados pelo INE, o saldo das Administrações Públicas no primeiro trimestre de 2023 foi positivo em 761,3 milhões de euros, correspondendo a 1,2% do PIB.

No primeiro trimestre do ano registou-se um excedente orçamental de 1,2% do PIB, o que compara com um défice de 0,6% no mesmo período do ano passado, de acordo com as contas nacionais trimestrais por setor institucional divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira. É de recordar que o ano de 2022 fechou com um défice de 0,4%.

“Considerando os valores trimestrais e não o ano acabado no trimestre, o saldo das Administrações Públicas no primeiro trimestre de 2023 foi positivo em 761,3 milhões de euros, correspondendo a 1,2% do PIB (-0,6% no período homólogo)”, indica o INE. “Face ao mesmo período do ano anterior, verificou-se um aumento de 9,3% da receita e de 4,3% da despesa, refletindo sobretudo, no último caso, o forte crescimento com o pagamento de juros (variação homóloga de 22,1%)”, acrescenta.

Na despesa, destaca-se o aumento “das prestações sociais pagas (2,6%), das despesas com pessoal (6,5%), tendo os encargos com juros registado um aumento de 22,1% e o consumo intermédio registado de 0,9%”. O INE salienta ainda que “os subsídios registaram uma diminuição de 3,2% e a outra despesa corrente diminuiu 4,8%”. Sente-se ainda o “efeito de uma maior utilização de verbas do Plano de Recuperação e Resiliência para ajudas ao investimento”, que faz aumentar as despesas em capital.

Por outro lado, a receita corrente registou aumentos em todas as suas componentes. “Os impostos sobre o rendimento e património, sobre a produção e importação, as contribuições sociais, as vendas e as outras receitas correntes cresceram 11,7%, 5,7%, 12,2%, 7,5% e 1,4%, respetivamente”, lê-se. Tal é justificado com a “recuperação da atividade económica, o comportamento do mercado de trabalho, bem como, no caso dos impostos sobre a produção e importação, o crescimento dos preços”.

Segundo a série estatística, que remonta a 1999, é a primeira vez que se regista um excedente orçamental no primeiro trimestre do ano, ainda que seja de destacar que o primeiro excedente trimestral apenas se verificou no último trimestre de 2016.

Este saldo é em contabilidade nacional, que é a ótica que interessa a Bruxelas no âmbito da execução orçamental. Mesmo assim, no primeiro trimestre deste ano verificou-se uma melhoria do saldo quer em contabilidade nacional, quer em contabilidade pública. É de recordar que a previsão inscrita pelo ministro das Finanças no Programa de Estabilidade para o conjunto do ano de 2023 é de um défice de 0,4%, o mesmo valor que no ano passado.

O INE disponibiliza também dados relativos ao acumulado anual até agora, indicando que no ano terminado no primeiro trimestre de 2023, passou-se “de uma necessidade de financiamento de 0,4% do PIB no quarto trimestre para uma capacidade de financiamento de 0,1%”.

Saldo externo também passa a excedente de 0,4% no primeiro trimestre

O INE divulga dados relativos ao saldo externo, que passou a excedente no arranque do ano. A economia portuguesa teve assim uma capacidade de financiamento de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, o que compara com uma necessidade de financiamento de 0,6% no trimestre anterior. Esta melhoria do saldo reflete a redução do défice das Sociedades Não Financeiras e o excedente das Administrações Públicas.

O rendimento disponível bruto da economia cresceu mais do que a despesa de consumo final (que engloba as despesas de consumo final das Famílias e das AP), o que possibilitou o aumento de 4,5% da poupança bruta da economia, explica o INE. Com a maior poupança, registou-se então a melhoria do saldo da economia em 1,0 p.p., que passou de um défice de 0,6% para um excedente de 0,4% do PIB no 1º trimestre de 2023.

