ONU defende autodeterminação e independência da Palestina no 75º aniversário da ‘Nakba’

  • Lusa
  • 15 Maio 2023

A posição da ONU "é clara: a ocupação deve acabar", disse a subsecretária-geral da ONU para Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo.

A Organização das Nações Unidas (ONU) defendeu esta segunda-feira o direito dos palestinianos à autodeterminação e independência, admitindo que “continuam a diminuir” perspetivas de um processo político com Israel conducente a uma solução de dois Estados.

Numa reunião especial de alto nível em Nova Iorque, que marcou pela primeira vez na sede da ONU o 75.º aniversário do deslocamento em massa de palestinianos – conhecido como ‘Nakba’ (“a Catástrofe”) –, aquando da criação do Estado de Israel, a subsecretária-geral da ONU para Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, frisou que a posição da ONU “é clara: a ocupação deve acabar”.

“A questão da Palestina está intimamente ligada à história e à Carta das Nações Unidas. O respeito pelo direito internacional e pelos direitos humanos, a autodeterminação e a resolução pacífica de conflitos constituem a razão de ser da nossa Organização. Os palestinianos merecem uma vida de justiça e dignidade e a realização do seu direito à autodeterminação e independência”, disse DiCarlo.

“Uma solução de dois Estados que traga paz e segurança duradouras para israelitas e palestinianos deve ser alcançada de acordo com o direito internacional, resoluções da ONU e acordos anteriores”, acrescentou. Em 30 de novembro do ano passado, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução convocando a comemoração do 75.º aniversário da ‘Nakba’.

De acordo com a subsecretária-geral, o legado daquela crise continua vivo, estimulando à continuação dos esforços para encontrar uma solução justa e duradoura para o conflito israelo-palestiniano. Contudo, DiCarlo manifestou “profunda preocupação” pelo facto de as perspetivas de reiniciar um processo político rumo a uma solução de dois Estados “continuarem a diminuir”.

Por toda a Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, a rápida expansão dos colonatos – ilegais sob a lei internacional – está a alterar dramaticamente o território previsto para um futuro Estado Palestiniano”, disse. A violência, incluindo a relacionada aos colonatos, continua generalizada, enquanto continuam incessantes os despejos, demolições e apreensões de propriedades de palestinianos, observou, acrescentando que tais ações minam as perspetivas de estabelecimento de um Estado Palestiniano “viável e contíguo”.

Queremos ver um Estado independente da Palestina a viver lado a lado com Israel, em paz e segurança, com Jerusalém como a capital de ambos os Estados”, reforçou DiCarlo. Esta foi a primeira vez na história da ONU que foi comemorado o aniversário da ‘Nakba’ de acordo com o mandato da Assembleia Geral.

O evento de alto nível foi organizado pelo Comité da ONU para o Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestiniano, cujo presidente, o embaixador senegalês Cheikh Niang, conduziu os trabalhos. Ainda hoje terá lugar na sede da ONU um evento comemorativo especial sobre a Palestina, que terá como objetivo criar uma experiência imersiva da ‘Nakba’ através de música ao vivo, fotografias, vídeos e testemunhos pessoais.

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TikTok Academy lançada em Portugal para apoiar marketeers

  • + M
  • 15 Maio 2023

Criatividade, segurança e publicidade são alguns dos módulos. Há também formatos dedicados a pequenas empresas, com ferramentas para atrair público e impulsionar o desempenho.

Chegou a Portugal a TikTok Academy, uma ferramenta que pretende ajudar os profissionais das marcas e agências a tirarem o melhor partido das soluções oferecidas pelo TikTok for Business. A plataforma vai, assim, “apoiar a criação de conteúdo que garanta a otimização das campanhas e a segurança da comunidade”, adianta a plataforma.

“Queremos garantir que as marcas obtêm os melhores resultados em cada campanha no TikTok. A chave está na confiança dos profissionais na plataforma, para as suas marcas e comunidades. Foi por isso que lançámos a TikTok Academy, para que marcas e agências saibam como tirar o máximo de proveito na nossa plataforma através de uma jornada de aprendizagem interativa e envolvente”, diz Teba Lorenzo, general manager TikTok global business solutions para Espanha e Portugal da marca.

“Com esta solução, vamos ajudar os profissionais de marketing a aprender novas formas de tornar o seu conteúdo mais apelativo na nossa plataforma e a certificar que captam a atenção do público e alcançam os resultados esperados”, prossegue citado em comunicado.

Criatividade, segurança e publicidade são alguns dos módulos da academia, que aposta também em formatos dedicados a pequenas empresas, com ferramentas para atrair público e impulsiona o desempenho dos negócios, descreve. A conclusão do curso certifica os profissionais enquanto especialistas nas soluções oferecidas nesta rede.

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Portuguesa EuroAtlantic quer aumentar conexões aéreas entre São Tomé e a Europa

  • Lusa
  • 15 Maio 2023

A STP Airways tem um voo semanal entre São Tomé e Lisboa e, a par com a Transportadora Aérea de Portugal (TAP), são as únicas companhias que ligam o arquipélago a Europa.

A EuroAtlantic, uma das acionistas da companhia de aviação são-tomense STP Airways, quer aumentar as conexões entre o arquipélago e a Europa e atrair mais turistas e investidores para o país, disse esta segunda-feira fonte oficial em São Tomé.

Vamos tentar oferecer ao país mais oportunidades de conexões, mais voos para a Europa, vamos tentar trazer mais turistas, vamos criar condições para que alguns investidores do Médio Oriente com muita experiência no Dubai venham aqui visitar, ver as oportunidades do país e descobrir o que este paraíso tem para oferecer”, disse o porta-voz da EuroAtlantic, após um encontro entre alguns acionistas do grupo e o primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada.

Caetano Pestana sublinhou que São Tomé e Príncipe “é aquilo que o turista mundial procura”, enquanto sítios “virgens em termos de turismo” e as grandes revistas de viagens estão a recomendar que se conheça o país. “Nós temos os meios para os trazer a São Tomé. Precisamos de ter mais hotelaria, precisamos ter mais condições de vida, precisamos que as pessoas que chegam aqui se divirtam, tenham mais oferta turística”, sublinhou Caetano Pestana.

