Carlos III já foi coroado como rei do Reino Unido

  • Lusa e ECO
  • 6 Maio 2023

A cerimónia religiosa de coroação de Carlos III como monarca do Reino Unido teve início na Abadia de Westminster, em Londres, às 11:00, e decorreu segundo rituais ancestrais.

Carlos III já foi coroado como monarca do Reino Unido. A cerimónia religiosa de coroação de Carlos III teve hoje início na Abadia de Westminster, em Londres, às 11:00, e decorreu segundo rituais ancestrais.

O arcebispo de Canterbury colocou, às 12:03, na cabeça do rei Carlos III a coroa de Santo Eduardo, a mais importante joia real britânica, de ouro maciço, incrustada com rubis, ametistas e safiras, e que é tradicionalmente usada nas coroações dos reis desde 1661.

Antes, perante o arcebispo de Canterbury, Carlos III tinha jurado honrar e defender a lei e a igreja Anglicana durante o seu reinado, e comprometeu-se a respeitar todas as fés e de todos os povos que compõem o Reino Unido e a Commonwealth.

A rainha consorte Camila escolheu não usar uma coroa própria, mas uma joia que pertenceu à rainha Mary, avó da falecida rainha Isabel II.

Assistem à cerimónia na Abadia de Westminster cerca de 2.000 convidados, entre os quais os príncipes de Gales, William e ‘Kate’ Middleton, que são agora os herdeiros da coroa.

Veja aqui em direto:

Além de receber a coroa real, o ritual incluiu a unção do novo rei com um azeite consagrado e a entrega ao soberano de várias peças das joias da coroa que simbolizam a transmissão de poderes.

Carlos III herdou o trono de sua mãe, Isabel II, falecida em 08 de setembro de 2022.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Bruxelas pode travar novas leis do Alojamento Local. Bloqueou planos da Irlanda

  • ECO
  • 6 Maio 2023

A Comissão Europeia bloqueou um pacote legislativo na Irlanda para endurecer regras do Alojamento Local. Bruxelas vai também analisar medidas portuguesas.

A Comissão Europeia bloqueou os planos da Irlanda para apertar as regras do Alojamento Local (AL), por serem “desproporcionadamente restritivas”, segundo o Dinheiro Vivo. As medidas portuguesas para este setor, presentes no pacote Mais Habitação, também “serão analisadas à luz das regras europeias”.

A Irlanda tinha em vista avançar com o pacote legislativo em março, para colocar mais casas no mercado de arrendamento. No entanto, Bruxelas considerou que não tinham “garantias de que potenciariam um aumento das casas disponíveis para arrendar”, sendo que a Irlanda “não apresentou informação e indícios sustentados”.

Quanto à possível avaliação do pacote Mais Habitação, desenhado pelo Governo português, a Comissão Europeia sinaliza apenas que “aguarda informação” sobre as medidas, que “serão analisadas à luz das regras europeias”. Nuno Melo, eurodeputado do CDS, e seis eurodeputados do PSD levantaram questões sobre o assunto, ao que Bruxelas respondeu garantindo que “vai monitorizar” o tema e considerar possíveis medidas, “incluindo caso Portugal falhe a notificação, nos termos da Diretiva dos Serviços no Mercado Interno”.

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Turquia tem duas grandes coligações em disputa renhida por 600 lugares

  • Lusa
  • 6 Maio 2023

Um total de 24 partidos apresentam-se às eleições legislativas na Turquia de 14 de maio e em paralelo às presidenciais.

Um total de 24 partidos apresentam-se às eleições legislativas na Turquia de 14 de maio e em paralelo às presidenciais, apesar de as sondagens indicarem que apenas seis consigam ultrapassar os 7% de votos para garantir presença no Parlamento.

Os cerca de 60,5 milhões de eleitores que se vão deslocar às assembleias de voto — para além dos cerca de três milhões de emigrantes também inscritos — vão deparar-se com um boletim de voto com um metro de comprimento, entretanto aprovado pela Conselho eleitoral superior (Yüksek Seçim Kurulu, YSK) e eleger os 600 deputados à Grande Assembleia Nacional (o Parlamento unicameral).

O Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), liderado pelo Presidente Recep Tayyip Erdogan, e a principal força da oposição, o Partido Republicano do Povo (CHP) lideram coligações eleitorais antagónicas, integradas por diversos partidos.

Os islamistas conservadores, que governam a Turquia desde a sua incontestada vitória nas legislativas de novembro de 2002, encabeçam a coligação eleitoral Aliança Popular (CI) e têm como aliados o Partido de ação nacionalista (MHP, extrema-direita) e dois partidos menores, o islamista e ultranacionalista Partido da grande unidade (BBP) e o islamista Partido da prosperidade (Yeniden Refah, YRP).

As listas da Aliança Popular acolhem ainda candidatos da formação ultra-islamista curda Partido da Livre causa (Huda-Par), com ligações ao Hezbollah curdo.

O CHP, que reclama a herança de Mustafa Kemal, fundador da República da Turquia, mantém a sua coligação com o nacionalista O Bom partido (IYI), liderado por Meral Aksener e atualmente a quinta formação no hemiciclo, ao qual se juntam outros quatro partidos que formam a designada “Mesa dos Seis”, o principal bloco opositor e que surge nas listas sob a designação de Aliança da Nação (MI).

