Nacionalistas Galegos recusam passar “cheque em branco” a Sanchez para formar Governo
A porta-voz nacional do Bloco Nacionalista Galego (BNG), Ana Pontón, recusa passar “um cheque em branco” para a posse de Pedro Sánchez, que só apoiará se forem atendidas as suas reivindicações.
A porta-voz nacional do Bloco Nacionalista Galego (BNG), Ana Pontón, recusa passar “um cheque em branco” para a posse de Pedro Sánchez, que só apoiará se forem atendidas as suas reivindicações.
Em discurso citado pela agência Efe, Ana Pontón dirigiu-se ao PSOE e alertou que não haverá “cheque em branco” para a posse de Pedro Sánchez, embora tenha declarado que se o PSOE quiser a votação do seu deputado no Congresso deve conquistá-lo “cumprindo com a Galiza”.
“Com a Galiza tudo, sem a Galiza nada”, declarou a líder do BNG aos responsáveis institucionais, durante um encontro convocado para analisar a situação política num contexto marcado pela formação do Governo do Estado e em que “há muita coisa em jogo”, designadamente o financiamento regional ou o modelo territorial.
Neste contexto, o BNG assume que não apoiará a posse de Alberto Núñez Feijóo, porque “na Galiza conhecem o desastre das suas políticas”, que deixaram o país “pior”, com “menos cuidados de saúde, menos indústria, menos jovens e menos serviços públicos”. Para a líder do BNG, um governo alternativo à direita “terá de ter em conta a agenda galega” se quiser o apoio do BNG da Galiza.
Pontón destacou a importância das negociações do BNG que, diz, já alcançaram marcos históricos como a “redução das portagens na AP-9 e o início da dragagem da Ria de O Burgo ou a eletrificação do comboio entre Lugo e Ourense”. Pontón denunciou ainda “a subserviência” do presidente do governo regional da Galiza, Alfonso Rueda, que diz estar a atuar como um “peão” da estratégia de crise que dita Alberto Núñez Feijóo (PP).
Alfonso Rueda tornou-se presidente do governo da Galiza em maio de 2022 e foi o sucessor, de forma antecipada, de Feijóo, chamado a tornar-se chefe do Partido Popular (PP).
Numa entrevista recente ao jornal Expresso, Alfonso Rueda defendeu o direito do PP de fazer pactos com a extrema-direita noutras partes de Espanha e, se for caso disso, para formar o próximo Governo central.
Espanha colocou na agenda do Conselho da União Europeia, a que preside este semestre, o uso do basco, catalão e galego nas instituições europeias, como pedem os independentistas que têm o poder de viabilizar o novo governo do país.
O governo espanhol, liderado pelo Partido Socialista (PSOE), apresentou formalmente o pedido do reconhecimento dos três idiomas como línguas europeias em 17 de agosto.
Nesse dia, os socialistas conseguiram ficar com a presidência do parlamento de Espanha, na sequência das eleições legislativas de 23 de julho, graças aos votos dos deputados de partidos nacionalistas e independentistas da Catalunha, da Galiza e do País Basco, de que também precisam para a recondução de Pedro Sánchez como primeiro-ministro.
A formalização do pedido de reconhecimento das três “línguas co-oficais” espanholas nas instituições europeias foi uma exigência dos partidos independentistas, em especial, os catalães, para dar a presidência do parlamento ao PSOE.
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