Costa Silva espera que Farfetch “possa regressar àquilo que foi antes”
Ministro da Economia espera que empresa liderada por José Neves, sob forte pressão dos mercados, possa "estabilizar e regressar àquilo que foi antes". Mega projeto em Matosinhos "não estará em risco".
O ministro da Economia garantiu esta quarta-feira que está a “acompanhar com atenção o que se está a passar” na Farfetch, que “era um dos nossos grandes unicórnios”. António Costa Silva sustenta que as empresas têm “altos e baixos”, esperando que “esta situação possa ser estabilizada e a Farfetch possa regressar àquilo que foi antes”.
Quanto ao mega projeto de 200 milhões de euros em Matosinhos, o governante acredita que “não estará em risco”. “Não foi a Farfetch diretamente que estava envolvida neste investimento, é um dos acionistas. A presidente da Câmara de Matosinhos transmitiu que o grande projeto imobiliário em Matosinhos não está em risco”, completou Costa Silva.
Estamos a acompanhar com atenção o que se está a passar na Farfetch. Era um dos nossos grandes unicórnios. (..) Para as empresas existem altos e baixos e esperamos que esta situação possa ser estabilizada e [a empresa] possa regressar àquilo que foi antes.
A plataforma online de moda de luxo, que tem instalações na Lionesa (Leça do Balio), planeava criar outra grande base de trabalho no concelho de Matosinhos, em terrenos junto à EN14 (Via Norte). Segundo noticiou o JN, o investimento de 200 milhões de euros, partilhados com a construtora Castro Group, pode estar em risco devido à crise que atravessa a empresa tecnológica.
O marketplace fundado em 2008 e liderada por José Neves, que tem sede fiscal em Londres e foi a primeira empresa portuguesa avaliada em mais de mil milhões de euros, tem estado sob pressão dos mercados nas últimas semanas depois de ter adiado a apresentação de resultados do terceiro trimestre, prevista para 29 de novembro. O Público noticiou esta semana que pode despedir cerca de 2.000 trabalhadores este ano, ao invés dos 800 que estavam previstas, cortando até 25% da força de trabalho para garantir a viabilização.
A Farfetch está a ser visada numa ação coletiva nos EUA que argumenta que a empresa fez “afirmações enganadoras” que prejudicaram os investidores. Apesar de estar a ser fortemente penalizada em Wall Street, assim como pelos resultados e prejuízos que tem acumulado, conseguiu nos últimos dias obter um novo investidor. A Point72 Asset Management, juntamente com entidades associadas e o investidor Steven Cohen, dono da equipa de basebol New York Mets, adquiriram uma participação de 5,1% na empresa.
Autarca espera que “haja condições para continuar”
A presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, espera que “haja condições para continuar” o mega projeto de Matosinhos, notando que o município continua “empenhado e focado para permitir que a construção aconteça, desejavelmente com a Farfetch. “Caso não possa ser com a Farfetch, vamos ter outro parceiro que o possa promover”, acrescentou.
Falando aos jornalistas à margem da apresentação da Agenda para a Competitividade do Comércio e Serviços 2030, a autarca matosinhense referiu ainda que recentemente chegou uma “nova posição” da Comissão da Coordenação de Desenvolvimento Regional (CCDR) do Norte a “permitir, mais uma vez, que se avance” com o projeto.
Município está empenhado e focado para permitir que a construção aconteça, desejavelmente com a Farfetch. Caso não possa ser com a Farfetch, vamos ter outro parceiro que o possa promover.
Promovido pelo Castro Group e pela Farfetch, o projeto do Fuse Valley foi apresentado em setembro de 2021 e as obras deveriam finalmente começar no final deste ano. Inicialmente prevista para o final de 2025, a abertura da primeira fase do campus empresarial passou para o segundo semestre de 2026, de acordo com as informações transmitidas em abril pelo promotor.
A demora no processo de licenciamento atrasou, em um ano, o arranque da empreitada que vai nascer junto ao rio Leça, num terreno com cerca de 156 mil metros quadrados, o equivalente a mais de 15 campos de futebol.
Prevista estava a construção de 24 edifícios. Entre os perto de 140 mil metros quadrados de área total de construção, a Farfetch deveria ocupar mais de 40% (perto de 61 mil metros quadrados) do total; o Castro Group pretendia ocupar a restante área, com escritórios arrendados a empresas, praças, um hotel, terraços e ainda espaços para comércio e serviços.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Costa Silva espera que Farfetch “possa regressar àquilo que foi antes”
{{ noCommentsLabel }}