No entanto, as restantes quatro formações menores — o Gelecek (Partido Futuro) do ex-primeiro-ministro turco islamista Ahmet Davutoglu, o DEVA do economista Ali Babacan, também ex-ministro del AKP, o islamista Saadet e o liberal Partido Democrata — não surgem nos boletins e os seus candidatos concorrem nas listas do CHP para evitar a dispersão de voto.

Pelo facto de um partido apenas garantir representação parlamentar caso ultrapasse a barreira obrigatória dos 7% de votos expresso, as coligações passaram a assumir grande importância na Turquia.

Nesta perspetiva, a ampla coligação oposicionista tem como objetivo fazer regressar a Turquia a um sistema como predomínio parlamentar, e após a imposição do sistema presidencial elaborado por Erdogan e referendado em 2017. Para alterar a atual legislação, será necessário garantir a aprovação de 400 dos 600 deputados da Grande Assembleia Nacional, ou de 360 para levar a proposta a referendo.

A atual terceira força política do Parlamento nacional, Partido Democrático dos Povos (HDP, esquerda e pró-curdo), envolvido num processo judicial movido pelo poder por alegados “vínculos terroristas”, e com a procuradoria a pedir a sua ilegalização, também não surge no amplo boletim.

Devido aos riscos de ilegalização antes das eleições de 14 de maio, os candidatos do HDP vão concorrer sob a sigla do Partido dos verdes e o futuro da esquerda (Yesil Sol Parti, YSGP), que em outubro passado adotou um símbolo semelhante ao do HDP e se apresenta em coligação com o Partido dos trabalhadores da Turquia (TIP, esquerda).

Num contexto pouco favorável, Erdogan vai tentar que o seu partido se mantenha a principal força política, apesar de ter perdido as maiorias absolutas, e prolongue a sua permanência no poder que assegura desde 2003.

A Turquia confronta-se com uma elevada inflação e com as consequências dos dois sismos de 6 de fevereiro que provocaram cerca de 50.000 mortos e dezenas de milhares de feridos e desalojados. Erdogan tem sido ainda acusado de crescente autoritarismo, e perante a persistente crise económica o AKP tem prometido reduzir a inflação a um dígito, compromisso também emitido pelos rivais políticos.

Um crescente setor da população censura-o pela crescente inflação, devido à sua recusa pessoal em aumentar as taxas de juro. A taxa de inflação oficial anual situa-se pouco acima dos 50% e com eventual tendência para descer, mas diversos especialistas consideram que atualmente ultrapassa dos 100%.

Erdogan e o AKP foram duramente criticados por não terem adaptado as práticas de construção exigidas na Turquia antes dos terramotos de 06 de fevereiro, e por erros nas operações de busca e salvamento que se seguiram.

Milhões de turcos ficaram sem casa nas 11 províncias atingidas pelos sismos, e pelo facto de muitas dessas zonas serem bastiões do AKP, a eleição pode ser vencida ou perdida nestas regiões do leste e sul do país.

Já na corrida presidencial, que decorre em paralelo, o candidato que obtiver mais de metade do voto em 14 de maio será eleito. Caso contrário, haverá uma segunda volta duas semanas depois.

Kemal Kilicdaroglu, 78 anos, líder do CHP e apoiado pela Aliança da Nação (MI) e pelos partidos de esquerda pró-curdos, é o grande desafio para o atual chefe de Estado.

Erdogan já cumpriu dois mandatos, e a apresentação a um terceiro mandato parecia contrariar as regras da Constituição turca. Mas a YSK decidiu que o começo do seu primeiro mandato deveria ser considerado não em 2014 mas em 2018, quando o novo sistema presidencial se iniciou, com eleições simultâneas para o Parlamento e a presidência.

Líder incontestado da Turquia desde 2003, inicialmente como primeiro-ministro e desde 2014 como Presidente (as primeiras eleições presidenciais no país por sufrágio direto) Erdogan decidiu reforçar três anos depois os seus poderes na sequência de uma revisão constitucional aprovada em referendo, uma consequência do fracassado golpe militar de julho de 2016.

Num país onde os votos são tradicionalmente muito polarizados, Erdogan, 69 anos, começou a ser contestado com mais veemência, em particular após a forte repressão em Istambul contra a destruição do parque Gezi, em meados de 2013. Numa rápida sucessão de acontecimento, a Turquia derivou para um crescente autoritarismo sob o atual líder, instalado no enorme palácio de Ancara que mandou construir e com a generalidade dos ‘media’ controlados pelos seus aliados.

As sondagens eleitorais na Turquia são muito voláteis, mas a hipótese de Kiliçdaroglu vencer na primeira volta parece estar comprometida após a decisão de um antigo membro do CHP, Muharrem Ince, em concorrer às presidenciais.

Ince, 58 anos, foi o candidato presidencial do CHP em 2018 (30,67% dos votos expressos), mas deixou o partido dois anos depois devido a divergências com Kiliçdaroglu. Agora, concorre pelo secular e nacionalista Partido da Pátria (Memleket Partisi, MP) e foi acusado de dividir o voto da oposição e de beneficiar Erdogan.