A STP Airways tem um voo semanal entre São Tomé e Lisboa e, a par com a Transportadora Aérea de Portugal (TAP), são as únicas companhias que ligam o arquipélago a Europa. Em certas alturas, sobretudo no verão, os preços de passagem entre São Tomé e Príncipe e Lisboa ultrapassam os mil euros para um para o trajeto de cerca de seis horas de voo.

O representante da EuroAtlantic disse que as dificuldades em baixar as tarifas “não é só com São Tomé e Príncipe”, sendo uma questão mundial devido aos impactos da pandemia de covid-19. “Hoje em dia a pandemia praticamente matou a avião civil, os aviões estiveram muito tempo parados, gente que trabalhava no setor mudou de profissão, quem faz manutenção de aviões tem que estar certificado, pilotos têm que fazer certificações e tudo isso atrasou […] se está atrasado o preço também fica mais caro”, justificou.

Os preços da passagem nos voos de São Tomé para a ilha do Príncipe – outra ligação assegurada pela STP Airways –, que duram cerca de 30 minutos, também oscilam com grande frequência, chegando a mais de 300 euros. “Se tivermos procura, se conseguirmos encher o avião, o avião cheio rentabiliza mais […] Se o país não tiver ocupação turística, não tiver camas, não tiver sítios para as pessoas se divertirem em férias, tudo isto torna o destino caro porque não há procura”, afirmou Caetano Pestana.

No entanto, o representante da EuroAtlantic disse acreditar que “se o petróleo baixar, também os preços vão baixar”. “Vamos muito satisfeitos desta reunião com o senhor primeiro-ministro, vamos continuar a trabalhar com o Governo de São Tomé, e com certeza ficaremos todos mais felizes”, referiu Caetano Pestana.

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Emprego público volta a subir e atinge novo máximo no primeiro trimestre

  • Lusa
  • 15 Maio 2023

O número de postos de trabalho na administração pública tem vindo a aumentar nos últimos anos e desde 2020 que é superior a 700 mil. Emprego público aumentou 0,7% no primeiro trimestre.

O número de trabalhadores da administração pública voltou a subir no primeiro trimestre, em 0,7% em termos homólogos, para 745.642, atingindo um novo máximo desde o início da série, em 2011, segundo dados da DGAEP publicados esta segunda-feira.

De acordo com a síntese estatística da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), em “31 de março de 2023, o emprego no setor das administrações públicas situou-se em 745.642 postos de trabalho, correspondente a +2,5% (+17.941 postos de trabalho), face a 31 de dezembro de 2011”.

O número de postos de trabalho na administração pública tem vindo a aumentar nos últimos anos e desde 2020 que é superior a 700 mil. No primeiro trimestre de 2023, o emprego público aumentou 0,7% em termos homólogos e 0,5% face ao trimestre anterior, de acordo com a DGAEP.

O crescimento homólogo de 0,7% (mais 4.942 postos de trabalho) “resulta sobretudo do aumento na administração local” que registou mais 4.548 trabalhadores no primeiro trimestre, indica a síntese estatística. Ao contrário, na administração central registou-se uma redução de 252 postos de trabalho.

Na administração local, o aumento de emprego face ao período homólogo teve origem, fundamentalmente, nos técnicos superiores (+1.176 postos de trabalho) e nos representantes do poder legislativo (+1.130)”, explica o organismo.

a quebra de emprego na administração central resultou “da redução nas Forças Armadas (-2.153 postos de trabalho), mas também do aumento nas Unidades Orgânicas de Ensino e Investigação (+1.469 postos de trabalho, sobretudo docentes do ensino superior com contratos a termo) e nas Forças de Segurança (+714, em resultado, principalmente, da contratação de guardas da GNR no 2.º trimestre de 2022)”, explica a DGAEP.

Face ao trimestre anterior, o emprego nas administrações públicas aumentou 0,5% (+3.448 postos de trabalho), devido ao acréscimo de 0,4% na administração central (0,4%) e de 0,8% na local.

Na administração central, o aumento de emprego face ao trimestre anterior verificou-se sobretudo nas Entidades Públicas Empresariais (EPE) do Serviço Nacional de Saúde (+1.646 postos de trabalho) “por força da contratação a termo de médicos que iniciaram o internato em estabelecimentos de prestação de cuidados de saúde” e nas escolas de ensino básico e secundário (+1.016), devido à contratação a termo de docentes.

No final do primeiro trimestre, 62% dos trabalhadores das administrações públicas eram mulheres. Nas administrações regionais, a taxa de feminização era mais elevada e a administração local era o subsetor com a taxa de feminização mais baixa (45,1%).

Remuneração média na função pública sobe 4,5% para 1.620 euros em janeiro

O valor da remuneração base média mensal dos trabalhadores da administração pública fixou-se em 1.619,6 euros brutos, em janeiro, um aumento de 4,5% face ao mesmo mês de 2022.

“Em janeiro de 2023, o valor da remuneração base média mensal dos trabalhadores a tempo completo no setor das administrações públicas situava-se em 1.619,6 euros, correspondendo a uma variação global média de +3,2% face ao mês de referência do trimestre precedente (outubro 2022), e a uma variação homóloga de +4,5%”, pode ler-se na síntese elaborada pela Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP).

Segundo explica o organismo, o aumento resulta da conjugação da entrada e saída de trabalhadores com diferentes níveis remuneratórios, bem como “das medidas de valorização remuneratória aprovadas para os trabalhadores em funções públicas”. Também o aumento do salário mínimo nacional em 55 euros, para 760 euros, em janeiro, e a atualização da base remuneratória da administração pública, para 761,58 euros, contribuíram para a subida do valor da remuneração média.

Já o ganho médio mensal (que inclui subsídios e suplementos remuneratórios) é estimado pela DGAEP em 1.910,3 euros brutos em janeiro, mais 5,1% em termos homólogos e mais 3,4% em relação a outubro. “A variação homóloga resulta do aumento da remuneração base média mensal e das restantes componentes do ganho, como subsídios e suplementos regulares e pagamentos por horas suplementares ou extraordinárias”, explica a DGAEP.

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12% dos portugueses cancelaram serviços de streaming em 2022. Em 24% dos casos foi para cortar custos

O estudo revelou ainda que 52% adormecem mais tarde do que o planeado devido ao uso de smartphones e que o utilizam assim que acordam (63%). Metade preferia passar menos tempo ao ecrã.

