Turismo e exportações ajudam crescimento e validam as previsões mais otimistas até agora

FMI estima crescimento de 2,6% para 2023, as previsões mais positivas entre as já conhecidas. Crescimento no primeiro trimestre, impulsionado pelo turismo e exportações, explica revisão em alta.

Se até agora Fernando Medina e Mário Centeno eram aqueles que estavam mais confiantes no crescimento da economia portuguesa, já foram ultrapassados. O FMI reviu as previsões em mais do dobro e estima agora que o PIB cresça 2,6% em 2023, depois da “surpresa” no primeiro trimestre que muito se deveu ao turismo e às exportações. A atividade turística já recuperou da pandemia e continua a atingir valores recorde, enquanto as exportações têm superado as importações, invertendo as tendências habituais.

O FMI reviu em alta o crescimento de 1%, número avançado já em abril, para 2,6% no relatório do Artigo IV divulgado esta terça-feira. Acima dos 1,8% estimados pelo Governo e Banco de Portugal. A revisão surgiu depois de, como assumiu em conferência de imprensa Rupa Duttagupta, que liderou a equipa de missão do FMI em Portugal, terem ficadosurpreendidos pelo crescimento da economia no primeiro trimestre, [que foi] muito mais forte que antecipado”.

O PIB cresceu 1,6% nos três primeiros meses do ano face ao último trimestre de 2022, enquanto na comparação homóloga avançou 2,5%. O INE salientava na altura que se verificou uma “aceleração das exportações de bens e serviços e um abrandamento das importações de bens e serviços”. “Em consequência, o contributo positivo da procura externa líquida foi superior ao do trimestre anterior”, sinalizou o gabinete de estatísticas nacional.

Rupa Duttagupta também destacou as exportações, sendo que já antes os economistas consultados pelo ECO apontavam para o bom desempenho das exportações nos três primeiros meses do ano. Beneficiaram da redução dos preços das matérias-primas e da melhoria da procura externa, “num quadro de dissipação dos receios de uma crise energética nas principais economias da área do euro, que condicionaram o desempenho da atividade exportadora nos últimos meses de 2022”, escreveu a economista Márcia Rodrigues, da área de estudos económicos do Millennium bcp, na nota de conjuntura.

O próprio ministro das Finanças tinha salientado que o crescimento “acima do esperado pela generalidade dos observadores é um crescimento que assenta sobretudo no crescimento das exportações”. Medina caracteriza mesmo este segmento como um “motor” de crescimento “absolutamente benigno”, que foi capaz de “compensar o abrandamento da procura interna”.

Olhando para os dados oficiais mais recentes, as exportações de bens aumentaram 13,3% no primeiro trimestre do ano, superando as importações, que cresceram 8,7%, em relação ao mesmo período de 2022. Mesmo assim, é de notar que se tem registado um abrandamento. Estes dados vão ser confirmados já esta quarta-feira pelo INE.

Apesar do abrandamento, Medina está confiante do desempenho para o resto do ano, até porque muito se foca nas exportações de serviços. A previsão de crescimento das exportações passou de 3,7% no OE2023 para 4,3% no Programa de Estabilidade. O Ministério das Finanças projeta um aumento no contributo das exportações para o crescimento, enquanto a procura interna, que ainda é “o principal motor do crescimento”, deverá perder algum peso.

O ministro da Economia, António Costa Silva, tinha também já avançado que as exportações portuguesas ultrapassaram 50% do PIB em 2022, ganhando assim uma maior relevância na economia portuguesa.

Além das exportações, o turismo está também em destaque. Como sinalizou Rupa Duttagupta, na mesma conferência de imprensa, o turismo teve um crescimento “muito mais forte que o antecipado” e isso também contribuiu para o desempenho mais positivo no arranque do ano.

Segundo os dados do INE, fevereiro registou um recorde de dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico em Portugal (num total de quatro milhões) e 1,7 milhões de hóspedes. O que ajudou os proveitos totais da atividade turística a alcançarem 245,7 milhões de euros no segundo mês do ano. Trata-se de um aumento das receitas de 60,3% em termos homólogos e de 26,4% face ao mesmo período de 2020.

Fonte: INE

Estes indicadores acabam por se complementar. Como salienta Márcia Rodrigues, “a manutenção de níveis de crescimento robustos do turismo deverá ter contribuído para suportar o bom desempenho das exportações de serviços”.

O Ministério das Finanças já destacava, no Programa de Estabilidade, que se “perspetiva um menor dinamismo das exportações de bens quando comparadas com a dos serviços, em linha com a evolução do comércio internacional, num enquadramento ainda desafiante, marcado nomeadamente pela incerteza quanto à evolução económica da China e dos Estados Unidos, e consequências de políticas de maior pendor protecionista como o Inflation Reduction Act promovido pela Administração norte-americana”.

Também António Ascensão Costa, na síntese de conjuntura do ISEG de abril, antecipava o contributo mais positivo da procura externa líquida, “em particular devido à recuperação da procura turística externa e ao maior crescimento das exportações face às importações”.

Para o resto do ano, o FMI sinaliza que se pode até verificar “um impulso turístico mais rápido”, que iria dar gás ao crescimento económico. As Finanças salientam também, no Programa de Estabilidade, que este ano “beneficia da procura turística decorrente da Jornada Mundial da Juventude no terceiro trimestre”.

O Banco de Portugal também justifica o otimismo face ao crescimento económico com o turismo. Em março, o banco central reviu em alta os números para 2023, “refletindo uma evolução mais favorável das exportações de turismo e, em menor grau, do consumo privado no início do ano”.

O BdP e o Governo eram os mais otimistas nas previsões, agora superados pelo FMI. Rupa Duttagupta salienta até que, mesmo que o resto do ano seja fraco, já está quase assegurada uma evolução do PIB em torno de 2%. Já o Conselho das Finanças Públicas aponta para um crescimento de 1,2% em 2023, segundo as previsões de março, enquanto a Comissão Europeia e a OCDE, que são as previsões mais “antigas”, apontam ainda para um crescimento de apenas 1%.