Outro candidato, com reduzidas hipóteses, é o ultranacionalista Sinan Ogan, mas o seu apelo ao voto num dos candidatos no caso de segunda volta poderá ser decisivo.

De acordo com as reformas de Erdogan, o Governo é escolhido pelo Presidente, e não existe primeiro-ministro. Caso a sua coligação garanta maioria no Parlamento deverá prosseguir o mesmo estilo de governação pessoal, como sucedeu no atual mandato onde manteve o apoio de 334 dos 600 deputados.

Em alternativa, a Aliança da Nação de Kiliçdaroglu já disse pretender restaurar o sistema parlamentar e reformar a presidência, retirando ao chefe de Estado o direito de veto legislativo, terminar as suas relações com partidos políticos e promover uma eleição para a chefia do Estado em cada sete anos.

Para estas duplas eleições, a Assembleia parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) vai enviar uma missão de observadores que inclui 14 peritos, 28 observadores de longo prazo e outros 350 observadores que apenas permanecerão até final do escrutínio.

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Presidente do PS atento ao Governo para mudar e melhorar políticas ou políticos

  • Lusa
  • 6 Maio 2023

O presidente do PS, Carlos César, apontou a necessidade de o partido estar atento à atuação do Governo de maioria socialista para mudar e melhorar, se for preciso, "políticas ou de políticos".

O presidente do PS, Carlos César, apontou hoje à noite a necessidade de o partido estar atento à atuação do Governo de maioria socialista para mudar e melhorar, se for preciso, “políticas ou de políticos”.

Num discurso durante um jantar do partido em Grândola (Setúbal), o dirigente admitiu que o PS lidera um executivo “que falha, por vezes, como acontece com todos e em toda a parte”, mas vincou também “que apresenta resultados que são bons”. “Importa, por isso, estarmos sempre atentos para mudar o que é possível e para melhorar o que é necessário, estejamos nós a falar de políticas ou de políticos”, afirmou Carlos César, perante militantes e apoiantes do PS.

Com os ministros da Educação, João Costa, e dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e outros na assistência, o presidente socialista realçou que “essa compreensão e disponibilidade [para mudar ou melhorar] são sempre inadiáveis”.

“Refrescam ideias, trazem um novo fôlego, recuperam entusiasmos responsáveis e convocam novas competências”, sublinhou, considerando que “o sentido de renovação é essencial” e que “essa ambição é essencial ao PS como o PS é essencial a Portugal”.

Durante um discurso de 20 minutos, César enumerou dificuldades dos Governos PS nos últimos sete anos, como a pandemia de Covid-19 ou as consequências da guerra na Ucrânia, e passou em revista algumas das medidas tomadas pelo Executivo.

Já em relação à oposição, o presidente do PS apontou baterias aos partidos da direita, acusando o PSD de não ter um projeto para Portugal e de se opor a tudo o que o Governo socialista faz e não faz. “Coligar-se com a direita radical e namorar com a extrema direita. É esse o projeto do PSD para o nosso país”, questionou.

À chegada ao jantar, o dirigente socialista foi questionado pelos jornalistas sobre discordância entre o Presidente da República e o primeiro-ministro sobre a permanência do ministro João Galamba no Governo. “O que é importante para nós depois destes acontecimentos mais atribulados é que o partido se concentre na sua atividade, quer ao nível do Governo da república, quer ao nível da sua presença nas autarquias locais”, respondeu.

Carlos César disse que deve ser feito “o possível para que o Governo seja o melhor Governo e com os melhores resultados para os portugueses”. Questionado sobre se, para isso, sugere uma remodelação, o presidente do PS limitou-se a adiantar que “os governos têm sempre mais longevidade do que cada um dos governantes” e que “os governos têm sempre vários governantes que se sucedem”.

“É importante que os governos em geral, em tese, e, naturalmente, este Governo não escapa, possam periodicamente ter um refrescamento que lhes permite sempre novos ganhos, um novo fôlego ou um novo entusiasmo”, vincou. “Estou a falar de um Governo que já é muito bom, mas eu ambiciono que seja ainda melhor”, acrescentou.

Numa declaração ao país, o chefe de Estado qualificou a sua discordância em relação à decisão do primeiro-ministro de manter João Galamba como ministro das Infraestruturas como uma “divergência de fundo” e considerou que essa decisão de António Costa tem efeitos “na credibilidade, na confiabilidade, na autoridade do ministro, do Governo e do Estado”.

Nos últimos dias, o ministro das Infraestruturas esteve envolvido em polémica com o seu ex-adjunto Frederico Pinheiro, que demitiu na quarta-feira, sobre informações a prestar à Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP.

O caso envolveu denúncias contra Frederico Pinheiro por violência física no Ministério das Infraestruturas e furto de um computador portátil, depois de ter sido demitido, e a polémica aumentou quando foi noticiada a intervenção do Serviço de Informações e Segurança (SIS) na recuperação desse computador.

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Presidência aberta, fiscalização ou poder da palavra. Como Marcelo vai escrutinar o Governo?

O Presidente avisou que vai estar mais atento à atuação de Governo de António Costa. Discordância pública é diferente do habitual, mas outros Presidentes já fizeram uma fiscalização apertada.

