Vinho do Porto, Pescanova e futebol: os negócios do Abanca, o novo dono do Eurobic
Novos donos do Eurobic são um verdadeiro conglomerado com interesses que vão do vinho do Porto ao turismo no Douro, do futebol ao negócio da pesca e imobiliário.
O Abanca dedica-se sobretudo à atividade financeira, banca, seguros e outros serviços financeiros. Mas os galegos, que se preparam para reforçar a sua presença na banca em Portugal com a compra do Eurobic (que deverá ficar concluída em junho do próximo ano), são um conglomerado com investimentos e interesses que vão desde o vinho e turismo, imobiliário e peixe, até ao futebol.
Aposta no vinho do Porto e no turismo no Douro
O Abanca é o dono da Sogevinus, que comercializa as caves e os vinhos mais famosos da região do Douro como Cálem, Velhotes, Barros, Burmester, Kopke e Quinta da Boavista. E, por via disto, o grupo também aposta na atividade turística no Douro. Por exemplo, as caves Cálem – as mais visitadas de toda a região – têm mais de 235 mil visitantes anuais.
A Sogevinus obteve lucros de 3,9 milhões de euros em 2021 (últimas contas disponíveis no portal Informa DB), depois dos prejuízos de de 22 mil euros em 2020, ano marcado pela pandemia. A sua situação líquida é confortável, com capitais próprios de quase 40 milhões.
Ainda no turismo, o Abanca detém a Espacios Termolúdicos, com sede na Corunha, e que se dedica à atividade termal, e Natur Spa Allaríz.
Dono do Deportivo de la Coruña
Ao contrário da banca portuguesa, que cortou completamente a ligação ao futebol, o banco galego controla o clube Deportivo de la Coruña, que milita na Segunda División B, a terceira divisão do futebol espanhol. Apesar de estar longe do sucesso do passado, é o grande clube da região da Corunha, onde o banco mais está implementado.
O clube atravessa tempos conturbados a nível financeiro. Em julho de 2020, no âmbito de uma operação de capitalização por via da conversão de dívida de 35 milhões de euros, o Abanca tornou-se no maior acionista do emblema com 76,66% do capital. A operação “foi concretizada com o objetivo de participar na gestão e reestruturação” do Depor, “restaurando o seu valor no mais curto prazo possível, e preparar um plano de alienação para admitir novos acionistas e recuperar o investimento”, segundo revela o banco nas contas de 2022.
Nueva Pescanova
Tal como no clube, o investimento na Nueva Pescanova, com sede em Vigo, representa a ligação do banco à comunidade. O Abanca detém 97,8% da empresa de congelados de pescado, depois de ter adquirido as posições aos outros bancos, incluindo a Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas o objetivo é vender a companhia.
Com 12 mil trabalhadores em quatro continentes, a Nueva Pescanova esteve prestes a ser vendida este ano ao grupo canadiano Cooke – oferecia 150 milhões por 80% (mais dívida). As negociações não chegaram a um bom porto e, em outubro, o Abanca anunciou que se prepara para dar um novo rumo à empresa.
Outros negócios
Para lá destas empresas, o Abanca tem investimentos noutras atividades, sobretudo no ramo imobiliário, segundo as contas de 2022: Cidade Tecnolóxica de Vigo, Parque Tecnolóxico de Galicia, Laborvantage – Investimentos Inmobiliários e Turísticos, Obenque (imobiliário) e Raminova (Imobiliário).
O banco chegou a ter uma participação de 5% na Media Capital, dona da TVI. Mas acabou por alienar a sua posição em 2021, aquando da OPA de Mário Ferreira ao grupo de media português.
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