Lucros da Corticeira Amorim sobem 4,4% até setembro. Vendas caem mais de 3%
Apesar do resultado líquido de 67 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2023, o grupo da Feira viu as vendas caírem 3,4%, devido à evolução cambial e à redução dos níveis de atividade.
A Corticeira Amorim obteve um lucro de 67 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, o que representa um aumento de 4,4% face ao período homólogo de 2022. No entanto, as vendas do grupo liderado por António Rios de Amorim registaram um decréscimo de 3,4% até setembro, para 763,2 milhões de euros. A empresa propõe aos acionistas o pagamento de um dividendo de 9 cêntimos por ação.
No comunicado enviado esta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa justifica a quebra nas vendas com a “redução dos níveis de atividade”, em particular na unidade de negócio Revestimentos, “ainda que as melhorias do mix de produto e a subida de preços tenham compensado parcialmente esse efeito”.
A evolução cambial também teve um impacto desfavorável nas vendas consolidadas da Corticeira Amorim, especialmente na unidade de negócio Rolhas. “Excluindo este efeito, as vendas consolidadas teriam caído 2,4% e as vendas da unidade de negócio das rolhas subido 2,9% nos primeiros nove meses de 2023”, indica a empresa no comunicado.
Entre janeiro e setembro, o EBITDA consolidado ascendeu a 139,8 milhões de euros, mais 6,6% do que há um ano. Segundo o grupo, “os resultados operacionais beneficiaram essencialmente de um mix de produto mais favorável e das poupanças significativas ao nível dos custos operacionais, nomeadamente decorrentes da redução dos preços de energia e transportes, apesar do aumento do preço de consumo da cortiça”.
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A dívida remunerada líquida totalizava cerca de 204,5 milhões de euros no final de setembro, 75,5 milhões acima do fecho do exercício de 2022. O grupo sediado em Mozelos, Santa Maria da Feira, explica o crescimento desta rubrica no período em análise com o acréscimo das necessidades de fundo de maneio (95,8 milhões), o pagamento de dividendos (65 milhões) e o aumento do investimento em ativo fixo (26,6 milhões).
Conjuntura “muito adversa” afeta vendas no negócio de revestimentos
A unidade de negócio Rolhas atingiu vendas de 594 milhões de euros até setembro, mais 1,7% face ao período homólogo, o que reflete “a melhoria do mix de produto e a subida de preços”, indica a Corticeira Amorim, frisando que houve “um crescimento de vendas em todos os segmentos de rolhas, assim como nos mercados vinícolas mais relevantes”. O EBITDA deste segmento cresceu 19,3%, para 121,8 milhões.
Já o desempenho das vendas da unidade de negócio Revestimentos, que registaram uma contração de 33,4% face ao período homólogo, totalizando 70,6 milhões nos primeiros nove meses do ano, foi marcado pela “forte desaceleração da atividade, decorrente da conjuntura muito adversa, particularmente nos segmentos de retalho e residencial”, que “teve um impacto na generalidade dos mercados e linhas de produtos”. Neste caso, o EBITDA foi negativo em 5,2 milhões de euros, evidenciando, de acordo com a empresa, “o impacto significativo da desalavancagem operacional”.
Nos Aglomerados Compósitos, as vendas também caíram (-7,8%) em comparação com o período de janeiro a setembro do ano passado, para um total de 86,8 milhões de euros, com o EBITDA a cifrar-se em 17,6 milhões. Esta unidade de negócio foi penalizada pela “redução de volumes, particularmente nos segmentos de menor valor acrescentado”.
Com um aumento homólogo de 19,4%, para 14,3 milhões de euros, a unidade de negócio Isolamentos foi a que apresentou uma evolução mais favorável das vendas no período em análise, “impulsionadas pela melhoria do mix de produto e pelo aumento de preços”. O EBITDA, no entanto, foi penalizado pela “subida dos preços de consumo de cortiça”, a única matéria-prima utilizada neste segmento, e “a redução dos níveis de atividade”, levando a uma quebra para 800 mil euros negativos.
(Notícia atualizada pela última vez às 18h05)
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