Depois de uma discordância relativamente à permanência de João Galamba enquanto ministro das Infraestruturas, o Presidente da República prometeu uma vigilância mais apertada ao Executivo de António Costa. Resta agora saber como esse escrutínio se vai materializar, sendo que na história portuguesa existem exemplos como as Presidências Abertas de Mário Soares ou o uso da fiscalização dos diplomas. Pelo perfil de Marcelo Rebelo de Sousa, certo é que fará uso do poder da palavra e trará as divergências a público, apontam politólogos ao ECO.

Numa declaração ao país, após a polémica divergência com António Costa, o Presidente assegurou que vai “estar mais atento e interventivo no dia-a-dia” para evitar “o aparecimento e o avolumar de fatores imparáveis e indesejáveis”. António Costa, em resposta ao Chefe de Estado, garante que “todos os portugueses desejam a vigilância ativa do Presidente da República e o Governo não se sente nada incomodado”. O primeiro-ministro reconheceu que existe uma divergência “rara” com Marcelo Rebelo de Sousa, mas “não são necessários dramatismos”.

Mas de que forma se vai materializar essa vigilância mais apertada? “O Presidente não pode ultrapassar limites constitucionais, mas podemos interpretar de forma mais extensa no sentido que tem magistratura de influência, no regime semipresidencialista”, salienta Paula Espírito Santo, professora de Ciência Política, ao ECO, com a qual pode assumir um papel “mais vigilante e escrutinador da ação do Governo e do primeiro-ministro”.

João Cardoso Rosas também aponta ao ECO que Marcelo “pode fazer algo sobretudo através da intervenção que já é muito forte e contínua, aumentar ainda mais o nível de intervenção pública chamando a atenção de forma pública, dizendo algo que usualmente diria apenas em conversas privadas com o primeiro-ministro”, passando assim a “exercer maior pressão sobre o Governo”.

Isto só por si já traz alguma “novidade”, indica o politólogo, já que “discordâncias sempre houve, mas eram dirimidas em privado e eram negociadas e resolvidas nesse âmbito”. Ter “declarações solenes do primeiro-ministro e Presidente de confronto em relação à escolha de membros de Governo é novo nível no modo como discordâncias são publicitadas e proclamadas”, ganhando assim uma “nova dimensão”.

Desta forma, a relação institucional pode assim tornar-se numa “coabitação negativa, em que Chefe de Estado e Chefe de Governo estarão numa permanente relação de forças”, destaca Hugo Ferrinho Lopes, ao ECO.

Para Cardoso Rosas, a nova postura “pode caminhar para uma situação de conflito institucional, entre Presidente e Executivo, ou pode caminhar simplesmente para uma certa tensão entre dois polos, que está dentro do âmbito normal de freios e contrapesos, sem que degenere num conflito”.

O politólogo destaca que “tipicamente quando há um sistema de coabitação, quando a cor política do Presidente é diferente do Executivo, geralmente há maior fricção e sobretudo — está-se a transformar numa lei — no segundo mandato do Presidente e à medida que se encaminha para o seu meio, a fricção aumenta”. Os Presidentes “começam a ser mais interventivos, sobretudo a partir da segunda metade do segundo mandato e nesse aspeto da relação atual não é muito diferente do que aconteceu noutros casos”.

Presidências abertas, fiscalização ou poder da palavra?

Paula Espírito Santo recorda, como exemplo deste tipo de relação entre os órgãos institucionais, que Mário Soares “teve também um papel muito vigilante, particularmente no mandato de Cavaco Silva enquanto primeiro-ministro, em que foi muito fiscalizador na medida em que os diplomas eram enviados ao Tribunal Constitucional ou pedia fiscalização preventiva ou sucessiva (antes de entrar em vigor)”.

Assim, Marcelo tem, “num plano mais formal e legal, o poder da fiscalização preventiva e sucessiva das leis ou dos diplomas que são enviados, neste caso também os do Governo”, e poder de veto ou promulgação dos diplomas.

Voltando ao exemplo de Mário Soares, no segundo mandato este “optou mais pelas presidências abertas e passou a deslocalizar a ação presidencial, que acaba por estar muito centrada em Belém e Lisboa”.

Hugo Ferrinho Lopes afiança que Marcelo Rebelo de Sousa poderá optar também por uma abordagem semelhante, ao “começar a visitar instituições e entidades ligadas às áreas onde o Estado tem sido menos capaz de dar respostas às necessidades dos cidadãos e onde mais se sentem os efeitos da inflação”.

“Desta forma, chamaria à atenção para as falhas da ação governativa e assumiria uma postura de oposição indireta ao governo“, aponta, sublinhando que “o final da intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa é também um apelo à mobilização cidadã, o que denota que poderá fazer uso da sua popularidade para influenciar as avaliações dos cidadãos face ao Executivo”.

Ainda assim, o estilo de Marcelo “é diferente de Mário Soares”, nomeadamente pela “vontade evidente em comunicar mais através dos media, o que pode gerar uma presidência aberta ainda mais interventiva”.

Por sua vez, Cardoso Rosas não se arrisca a dizer qual será o curso de ação escolhido por Marcelo, mas considera que “o Presidente tem uma forma própria de intervir, muitas vezes em ocasiões formais ou muitas vezes informais e isso em si mesmo, se for contínuo e feito de forma mais atenta ao dia a dia do Executivo, será uma forma de aumentar a pressão sobre o Governo”.

