Mota-Engil aumenta lucros em 154% após receitas recorde no primeiro semestre

Mota-Engil lucrou quase 30 milhões de euros até junho e o volume de negócios nunca tinha sido tão elevado num primeiro semestre. A carteira de encomendas também está em níveis recorde.

A construtora Mota-Engil EGL 0,74% lucrou 29,8 milhões de euros nos seis meses até junho, um aumento superior a 154% se for comparado com o primeiro semestre do ano passado. Esta melhoria deu-se num período em que o volume de negócios cresceu quase 89%, atingindo um recorde para um primeiro semestre devido à execução da “elevada” carteira de encomendas.

Cotação das ações da Mota-Engil em Lisboa

A informação foi divulgada pela Mota-Engil na última madrugada, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Nele, o grupo liderado por Carlos Mota Santos indica ter gerado um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) no primeiro semestre de 352,3 milhões de euros, uma melhoria de mais de 70% em termos homólogos.

O aumento do EBITDA resulta da “normalização do preço de alguns fatores produtivos, dos elevados níveis de produção entretanto atingidos e do arranque de alguns projetos relevantes” durante o primeiro semestre deste ano, explica o grupo. A margem de EBITDA atingiu 14%.

Entre janeiro e junho, a construtora alcançou 2,56 mil milhões de euros em vendas e prestações de serviços, “o valor mais alto de sempre nos primeiros seis meses de um ano”, segundo a Mota-Engil. O crescimento resultou, entre outros fatores, “da execução da elevada carteira de encomendas angariadas, quer no período, quer em períodos anteriores, e de um maior foco nos mercados core“, designadamente, a engenharia e construção na América Latina e em África.

Em detalhe, o mercado da América Latina foi o que “mais contribuiu para o volume de negócios do grupo” no primeiro semestre, representando mais de metade (52%) do mesmo, após um crescimento de 208% no período. Seguiu-se África (com um peso de 26% e a crescer 50%) e o mercado europeu (que pesou 11% e cresceu 16%). A atividade de engenharia e construção representou 90% do volume de negócios da Mota-Engil, mais sete pontos percentuais face ao primeiro semestre de 2022.

Carteira de encomendas em nível recorde

No final do semestre, a carteira de encomendas da Mota-Engil representava 12,6 mil milhões de euros, “não obstante o volume de negócios gerado e o consequente consumo ocorrido no semestre”. Trata-se, também, de “um valor recorde com um crescimento de 0,4% face a 31 de dezembro de 2022”.

Até junho, a construtora tinha investido cerca de 187 milhões de euros, mais 79 milhões do que no ano passado. Destaca-se o investimento de 41 milhões afeto a “contratos de médio e longo prazo, nomeadamente na Costa do Marfim, em Moçambique e na Guiné-Conacri”; cerca de 54 milhões à atividade na Nigéria, em Angola e no México; e outros 52 milhões “afetos à execução do plano de investimentos definido para as empresas concessionárias da EGF [Empresa Geral de Fomento]”, segundo a informação divulgada esta segunda-feira.

No passado dia 30 de junho, a dívida líquida da Mota-Engil era de 1.359 milhões de euros, um aumento de 419 milhões face ao final de 2022. Este agravamento é explicado “pelas maiores necessidades de fundo de maneio resultantes dos elevados níveis de produção atingidos no semestre”.

Mota-Engil mais otimista

Carlos Mota Santos está mais otimista quanto ao ano de 2023, tendo revisto em alta o volume de negócios este ano para cinco mil milhões de euros, ainda segundo informação comunicada esta segunda-feira.

A empresa espera uma margem de EBITDA “alinhada com níveis históricos”, um investimento estimado em linha com 2022 e “a continuação do reforço da estrutura de capital com a dívida controlada”, refere no relatório aos investidores.

Esta quinta-feira, a Mota-Engil reviu ainda as perspetivas para 2026, esperando agora um volume de negócios superior a seis mil milhões de euros nesse ano, com um EBITDA de 955 milhões de euros e lucros de 180 milhões. Para comparação, no ano passado, a empresa lucrou 41 milhões de euros.

A Mota-Engil tem tido um ano forte na bolsa de Lisboa. Desde o começo de 2023, o preço das ações do grupo mais do que duplicou, tendo valorizado quase 136%. É, de longe, a cotada com o melhor desempenho este ano no principal índice da praça portuguesa, o PSI.

(Notícia atualizada pela última vez às 7h47)

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