Para além do excedente orçamental já mencionado, do lado das sociedades não financeiras registou-se uma redução do défice. “O saldo das Sociedades Não Financeiras (SNF) fixou-se em -2,0% do PIB, melhorando em 0,7 pontos percentuais (p.p.) face ao trimestre anterior”, nota o INE, sendo que o VAB aumentou mais do que o crescimento das remunerações pagas, enquanto a Formação Bruta de Capital diminuiu 0,3%.

Olhando para o segmento das famílias, o Rendimento Disponível Bruto (RDB) aumentou 1,9% face ao trimestre anterior, mas se virmos em termos reais, o valor ajustado à inflação diminuiu 0,1%. Esta evolução dá-se num contexto em que as despesas de consumo aumentam e a poupança cai, sendo que a capacidade de financiamento das famílias recuou. Já a despesa de consumo final “aumentou 2,6% (3,1% no trimestre anterior), determinando a redução da taxa de poupança para 5,9% (6,5% no trimestre anterior), o que conduziu a uma capacidade de financiamento de 0,4% do PIB (0,6% do PIB no trimestre anterior)”, indica o INE.

A poupança caiu devido ao aumento de 2,6% do consumo privado (3,1% no trimestre anterior), superior ao crescimento de 1,9% do rendimento disponível bruto. Estes valores são nominais, o que quer dizer que o aumento do consumo se deve à inflação, ou seja, gastou-se mais devido aos preços elevados.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h25)

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Walk Talks. Pare, escute o que o silêncio tem para lhe dizer

  • Trabalho
  • 23 Junho 2023

Uma conversa, enquanto se caminha, que se repete todas as semanas aqui na Pessoas. Bem-vindos à Walk Talks.

Um livro. Ou um quadrado de chocolate, se preferir. Qualquer um destes pode ajudá-lo a parar, diminuir o ruído na sua vida e ouvir o silêncio. João Perre Viana e Nuno Santos Fernandes, partners e mentores da Walk Walking Mentorship, no episódio desta semana das Walk Talks, explicam-lhe como. E falam ainda sobre o valor do silêncio.

O silêncio fala. Creio que, às vezes, as pessoas não fazem silêncio nas suas vidas porque têm receio do que vão ouvir desse silêncio. Mas há mensagens maravilhosas que só se conseguem ouvir no silêncio”, diz João Perre Viana, partner e mentor da Walking Mentorship.

E sugere a leitura como forma de ativar os nossos sentidos: “Quando me sento para ler é a possibilidade que tenho de fazer um check-up aos meus níveis de ruído“. Além disso, “é quase medicinal”.

Admitindo que nem toda a gente tem a mesma facilidade ou gosto pela leitura, Nuno Santos Fernandes sugere outro método: a meditação do chocolate. “É muito fácil. Pegar num quadradinho de chocolate, meter na boca e, durante um minuto, focarmo-nos apenas na sensação que estamos a ter com aquele bocadinho de chocolate. E deixar passar todos os outros pensamentos”, explica.

http://videos.sapo.pt/zozr4A7765M3U7IBpWmf

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Pensões mais baixas têm atualização mínima de 9,93 euros em julho

Já estão definidos os valores para a atualização intercalar das pensões, que entra em vigor em julho. Governo atualizou também valores de prestações como o complemento extraordinário de solidariedade.

Já foram definidos todos os pormenores da atualização intercalar das pensões a partir de julho, em portaria publicada esta sexta-feira em Diário da República. Determina quem está abrangido e também os intervalos de valores, sendo que a atualização das pensões mais baixas não pode ser inferior a 9,93 euros. Já para as reformas mais altas, o montante mínimo é de 102,91 euros.

Esta atualização intercalar aplica-se às pensões e outras prestações sociais atribuídas pelo sistema de segurança social, às pensões do regime de proteção social convergente atribuídas pela CGA e às pensões por incapacidade permanente para o trabalho e por morte decorrentes de doença profissional, para o ano de 2023, lê-se na portaria.

