“Justiça passou uma linha que não devia ter passado”, diz líder parlamentar do PSD
O presidente do grupo parlamentar do PSD juntou-se às críticas do seu partido às buscas na sede e na casa de Rui Rio. "Nós não podemos continuar com esta Justiça", afirma.
O presidente do grupo parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, considera que a justiça foi longe de mais com as buscas à sede do partido e ao antigo líder Rui Rio, por suspeitas de peculato e abuso de poder.
“Temos de fazer aqui uma reflexão, porque não estamos já só a falar da Justiça a investigar casos de eventual ilícito ou crime. A Justiça aqui passou uma linha que, manifestamente, não devia ter passado”, considerou o social-democrata em entrevista ao Jornal de Noticias e à TSF.
“Aquilo que nos choca em todas estas situações é que as pessoas continuam a ser julgadas na praça pública. O dr. Rui Rio, durante os anos em que foi líder, foi bastante crítico dessa forma de atuar da Justiça”, assinalou o líder Parlamentar. “Nós não podemos continuar com esta Justiça”, declarou.
A Polícia Judiciária (PJ) realizou na quarta-feira buscas na sede nacional do PSD, na sede da distrital do Porto e em casa do antigo presidente social-democrata Rui Rio, por suspeitas de peculato e abuso de poder. A Polícia Judiciária mobilizou cerca de 100 inspetores e peritos para a operação. Em causa está a alegada utilização de verbas da Assembleia da República, destinadas ao pagamento de assessores parlamentares, para pagar a funcionários do partido entre 2018 e 2022.
Joaquim Miranda Sarmento defendeu a legalidade do procedimento do partido, que é comum a outras forças políticas. “A verba é para os partidos usarem na sua ação política. Ora, o grupo parlamentar é um órgão estatutário do PSD e, mais, as contas do grupo parlamentar consolidam nas contas do PSD”, defendeu.
“Uma coisa são as investigações judiciais sobre suspeitas de ilícitos ou de crimes cometidos por titulares de cargos públicos (….). Outra coisa é esta matéria, em que a Justiça quer interferir na forma de funcionamento interno dos partidos e, nas suas buscas, recolhe informação que vai para lá daquilo que são os casos em investigação”, argumentou Joaquim Miranda Sarmento.
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