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Corticeira Amorim modera otimismo nas vendas e admite voltar às compras em 2023

Com alguns mercados da gigante da cortiça a atravessarem “uma fase menos favorável”, António Rios de Amorim prevê ao ECO um “crescimento moderado da faturação” em 2023, não excluindo novas aquisições.

Depois de terem superado pela primeira vez a fasquia dos mil milhões de euros em 2022, em resultado de um crescimento homólogo de quase 22%, as vendas consolidadas da Corticeira Amorim recuaram 1,4% nos primeiros três meses deste ano. Ainda assim, o presidente e CEO da Corticeira Amorim encara o resto do ano com “otimismo” e “forte determinação”, mesmo estando ciente de que “alguns segmentos onde [opera] poderão continuar a atravessar uma fase menos favorável”.

“Ainda que o dinamismo do mercado não seja o mesmo que o ano passado, acreditamos que a melhoria do mix e a evolução dos preços de venda suportarão um crescimento moderado da faturação no resto do ano de 2023”, perspetiva António Rios de Amorim, em declarações ao ECO. Em parte devido às poupanças conseguidas nos custos operacionais, com a descida dos preços da energia e dos transportes, os lucros da empresa subiram 18,2% no primeiro trimestre.

Condicionado igualmente pelo comparativo com o mesmo período do ano passado, que foi aquele em que registou um crescimento mais robusto, este recuo ao nível da faturação foi pressionado sobretudo pela área dos revestimentos (-32,8%), que viu as vendas caírem “na generalidade dos mercados” em que opera, mas em particular na Alemanha, que é o mercado mais importante para esta unidade de negócio.

António Rios de Amorim, que lidera a maior empresa mundial de produtos de cortiça, detalha que esta evolução negativa “reflete uma tendência global sentida no setor, de desaceleração da atividade, em particular no segmento de retalho/residencial”. Notando, por outro lado, que “também é verdade que existem stocks na cadeia provenientes de fluxos logísticos que decorrem da perturbação do ano passado”.

Conferência "Querer e Crescer: Ideias para acelerar o crescimento de Portugal" - 20MAR23
António Rios de Amorim, presidente e CEO Corticeira AmorimHugo Amaral/ECO

Já o recuo homólogo de 6,3% nos aglomerados compósitos é explicado pela empresa sediada em Mozelos, no concelho de Santa Maria da Feira, com a redução de volumes nos segmentos de menor valor acrescentado. Neste particular, os maiores decréscimos foram registados nas áreas catalogadas como Distributors of Flooring & Related Products, nos Resilient & Engineered Flooring Manufacturers e ainda de Cork Specialists.

Por outro lado, descreve ainda o CEO da gigante da cortiça, a subida na comercialização de rolhas (5,9%) “refletiu essencialmente a melhoria do mix de produtos, tendo beneficiado ainda da evolução dos preços de venda e da valorização do dólar”. Em 2022, além da atualização de preços feita no primeiro trimestre para incorporar o aumento de custos no ano anterior, avançou nos meses seguintes com novas subidas das tarifas para os clientes, por causa dos “aumentos galopantes” na energia, matérias-primas e logística.

Rentabilidade italiana e novas “oportunidades”

Pouco mais de um ano depois de ter anunciado a compra de 50% da italiana Saci por 49 milhões de euros, António Rios de Amorim faz um “balanço muito positivo” da aquisição desta empresa que tem sede em Turim e que tem como principal atividade a produção e a comercialização de muselets, as estruturas de arame que encaixam, por exemplo, nas rolhas das garrafas de espumantes.

“A performance do Grupo SACI foi excecional e acima das nossas expectativas iniciais, não só no que diz respeito ao crescimento das vendas, mas também em termos de rentabilidade. Estamos muito satisfeitos com esta aquisição”, sublinha o CEO e presidente da Corticeira Amorim, que emprega cerca de 4.600 pessoas, das quais perto de 3.300 em Portugal.

Nos últimos 12 meses, a Corticeira Amorim, cuja origem remonta a 1870, acabou por fechar várias aquisições, num investimento total aproximado que superou os 90 milhões de euros. Outra das operações destacadas pelo empresário foi a compra de uma parte da antiga Herdade de Rio Frio, tendo em junho passado a ser a única proprietária da sociedade Cold River’s Homestead, que incluía 3.300 hectares dessa propriedade na região de Lisboa.

Segundo foi comunicado à CMVM, e com o objetivo de aumentar as áreas próprias de produção de cortiça, implementar novas técnicas de produção e gestão florestal, e “incrementar a rentabilidade do montado instalado”, finalizou por 14,6 milhões de euros a compra de 50% da participação detida pela Parvalorem – a sociedade que herdou os ativos tóxicos do Banco Português de Negócios (BPN) –, isto depois de um ano antes já ter comprado a outra metade que estava nas mãos do BCP.

Em declarações ao ECO, António Rios de Amorim assegura que a empresa continuará “atenta a oportunidades” e diz que “não [exclui] a possibilidade de realizar aquisições este ano”. “No entanto, dificilmente concretizaremos algo com a importância e dimensão das realizadas em 2022”, salvaguarda o empresário nortenho, que no ano passado sucedeu a Isabel Furtado na liderança da COTEC Portugal.

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Mercado insurtech arrecadou 8 mil milhões em investimento em 2022

  • ECO Seguros
  • 9 Maio 2023

Foi o segundo melhor ano de sempre em volume de acordos. Esta é uma das conclusões do relatório Insurtech Global Outlook 2023, elaborado pela NTT Data.

O mercado insurtech arrecadou 8 mil milhões de dólares em investimento em 2022, num total de 470 negócios. Revelou-se o segundo melhor ano de sempre em volume de acordos. Esta é uma das conclusões do relatório Insurtech Global Outlook 2023, elaborado pela NTT Data, consultora global de negócios e tecnologia.

“O ecossistema segurador tem sido capaz de compreender os benefícios dos novos modelos, bem como de relevar a importância de questões fundamentais para esta indústria – a cibersegurança e a sustentabilidade, que terão cada vez mais impacto a médio e longo prazo. Esta é uma tendência que vai ganhar cada vez mais força”, antecipa Nuno Albuquerque e Castro, Partner, Head of Insurance Practice da NTT Data Portugal.

