Ex-CEO da Doyen diz que pena de Rui Pinto “podia ter sido mais severa”
"O tribunal acolheu na sua plenitude a nossa versão dos factos. Foi punido e muito bem, acho que podia ter sido uma pena mais severa, mas foi o que o tribunal entendeu", afirmou Nélio Lucas.
O ex-CEO do fundo de investimento Doyen considerou esta segunda-feira que a pena suspensa de quatro anos de prisão aplicada a Rui Pinto no julgamento do processo Football Leaks “podia ter sido mais severa”.
“Durante muito tempo muita gente colocou em causa aquilo que dizíamos e que, efetivamente, houve tentativa de extorsão e não foi conseguida, porque nós também nunca tivemos intenção de pagar. Queríamos procurar os criminosos e levá-los à justiça. O tribunal acolheu na sua plenitude a nossa versão dos factos. Foi punido e muito bem, acho que podia ter sido uma pena mais severa, mas foi o que o tribunal entendeu”, afirmou Nélio Lucas.
Para o antigo diretor executivo da Doyen Sports Investment, que viu o tribunal considerar como provada a tentativa de extorsão por parte dos arguidos Rui Pinto e Aníbal Pinto, o arrependimento manifestado no julgamento pelo criador do Football Leaks foi apenas instrumental e que Rui Pinto sabia estar a cometer um crime ao exigir dinheiro para o fim das publicações de informações confidenciais da Doyen.
“Ele próprio admitiu que se arrependeu, porque a vida dele estava numa trapalhada, portanto, é o arrependimento que mais jeito lhe dá. Ele sabia bem ao que ia, aquilo que fez, foi aconselhado por alguém que deveria saber ainda mais do que ele, alguém que acabou por ser punido também. A justiça foi feita e fico muito feliz por isso”, sintetizou aos jornalistas à saída do Juízo Central Criminal de Lisboa, onde assistiu à leitura do acórdão.
Rui Pinto foi condenado a uma pena única de quatro anos de prisão, suspensa na execução. O tribunal considerou o criador do Football Leaks culpado dos crimes de tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen, de três crimes de violação de correspondência agravado aos advogados João Medeiros, Rui Costa Pereira e Inês Almeida Costa e cinco de acesso ilegítimo a Doyen, Sporting, Federação Portuguesa de Futebol, sociedade de advogados PLMJ e Procuradoria-Geral da República.
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