Patrões receberam com “enorme preocupação” previsões do Conselho de Finanças Públicas
A CIP diz que existe uma “urgência” em concretizar, por parte do Governo, “sem mais perdas de tempo, novas políticas públicas realmente viradas para o investimento e a promoção da economia”.
A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) disse esta sexta-feira que recebeu “com enorme preocupação” as previsões do Conselho das Finanças Públicas (CFP) para a economia portuguesa este ano, pedindo ao Governo que concretize “novas políticas públicas”.
Em comunicado, a CIP disse que “recebeu com enorme preocupação as previsões avançadas pelo Conselho das Finanças Públicas”. “Apesar de o CFP prever que a economia portuguesa este ano vai crescer 2,2%, trata-se de uma estimativa mais pessimista do que as divulgadas, no início do verão, pelo Banco de Portugal, OCDE e FMI”, destacou.
Segundo a organização, “o arrefecimento económico na Europa e em Portugal está em curso acelerado nesta segunda metade do ano, o que aumentará a incerteza sobre a atividade económica nestes meses finais de 2023 e vai também refletir-se negativamente no próximo ano”.
A Confederação acredita que “neste ameaçador contexto de travagem, que implicará o abrandamento no ritmo de crescimento das exportações em resultado da degradação das perspetivas económicas previstas para os principais parceiros comerciais de Portugal”, o que também afetará o investimento, existe uma “urgência” em concretizar, por parte do Governo, “sem mais perdas de tempo, novas políticas públicas realmente viradas para o investimento e a promoção da economia”.
De acordo com a organização, “vão exatamente neste sentido as propostas que a CIP apresentou esta semana ao executivo e que permitirão ter mais crescimento, mais rendimentos e ainda uma relação mais simplificada com a administração pública”, destacando, “o eterno obstáculo entre as pessoas e as empresas e o Estado”.
A CIP lembrou o pacto social, que “contém três pilares — crescimento, rendimento e simplificação”, expressos “em 30 medidas pensadas para dar resposta ao momento muito difícil que se aproxima, mas também para que seja dado um passo decisivo na resolução de obstáculos estruturais que prejudicam o desenvolvimento de Portugal” em várias áreas. Segundo a CIP, o “acordo de competitividade e rendimentos, assinado em 09 de outubro de 2022, exige mais trabalho, mais ambição e mais profundidade para que atinja os objetivos definidos”.
O Conselho das Finanças Públicas (CFP) reviu na quinta-feira em alta a estimativa de crescimento da economia para 2,2% este ano, acima dos 1,2% anteriormente previstos, vincando contudo que as previsões são feitas num contexto externo de “elevada incerteza”. A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2% este ano, apesar de significar uma melhoria face aos 1,2% previstos pelo CFP em março, significa um abrandamento face ao crescimento de 6,7% em 2022.
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