Ambas as figuras saem simultaneamente fortalecidas e enfraquecidas, considera. “Com a iniciativa de Costa de considerar que e ele que escolhe os ministros e decide quando saem, transformando ação do Presidente numa mera formalidade, por um lado fortalece posição do primeiro-ministro, mas noutro sentido enfraquece-a, porque deixa de contar com a solidariedade do Presidente”, nota. Já do lado do Presidente, a mudança no papel na nomeação dos ministros “por um lado enfraquece, porque já não tem influência na escolha dos membros do Governo, mas por outro liberta-o da corresponsabilidade dessa escolha, portanto, pode ser mais assertivo na crítica”.

Independentemente da forma escolhida de atuação, a relação entre ambos entra numa nova fase que “vai implicar maior escrutínio e fiscalização por parte do presidente: se vai materializar na palavra do PR ou fiscalização dos diplomas, o tempo dirá“, conclui Paula Espírito Santo.

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Vinho Quinta D’Amares Alvarinho é o “Melhor Verde” em 2023. Veja todos os premiados

Concurso “Os Melhores Verdes 2023” teve participação recorde, com destaque para as colheitas antigas e para a categoria Alvarinho. Conheça os principais vinhos premiados na edição deste ano.

O vinho Quinta D’Amares Alvarinho 2022 arrecadou a Grande Medalha de Ouro no concurso “Os Melhores Verdes 2023”, que é promovido anualmente pela Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV). Na edição deste ano houve um número recorde de 294 amostras, com destaque para as inscrições de colheitas antigas e o acréscimo verificado na categoria Alvarinho.

“Nesta edição assistimos ao aparecimento de novas categorias que refletem a evolução a que se assiste na produção de Vinho Verde. Os vinhos com estágio têm cada vez mais expressão, em resultado da valorização crescente em que trabalhamos, confirmando perfis de vinhos que evoluem com o tempo e que se revelam com um enorme potencial de oferta e de procura”, salientou Dora Simões, a nova presidente da CVRVV.

Na cerimónia realizada esta sexta-feira à noite na Alfândega do Porto, em que esteve presente a ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, foram premiados 88 vinhos em 14 categorias distintas. Veja a lista completa dos principais galardoados na edição deste ano.

“Os Melhores Verdes 2023” | Grande Medalha de Ouro:

Quinta D’Amares Alvarinho 2022

“Os Melhores Verdes 2023” | Categoria Ouro:

DOC Vinho Verde Branco | Zulmira Superior Loureiro Arinto 2022;

DOC Vinho Verde Rosado | Adega Cooperativa de Ponte da Barca 2022;

DOC Vinho Verde Rosado | Casal de Ventozela Espadeiro 2022;

DOC Vinho Verde Tinto | Fedelho Premium Vinhão 2022;

DOC Vinho Verde Alvarinho | Quinta D’Amares Alvarinho 2022;

DOC Vinho Verde Loureiro | Casa da Senra Loureiro 2022;

DOC Vinho Verde Arinto | Abcdarium Arinto 2022;

DOC Vinho Verde Avesso | Quinta de Gomariz Colheita Seleccionada Avesso 2022;

DOC Vinho Verde Varietal | Abcdarium Azal 2022;

DOC Vinho Verde Branco com estágio | Sem Igual Escolha 2018;

DOC Vinho Verde Alvarinho com estágio | Deu-la-Deu Reserva Alvarinho 2020;

DOC Vinho Verde Varietal com estágio | Marquês de Lara Reserva Avesso 2017;

DOC Vinho Verde Espumante | Canhotos Sublime Bruto Alvarinho 2020;

Vinho Regional Minho com estágio | Quinta do Montinho Reserva Alvarinho 2018;

DOC Vinho Verde Aguardente | Delícia Aguardente Vínica Velha;

“Os Melhores Verdes 2023” | Categoria Prata:

DOC Vinho Verde Branco | Quinta dos Encados Grande Escolha 2022;

DOC Vinho Verde Rosado | Besta Escolha Rosado 2022;

DOC Vinho Verde Rosado | Abcdarium Escolha 2022;

DOC Vinho Verde Rosado | Vale dos Santos Padeiro 2022;

DOC Vinho Verde Rosado | Dom Diogo Colheita Seleccionada Padeiro 2022;

DOC Vinho Verde Tinto | Quinta da Samoça Vinhão 2022;

DOC Vinho Verde Alvarinho | Encostas de Melgaço Alvarinho 2021;

DOC Vinho Verde Loureiro | Quinta dos Encados Loureiro 2022;

DOC Vinho Verde Arinto | Dom Diogo Colheita Seleccionada Arinto 2022;

DOC Vinho Verde Avesso | Abcdarium Avesso 2022;

DOC Vinho Verde Varietal | Quinta de Linhares Azal 2022;

DOC Vinho Verde Branco com estágio | Sem Igual 2016;

DOC Vinho Verde Alvarinho com estágio | Encostas de Melgaço Único Alvarinho 2020;

DOC Vinho Verde Varietal com estágio | Casa de Vilacetinho Grande Reserva Avesso 2017;

DOC Vinho Verde Espumante | Quinta de Gomariz Bruto Alvarinho 2021;

Vinho Regional Minho com estágio | Aveleda Parcela do Roseiral Alvarinho 2020;

DOC Vinho Verde Aguardente | Alvarinha Aguardente Vínica Velha Alvarinho;

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Primeira-ministra francesa apela a “diálogo calmo” com Itália

  • Lusa
  • 5 Maio 2023

"Itália é um parceiro essencial para França". disse a primeira-ministra francesa, antes de apelar ao "respeito mútuo" e a um "diálogo calmo para continuar a trabalhar em conjunto".