Em 2022, 12% dos portugueses optaram por cancelar um serviço de streaming. Destes, 24% indicaram que a principal razão foi a necessidade de cortar custos. Entre as pessoas que têm acesso a um serviço de streaming ou outras subscrições pagas, 41% partilha uma conta com alguém fora do seu agregado familiar.

Estas são algumas das conclusões do “Digital Consumer Trends 2022“, um estudo da Deloitte que analisou os hábitos de utilização de produtos e serviços digitais, tendo entrevistado 36 mil consumidores – mil dos quais portugueses – provenientes de 21 países em quatro continentes.

Ainda dentro da área do streaming, em Portugal, 64% das pessoas têm acesso a pelo menos um serviço, sendo que a Netflix continua a liderar a preferência dos portugueses (53%), seguida pela Amazon Prime e Disney+ (16%).

Quanto aos filmes recém-lançados, 40% dos inquiridos disse preferir vê-los no cinema, enquanto 35% prefere a comodidade do lar para assistir aos últimos lançamentos.

No que concerne às tendências sobre gaming, metaverso e criptomoedas, 72% dos portugueses jogam nos seus dispositivos, 43% têm uma assinatura de jogo e 62% utilizam smartphones para jogar. Entre os que jogam, 27% afirmaram ter usado dinheiro ou moeda do jogo para comprar algo nos últimos 12 meses.

No mundo das criptomoedas, 94% dos inquiridos disse já ter ouvido falar do dinheiro virtual, mas cerca de metade (49%) afirmou ser improvável comprar alguma nos próximos 12 meses. Neste campo, 68% mostram-se preocupados com a segurança e 52% com a falta de regulação.

Os NFTs continuam a ser um tema mais desconhecido por parte dos portugueses, mas mesmo assim quase três em cada cinco (58%) já ouviram falar sobre o tema e 39% afirmou saber algo sobre o assunto. O metaverso parece ser um pouco mais desconhecido entre os portugueses, tendo 32% referido que sabe algo sobre o assunto, e uma proporção igual ter assumido que nunca tinha ouvido falar.

No campo dos smartphones, além do preço, os consumidores elegem a capacidade de armazenamento (34%) como a mais importante para decidir qual comprar. No entanto, apenas perto de metade (54%) seria capaz de dizer quanto vale o seu smartphone, probabilidade esta que é maior entre os utilizadores Apple em comparação com os donos de telemóvel Android.

A maioria (88%) opta por comprar um smartphone novo, sendo que um em cada quatro considera que um telemóvel novo terá uma vida útil mais longa do que um renovado. Quanto aos telemóveis alvo de substituição, 45% são guardados e 19% dados a familiares ou amigos. Sete em cada dez concordam que as empresas devem ser obrigadas a compartilhar a pegada de carbono de seus dispositivos.

Metade dos portugueses preferia passar menos tempo em frente ao ecrã

Quanto ao uso dos dispositivos, a esmagadora maioria (94%) das pessoas entre 18 e 65 anos tem acesso a um smartphone, 87% a computador portátil e 64% a auscultadores ou auriculares sem fios, sendo que quatro em cada cinco têm pelo menos um dispositivo conectado.

O estudo revelou ainda que 52% concorda que adormece mais tarde do que o planeado devido ao uso de smartphones e que o usa assim que acorda (63%). Talvez devido a estes dados, metade dos inquiridos disse que gostaria de passar menos tempo em dispositivos, sendo que entre os 18 e os 44 anos é maior a propensão para este sentimento.

Entre os inquiridos, 78% utiliza diariamente as redes sociais ou aplicações de mensagens e 66% lê/vê as notícias, vídeos ou transmissões em direto.

“Estamos a atingir um plateau na utilização dos dispositivos: depois do crescimento acentuado no período da pandemia, a adoção de novos dispositivos abrandou. Poderíamos argumentar que isso se deve ao facto da maioria dos portugueses já terem telemóveis ou acesso a portáteis, mas a verdade é que a sua utilização caiu, a reforçar esta tendência a existência de uma vontade crescente de desligar os dispositivos e passar menos tempo em frente a um ecrã, sobretudo nas gerações mais novas. Não confundir, no entanto, estes dados com o impacto cada vez maior da tecnologia e do mundo virtual nas nossas vidas, e do potencial existente em inovações como o Metaverso ou os NTF’s”, refere Francisco Cal, associate partner da Deloitte, citado em comunicado.

Relativamente à internet 5G, que se encontra disponível em Portugal desde o ano passado, apenas 16% dos consumidores utiliza a tecnologia com regularidade. No entanto, entre estes, 34% admitiu não conseguir distinguir o 5G da anterior rede 4G.

66% dos portugueses que ainda não usufruem do 5G acredita que teriam melhor conectividade se mudassem para o 5G, mas apenas 30% se mostra disposto a mudar de operadora com base nesta cobertura.

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Beneficiários do PRR receberam mais 27.000 euros a semana passada

  • Lusa
  • 15 Maio 2023

As aprovações estão em 12.949 milhões de euros, 78% do total, destacando-se as entidades públicas, com 4.137 milhões de euros.

Os beneficiários do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) receberam 1.826 milhões de euros até 10 de maio, mais 27 mil euros em comparação com o valor contabilizado até à semana anterior, segundo o último relatório de monitorização. O valor recebido até 10 de maio corresponde a 11% do total do PRR.

Com os maiores montantes pagos aparecem as entidades públicas (572 milhões de euros), as empresas (346 milhões de euros) e as empresas públicas (299 milhões de euros). Seguem-se as escolas (218 milhões de euros), as famílias (137 milhões de euros), as autarquias e as áreas metropolitanas (122 milhões de euros), as instituições de ensino superior (67 milhões de euros), as instituições da economia solidária e social (42 milhões de euros) e as instituições do sistema científico e tecnológico (22 milhões de euros).

Por sua vez, as aprovações estão em 12.949 milhões de euros, 78% do total, destacando-se as entidades públicas, com 4.137 milhões de euros.

Entre os maiores montantes aprovados aparecem ainda as empresas (3.510 milhões de euros), as empresas públicas (2.235 milhões de euros) e as autarquias e as áreas metropolitanas (1.306 milhões de euros). Seguem-se as instituições de ensino superior (622 milhões de euros), as escolas (369 milhões de euros) as instituições da economia solidária e social (313 milhões de euros), as instituições do ensino superior e tecnológico (292 milhões de euros) e as famílias (164 milhões de euros).