Excluídos ficam os beneficiários da Caixa de Previdência dos Empregados do Banco de Angola, os reformados abrangidas pelos regulamentos especiais de segurança social dos trabalhadores ferroviários e do pessoal do Serviço de Transportes Coletivos do Porto e outros grupos de beneficiários não abrangidos pelo Centro Nacional de Pensões e pela Caixa Geral de Aposentações.

Já para as pensões abrangidas, são então definidos os limites mínimos:

  • O valor da atualização das pensões entre 291,48 euros e 960,86 euros não pode ser inferior a 9,93 euros;
  • O valor da atualização das pensões entre 960,86 e 2.882,58 euros não pode ser inferior a 34,30 euros;
  • O valor da atualização das pensões entre 2.882,58 e 5.765,16 euros não pode ser inferior a 102,91 euros.

Nesta portaria são ainda determinadas as atualizações das pensões de outros regimes de Segurança Social, como por exemplo do regime especial das atividades agrícolas, as pensões dos antigos fundos de reforma dos pescadores, as pensões do regime não contributivo e ainda os subsídios complementares.

Nas prestações complementares, é de destacar o complemento de pensão por cônjuge a cargo, que é fixado em 42,34 euros “sem prejuízo de valores superiores que estejam a ser atribuídos”, e o complemento extraordinário de solidariedade, que é de 20,18 euros para os titulares de prestações com menos de 70 anos, e de 40,36 euros para os que tenham ou venham a completar 70 anos.

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Euribor a três, seis e 12 meses voltam a subir para novos máximos desde 2008

  • Lusa
  • 23 Junho 2023

As três taxas Euribor, usadas no cálculo da prestação da casa, continuaram a subir esta sexta-feira e renovaram máximos desde o final de 2008.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses voltaram a subir esta sexta-feira para novos máximos desde novembro de 2008.

  • A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu, pela sexta sessão consecutiva para um novo máximo desde novembro de 2008, ao ser fixada em 4,147%, mais 0,036 pontos do que na quinta-feira. Segundo dados de março de 2023 do Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses representava 41% do ‘stock’ de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 33,7% e 22,9%, respetivamente. A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 3,757% em abril para 3,862% em maio, mais 0,103 pontos.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo a 6 de junho de 2022, também avançou hoje para um novo máximo desde novembro de 2008, fixado-se em 3,933%, mais 0,026 pontos. A média da Euribor a seis meses subiu de 3,516% em abril para 3,682% em maio, mais 0,166 pontos.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses subiu também um novo máximo desde novembro de 2008, ao ser fixada em 3,610%, mais 0,010 pontos. A média da Euribor a três meses subiu de 3,179% em abril para 3,372% em maio, ou seja, um acréscimo de 0,193 pontos percentuais.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, realizada em 15 de junho, o BCE voltou a subir, pela oitava reunião consecutiva, mas como em 04 de maio em apenas 25 pontos base, as taxas de juro diretoras, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 02 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.

Em 21 de julho de 2022, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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As 25 marcas portuguesas mais valiosas, segundo a Brand Finance

O valor combinado das 25 principais marcas de Portugal ascende a 12,6 mil milhões de euros, o que é 22% superior ao registado em 2021. A Fidelidade (8.º) e a Brisa (19.º) são as novas entradas.

A EDP (valor de marca de 2,4 mil milhões de euros) é a marca mais valiosa de Portugal, seguida no pódio pela Galp Energia (2 mil milhões de euros) e Pingo Doce (1,2 mil milhões de euros). Embora mantendo-se líder, o valor da EDP desceu 4% face a 2022, enquanto os valores da Galp e do Pingo Doce cresceram 40% e 53%, respetivamente, de acordo com o relatório anual “Portugal 25 2023” divulgado pela Brand Finance.