A primeira-ministra francesa apelou esta sexta-feira a um “diálogo calmo” entre França e Itália, após declarações do ministro do Interior francês sobre a incapacidade de Roma para gerir a imigração terem desencadeado uma nova crise entre os dois países.

O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, exigiu esta sexta um pedido de desculpas do ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, um dia depois de este ter afirmado que a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, era “incapaz de resolver os problemas migratórios para os quais foi eleita”.

É um insulto gratuito e vulgar dirigido a um país amigo, aliado, [e] quando alguém ofende gratuitamente outra pessoa, o mínimo é que apresente um pedido de desculpas”, defendeu Antonio Tajani, numa entrevista ao diário italiano Corriere della Sera, depois de ter cancelado na quinta-feira à noite a sua primeira visita a Paris enquanto titular do cargo.

Questionada pela imprensa sobre esse pedido de desculpas, a chefe do executivo francês, Élisabeth Borne, respondeu de forma indireta. “Gostaria de repetir que Itália é um parceiro essencial para França, que a nossa relação assenta no respeito mútuo e que vamos privilegiar a concertação e um diálogo calmo para continuar a trabalhar em conjunto”, sustentou.

A primeira-ministra recordou também que a ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna, conseguiu falar com o seu homólogo italiano. “Catherine Colonna telefonou-me duas vezes, para me dizer que lamentava, foi muito cordial”, disse também Antonio Tajani, embora reiterando que as explicações de Paris foram “insuficientes”.

Tratou-se de um ataque a frio, uma facada nas costas por parte de um membro de primeiro plano do Governo francês. Há coisas que não se podem ignorar. O resto do executivo [do Presidente da República francês, Emmanuel] Macron, contudo, certamente não pensa como Darmanin”, insistiu o MNE italiano. Contactado pela agência de notícias francesa AFP, o Ministério do Interior francês escusou-se a comentar os apelos para um pedido de desculpas emitidos pelo Governo italiano. Do lado de Roma, Giorgia Meloni ainda não reagiu.

A imigração é, há anos, um assunto muito sensível nas relações franco-italianas. Em novembro, registou-se uma escalada de tensão entre os dois países quando o Governo de Meloni, acabado de chegar ao poder, se recusou a deixar atracar um navio humanitário da organização não-governamental SOS Mediterrâneo, que acabou por ser acolhido por França em Toulon, no sul do país, com mais de 200 migrantes a bordo.

O episódio irritou Paris, que convocou um encontro europeu para que esse cenário inédito não se repetisse. Desde então, as travessias clandestinas de migrantes em embarcações precárias aumentaram, com a abertura de um novo corredor marítimo entre a Tunísia e Itália, país que se encontra na linha da frente para a entrada na Europa.

Segundo o Ministério do Interior italiano, mais de 42.000 pessoas chegaram a Itália pelo Mediterrâneo este ano, em contraste com cerca de 11.000 no mesmo período do ano passado. No entanto, quase metade deles procede de países francófonos (Costa do Marfim, Guiné-Conacri, Tunísia, Camarões, Burkina Faso, Mali), de acordo com os dados do Ministério do Interior italiano.

“É por isso que as tensões entre os dois países são fortes”, analisou hoje o diretor do Gabinete Francês da Imigração e da Integração (Ofii), Didier Leschi. Inquirido sobre essa crispação franco-italiana à margem de uma deslocação a Florença, Itália, o Alto-Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, recordou que a questão dos fluxos migratórios é “um problema comum” aos países da UE que deve ser gerido “com o máximo de unidade”.

“Estou certo de que as dificuldades serão ultrapassadas”, afirmou o chefe da diplomacia europeia.

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Ministro da Economia diz que Portugal vai conseguir executar PRR

No espaço de uma semana, apenas foram pagos dois milhões de euros aos beneficiários finais. Portugal ainda não entregou reprogramação do PRR, mas Costa Silva diz que execução não está em risco.

O ministro da Economia e do Mar assumiu esta sexta-feira que Portugal “vai conseguir executar” o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), desvalorizando o facto de o Governo ter falhado o prazo para entregar a reprogramação do PRR a Bruxelas, tal como o ECO avançou. O Executivo definiu como prazo de entrega da Reprogramação o final de abril, respeitando o prazo recomendado pela Comissão Europeia, para garantir uma execução atempada do reforço de verbas.

“A reprogramação [do PRR] é um processo de negociação com a Comissão Europeia. Não tem interferência direta na execução do PRR. O PRR são 16,3 mil milhões de euros, já estão alocados cerca de 12,8 mil milhões em termos de aprovações, portanto, os projetos que estão alocados, e a execução, os pagamentos aos beneficiários, intermédios e finais, já atingiram os 1.800 milhões. Vamos na casa dos 11, 12%”, disse António Costa Silva aos jornalistas, em Guimarães, à margem da 1.ª edição dos Encontros da Economia.