Na edição deste ano, a consultora NTT Data analisa a situação atual e futura do setor segurador, com destaque para os principais desafios que detetou: sustentabilidade, cibersegurança, distribuição inteligente, modelos de seguro on-demand e envolvimento de empresas após as mudanças sociais dos últimos anos.

2021 ficou marcado por mais maturidade no setor tradicional, que alcançou os 11 mil milhões de dólares em investimento. 2022 totalizou 8 mil milhões de dólares em investimento, o segundo melhor desde que há registo, 28% abaixo de 2021.

A consultora avaliou que os grandes investimentos foram afetados pela “incerteza socioeconómica global”: conflitos na Europa, inflação e aumentos das taxas de juro provocaram mudanças na vida dos cidadãos em todo o mundo e em todos os mercados, incluindo no dos seguros.

Nuno Albuquerque e Castro, Partner, Head of Insurance Practice da NTT Data Portugal, salienta: “analisamos o setor insurtech há sete anos e, apesar de toda a incerteza socioeconómica, os níveis de investimento continuam elevados, o que demonstra a capacidade de adaptação da atividade às alterações de mercado, no sentido de suportar o setor nos desafios que têm emergido. O ecossistema segurador tem sido capaz de compreender os benefícios dos novos modelos, bem como de relevar a importância de questões fundamentais para esta indústria – a cibersegurança e a sustentabilidade, que terão cada vez mais impacto a médio e longo prazo. Esta é uma tendência que vai ganhar cada vez mais força”.

A Europa continua a reduzir a disparidade em termos de desenvolvimento de insurtechs em relação aos E.U.A., registando-se, atualmente, a menor diferença de sempre entre as duas regiões. O velho continente concentrou 50% das operações de 2022 em empresas em fase de arranque em 2022, com o Reino Unido, Alemanha e França, seguidos pela Itália, Espanha e Suíça a serem os países mais ativos em rondas de financiamento – com destaque para as áreas de inovação, seguros integrados e saúde mental.

A aproximação do mercado europeu ao norte-americano justifica-se pelo investimento em empresas que se encontram numa fase inicial, as que menos sofreram este ano – devido à procura de investimento em modelos orientados para a rentabilidade e não para o crescimento, visando um maior retorno nas fases iniciais do que em outros anos.

As insurtechs europeias orientaram-se para mercados com maior rentabilidade e linhas de negócio focadas em tendências. No resto do mundo – Ásia, África e América Latina – observa-se um ligeiro crescimento nos últimos anos em empresas que se encontram em fases iniciais.

O relatório revelou que o setor dos seguros observa uma evolução sem precedentes e avança na utilização de tecnologias. De acordo com o relatório, há quatro tendências que registaram um especial crescimento em 2022. Estas tecnologias resolvem desafios distintos no setor segurador, incluindo a integração de diferentes players num ou mais ecossistemas através de APIs, analítica e análises preditivas, assim como diagnósticos de saúde, uma tecnologia que utiliza dados de saúde e análises para fazer face aos desafios presentes e futuros, melhorando a personalização e a tomada de decisão nos processos.

O relatório destaca cinco grandes desafios do setor insurtech, que revelam preocupações e as áreas em que este se vai concentrar:

  • Sustentabilidade: as mudanças climáticas são identificadas como o primeiro risco para o setor, uma vez que os fenómenos naturais catastróficos que têm ocorrido nos últimos anos causaram perdas significativas. Sugere-se que as seguradoras devem identificar e desenvolver soluções centradas no clima, identificando três áreas de ação – assegurar a transição para o zero-carbono, criar soluções de transferência de riscos para riscos físicos crescentes e adaptar os serviços. A tecnologia desempenha um papel fundamental, uma vez que as seguradoras utilizam IoT, stationary sensors, dados de radar ou sonar, visão computacional, drones, gémeos digitais, machine learning e análise estatística com o objetivo de prever e mitigar o risco de desastres naturais, e prevenir e reduzir a perda de vidas humanas, bens e recursos.
  • Distribuição inteligente: A distribuição é um fator chave para se conseguir maior retenção de clientes e lucros mais elevados. Contar com parceiros no setor da distribuição dá às seguradoras acesso a um novo mercado – dentro de um mercado existente – graças à possibilidade de oferecer produtos à base de clientes do distribuidor. Para o proprietário do canal, os benefícios materializam-se no cross-selling, sem ter de tentar desenvolver o mesmo produto.
  • Riscos digitais: Os ciberataques estão a aumentar 50% em relação ao ano passado, levando muitos governos a estudar novas leis. Neste contexto hiperligado, as empresas procuram novas formas de se defenderem de ataques nocivos e de investirem em proteção, especialmente para garantirem a segurança dos dados, que constitui a base fundamental e a motivação essencial da subscrição de seguros. Embora a cibersegurança nos seguros não seja uma linha de negócio tradicional, devido ao elevado custo das tecnologias aplicadas, a realidade é que, no contexto atual, o investimento das seguradoras em insurtechs multiplicou seis vezes nos últimos três anos. Este facto é motivado pela visão de futuro da prevenção de riscos, também cibernéticos, e nos dispositivos IoT.
  • Modelos de seguro on-demand: a simplicidade dos modelos on-demand aumenta a probabilidade de subscrição de seguro em 58%, e a indústria deve tirar partido destes novos modelos para aumentar a sua capacidade de atingir um público mais vasto. Neste sentido, a tecnologia desempenha um papel fundamental para o crescimento deste modelo, para automatizar tarefas não essenciais em produtos de subscrição – 45% afirmam já tê-lo utilizado para estes fins, enquanto 35% indicam que a sua carga de trabalho diminuiu graças às soluções digitais.
  • Envolvimento das empresas na sociedade: após os acontecimentos sociais dos últimos anos, os consumidores consideram que o bem-estar é um fator essencial. A adoção de tecnologias digitais em questões relacionadas com o bem-estar não para de crescer, e a prova disso é que 71% dos consumidores consideram provável a utilização de cuidados virtuais (18% mais do que em 2021). Os investimentos em seguros empresariais, com destaque para os de saúde, continuam a crescer de forma contínua desde 2015, o que denota que o mundo dos negócios tem noção da importância das empresas estarem comprometidas com o bem-estar.