Até 10 de maio, o PRR recebeu 180.758 candidaturas e 125.310 estão aprovadas. A execução do plano segue em 17% dos marcos e metas contratados com a Comissão Europeia.

O montante total do PRR (16.644 milhões de euros), gerido pela Estrutura de Missão Recuperar Portugal, está dividido pelas suas três dimensões estruturantes — resiliência (11.125 milhões de euros), transição climática (3.059 milhões de euros) e transição digital (2.460 milhões de euros). As três dimensões do plano apresentam uma taxa de contratação de 100%.

Da dotação total, cerca de 13.900 milhões de euros correspondem a subvenções e 2.700 milhões de euros a empréstimos.

Este plano, que tem um período de execução até 2026, pretende implementar um conjunto de reformas e investimentos tendo em vista a recuperação do crescimento económico.

Além de ter o objetivo de reparar os danos provocados pela Covid-19, este plano tem ainda o propósito de apoiar investimentos e gerar emprego.

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IL e Chega pedem menos impostos e PCP quer riqueza mais bem distribuída

  • Lusa
  • 15 Maio 2023

Em reação às projeções da Comissão Europeia para a economia portuguesa, a direita pede menos impostos. Já à esquerda espera-se uma melhor redistribuição da riqueza criada no país.

O Chega e a Iniciativa Liberal defenderam esta segunda-feira a diminuição da carga fiscal e o PCP pediu uma maior redistribuição da riqueza, afirmando que “a vida das pessoas é que conta”, em reação às previsões de Bruxelas. PSD lembra que “as pessoas não comem estatística”.

O deputado do PSD Duarte Pacheco defendeu que existe “cada vez mais” uma “dessintonia entre o Governo e os portugueses”, argumentando que “as pessoas não comem estatística” e uma coisa são números e “outra é o dia-a-dia”. Duarte Pacheco, em declarações à agência Lusa, salientou que “o país que as pessoas sentem” atravessa dificuldades na saúde, educação, justiça ou no setor da agricultura.

“Nós somos portugueses e, portanto, aquilo que seja apresentado por qualquer instituição como positivo para Portugal, ficamos satisfeitos, naturalmente. Outra coisa é ficarmos embriagados, isso não ficamos. Porquê? Porque as pessoas não vivem de estatísticas e há cada vez mais uma grande diferença entre o país que os portugueses sentem e o país das estatísticas”, sustentou.

Dizer que vamos crescer 2,4% num contexto em que temos dezenas de milhares de milhões de euros de fundos europeus e uma inflação histórica, sem dizer quanto é que os portugueses e as famílias vão ter a mais, quanto é que os pensionistas vão ter a mais e quanto é que vai reduzir a carga fiscal soa a muito poucochinho por parte do Ministro das Finanças”, disse o líder do Chega, André Ventura, em declarações na sede do partido, em Lisboa.

Ventura afirmou que o Governo “em nada beneficiou ou contribuiu” para aquelas que considera serem as causas do crescimento económico, como o turismo ou o consumo interno, sublinhando que o país “não está a exportar mais tecnologia, não está a exportar mais matérias-primas, não está a exportar mais ‘know-how’, não está a exportar mais têxtil, não está a inovar”.

“O crescimento de 2,4% anunciado para a economia portuguesa é um crescimento anémico. E é anémico quando temos em conta que estão dezenas de milhares de milhões de euros disponíveis de fundos comunitários para fazer a economia portuguesa crescer. Portugal devia estar a crescer muito mais com os fundos que tem do PRR neste momento à sua disposição”, considerou.

O deputado do Chega defendeu que “todos os fatores de crescimento económico não são fatores de crescimento estrutural” e que reconheceria “se o Governo estivesse a fazer um bom trabalho nesta matéria”.

Em declarações aos jornalistas no parlamento, o deputado da Iniciativa Liberal João Cotrim Figueiredo defendeu, também, que esta é uma oportunidade para “produzir uma redução fiscal generalizada para estimular” a economia em vez de fazer aquilo que considera ser uma “forma assistencialista” de distribuir o excesso de receitas.

Cotrim Figueiredo afirmou que “o que União Europeia veio dizer é que o Governo vai ser o grande beneficiário da inflação, porque vai cobrar muito mais impostos do que tinha orçamentado” e acusou o Governo de “pouco ou nada” ter feito para valorizar o turismo.

“E tem que ser dito que em relação a esse setor [o turismo], o Governo tem feito pouco ou nada. E o que tem feito é no sentido de desvalorizar e atacar o setor turístico, nomeadamente, com aquilo que tenta fazer ao alojamento local no pacote Mais Habitação”, afirmou. O deputado da IL disse também que todos os países elegíveis para o Fundo de Coesão da UE “vão crescer mais” em 2024 do que Portugal e que “isso deve ser citado ao mesmo tempo que citamos as boas notícias relativamente a 2023”.

“É caso para dizer que uma andorinha também não faz o boletim da primavera e, portanto, há no meio destas boas notícias que saudamos, há estas sombras, e estas nuvens que nos dão a entender que o futuro não tão risonho como pode parecer”, concluiu.

Bruno Dias, deputado do PCP, alertou para a necessidade de distribuir a riqueza gerada no país, salientando que “os trabalhadores que estão a criar riqueza estão a empobrecer a trabalhar” e pediu mais investimento nos serviços públicos. “Quando nós falamos de resultados e estatísticas positivas para Portugal no contexto europeu, etc, tudo muito certo. Falta o investimento público, falta o investimento nos serviços públicos e falta a distribuição dessa riqueza. E isso significa salários e pensões e prestações sociais”, defendeu.

O comunista lembrou a polémica frase do presidente dos sociais-democratas, Luís Montenegro, em 2014, quando era líder parlamentar do PSD – partido que governava o país em coligação com o CDS-PP nos tempos do memorando da ‘troika’ – que numa entrevista afirmou que “a vida das pessoas não está melhor, mas o país está muito melhor”.

“Pelos vistos é o mote outra vez em 2023. (…) A vida das pessoas é que conta. Nós precisamos que os portugueses, todos aqueles que vivem cá, tenham uma vida melhor. Há condições para isso. Vamos então para as opções políticas que criam condições para isso”, insistiu.