A completar o top 10 do ranking de marcas mais valiosas, segue-se o Millennium BCP, a Caixa Geral de Depósitos, o Continente, a Meo, a Fidelidade, a Nos e a Super Bock.

O valor combinado das 25 principais marcas de Portugal ascende a 12,6 mil milhões de euros, naquele que é um valor 22% superior ao registado em 2021. A Fidelidade (que ocupou a oitava posição) e a Brisa (na 19.ª) são as novas entradas no ranking.

“O valor da marca é entendido como o benefício económico líquido que o proprietário de uma marca obteria se a licenciasse no mercado aberto. A força da marca é a eficácia do desempenho de uma marca em termos de medidas intangíveis relativamente aos seus concorrentes”, explica-se em nota de imprensa.

Já a retalhista Ara surge como a marca com maior crescimento (+68%), seguida do Pingo Doce (53%), Grupo Pestana (50%), Recheio (43%) e Galp (40%).

Em termos de força de marca – numa avaliação que tem em conta o investimento em marketing, o capital das partes interessadas e o desempenho comercial – a Nos (83,9) é a marca mais forte, seguida pela Meo (83,6) e pela Sagres (82).

Seguem-se o Pingo Doce, a Caixa Geral de Depósitos, a EDP, o Millennium BCP, a Super Bock, o Continente e a Galp.

A EDP volta a figurar no topo de um ranking do relatório, neste caso relativamente ao valor de perceção de sustentabilidade, no qual é avaliado o papel da sustentabilidade na formação de uma reputação positiva da marca.

No segundo lugar deste ranking aparece a Galp, seguida pelo Millennium BCP. O top 10 é composto ainda, por esta ordem, pelas marcas Meo, Nos, Caixa Geral de Depósitos, Altice, TAP, REN e Banco Montepio.

“À medida que o mundo se volta cada vez mais para fontes de energia limpas, a indústria do petróleo e do gás enfrenta o desafio crítico de equilibrar a rentabilidade a curto prazo com a viabilidade a longo prazo. Com isto em mente, a EDP surge como a marca mais valiosa com o maior valor de perceção de sustentabilidade”, refere Pilar Alonso Ulloa, directora-geral da Península Ibérica (Espanha, Portugal) e América do Sul da Brand Finance, citada em comunicado.

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60% das empresas portuguesas não tem plano de ação climático

Apesar da falta de planos de ação, 54% das empresas dizem já ter definido metas de redução de emissões, embora só 22% estejam comprometidas com a neutralidade carbónica, revela a PwC.

Seis em cada dez empresas portuguesas assumem não ter um plano de ação para a redução de emissões e/ou para o cumprimento das suas metas climáticas, indica um estudo da PwC.

A consultora considera a percentagem de empresas sem planos de ação para o clima “preocupante”, lê-se no documento de apresentação do NetZero Survey Portugal. Este estudo inquiriu 50 executivos portugueses, em representação de empresas de vários setores económicos, mas onde predomina o setor bancário — 48% destas empresas são de grande dimensão e têm mais de 500 colaboradores.

O mesmo inquérito aponta que 66% das empresas não só têm as alterações climáticas na sua agenda como as consideram prioritárias, e estão mesmo a analisá-las. 32% fazem apenas um “acompanhamento” do tema e 2% não veem as alterações climáticas como um assunto relevante.

Apesar da falta de planos de ação, 54% das empresas dizem já ter definido metas de redução de emissões, embora só 22% estejam para já comprometidas com a neutralidade carbónica. Seja qual for o tipo de meta, a maioria espera alcançá-la em 2030. Apenas no caso da redução das emissões absolutas e da neutralidade carbónica são registadas empresas que têm como horizonte temporal o ano limite de 2050.

Para responder à preocupação de redução de emissões, 84% das empresas indicaram a eficiência energética como principal medida que estão a aplicar, seguida de muito perto pelas energias renováveis (82%).