 

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Grupo Ageas Portugal focado em aumentar rastreios

  • ECO Seguros
  • 9 Maio 2023

Campanha da seguradora relembra que o diagnóstico precoce do cancro colorretal tem uma taxa de sobrevivência que ronda os 90%.

O Grupo Ageas Portugal, através da realização de campanhas de rastreio do cancro colorretal, acessíveis a toda a população elegível, tem vindo a reforçar a sua posição como agente de responsabilidade social, nomeadamente na prevenção.

Segundo os dados da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG), o cancro colorretal está entre as principais causas de morte por cancro, mas se for detetado numa fase inicial, os níveis de sobrevivência atingem cerca a 90%. O Grupo Ageas Portugal pretende aumentar o controlo, através de rastreios gratuitos, de norte a sul do país.

Patrícia Ramalho, Responsável do Programa Movimento 45+ do Grupo Ageas Portugal, afirma: “a melhor forma de contribuir para a qualidade de vida dos portugueses é cuidar da sua saúde. Por esta razão, desenvolvemos estas campanhas, entre outras iniciativas de promoção da saúde, visando diagnosticar possíveis doenças precocemente e até mesmo evitá-las”. A especialista acrescentou: “acreditamos que a prevenção é a chave para um futuro mais saudável e sustentável, estamos empenhados em ajudar a comunidade a alcançar este objetivo.”

O Grupo Ageas Portugal, em parceria com farmácias e laboratórios, realiza desde 2021, Campanhas Nacionais de Sensibilização para o Rastreio para o Cancro Colorretal, fortalecendo o seu investimento na prevenção desta doença mortal, iniciativa que conta já com 3 edições.

Em 2022, foram rastreadas cerca de cinco mil pessoas, 45% homens e 55% mulheres.

A par com o estilo de vida, a idade é considerada um dos fatores de risco, diz o Grupo Ageas Portugal em comunicado. “Os números”, afirma Patrícia Ramalho, “confirmam a especial necessidade com que a população a partir dos 45 anos de idade, assintomática e aparentemente saudável, deve encarar o rastreio do cancro colorretal, como método preventivo e de deteção precoce, a realizar com regularidade”.

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Humberto Pedrosa não privatizava a TAP agora. “Se fosse minha esperava por melhor oportunidade”

O antigo acionista e dono da Barraqueiro afirmou que "gostaria de fazer parte" de um grupo de empresários portugueses para concorrer à reprivatização da companhia aérea.

Humberto Pedrosa, antigo acionista e administrador da TAP, defendeu na comissão parlamentar de inquérito que o Governo deveria esperar mais tempo para privatizar a TAP, esperando que a companhia aérea tenha melhores resultados. “Se fosse minha esperava por melhor oportunidade”, disse aos deputados. Afirmou ainda estar disponível para entrar na corrida caso exista um grupo de empresários portugueses disponíveis.

O sócio maioritário da Atlantic Gateway, que com David Neeleman comprou 61% da TAP na privatização em 2015, deixou elogios à TAP considerando que a companhia tem um grande futuro pela frente. Filipe Melo, deputado do Chega, aproveitou para questionar se com a reprivatização o Governo estava a “dar a empresa de bandeja a um privado”.

“O volume de fundos colocado na TAP é enorme. Não sei se todos têm a mesma opinião, mas depende de quem vai gerir a TAP. Eu acredito na TAP com uma determinada gestão, por aquilo que vivi na TAP. Se calhar neste momento não era o momento ideal para vender“, respondeu Humberto Pedrosa.

“Se fosse minha esperava por melhor oportunidade”, acrescentou, recomendando aguardar por momento em que empresa tivesse lucros mais elevados. “Penso que o Estado português está obrigado a vender uma parte substancial ou a maioria do capital da empresa, por exigência de Bruxelas. Em 2023 sei que as coisas estão a correr bem em termos de receita. Aguardava mais um ano e via o que dava”, afirmou.

Humberto Pedrosa, que foi acionista da companhia aérea até final de 2021, defendeu que, mesmo que a dona da Iberia ofereça um valor superior, a TAP deve ser vendida à “Lufthansa ou a outra companhia e nunca à Iberia porque temos o risco de hub passar para Madrid”.

O dono da Barraqueiro afirmou que “gostaria de fazer parte” de um grupo de empresários portugueses para concorrer à reprivatização da companhia aérea. “Valia a pena encontrar grupo que pudesse entrar na TAP e ter possibilidade num prazo longo devolver ao Estado os fundos que colocou na TAP. Teria muito gosto nisso. Estou completamente disponível para entrar”, garantiu.

Humberto Pedrosa foi ainda questionado sobre o facto de o grupo para o projeto no aeroporto de Santarém ter sido criado em 2020, quando o Estado iniciou a injeção de capital na TAP que acabaria com a saída dos privados do capital. Bernardo Blanco, da IL, questionou mesmo se não existiam antigos responsáveis da companhia aérea no projeto. O antigo administrador e acionista garantiu que “não há ninguém que tenha sido administrador da TAP ligado ao projeto”.

O aeroporto tem várias hipóteses. Que seja escolhida a melhor, a que custe menos ao Estado e a que sirva melhor o país”, acrescentou.

O antigo presidente do conselho de administração da TAP deixou elogios ao atual CEO, Luís Rodrigues, respondendo a uma pergunta sobre quem seria a melhor escolha para gerir a transportadora. “Neste momento está um homem bastante competente à frente da TAP. Se fosse eu a escolher era esse homem que escolhia”, asseverou.

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Faturação de agentes DS Seguros aumenta 40%

  • ECO Seguros
  • 9 Maio 2023

Seguros de saúde foram os que mais cresceram neste 1º trimestre. "O aumento de faturação dos nossos agentes em 40% é um excelente resultado, tendo em conta os tempos de incerteza económica".

A DS Seguros, mediadora de seguros do Grupo Decisões e Soluções, registou, no 1º trimestre de 2023, um crescimento de 40% na faturação dos seus agentes, em comparação com o período homólogo, o que se traduz, em valor, em cerca de 2 milhões de euros.