A Comissão Europeia reviu hoje em alta a projeção de crescimento da economia portuguesa para este ano, para 2,4%, a terceira maior taxa da zona euro, revelando-se mais otimista do que o Governo. Bruxelas prevê também que o défice português diminua para 0,1% este ano, o menor da zona euro.

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Marcas da Unilever patrocinam Mundial feminino de futebol

A parceria assinala a primeira colaboração entre a FIFA e uma marca de cuidados pessoais no futebol feminino, masculino e virtual.

Depois de a FIFA ter recuado quanto à decisão de ter a Visit Saudi (entidade de turismo da Arábia Saudita) como um dos grandes patrocinadores oficiais do Mundial feminino de futebol 2023, foi revelado que algumas marcas de cuidados pessoais do grupo Unilever serão as patrocinadoras oficiais.

A Rexona, Dove, Lifebuoy e Lux serão assim as marcas patrocinadoras oficiais do Mundial feminino de futebol 2023, que decorre entre 20 de julho e 20 de agosto na Austrália e Nova Zelândia, revelou a Unilever em comunicado, acrescentando que, em colaboração com a FIFA, serão desenvolvidas algumas iniciativas com o intuito de “acelerar o crescimento global do futebol feminino“.

“Ao trabalhar com o Campeonato Mundial Feminino 2023, as nossas marcas vão conectar-se com uma audiência enorme e muito envolvida. Isto é uma grande oportunidade para que possam envolver-se com a crescente audiência de fãs de futebol feminino, demonstrar relevância e construir poder de marca, ao mesmo tempo que promovem igualdade de género no desporto e apoiam futuras gerações de atletas femininas“, considera Fabian Garcia, presidente de cuidados pessoais da Unilever, citado em comunicado.

Por seu lado, Fatma Samoura, secretária geral da FIFA, adianta que a Unilever “tem algumas das maiores e mais impactantes marcas mundiais, e nós estamos bastante contentes por eles se juntarem a nós na nossa jornada até à Austrália e Nova Zelêndia”. Samoura acrescenta que 2023 vai ser um momento “importante para o futebol feminino” e que a Unilever “é o patrocinador ideal para nos ajudar a fazer crescer o desporto globalmente – este ano e para além disso“.

O acordo em questão, no entanto, é mais abrangente. Vigorando até 2027, engloba também o Mundial Mundial masculino 2026 e as finais do FIFAe. A parceria assinala a primeira colaboração entre a FIFA e uma marca de cuidados pessoais no futebol feminino, masculino e virtual.

No âmbito do acordo, as duas partes vão unir esforços em torno do programa de desenvolvimento do futebol feminino da FIFA, lançado em 2020 e que visa dar oportunidades às mulheres e raparigas e apoiar o crescimento do futebol feminino em todo o mundo. A Unilever será responsável por fornecer fundos, recursos humanos e apoio aos programas de desenvolvimento personalizados.

Esta colaboração assenta em projetos já existentes da Unilever que têm como objetivo ter um impacto positivo na sociedade. O grupo vai oferecer diretamente um total de 80 mil kits com produtos de cuidado pessoal, ao longo de vários eventos da FIFA nos próximos anos.

Em março, a FIFA – através do seu presidente Gianni Infantino – garantiu que a competição não ia ter a Visit Saudi como um dos grandes patrocinadores oficiais do Mundial feminino de futebol 2023.

Houve conversações com a Visit Saudi mas, no final, isso não conduziu à celebração de um contrato. Foi uma tempestade num copo de água“, afirmou Gianni Infantino, na altura.

Em causa estavam diversas críticas apontadas por federações de futebol, jogadoras e adeptos, face aos rumores que circulavam quanto à eventualidade de a marca saudita patrocinar a maior competição de futebol feminino, apontando-se o desrespeito pelos direitos das mulheres e as falhas na igualdade de género que caracterizam o país.

O Campeonato do Mundo de Futebol Feminino é o maior evento individual de desporto feminino do mundo, estando previsto alcançar cerca de dois mil milhões de pessoas. A FIFA pretende atingir a marca de 1,5 milhões de adeptos ao longo dos 64 jogos da prova, proporcionando “várias oportunidade para inspirar mais mulheres e raparigas a envolverem-se no desporto”.

A seleção feminina de futebol portuguesa vai participar pela primeira vez na competição, depois de ter garantido o apuramento ao vencer os Camarões por 2-1.

Na fase final a equipa portuguesa junta-se ao grupo E, onde vai defrontar as seleções dos Países Baixos (23 de julho), do Vietname (27 de julho) e dos Estados Unidos (1 de agosto), esta última a campeã em título da competição.

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Professores sem expetativa de acordo sobre tempo de serviço

  • Lusa
  • 15 Maio 2023

"Só há uma forma de limpar as assimetrias da carreira docente, que é a contagem do tempo de serviço e cada um ser enquadrado na carreira de acordo com o tempo de serviço", disse Mário Nogueira.

O secretário-geral da Fenprof disse esta segunda-feira que a plataforma sindical que integra não tem expectativas de alcançar um acordo com o Ministério da Educação quanto às propostas para acelerar a progressão, insistindo na recuperação do tempo de serviço. “Hoje não vai haver acordo nenhum”, antecipou o líder da Federação Nacional dos Professores (Fenpof), em declarações aos jornalistas, à entrada da reunião de negociação suplementar com o Ministério da Educação, que se realiza a pedido das organizações sindicais.

Em cima da mesa está uma proposta do Governo para corrigir assimetrias decorrentes do congelamento da carreira, através de um conjunto de medidas que permitem acelerar a progressão dos docentes que trabalharam durante os dois períodos de congelamento, entre 2005 e 2017. O diploma já tinha merecido críticas das organizações sindicais e o período normal de negociações terminou em 20 de abril, sem acordo.

“Só há uma forma de limpar as assimetrias da carreira docente, que é a contagem do tempo de serviço e cada um ser enquadrado na carreira de acordo com o tempo de serviço que tem. De outra maneira, não há qualquer tipo de correção”, insistiu Mário Nogueira. O dirigente sindical lembrou que a plataforma que junta nove organizações entregou, em março, uma proposta negocial à tutela em que prevê a recuperação integral do tempo de serviço (seis anos, seis meses e 23 dias), mas de forma faseada.