Quando confrontadas com a questão de qual o principal impacto que as alterações climáticas podem ter na sua atividade, as empresas preocupam-se sobretudo com a disponibilidade de recursos (66%). Numa análise paralela, que é referida neste estudo, a PwC conclui que “55% do PIB global está dependente da natureza de forma moderada ou elevada”.

Riscos climáticos considerados mas pouco aprofundados

76% das empresas portuguesas já avaliaram os riscos climáticos e as oportunidades que estes representam, embora apenas 42% os tenham quantificado. As restantes 34% fazem uma avaliação “qualitativa” e outras 18% garantem ter uma avaliação prevista, embora por concretizar.

“As empresas começam a estar conscientes dos riscos atuais e potenciais das alterações climáticas, e de que os mesmos são aplicáveis independentemente da atividade desenvolvida ou do setor de atuação”, diz o relatório. Mas “existe ainda um longo caminho a percorrer no que toca a este tema e o desafio passa pela integração desta natureza de riscos nos processos atuais de gestão de risco das empresas”, afere a consultora no documento. Os riscos climáticos englobam tanto riscos mais diretos, que a PwC classifica como “físicos” – decorrentes de fenómenos naturais – como os riscos “de transição”, que se dividem em riscos regulamentares, de mercado, tecnológicos ou reputacionais.

Em paralelo, em 2021, a consultora estimou que 79% dos investidores incluem na sua tomada de decisão a gestão dos riscos ESG (ambientais, sociais e de governança).

“Um maior escrutínio dos investidores, as novas obrigações regulatórias, os índices ESG e as alterações nas expectativas dos consumidores representam novas pressões enfrentadas pelas empresas para medir e comunicar as suas iniciativas de sustentabilidade”, identifica o estudo. Nesse sentido, 60% das empresas inquiridas divulgam informação acerca da sua estratégia e desempenho na área do carbono e, fazem-no, principalmente, através de um relatório de sustentabilidade (83%).

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Riqueza das famílias portuguesas continua concentrada em betão

Mais de 62% do património líquido dos agregados familiares está alocado em ativos imobiliários. É o valor mais elevado dos últimos dez anos. Seguem-se os depósitos e só depois as ações.

Os portugueses continuam a alocar a maioria do seu património à habitação. Atualmente, 62% do património líquido das famílias está concentrado em imobiliário (particularmente na habitação onde residem). É o valor mais elevado dos últimos dez anos e há sete que esta percentagem apresenta uma dinâmica de crescimento contínuo.

Os portugueses gostam de ter casa. É uma questão financeira (o mercado de arrendamento continua a ter muitos problemas), mas é sobretudo uma questão cultural, que se reflete na composição da riqueza das famílias.

Segundo os resultados do Censos de 2021, a maioria das famílias, cerca de 70%, é proprietária ou coproprietária do imóvel onde vive. E segundo o Inquérito à Situação Financeira das Famílias realizado em 2020, 63,5% das famílias que arrendam a casa em que habitam preferiam ter comprado e só não o fizeram por não terem condições financeiras.

Atualmente, os cerca de 4,1 milhões de agregados familiares apresentam, em média, um património imobiliário de cerca de 120 mil euros (quase o dobro do que tinham em 1999) e um património financeiro de 116 mil euros. Estes números traduzem-se num património líquido de mais de 193 mil euros, de acordo com cálculos do ECO com base nas mais recentes séries longas do património das famílias (1980-2022) publicadas pelo Banco de Portugal no boletim económico de junho.

Esta realidade não é inteiramente nova. Em outubro de 2021, de um trabalho académico publicado por Sónia Costa, Luísa Farinha, Luís Martins e Renata Mesquita, todos eles economistas do Banco de Portugal, resultou a conclusão de que “a residência principal pesa quase 50% do total de ativos e os outros imóveis quase 20%” na composição da riqueza dos portugueses.