“Nestes três meses, crescemos nos seguros considerados mais importantes para a maioria das pessoas, com um grande destaque para os seguros de saúde, o que demonstra a principal preocupação das famílias portuguesas”, disse Luís Tavares, Diretor Coordenador Nacional da DS Seguros.

A mediadora registou um crescimento de 32% no total de emissão de novas apólices, comparativamente ao mesmo período do ano passado, com uma média, de prémios emitidos, superior a 1.000.000 euros por mês, num total de cerca de 3.500.000 euros, representando a emissão de novas apólices de seguros de vida, em 750.000 euros e de seguros de saúde, em 500.000 euros.

Destaque para o crescimento dos seguros de saúde, que registaram um aumento bastante significativo de 100% face ao mesmo período do ano anterior. Também os seguros de Vida mantiveram o ritmo de crescimento, aumentando 35%, quando comparado com o período homólogo.

Luís Tavares, Diretor Coordenador Nacional da DS Seguros disse: “o aumento de faturação dos nossos agentes em 40% é um excelente resultado, tendo em conta os tempos de incerteza económica em que vivemos. Demonstra a importância dos serviços que prestamos e a qualidade das nossas equipas. Nestes três meses, crescemos nos seguros considerados mais importantes para a maioria das pessoas, com um grande destaque para os seguros de saúde, o que demonstra a principal preocupação das famílias portuguesas”.

“Estamos no mercado há sete anos com o intuito de melhorar a vida dos nossos clientes, apresentando-lhes soluções à sua medida e que lhes permite poupar tempo e dinheiro. Desta forma, temo-nos posicionado como aliados de confiança das famílias e é assim que pretendemos continuar nos próximos anos. Estamos todos de parabéns pelos resultados obtidos e pela dedicação demonstrada nestes primeiros três meses”, acrescentou o líder.

Em expansão, a DS Seguros inaugurou seis novas lojas neste trimestre, passando a marcar presença também em Vila do Conde, Lisboa Parque das Nações, Porto Ramalde, Portimão Centro, Lixa Serrinha e Castelo de Paiva. Foram ainda assinados dezanove novos contratos para a abertura de novas lojas ao longo deste ano.

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“Sistema financeiro é absolutamente essencial”, diz ASF

  • Lusa
  • 9 Maio 2023

A presidente da ASF classificou sistema financeiro como "absolutamente essencial" ao funcionamento da economia e progresso da sociedade, vincando ser um bem de interesse público ancorado à confiança.

A presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) classificou, nesta terça-feira, o sistema financeiro como “absolutamente essencial” ao funcionamento da economia e do progresso da sociedade, vincando ser um bem de interesse público ancorado à confiança.

1º Encontro das Entidades Reguladoras Portuguesas - 09MAI23
“Trata-se de um bem de interesse público, que tem ancorado ao seu funcionamento a confiança”, afirmou, em Lisboa, a presidente da ASF, Margarida Corrêa de Aguiar.Hugo Amaral/ECO

“O sistema financeiro é absolutamente essencial ao funcionamento da economia e do progresso da sociedade. Trata-se de um bem de interesse público, que tem ancorado ao seu funcionamento a confiança”, afirmou, em Lisboa, a presidente da ASF, Margarida Corrêa de Aguiar.

A responsável da ASF, que falava no primeiro encontro das Entidades Reguladoras Portuguesas, dedicado ao tema “10 Anos da Lei-quadro das Entidades Reguladoras: Que Futuro?”, em Lisboa, referiu que o sistema financeiro tem características “muito especiais”, como o facto de estar em permanente expansão, introduzindo uma nova dinâmica e riscos que têm que ser acautelados. Entre estes estão os associados à inovação tecnológica, que alteram o modo de funcionamento dos mercados e do próprio modelo de negócio. Somam-se riscos transversais, como os associados às alterações climáticas e à digitalização, o que suscita “novas competências e responsabilidades do lado dos operadores e da supervisão financeira“.

Presente no mesmo painel de debate, subordinado ao tema “Regulação e Supervisão: Desafios de Governance“, o presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Luís Laginha de Sousa, destacou a importância do mercado de capitais na vida das pessoas e na dimensão do país, apesar de, conforme sublinhou, muitas vezes existir a ideia de que este mercado é pequeno.

No que se refere à independência das entidades reguladoras, Laginha de Sousa disse que tem que “haver muita responsabilização e prestar de contas“. A independência deve ser, “de forma estrutural, financeira e administrativa”, vincou, acrescentando que ainda existe um caminho a percorrer de modo a assegurar que se cumpre esta exigência da lei e as melhores práticas definidas internacionalmente.

“Quando falamos das melhores práticas convém não esquecer que Portugal, à semelhança de outros países, é monitorizado e avaliado por entidades internacionais, como o FMI, e estas matérias suscitam sempre muita apreciação crítica. A melhor ou pior avaliação da qualidade das instituições acaba por se refletir na perceção do risco associado ao país“, lembrou.

O administrador da Supervisão Prudencial do Banco de Portugal (BdP), Rui Pinto, disse que os reguladores têm uma perspetiva de deteção do incumprimento dos supervisionados, uma perspetiva de emissão de medidas corretivas e uma eventual ação sancionatória ou criminal. Ainda assim, considerou ser necessário antecipar riscos e situações que podem criar “problemas sérios ao sistema financeiro” e começar num setor diferente daquele em que o próprio regulador opera.

“A ideia de cooperação é extremamente relevante. Tem que haver partilha de experiências e ações conjuntas entre os supervisores […]. Há toda uma informalidade essencial e uma troca de experiências e informação entre as próprias equipas de supervisão. A supervisão, hoje em dia, está completamente integrada na arquitetura da realidade institucional ao nível europeu”, concluiu Rui Pinto.

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APROSE vai premiar seguradoras e personalidades do ano

  • ECO Seguros
  • 9 Maio 2023

Três personalidades marcantes no setor e seguradoras Vida e Não Vida do Ano vão ser premiadas por agentes e corretores no 9º Congresso da APROSE.

Depois de dois anos de paragem forçada, na sequência da pandemia, a Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros (APROSE) organiza o 9º Congresso Nacional dos Agentes e Corretores de Seguros, a decorrer nos dias 19 e 20 de maio, no Centro de Congressos do Estoril.