“Abertura para encontrar soluções existe, abertura para abrir mão daquilo que é dos professores, e o tempo de serviço é dos professores porque foi trabalhado, isso não existe”, assegurou. Sem expectativas positivas para a negociação suplementar, Mário Nogueira recordou que está convocada uma greve nacional e duas manifestações para 6 de junho, reafirmando que esse poderá ser um dia histórico pela contestação dos docentes, ou por um acordo com o Governo.

“Nós gostaríamos que nesse dia fosse possível haver um acordo para a recuperação desse tempo que pudesse ainda criar a tranquilidade que todos nós desejamos para o final do ano letivo”, sublinhou o secretário-geral. A proposta da tutela que volta hoje a estar em discussão prevê que recuperem o tempo em que ficaram a aguardar vaga nos 4.º e no 6.º escalões a partir do ano de descongelamento (2018), que fiquem isentos de vagas de acesso aos 5.º e 7.º, além da redução de um ano na duração do escalão para aqueles que também ficaram à espera de vaga, mas já estão acima do 6.º.

Antes da reunião com as nove organizações sindicais, o Ministério da Educação recebeu os restantes três sindicatos, que não integram a plataforma. À saída do encontro, o coordenador nacional do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop) disse que a tutela não apresentou qualquer proposta alternativa e, por isso, não haveria acordo. “Infelizmente, não há novidades positivas. Continuamos a ter uma tentativa de dividir para reinar, dar apenas algumas migalhas a alguns professores, mas não dando a justiça elementar que os professores e os não docentes exigem”, disse André Pestana.

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A importância dos fundos europeus para empresas mais sustentáveis

  • ECO
  • 15 Maio 2023

O Centro Cultural de Chaves recebeu, dia 10 de maio, a conferência "A importância dos fundos europeus para empresas mais sustentáveis", organizada pelo Santander Portugal e pela CM de Chaves.

“A importância dos Fundos Europeus para empresas mais sustentáveis” foi o mote da conferência organizada pelo Santander Portugal e pelo município de Chaves, que decorreu na passada quarta-feira, dia 10 de maio, no auditório do Centro Cultural de Chaves.

Além da abordagem aos fundos europeus e o impacto que estes podem ter nas empresas, esta iniciativa pretende também quebrar as dificuldades típicas das regiões mais distantes dos grandes centros com vista a promover o seu desenvolvimento.

Os desafios de uma economia mais aberta ao exterior, os fundos europeus PRR e o PT2030, o apoio às empresas no Corredor Ibérico e a importância das políticas ESG para uma transição mais sustentável foram outros dos temas debatidos nesta conferência, que contou com a presença de Nuno Vaz, presidente da Câmara de Chaves; Bruno Fernandes, economista, Santander; Helena Lampreia, Head Internacional Desk, Santander Portugal; Llaré Blanco Bahamonde, diretora Balcão Verín, Santander Espanha; Cristina Melo Antunes, responsável Negócio ESG Green Finance, Santander; António Caixinha, diretor de Marketing de Produto, EDP; e Paulo Natal, responsável Área Comercial Particulares & Negócios, Santander.

O evento contou, ainda, com um painel de debate moderado por António Larguesa, jornalista do ECO, que teve como oradores Vítor Ribeiro, CFO Anteros Empreitadas, S. A.; Filomena Dias, diretora de Sistemas de Incentivos, Forgesp; e Patrícia Madeira, responsável da Área de Estratégia de Empresas, Santander.

“Esta iniciativa pareceu-nos muito oportuna e necessária neste momento de novos desafios e oportunidades”, começou por dizer Nuno Vaz, na abertura do evento. O presidente da Câmara de Chaves reconheceu que é preciso “mais informação e mais conhecimento” que permita às organizações dos vários setores ter uma melhor gestão e atingir os resultados a que se propõem.

Nesse sentido, o responsável pelo município de Chaves realçou dois recursos que considera fundamentais nesse processo: o capital humano, que “é o diferenciador de qualquer projeto”, e o capital financeiro. “Todos sabemos que é muito importante as empresas terem recursos financeiros. É importante perceber quais os instrumentos que existem que nos possam pôr em contexto de igualdade”, acrescentou, referindo-se à diferença territorial das zonas menos centrais.

A abertura da economia ao exterior como solução

A globalização da economia tem sido, de acordo com Bruno Fernandes, “um processo gradual que se tem desenvolvido ao longo do tempo” e que trouxe várias vantagens à economia portuguesa.

O economista começou por fazer um resumo da história das crises nacionais e de um fator comum em todas elas: “a transformação da economia”, que acabou por torná-la cada vez mais globalizada. “Até à crise, a economia estava dependente do consumo interno. Mas a crise fez com que as famílias perdessem poder de compra e este desaparecimento da procura interna obrigou a que as empresas tivessem de se reinventar e que desalavancassem os rácios de endividamento. Estes fatores de desequilíbrio obrigaram a que a economia reaprendesse a operar”.

"As empresas conseguiram fazer esse processo de transformação, que obrigou a que passássemos de uma economia dependente do fator trabalho para uma economia mais dependente do fator capital. Durante este processo, cada euro investido na economia era muito mais produtivo.”

Bruno Fernandes, Economista, Santander

Percebe-se, portanto, que as empresas que investiram e se reinventaram foram as que melhor conseguiram ultrapassar os tempos de crise. “Verificamos que os setores que mais cresceram entre 2006 e 2021 foram os que maiores ganhos de produtividade tiveram durante este período. Isso mostra que as empresas devem acreditar que é através do investimento que vão ser mais resilientes para o futuro. Por isso, é importante continuar a investir, mesmo em tempos de incerteza”, disse o economista.

Os fundos europeus como oportunidade de investimento

Se os investimentos são fundamentais para a evolução do tecido empresarial português e, consequentemente, da economia, aproveitar os fundos europeus disponíveis parece, à partida, uma excelente opção. Mas como é que isto se processa na prática? Quais os critérios que uma empresa tem de ter para se candidatar?

“Os sistemas de incentivos são instrumentos de política pública, portanto é importante casar os instrumentos das empresas com as políticas públicas nacionais e comunitárias“, referiu Filomena Dias, da Forgesp. A responsável garante que é importante que “todo o processo de acesso aos fundos europeus passe por um diagnóstico claro das necessidades de investimento da empresa e a sua estratégia” e revelou que o trabalho da Forgesp visa ajudar a empresa a “elencar todos os investimentos necessários e alavancar todos os projetos da empresa, para que vão de encontro às políticas públicas”.