Nos últimos anos, a adoração por betão por parte das famílias deu frutos. Como resultado do bom momento do mercado imobiliário, particularmente após 2013, o património imobiliário das famílias cresceu a um ritmo médio anual de 4,4% ao longo da última década, sendo o maior responsável pelo aumento de 54% da riqueza dos agregados familiares entre 2012 e 2022.

Apesar desta evolução, a riqueza das famílias portuguesas ainda está muito longe da realidade europeia. “A riqueza média ou mediana das famílias em Portugal é cerca de 30% inferior à da área do euro”, concluem os quatro economistas no mesmo paper. Segundo os investigadores, “a riqueza média é menor em Portugal principalmente porque os valores médios da maior parte dos ativos [sobretudo imóveis] para as famílias que os possuem são muito inferiores” quando comparados com os europeus.

Esta realidade vai ao encontro das conclusões de um estudo de Edward Wolf, um dos maiores especialistas mundiais em economia da riqueza, que revela que as pessoas mais abastadas (em grande medida aquelas que enriqueceram a trabalhar e não por heranças) têm menos dinheiro investido em ativos imobiliários relativamente a capital investido em ações e em outros ativos financeiros.

Os dados do Banco de Portugal mostram, por exemplo, que a seguir ao betão, as preferências das famílias portuguesas recaem nos depósitos bancários ou produtos semelhantes, como Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro, ativos em que quase 30% da sua riqueza líquida está aplicada. Segundo cálculos do ECO, as 4,1 milhões de famílias têm atualmente aplicado em depósitos bancários ou produtos equivalentes, em média, 56,6 mil euros.

Apenas considerando o património financeiro, 49% dos ativos dos agregados familiares estão atualmente aplicados em depósitos ou produtos semelhantes, cerca de 5,9 pontos percentuais acima do peso registado há dez anos. Só depois surgem os investimentos acionistas, com um montante médio de 35,7 mil euros, cera de 31% do património financeiro.

“As famílias acumularam poupanças significativas desde o início da pandemia”, refere o Banco de Portugal em resposta a questões do ECO, sublinhando ainda que “no período da pandemia, esta evolução refletiu parcialmente uma poupança involuntária decorrente das limitações ao consumo, que influenciou a evolução dos depósitos”.

Na composição do património financeiro das famílias destaca-se ainda a exposição a seguros e a produtos comercializados pelas seguradoras, que foram os únicos ativos financeiros a perderem espaço no portefólio das famílias nos últimos dez anos: se em 2013 pesava 17% na carteira, no final do ano passado tinham uma representação de 12,9%, o valor mais baixo desde a adesão de Portugal ao Euro.

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Os investimentos alternativos estão a tornar-se populares?

  • BRANDS' ECO
  • 23 Junho 2023

No próximo dia 29 de junho, vai acontecer uma conferência na Fintech House, promovida pela iCapital, com o tema "Os investimentos alternativos estão a tornar-se populares?".

Os investimentos alternativos estão a tornar-se populares?” é o tema da Fintech House, promovida pela iCapital, que irá acontecer no dia 29 de junho, em Lisboa.

No debate, um painel de especialistas vai analisar a crescente popularidade dos investimentos alternativos, bem como o potencial destes. Além disso, será ainda analisado se estes investimentos estão realmente a entrar na corrente dominante.

O evento, que decorrerá das 10 horas às 11h30, terá como oradores Marcos Soares Ribeiro, President CFA Society Portugal; Eileen Duff, Managing Partner iCapital; Stephan Morais, Managing General Partner Indico Capital Partners; Karim Leguel, Head of Specialist Sales, Fidelity International; e Valdemar Duarte, General Manager, Ageas Pensões Portugal.

Todos os oradores participarão numa mesa redonda, das 10h15 às 11 horas, seguida de um espaço de networking.

A conferência destina-se a qualquer tipo de investidor, quer sejam experientes, quer estejam a começar. Todos os interessados em participar no evento devem registar-se aqui.