De acordo com o último relatório da Estrutura de Missão Recuperar Portugal, com dados referentes a 3 de maio, apenas foram pagos dois milhões de euros aos beneficiários finais no espaço de uma semana, o que contrasta com os dez milhões da semana anterior ou os 67 milhões pagos na anterior.

“Penso que vamos conseguir executar o PRR. O país tem uma boa tradição de execução dos fundos europeus. Evidentemente que aqui a preocupação é com os fundos europeus — o máximo que executamos até hoje é da ordem dos 2.500, 3.000 milhões de euros por ano –, vamos ter mais do dobro”, lembrou o ministro da Economia, à margem do evento organizado pelo Banco Português de Fomento, sob o mote principal “Indústria 4.0 e os desafios da internacionalização”.

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Parlamento aprova limite às multas por falta de pagamento de portagens

  • Lusa
  • 5 Maio 2023

O novo regime reduz a coima pelo não pagamento das portagens para um valor mínimo "correspondente cinco vezes o valor da respetiva taxa de portagem, "mas nunca inferior a 25 euros".

O limite às contraordenações pelo não pagamento de portagens foi esta sexta-feira aprovado pelo parlamento, determinando as novas regras que infrações praticadas pelo mesmo carro, na mesma estrada e no mesmo mês terão o valor máximo equivalente a uma única contraordenação.

Esta alteração à lei que enquadra o regime sancionatório aplicável às transgressões decorrentes do não pagamento de portagens resulta de um projeto da Iniciativa Liberal, com o texto final aprovado a ter sido alvo de contributos de vários partidos durante o debate na especialidade e algumas propostas hoje avocadas pelo PS para votação em plenário.

O novo regime reduz a coima pelo não pagamento das portagens para um valor mínimo “correspondente cinco vezes o valor da respetiva taxa de portagem, “mas nunca inferior a 25 euros” e “de valor máximo correspondente ao dobro do valor mínimo da coima” (ou seja 50 euros).

Ao mesmo tempo determina que, caso as infrações sejam praticadas pelo mesmo agente, no mesmo mês, através da utilização do mesmo veículo e na mesma infraestrutura rodoviária, o “valor máximo da coima é o correspondente ao de uma única contraordenação”, sendo o valor mínimo referido “correspondente ao cúmulo das taxas de portagem, não podendo ser cobradas custas de valor superior às correspondentes a uma única contraordenação”.

Esta formulação resulta de uma proposta do PS, e difere ligeiramente do texto final aprovado em Comissão que determinava que “constitui uma única contraordenação” as cifrações praticadas pelo mesmo agente, no mesmo mês, através da utilização do mesmo veículo e que ocorram na mesma infraestrutura rodoviária “sendo o valor mínimo [de 25 euros] o correspondente ao cúmulo das taxas de portagem”.

Prevista está uma norma transitória que determina que aos processos de contraordenação e aos processos de execução pendentes à data de entrada em vigor “aplica-se o regime que, nos termos da lei geral, se afigura mais favorável ao arguido ou ao executado”.

De acordo com o texto aprovado esta sexta, o novo regime entra em vigor com o Orçamento do Estado subsequente à sua publicação e produz efeitos a 1 de julho de 2024 – sendo a data de produção de efeitos uma das alterações propostas pelo PS. Já a proposta que o PSD avocou para votação em plenário para que o novo regime entrasse em vigor 30 dias após a publicação foi chumbada.

À Lusa o deputado Hugo Costa do PS referiu que a nova redação da lei vai “dar proporcionalidade ao valor das coimas” aplicadas nestas situações, eliminando-se a desproporcionalidade que hoje existe face à infração cometida e que em várias situações resultaram em processo de dívida de vários milhares de euros.

A Provedoria de Justiça avançou com a abertura de 45 procedimentos de averiguação aprofundada na sequência das queixas sobre pagamento de portagens recebidas em 2022, contestando, sobretudo, a desproporcionalidade do valor exigido e ausência de contacto prévio para pagamento.

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Municípios e ACP oficializaram Rali de Portugal na região Centro

  • Lusa
  • 5 Maio 2023

A competição, que pontua para o mundial de ralis, incluiu este ano a Figueira da Foz, que vai receber a superespecial, algo que não acontecia há mais de duas décadas.

Os municípios da Figueira da Foz, Arganil, Coimbra, Góis, Lousã e Mortágua assinaram esta sexta-feira o contrato de realização do WRC Vodafone Rali de Portugal 2023 na região Centro, que vai estar na estrada na próxima sexta-feira. A competição, que pontua para o mundial de ralis, incluiu este ano a Figueira da Foz, que vai receber a superespecial, algo que não acontecia há mais de duas décadas.

“A Figueira da Foz fez parte do velho rali, da tradição, e espero que a tradição se mantenha por muitos anos”, disse o presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), Calos Barbosa, na assinatura dos contratos, citado numa publicação daquele município, onde decorreu a cerimónia de assinatura.

A superespecial vai realizar-se no sexta-feira, a partir das 19:00, com partida em frente ao edifício dos Paços do Concelho, efetuando cada piloto um percurso de 2,2 quilómetros, que abrange a zona do Forte da Figueira da Foz e o Parque das Gaivotas.