Neste ponto, Patrícia Madeira, do Santander, explicou qual o posicionamento do banco nesta matéria: “O Santander, quando olha para os fundos europeus, vê-os como uma oportunidade única para desenvolver a economia”.

"Estamos focados em olhar para as empresas com uma visão 360. Analisamos a empresa e o impacto que aquele projeto terá nela.”

Patrícia Madeira, responsável da Área de Estratégia de Empresas, Santander.

Segundo a responsável da Área de Estratégia de Empresas no Santander, o apoio que o banco oferece às empresas pode ser direto ou indireto. No caso do apoio direto, as empresas são apoiadas através de um “complemento das fontes de financiamento desses projetos”, enquanto o apoio indireto acontece quando parte dos fundos vão para instituições públicas que têm como fornecedores empresas associadas. Neste caso, o banco apoia as empresas fornecedoras “na tesouraria e nos investimentos para a execução destes projetos”.

Vítor Ribeiro, CFO da Anteros Empreitadas, uma empresa sediada em Chaves, já se candidatou aos fundos europeus em 2019 e, mesmo não tendo sido bem sucedido devido ao aparecimento inesperado da pandemia, o empresário pretende voltar a candidatar-se com vista a tornar a sua empresa mais sustentável: A empresa está a pensar investir na economia circular porque é necessário reutilizar os resíduos da nossa produção, portanto estamos a equacionar fazer investimentos em maquinaria para usar os resíduos como matéria-prima”.

“Sentimos os nossos clientes mais focados e mais conscientes em fazer esta transição”, disse, por sua vez, Patrícia Madeira. A responsável acrescentou que “o Green Finance está no dia-a-dia do banco” e revelou que, apesar de sentirem uma maior consciência para esta temática nas empresas de maior dimensão, “as PME também já começam a fazer esse caminho”. “Existe uma maior sensibilidade hoje em dia do que há um ano atrás, por exemplo”, contou.

Segundo Filomena Dias, estes temas da transição energética e digital têm-se tornado cada vez mais relevantes, até para a escolha dos candidatos a fundos europeus. “Há aqui quatro aspetos fundamentais que têm de estar presentes e que durante algum tempo tinham cariz facultativo, mas agora têm-se tornado cada vez mais obrigatórios, nomeadamente a inovação, a orientação para os mercados externos, e as questões da transição climática e transição digital. E isto, que eram aspetos facultativos, agora, mesmo não estando designados no processo de candidatura, acabam por ser fundamentais na fase de seleção”, expôs.

A importância dos investimentos para o cumprimento das políticas ESG

De facto, a transição energética é um dos temas mais importantes nas agendas de todos os países do mundo e, por essa razão, torna-se crucial que haja mudanças a acontecer desde já no funcionamento dos mercados, a fim de que se atinja a neutralidade carbónica até 2050.

Cristina Melo Antunes, responsável Negócio ESG Green Finance, Santander, explicou, por isso, que o “investimento no autoconsumo é o primeiro desafio” e, nesse sentido, o banco Santander em Portugal associou-se à EDP “para conseguir dar um apoio às empresas nesta transição para as energias renováveis”.

"O Santander é o banco que mais financia em termos de energias renováveis na Europa.”

Cristina Melo Antunes, responsável Negócio ESG Green Finance, Santander

António Caixinha, diretor de Marketing de Produto, EDP, salientou que “a transição energética vai ser uma viagem até metade deste século”. “Nós ainda não sabemos como vamos descarbonizar até 2050, mas há coisas que são óbvias e a geração distribuída é a melhor aposta porque é uma tecnologia que permite rentabilidade, é 100% verde, 100% sustentável, e cumpre os propósitos do ESG, além de nos dar a estabilidade aos preços da energia”, referiu.

De acordo com o responsável da EDP, só há dois requisitos para investir na geração distribuída: “ter um telhado, parque de estacionamento ou terreno disponível e ser consumidor de energia”. “Este é o primeiro passo na transição energética, mas atrás deles vêm imensos, como a frota elétrica e tudo o que isso vai implicar fazer nas empresas e nas casas, bem como a transformação da geração de calor na indústria, por onde passará também o hidrogénio”, continuou.

A importância do corredor ibérico na globalização da economia

Além da transição energética, outro dos grandes desafios das empresas é a internacionalização. Um fator comum neste processo é precisarem de uma conta bancária e enfrentarem uma regulamentação e nomenclatura completamente diferentes de país para país. Nesse sentido, Helena Lampreia, Head Internacional Desk, Santander Portugal, abordou uma área criada pelo Santander, o Internacional Desk, que está presente nos 16 países onde o banco se encontra e que visa “fazer ponte com países de destino”.

Essa área ganha ainda mais importância para potenciar o corredor ibérico, uma vez que existem várias trocas económicas entre Portugal e Espanha e ter esta ponte facilita muito esse processo. “Para as empresas galegas, Portugal é a sua primeira janela de internacionalização”, afirmou Llaré Blanco Bahamonde, diretora do balcão Verín, Santander Espanha.

"Há uma confiança das empresas espanholas no Santander pelo facto de ter o banco Santander em Espanha e em Portugal.”

Llaré Blanco Bahamonde, diretora do balcão Verín, Santander Espanha

A responsável pelo Santander Espanha explicou, ainda, que “este corredor ibérico facilita muito essas trocas, uma vez que transmite ao cliente que entre o Santander Portugal e o Santander Espanha não há fronteiras“.

Um fator distintivo do Santander Portugal é o facto de estarmos integrados num grande grupo internacional que só sabe fazer banca. Temos que ter um sentido de responsabilidade muito grande. Vivemos do triângulo de ter acionistas satisfeitos, colaboradores motivados, e clientes realizados, com quem aprendemos todos os dias”, concluiu Paulo Natal, responsável Área Comercial Particulares & Negócios, Santander, no encerramento da conferência.

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BCP reestruturou 6.500 créditos. Maya atento à palavra do Presidente: “Temos de ver se há algo mais que possamos fazer”

Maya diz que “palavra de preocupação genuína” do Presidente da República incentiva o banco a ver se “há algo mais” que possa fazer para ajudar as famílias. Mas diz que “não tem cartas na manga”.