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Supremo Tribunal de Justiça rejeita recurso de José Sócrates

  • ECO
  • 23 Junho 2023

No recurso em causa, Sócrates pedia o afastamento de um coletivo de juízes do Tribunal da Relação a quem foi distribuído outro recurso do ex-primeiro-ministro.

O Supremo Tribunal de Justiça rejeitou o recurso de Sócrates que pedia o afastamento de um coletivo de juízes do Tribunal da Relação a quem foi distribuído outro recurso do ex-primeiro-ministro, avança a Sic Notícias. A defesa do ex-primeiro ministro alegava uma violação das regras de distribuição. Ainda assim, o STJ considerou que o pedido era “manifestamente infundado”.

Na quinta-feira, José Sócrates viu outro recurso negado que levou a que continue a apresentar-se quinzenalmente na esquadra da sua área de residência. O antigo primeiro-ministro tinha interposto um recurso à decisão da juíza Margarida Alves sobre as medidas de coação no âmbito do processo separado da Operação Marquês.

Sócrates foi acusado no processo Operação Marquês pelo Ministério Público, em 2017, de 31 crimes, designadamente corrupção passiva, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal, mas na decisão instrutória, em 9 de abril de 2021, o juiz Ivo Rosa decidiu ilibar Sócrates de 25 dos 31 crimes, pronunciando-o para julgamento por três crimes de branqueamento de capitais e três de falsificação de documentos.

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Governo prepara aumentos de 8% para quase 100 mil trabalhadores do privado. Patrões estão “perplexos”

  • ECO
  • 23 Junho 2023

Além dos salários, o projeto de portaria prevê ainda uma subida de 10% no valor do subsídio de refeição, para seis euros. em causa estão trabalhadores não abrangidos por negociação coletiva.

Oito ministros assinaram um projeto de portaria que dita aumentos retroativos a abril de 7,8% e 8,1% para 94 mil administrativos do setor privado, avança o Jornal de Negócios (acesso pago), esta sexta-feira.

Diretor de serviços, analista de informática, tesoureiro e técnico de recursos humanos estão entre as profissões que podem ser abrangidas pelas subidas nominais, porque não estão cobertos por negociação coletiva. A nova grelha salarial varia entre 760 euros e 1.207 euros, à qual acresce ainda uma subida de 10% no valor do subsídio de refeição, para seis euros por cada dia efetivamente trabalhado.

A portaria só entra em vigor quando sair em Diário da República (DR), mas o aviso que revela o seu conteúdo foi publicado em Boletim do Trabalho e Emprego (BTE) no início do mês. Para a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), o aumento proposto de 7,8% — em linha com a taxa de inflação do ano passado — é excessivo e sugere 5,1%, o referencial do acordo de rendimentos que é a bitola seguida para a atualização dos escalões de IRS. “O aviso também acaba por se aplicar a algumas entidades associativas do terceiro setor, que não têm lógica de mercado”, disse ao Jornal de Negócios a secretária-geral da CCP. Ana Vieira recordou ainda que “o Governo sempre disse que tem de haver alguma atenção à inflação e uma forma de controlar a inflação é pelas políticas de salariais”.

João Vieira Lopes, presidente da CCP, defende ainda que a medida é “absurda” e “completamente desproporcionada”. “Parece-nos que, neste momento, não faz muito sentido. Primeiro porque o acordo de concertação social feito no ano passado está focado no valor mínimo de 5,1%. E, por outro lado, grande parte dos trabalhadores abrangidos por esta portaria são de instituições sem fins lucrativos. A maior parte delas nem sequer tem capacidade financeira para fazer aumentos deste tipo. Portanto, consideramos que isto é exagero. Uma postura excessiva do Governo”, justifica Vieira Lopes em declarações emitidas pela RTP3.

Além disso, completou o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), como esta medida se aplica sobretudo a empresas do terceiro setor, estas não pagam IRC, por isso, não faz sentido argumentar que os empregadores serão compensados por essa via, sublinhou Armindo Monteiro, em declarações à RTP3.

