Obrigacionistas da Efacec aprovam haircut proposto pela Mutares
Assembleia geral de obrigacionistas da Efacec votou favoravelmente o haircut de 5,8 milhões de euros, proposto pela Mutares. Reprivatização deverá ficar fechada nas próximas semanas.
Os obrigacionistas da Efacec aprovaram esta quinta-feira a proposta da Mutares de cortar apenas 10% da dívida, no âmbito do processo de reprivatização da Efacec, apurou o ECO junto de várias fontes. A assembleia geral (AG) de obrigacionistas votou favoravelmente o haircut de 5,8 milhões de euros, desbloqueando assim um dos obstáculos à venda da Efacec ao fundo alemão. Uma venda, que tal como o ECO apurou, deverá “ficar fechada nas próximas semanas”. “Já só faltam alguns ajustamentos para fechar a operação, mas já não dependem dos obrigacionistas”, segundo fonte próxima do processo.
A aprovação já era antecipada, tendo em conta que se espera uma “concordância plena” com a proposta da Mutares, avançou ao ECO Carlos Rodrigues, presidente da Maxyield, a associação que defende pequenos acionistas e representa alguns dos obrigacionistas da Efacec.
A redução do corte da dívida detida pelos obrigacionistas de 50% para 10% — de 29 milhões de euros para 5,8 milhões – foi a cedência necessária para desbloquear o processo de reprivatização da Efacec, que o Executivo desejava que fosse rápida, mas que se arrasta desde 2 de julho de 2020. A empresa que o Governo português retirou das mãos de Isabel dos Santos deverá ser vendida à Mutares até ao final de outubro ou início de novembro. “Está tudo a correr bem e nas próximas semanas o negócio fecha”, disse ao ECO fonte conhecedora do processo.
A proposta da Mutares pressupunha uma perda inicial para o Estado de, pelo menos, 112,8 milhões de euros (100%) – verba que poderá vir a ser recuperada no futuro, embora não se saibam quaisquer detalhes sobre o funcionamento deste mecanismo – e os bancos 80% da dívida. Já aos obrigacionistas era pedido um corte de 50%, valor que foi reduzido para 10%. No total, a proposta da Mutares tinha subjacente um perdão de dívida de quase 182 milhões de euros.
À luz do novo acordo, como o ECO avançou, a Mutares impôs como condição que o Banco Português de Fomento (BPF) invista até 50 milhões de euros em obrigações convertíveis, a emitir pela Efacec, e que a Parpública avance com uma operação de capitalização da empresa com uma injeção superior a 50 milhões de euros antes do closing da operação. A compra das obrigações convertíveis será feita através do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR) com um prazo de seis anos, apurou o ECO junto de uma fonte conhecedora do processo.
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