O BCP reestruturou 6.500 créditos à habitação no primeiro trimestre, com o CEO a sublinhar que o banco tem sido bem-sucedido nas soluções que tem apresentado às famílias com maior dificuldade. Miguel Maya disse estar atento à “palavra de preocupação genuína” do Presidente e que vai “ver se há algo” mais que se possa fazer para ajudar os clientes. Mas adiantou que não tem “cartas na manga” para uma ajuda extra, como anunciou a Caixa há dias.

“Não temos cartas na manga, o tema foi estudado há bastante tempo. Começamos a pensar nas soluções para os clientes quando percebemos que as taxas de juro iam subir”, referiu Miguel Maya esta segunda-feira na apresentação dos resultados, quando questionado se o banco está a estudar outras medidas para apoiar as famílias em situação mais complicada.

O gestor revelou que dentro das soluções que tem vindo a apresentar aos clientes, a “preocupação não é repor a prestação anterior”, mas antes “perceber o caso em concreto e a melhor solução para o cliente” e “ajustar o serviço da dívida à capacidade financeira do cliente no momento”.

Explicou que o banco está a diferir uma parte dos juros no sentido de diluir essa dívida “ao longo da vida do empréstimo”. Deste modo, o cliente consegue “ter uma prestação mais suave”.

Apesar de considerar que o banco tem sido bem-sucedido nas reestruturações, Miguel Maya referiu que vai acolher a “palavra” de Marcelo Rebelo de Sousa, que pediu uma “reflexão” do setor bancário no que podem fazer pelas famílias que atravessam uma situação mais complicada. “São palavras de quem tem preocupação genuína, de alguém que está preocupado com o impacto da subida das taxas de juro nas famílias. Acolhemos a palavra e vamos continuar a fazer com maior empenho e ver se há algo mais que se possa fazer”, afirmou. Ainda assim, chamou a atenção: “Quando no ambiente político aparecem muitos casos e casinhos estou habituado a que o foco passe para banqueiros, de repente, os bancos são os maus da fita, é fácil toda a gente apontar aos bancos”, afirmou o gestor,

“Quando faz uma afirmação como a que fez, temos de ver se há algo mais que possamos fazer”, reiterou Miguel Maya, destacando que não se trata de um jogo de soma nula. “Se perdermos, perdemos todos”, afirmou.

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PS quer PRR a financiar rega mais eficiente e substituição de maquinaria agrícola

Grupo parlamentar do PS sugere três alterações para que a agricultura possa vir a beneficiar de uma fatia mais significativa da bazuca.

O Partido Socialista apresentou esta segunda-feira um projeto de resolução para que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) apoie mecanismos que permitam ajustar o uso da água para rega nas explorações agrícolas e a substituir e modernizar a maquinaria agrícola para reduzir as emissões de CO2.

Tendo em conta o aumento das subvenções que Portugal vai receber no âmbito do PRR e que motivam parcialmente o exercício de reprogramação que está em curso – e que ainda não foi entregue em Bruxelas –, o grupo parlamentar do PS sugere três alterações para que a agricultura possa vir a beneficiar de uma fatia mais significativa da bazuca, já que os investimentos no setor primário contribuem para “a sustentabilidade económica, social e ambiental deste setor estratégico para o país”.

O projeto de resolução do PS, que tem maioria no Parlamento, recomenda ao Governo que o PRR “promova o apoio a projetos” de “gestão da água nas explorações agrícolas através da digitalização, da inovação e da eficiência hídrica”. O objetivo é permitir a introdução de mecanismos que monitorizem e ajustem “da melhor forma o uso de água para rega na exploração, permitindo a maior poupança de água”.

Por outro lado, é sugerida a elegibilidade de projetos que reduzam os “consumos energéticos na atividade agrícola e pecuária, através do reforço do autoconsumo, da constituição de comunidades energéticas no setor primário e da substituição/modernização de equipamentos e maquinaria agrícola, que permita a utilização de maquinaria agrícola mais eficiente, menos emissiva, onde se privilegie a introdução de gases renováveis e a eletrificação”.

A terceira sugestão é que o PRR possa financiar a aposta na economia circular também na agricultura, nomeadamente “na produção de biogás e no recurso à fertilização orgânica a partir de subprodutos agrícolas e pecuários como o bagaço de azeitona e os efluentes pecuários, de forma que os mesmo possam ser um mais-valia no contexto da economia circular e deixem de ser um subproduto de elevado impacte económico e ambiental”.

A justificação dos deputados do PS, encabeçados por Eurico Brilhante Dias, para estas alterações surge com a “preocupação central do setor primário” em “reduzir a fatura energética, quer pela diminuição do consumo de energia, associado a mudanças tecnológicas diversas, quer pela adaptação das práticas agrícolas e da promoção de uma gestão agroflorestal mais eficaz”. Estas medidas não só permitiriam ao setor reduzir as emissões carbónicas, mas também diminuir os custos de produção. Uma preocupação exacerbada pela pressão adicional introduzida pela guerra da Ucrânia sobre os fatores de produção.

Os agricultores pediram ao Governo, logo que souberam das verbas acrescidas que Portugal iria receber por via da atualização do montante de subvenções – já que uma parte da distribuição das subvenções do PRR dependiam da variação do PIB em 2020 e 2021 –, que esse montante fosse alocado aos recursos hídricos.

“Com a revisão das contas Portugal vai receber mais 1.634 milhões e imediatamente fizemos uma proposta ao senhor primeiro-ministro para pegar nesse dinheiro e olhar para o problema dos recursos hídricos. Não olharam e nem sequer uma gota lá foi colocada”, contou ao ECO, em entrevista o presidente da CAP. Como não obteve resposta, Eduardo Oliveira e Sousa considera que este pacote de ajudas criado para mitigar os impactos da pandemia nas economias “foi uma oportunidade perdida para o setor agrícola”.

Este projeto de resolução do grupo parlamentar do PS vai, de certa forma, ao encontro do pedido dos agricultores, para não serem esquecidos no PRR e dá uma pista sobre aqueles que serão as alterações introduzidas na bazuca, depois de ter recebido mais de 150 contributos para melhorar a proposta inicial.

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