Investimento de fundos nacionais em startups cresce 42% e bate recorde
O montante aplicado em startups por fundos de capital de risco nacionais aumentou 42% em 2022 para mais de 1,2 mil milhões de euros. Foi o valor mais elevado de sempre.
Os fundos de investimento que apostam no ecossistema de startups tiveram um ano de 2022 histórico. De acordo com dados do Relatório sobre a Atividade de Capital de Risco 2022, publicado na quarta-feira, o investimento destes instrumentos através das fases de seed capital, startup ou early stage aumentou 42% em 2022 para 1.212 milhões de euros.
Segundo os dados da indústria publicados anualmente pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os valores alcançados no ano passado foram os mais elevados de sempre, alcançando um valor equivalente a quase o dobro da média anual dos cinco anos anteriores.
A forte onda investidora registada em 2022 por parte dos fundos nacionais no ecossistema de startups é espelhada nas contas da generalidade das sociedades de capital de risco, a começar pela estatal Portugal Ventures.
Segundo o relatório e contas de 2022 da Portugal Ventures, o montante global de investimento realizado pelos seus fundos de capital de risco no ano passado foi de 18,6 milhões de euros, cerca de 52,5% acima dos 12,2 milhões de euros registados em 2021. Só em 2015 e 2020, o investimento realizado pela Portugal Ventures atingiu valores superiores aos números de 2022.
Segundo as contas da Portugal Ventures, 48% dos 18,6 milhões de euros foram investidos em 17 novas empresas em operações de seed investment e 53% foi aplicado em operações de reforço de investimento em 21 empresas já participadas pelos fundos.
Estes números históricos por parte dos fundos de venture capital contrastam com uma queda de 41% do montante levantado por startups nacionais em 2022, num montante equivalente a 839 milhões de euros, segundo estimativas da Armilar Venture Partners, uma sociedade de capital de risco que conta no seu portefólio com investimentos realizados em empresas como a Outsystems, Feedzai e Codacy.
“Depois de um ano recorde em 2021, 2022 foi marcado por uma contração do mercado internacional devido à subida das taxas de juro e consequente redução da valorização das empresas tecnológicas nos mercados públicos”, refere a Armilar Venture Partners numa apresentação realizada em março de 2023.
Os dados divulgados na quarta-feira pela CMVM mostram também que, com base na informação prestada pelas respetivas entidades gestoras, contavam-se 113 fundos de capital de risco nacionais que seguiam uma política e uma estratégia de investimento em venture capital no final do ano. Em 2021, eram 98 os fundos com estas características.
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