3ª Conferência Anual ECO Seguros - 20OUT22
David Pereira, presidente da direção da APROSE, “é fundamental contar com a participação de todos, já que este é o encontro nacional em que nos é possível analisar e perspetivar o futuro deste setor”.Hugo Amaral/ECO

Com o lema “O futuro são as pessoas” o encontro acontece “num momento crucial para o futuro da atividade seguradora e irão ser debatidas as questões da inovação e da excelência, face aos desafios que se colocam a um setor económico que é de extrema relevância”, diz a organização.

O programa tem início no dia 19 com um jantar reservado aos patrocinadores e seus convidados onde serão anunciados os prémios APROSE, que vão distinguir 3 personalidades cuja atividade foi importante e marcante em qualquer setor da atividade seguradora e cuja eleição foi decidida pela direção da APROSE.

Também companhias serão galardoadas. Os agentes membros da APROSE, singulares ou coletivos, já começaram a votar para as 4 categorias do prémio Melhor Seguradora do ano de 2022. Os prémios serão atribuídos a:

  • Melhor Seguradora para Agentes (somente em votação para Agentes Individuais e Coletivos);
  • Melhor Seguradora para Corretores (somente em votação para Corretores);
  • Melhor Seguradora Não Vida (votação Agentes e Corretores);
  • Melhor Seguradora Vida (votação Agentes e Corretores).

David Pereira, presidente da APROSE, diz que “é fundamental contar com a participação de todos, já que este é o encontro nacional em que nos é possível analisar e perspetivar o futuro deste setor, tão importante e essencial, não só para os profissionais da área, como também para os nossos clientes”.

No dia 20 terá lugar o congresso, que apresenta diversos debates e exposições relacionados com o papel das pessoas no futuro da atividade e a oferta do setor segurador.

Mais informações aqui .

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SAD do Benfica aumenta emissão de obrigações para 50 milhões

  • ECO
  • 9 Maio 2023

Encarnados elevam valor pretendido na operação de 40 para 50 milhões de euros devido à procura registada no mercado do retalho.

A SAD do Benfica aumentou o montante que pretende angariar na oferta de obrigações de 2023. Os encarnados elevaram o valor que pretendem recolher junto do retalho dos 40 para os 50 milhões de euros, segundo atualização do prospeto divulgada nesta terça-feira junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A emissão de obrigações da SAD do Benfica arrancou no passado dia 2 de maio e vai durar até sexta-feira, 12 de maio. O objetivo da sociedade liderada por Rui Costa, que também é presidente do Sport Lisboa e Benfica, é utilizar este dinheiro para reembolsar parcialmente o empréstimo obrigacionista denominado “Benfica SAD 2020-2023”, financiar “a atividade corrente da Benfica SAD, bem como consolidar o respetivo passivo da Benfica SAD num prazo mais alargado”, lê-se no prospeto da operação.

Para convencer os pequenos investidores, a Benfica SAD oferece:

  • Para novos credores: o compromisso de pagar uma taxa de cupão anual de 5,75%, pago semestralmente, até 17 de julho de 2026, através da subscrição das obrigações “Benfica SAD 2023-2026”.
  • Para antigos credores: a possibilidade de os investidores trocarem as obrigações “Benfica SAD 2020-2023“, que têm uma taxa de cupão de 4%, pelas novas obrigações “Benfica SAD 2023-2026”.

À primeira vista, a remuneração de 5,75% que a Benfica SAD oferece parece ser um bom negócio. Porém, na carteira dos pequenos investidores, o ganho líquido deste investimento fica muito abaixo deste valor. Não por culpa da SAD benfiquista, que, por cada 1.000 euros investidos, paga 57,5 euros, mas como consequência das comissões bancárias cobradas pelos intermediários financeiros e dos impostos cobrados pelo Fisco, que acabam por reduzir significativamente a rendibilidade do investimento.

Pode ler aqui a análise do ECO relativamente a esta operação.

(Notícia atualizada às 22h01 com mais informação)

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Governo recusa atraso em reconhecer seca em território nacional

  • Lusa
  • 9 Maio 2023

A ministra frisou que Espanha “tem uma situação já muito mais grave que Portugal e teve condições para acionar essa declaração mais cedo”.

A ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, recusou esta terça-feira que o Governo se tenha atrasado a reconhecer a situação de seca em território nacional, justificando que só agora o fez devido às regras europeias.

Em Beja, no final de uma reunião do Conselho para o Acompanhamento do Regadio (CAR) do Alqueva, a governante foi questionada pelos jornalistas sobre se o reconhecimento de seca em 40% do território nacional, na segunda-feira, peca por tardia.

Maria do Céu Antunes respondeu que, para o fazer, o Governo precisa de dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) que atestem as condições meteorológicas, como por exemplo a falta de chuva nos últimos dois meses. “Em bom rigor, só na passada semana é que isso aconteceu em Portugal”, salientou.

Confrontada pelos jornalistas com o caso de Espanha, a ministra frisou que o país vizinho “tem uma situação já muito mais grave que Portugal e teve condições para acionar essa declaração mais cedo”.

“As regras são as mesmas e aplicam-se nos dois países de igual maneira. Não é uma regra nacional e nós só podemos acionar estas medidas junto da Comissão Europeia a partir do momento em que cumpramos este requisito”, vincou.

O Ministério da Agricultura e da Alimentação, tutelado por Maria do Céu Antunes, reconheceu, na segunda-feira, a situação de seca severa e extrema em cerca de 40% do território nacional. Em comunicado, o ministério garantiu ter sinalizado a situação, na semana passada, junto da Comissão Europeia, acrescentando que a adoção de um conjunto de medidas está sempre dependente da “luz verde” de Bruxelas.

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O que chama aos fundos da Airbus usados por Neeleman na TAP? “Uma doação, será?”, diz Humberto Pedrosa

O empresário Humberto Pedrosa, antigo acionista da companhia aérea, revelou que deu uma garantia pessoal para uma linha de crédito à TAP após a privatização em 2015.

Humberto Pedrosa considerou uma “doação” os 226 milhões de euros recebidos por David Neeleman da Airbus e que o empresário brasileiro usou para capitalizar a TAP na privatização da companhia aérea em 2015. Já o antigo acionista e administrador colocou 12,5 milhões do seu próprio dinheiro.

