Costa antecipa que paragem na Autoeuropa terá efeitos negativos no PIB
O primeiro-ministro antecipou, numa conferência no Chile, que a suspensão da atividade na fábrica da Autoeuropa terá um impacto negativo no produto e nas exportações nacionais.
O primeiro-ministro antecipou este domingo que a suspensão da atividade na fábrica da Autoeuropa terá um impacto negativo no produto e nas exportações nacionais, salientando tanto os sucessivos choques económicos no mundo, como a crescente interdependência. Esta posição foi transmitida por António Costa no final de um almoço com empresários nacionais investidores no Chile, depois de questionado sobre as perspetivas de estagnação e até de recessão em alguns Estados-membros da União Europeia (UE).
“Estamos a assistir a choques sucessivos e o mundo tem aguentado bastante melhor do que aguentou no passado. Nas economias europeias, só agora algumas começaram a entrar em situação de estagnação ou até de recessão. Portugal, felizmente, não está ainda em nenhuma dessas situações — e esperemos não vir a estar“, declarou. Logo a seguir, o primeiro-ministro observou que as economias estão muito interligadas e deu então como exemplo o facto de uma cheia na Eslovénia ter privado a Autoeuropa de peças fundamentais para a sua laboração. “Terá de interromper a sua laboração durante dois meses. Dois meses de interrupção de laboração na Autoeuropa terão um peso enorme no crescimento do nosso produto [interno bruto, PIB] e nas nossas exportações“, frisou.
Uma situação que, segundo António Costa, resulta “obviamente da interdependência que existe e de fatores absolutamente externos”. “Não tem a ver com a situação de Portugal, nem com a fábrica em Palmela, mas com as cheias na Eslovénia. Podia ter acontecido o inverso“, referiu.
O líder do executivo indicou que há muitas das fábricas portuguesas que produzem componentes para a indústria automóvel. “Creio que hoje não há nenhum carro em circulação na Europa que não tenha pelo menos uma peça produzida em Portugal. Essas fábricas portuguesas podiam ter paralisado fábricas em outros países em resultado de uma cheia em Portugal”, completou.
De acordo com o primeiro-ministro, está a viver-se um momento “muito desafiante” no plano económico. “Mas o mais importante é que os responsáveis económicos vão alinhando posições de forma a que nos ajudemos todos mutuamente, tendo em vista sairmos desta sucessão de choques de grande impacto da melhor forma“, acrescentou.
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