Assumindo-se “completamente perplexo”, Armindo Monteiro confessa que nunca tinha visto uma portaria com efeitos retroativos. “Há aqui alguma deriva. E perturba-nos porque é feito por oito ministérios”, conclui. Também por isso, João Vieira Lopes adianta que a CCP já contestou a medida juridicamente.

“Se criámos um aumento de 5,1% e ele foi aplicado, qual é a razão para agora, passados poucos meses, se aumentar de forma unilateral? Se o objetivo é que haja contratação coletiva, não se pode atribuir um aumento maior para onde ela não existe“, continua o presidente da CIP.

Já a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) acusa o Governo de atrasar a publicação desta portaria. “Há muitos anos que o Governo atrasa sucessivamente a publicação desta portaria”, refere Andrea Araújo, da comissão executiva da CGTP. E acrescenta: além disso, “não tem em consideração, num ano tão difícil para os trabalhadores e para as suas famílias, aquilo que é o aumento do custo de vida, o aumento das rendas, das taxas de juro…”.

Andrea Araújo, também em declarações à RTP3, considera que os aumentos de 8% são “insuficientes” e defende um “aumento mínimo de 100 euros”. “Se os trabalhadores tiverem apenas aumentos na ordem dos 20 e poucos euros, estão a perder rendimento”, considera, acrescentando que o Governo está a “proteger as empresas”.

(Notícia atualizada pela última vez com as declarações de Armindo Monteiro às 12h27)

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Nutrium do Minho alimenta-se com dois milhões antes da série A

Tecnológica fundada em 2015 na Universidade do Minho vai exportar programa de nutrição e bem-estar para os mercados de Espanha e Brasil.

A Nutrium levantou dois milhões de euros numa ronda de investimento bridge para Série A. Com esta injeção de capital, a startup do Minho quer expandir a sua nova solução de bem-estar corporativo na área de nutrição para Espanha e Brasil. A ronda foi liderada pela Lince Capital, com a participação da M4 Ventures e da Primavera.

“É com alegria que nos juntamos à Lince Capital e M4 Ventures nesta missão, para podermos chegar às empresas mais inovadoras do Mundo, aumentar o awareness para a importância da nutrição e levá-la a cada vez mais pessoas”, revela André Santos, CEO da Nutrium, citado em comunicado. “O nosso objetivo é que toda a gente no mundo tenha acesso a nutrição personalizada, e este é sem dúvida um grande passo nessa direção.”

Fundadores da Nutrium

A startup do Minho, fundada em 2014, criou um software focado no setor da nutrição clínica, permitir aproximar os nutricionistas dos pacientes: o nutricionista pode entregar os planos alimentares e recomendações em papel e acompanhar os pacientes em tempo real, mesmo entre consultas.

Recentemente, começou a oferecer o Nutrium Care, uma solução de bem-estar para empresas, para que possam melhorar a saúde dos seus colaboradores através de uma intervenção nutricional preventiva. O programa surgiu em Portugal e “encontra-se agora em fase de expansão para Espanha e Brasil.”

“A equipa de gestão altamente qualificada, aliada à proposta de valor num setor que tem um grande potencial de crescimento em termos de digitalização, deixam-nos bastante confiantes no crescimento e sucesso da Nutrium,” sublinha Tomás Lavin Peixe, partner da Lince Capital, citado em comunicado. “Relativamente ao Nutrium Care, estamos muito entusiasmados com esta nova vertente da Nutrium, que permite às empresas aderentes fomentarem um estilo de vida mais saudável dos seus colaboradores, o que naturalmente promove um aumento da produtividade, satisfação, e retenção das pessoas”.

Mais de 250 mil nutricionistas em mais de 90 países, com maior prevalência no Brasil, Espanha, França, Itália e Portugal, já estão a usar o software da Nutrium.

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