Humberto Pedrosa entrou para o capital da TAP através da Atlantic Gateway, em conjunto com David Neeleman. Os acionistas pagaram cinco milhões de euros cada um por 61% da companhia aérea e comprometeram-se a injetar prestações acessórias para a capitalizar. Humberto Pedrosa colocou 12,5 milhões, apesar de ter 50,1% da Atlantic Gateway, David Neeleman, com 49,9%, injetou 226 milhões de dólares. Esta última quantia veio da Airbus, no âmbito do negócio para a aquisição de 53 novos aviões.

Questionado na comissão parlamentar de inquérito à TAP pela deputada Mariana Mortágua, do BE, sobre o que se podia chamar a estes fundos do fabricante de aeronaves, Humberto Pedrosa respondeu: “Não sei o que lhe hei de chamar. Uma doação, será?”.

 

“Eu considero que esse dinheiro foi o dinheiro que a Airbus deu ao senhor Neeleman para a capitalização da TAP tem a ver com o pacote do negócio feito com a Airbus. Perante a dimensão do negócio e a expectativa de continuar a vendar aviões à TAP a Airbus disponibilizou esses 226 milhões para a capitalização da TAP”, disse o ex-administrador não executivo, garantindo que só soube dos chamados “fundos Airbus” duas semanas antes da concretização da privatização, em novembro de 2015.

Humberto Pedrosa afirmou por várias vezes não estar a par de decisões e pormenores. “O homem da aviação era o David Neeleman. Era ele que geria e comandava a operação”, disse. Mais à frente na audição afirmou que tinha uma posição “fiscalizadora” do parceiro no capital da TAP.

O antigo acionista foi instado também a explicar porque ele, o filho David Pedrosa e David Neeleman não recebiam um salário como administradores da TAP mas através de um contrato de serviços celebrado entre a Atlantic Gateway e a companhia aérea, como avançou o ECO.

“A Atlantic Gateway tinha despesas com advogados e outras diversas. Entendemos em determinada altura receber o salário via prestação de serviços. O dinheiro não vinha [diretamente] para o bolso dos acionistas e administradores, por isso não havia Segurança Social e IRS”, disse.

O dono da Barraqueiro precisou que a Atlantic Gateway recebia 75 mil euros por mês. O dinheiro que sobrava depois de pagas as despesas era canalizado, através de dividendos, para a sua holding HPGB e a DGN de David Neeleman. “Esta situação de prestação de serviços até existia dentro da TAP. A TAP SPGS pagava salários mas não tinha receita. Tinha um contrato de prestação de serviços com a TAP SA”, revelou.

Bruno Dias, do PCP, questionou se existiram negócios da TAP com o grupo Barraqueiro e quais os montantes associados. “Não havia serviços da Barraqueiro à TAP, salvo alguma exceção de aviões que eram cancelados, às vezes no Porto, e era-nos pedido um autocarro para transportar os passageiros para o hotel. Eram coisas pontuais”, respondeu.

“David Neeleman era um investidor. Eu sou um empresário”

Quando, em 2020, o Governo optou por nacionalizar a posição de David Neeleman na TAP, o empresário recebeu 55 milhões para prescindir das prestações acessórias. Humberto Pedrosa acabou por sair do capital com os aumentos de capital do Estado, saindo sem nada. “Perdi prestações acessórias”, assumiu. O dono da Barraqueiro assume que podia ter visto antes que não tinha condições para manter-se no capital e que “ia ficar reduzido a pó”, recorrendo a uma expressão usada por Pedro Nuno Santos.

“Um recebeu 55 milhões e o outro não recebeu nada. Parece-me um pouco estranho, sem querer levantar suspeitas”, comentou Bernardo Blanco, da IL. “Há uma diferença entre um acionista e outro. O senhor David Neeleman era um investidor que entrou para fazer uma mais-valia num determinado espaço de tempo. Eu sou um empresário. Vejo as companhias a longo prazo”, respondeu.

“Podia ter saído na altura quando saiu David Neeleman. Tive sempre uma expectativa que a pandemia não se alongasse muito tempo. Como gostava da TAP e apostava na TAP, fiquei até ser possível ficar. Quando verifiquei que não havia condições para ficar saí com prejuízo”, disse.

O PS questionou o antigo acionista sobre os negócios feitos pela Azul com a TAP, nomeadamente o leasing de 17 Embraer e ATR, “aviões que tinham dificuldades em levantar quando condições climatéricas eram piores e gastavam mais combustível”. “Não eram interessantes para a Azul e acabam por vir para a TAP com as mesmas dificuldades”, afirmou o deputado Bruno Aragão. Humberto Pedrosa justificou a opção com a “necessidade imediata de aviões”. “Na altura foi a melhor opção, não havia outra.

Bruno Aragão apontou ainda o facto de a Azul estar a usar slots que a TAP abandonou no aeroporto de Campinas para concorrer com própria TAP, nomeadamente através de um acordo com a alemã Air Condor.

Humberto Pedrosa deu aval pessoal a dívida da TAP

Na sua intervenção inicial aos deputados, David Neeleman afirmou que quando chegou à TAP a companhia estava com capitais próprios negativos “sem saldo de caixa, com pagamentos em atraso e em risco de não poder pagar salários”. Perante esta situação, revelou que “facilitou uma linha de crédito com garantia pessoal e usou linha de crédito aberta pela banca para o Grupo Barraqueiro” para financiar a companhia aérea.

Quando entrámos na TAP “sabíamos que situação não era boa, mas não sabíamos que era tão má”, afirmou, questionado por Filipe Melo, do Chega. “Nesse mês se não conseguíssemos ir buscar dinheiro não havia dinheiro para salários”, disse, acrescentando que a linha de crédito da Barraqueiro foi usada para esse fim.

Filipe Melo questionou como fez investimento de milhões sem conhecer a real situação da companhia? Humberto Pedrosa referiu que confiou na análise feita por David Neeleman.

O antigo administrador salientou que a Atlantic Gateway aceitou na altura pagar 10 milhões de euros por 61% da TAP apesar das duas avaliações feitas à altura apontarem para um valor entre 129 e 512 milhões negativos. Foi questionado porque não fez o mesmo em março de 2020, no início da pandemia.

Eu não conheço nenhum empresário privado que tivesse disponibilidade de mil milhões para colocar na TAP. Não estamos a falar em trocos. Para dar ajuda à TAP era preciso mil milhões. Se tivesse, eu tinha posto, porque acredito na TAP”, disse Humberto Pedrosa aos deputados. “É uma grande companhia e uma grande marca. Futuramente há de ser uma grande companhia, precisa é de ter uma boa gestão”, afirmou.

A deputada Mariana Mortágua quis saber porque Fernando Pinto ficou a ganhar mais como consultor da TAP do que quando era CEO, através de um contrato para a prestação de serviços de consultoria. Como fez várias vezes ao longo da audição, deixou elogios ao antigo parceiro no capital da companhia aérea. “Ele era essencial para a transição [de presidente executivo] porque era o homem que conhecia a empresa. Era a ele que se pedia ajuda em todas as dúvidas. Ele era assíduo na companhia e quando não estava estava sempre disponível”, respondeu.

A parlamentar do BE perguntou também porque Fernando Pinto era administrador da Atlantic Gateway. Pedrosa explicou que isso se deveu ao facto de a ANAC exigir um gestor com experiência de aviação que tivesse nacionalidade de um país da União Europeia, como exige a legislação. Foi aí que Mariana Mortágua revelou que no ano seguinte, em 2016, David Neeleman conseguiu a cidadania europeia através de um “visto gold” concedido por Chipre.

Humberto Pedrosa manteve a participação no capital da TAP SA até dezembro de 2021 e na TAP SGPS até novembro de 2022, tendo as participações desaparecido com os aumentos de capital do Estado. Foi também administrador não executivo da transportadora aérea entre novembro de 2015 e o final de setembro de 2020.

(notícia atualizada às 22h30)

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Trump considerado responsável por agressão sexual a colunista E. Jean Carroll

  • Lusa
  • 9 Maio 2023

E. Jean Carroll veio a público em 2019 alegando que o ex-presidente dos EUA a violou em 1996 num vestiário de uma loja em Manhattan. Trump foi condenado apagar multa de 5 milhões à colunista.

Um júri considerou esta terça-feira Donald Trump responsável por agressão sexual a E. Jean Carroll em 1996, determinando o pagamento à colunista de cinco milhões de dólares por danos, mas rejeitou as alegações de violação. O veredicto foi anunciado num tribunal federal na cidade de Nova Iorque, no primeiro dia de deliberações do júri.

Os jurados rejeitaram as alegações de Carroll de que foi violada, mas consideraram Trump responsável por agredi-la sexualmente, noticiou a agência Associated Press (AP). A decisão foi anunciada pelas 15:00 (20:00 em Lisboa) depois dos jurados terem chegado a uma deliberação em menos de três horas.

Carroll, uma das mais de uma dúzia de mulheres que acusaram Trump de agressão ou assédio sexual, veio a público em 2019 alegando que o magnata republicano a violou em 1996 num vestiário de uma loja em Manhattan. Trump, de 76 anos, optou por não comparecer no julgamento civil, mas disse que nunca encontrou Carroll, de 79 anos, na loja e não a conhecia.

O ex-presidente norte-americano acusou-a ainda de ser uma “maluca” que inventou “uma história fraudulenta e falsa” para vender um livro de memórias. Carroll está a pedir uma indemnização monetária não especificada e uma retratação das declarações de Trump que alega serem difamatórias. Durante o julgamento assistiu-se a alegações de comportamento inadequado de Trump com mulheres e à reprodução do vídeo “Access Hollywood”, no qual Trump se gabava de agarrar os órgãos genitais das mulheres sem pedir autorização.

Natasha Stoynoff, uma antiga redatora da revista People, testemunhou, entre lágrimas, que Trump a beijou à força, contra a sua vontade, enquanto lhe mostrava a sua propriedade de Mar-a-Lago, logo após o Natal de 2005, para um artigo sobre o seu primeiro aniversário de casamento com a terceira mulher, Melania.

Antes do julgamento, os advogados de Trump não conseguiram impedir que os jurados vissem o vídeo do “Access Hollywood” e ouvissem Stoynoff, que disse ter contado a poucas pessoas sobre o alegado incidente na altura, mas que decidiu vir a público depois de ver o vídeo e as subsequentes negações de Trump num debate de 2016.

Trump negou que alguma vez tenha tentado beijar Stoynoff. O testemunho de Stoynoff ocorreu um dia depois de outra mulher, a antiga corretora da bolsa Jessica Leeds, ter testemunhado que Trump lhe apalpou os seios e tentou enfiar a mão na sua saia quando estavam sentados lado a lado num voo de uma companhia aérea no final dos anos 70.

Carroll manteve as alegações contra Trump em segredo durante 17 anos, contando apenas a dois amigos próximos, antes de as tornar públicas num livro de memórias de 2019. Os advogados de Trump atacaram a credibilidade de Carroll através de um exaustivo contra-interrogatório, questionando porque é que não gritou por ajuda durante o alegado ataque e porque é que nunca foi à polícia.

Um psicólogo que testemunhou a favor de Carroll disse que é comum as vítimas de violação ficarem em silêncio e culparem-se a si próprias.

Donald Trump denunciou entretanto um “veredicto vergonhoso” e insistiu, após ter sido divulgada a deliberação de um júri, que não conhecia a denunciante. “Não tenho absolutamente nenhuma ideia de quem é essa mulher”, realçou o ex-presidente norte-americano na sua rede social Truth Social.

Além de considerar o veredicto “uma vergonha”, o republicano, já candidato assumido às primárias do seu partido para as presidenciais de 2024, destacou que esta é “a continuação da maior caça às bruxas de todos os tempos”. Trump nunca compareceu no julgamento e rejeitou um convite para testemunhar.

Esta é a primeira vez que Trump é condenado após deixar a presidência do país, embora em janeiro a sua empresa, a Trump Organization, tenha sido condenada a pagar 1,61 milhões de dólares por um esquema de evasão fiscal.

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