Os bilhetes para o público assistir em bancadas, que serão maioritariamente instaladas no Parque das Gaivotas, custam 27 euros, dos quais 90% revertem para a Câmara Municipal e 10% para o ACP. A prova custa ao município da Figueira da Foz 300 mil euros, valor que pode ser reduzido de acordo com os patrocínios angariados no concelho, mais apoio logístico.

Também na próxima sexta-feira decorrem as passagens pelos concelhos de Lousã, Góis e Arganil, no distrito de Coimbra, e Mortágua, já no distrito de Viseu. O Rali de Portugal arranca na quinta-feira ao início da noite, com a cerimónia de início na Porta Férrea da Universidade de Coimbra, e termina no domingo.

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Carlos III coroado este sábado em ostentação. Vem aí o declínio da monarquia britânica?

Embora o novo monarca tenha optado por uma cerimónia mais pequena que a da sua mãe em 1953, a coroação vai custar, pelo menos, 113 milhões de euros. Marcelo Rebelo de Sousa está entre os convidados.

A data de 6 de maio de 2023 vai ficar para a história como o dia da coroação de Carlos III. Decorre na Abadia de Westminster e vai desde a procissão das joias da coroa, à unção do rei com óleo sagrado até ao juramento e homenagem dos súbditos reais. O momento marca o início de uma nova era para a monarquia britânica. Resta saber que tipo de rei será Carlos III e que tipo de monarquia irá promover.

Depois da morte da rainha Isabel II, aos 96 anos, após um reinado de 70 anos, chegou uma nova fase no Reino britânico. Carlos III, proclamado oficialmente rei em setembro de 2022, será coroado este sábado. O início da cerimónia está agendado para as 11h00. O site oficial da família real indica que a coroação “refletirá o papel do monarca atualmente e olhará para o futuro, ao mesmo tempo que está enraizada em pompas e tradições de longa data”.

Embora o novo monarca tenha optado por uma cerimónia mais pequena do que a da coroação da sua mãe em 1953, a coroação vai custar, pelo menos, cerca de 100 milhões de libras (perto de 113 milhões de euros), como revelou a Time. A decisão de Carlos III em reduzir a duração e dimensão dos festejos prende-se, em parte, com o disparo no custo de vida que afeta também aquele país — assim a ambição de ter uma monarquia mais moderna, escreveu a revista.

No entanto, a opulência da celebração — a maior cerimónia militar em 70 anos e que contará com mais de seis mil membros das forças armadas, referiu a BBC — parece contrastar com o panorama económico e também social do Reino Unido, onde se têm sucedido greves de trabalhadores, que exigem melhores salários.

Embora seja mais pequena do que a da coroação da rainha Isabel II – que custou, à data, 1,57 milhões de libras, o equivalente atual a 56 milhões de libras (quase 64 milhões de euros) – a cerimónia de coroação do rei Carlos III vai ser mais cara devido às questões de segurança. Um fator que não era tão relevante há décadas atrás.

E não é caso para menos. A “Orbe Dourada” – nome de código da mega operação da cerimónia da coroação – vai contar com centenas de polícias vindos de vários locais do país, snipers nos telhados e agentes à paisana entre a multidão. Serão erguidas barreiras nos passeios, ao longo de quilómetros, e bloqueios de forma a impedir a circulação de veículos.

Além disso, aquela que se transformará numa zona de exclusão aérea, contará também com patrulhas armadas, equipas cinotécnicas e uma apertada operação de segurança, tendo a polícia estado empenhada durante semanas numa operação preventiva para detetar possíveis ameaças, revelou o Daily Mail.

A procissão (que na realidade são duas – uma mais pequena antes da coroação e outras após depois de Carlos III já ter sido coroado) será mais pequena do que a procissão de oito quilómetros da cerimónia de Isabel II. Depois de regressarem ao Palácio de Buckingham, os monarcas e membros da família real irão aparecer na varanda, onde vão assistir a um sobrevoo de 60 aeronaves que durará cerca de seis minutos.

O rei reutilizará peças de vestuário históricas da Coleção Real, que já foram usadas por monarcas anteriores nas suas coroações.

No que toca à própria cerimónia de coroação, tem uma duração prevista aproximada de duas horas. A coroa que vai ser colocada na cabeça de Carlos III é a de Santo Eduardo, uma coroa de ouro maciço do século XVII. Bastante pesada e apenas usada no momento da coroação. Por seu lado, a rainha consorte Camilla será coroada com a coroa da Rainha Mary.

O rei reutilizará também peças de vestuário históricas da Coleção Real, que já foram usadas por monarcas anteriores nas suas coroações.

Convite real enviado aos convidados.

Para o evento, o rei e a rainha consorte convidaram cerca de duas mil pessoas. Entre eles está o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Da família real estarão presentes os príncipes William e Harry. No entanto, Megan, esposa do filho mais velho de Carlos e Diana, não irá à cerimónia. A coroação coincide com o quarto aniversário do filho do casal, Archie. O príncipe André também deve estar, ao contrário de Sarah Ferguson, a sua esposa.

Estarão presentes o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, Humza Yousaf, o novo primeiro-ministro da Escócia, ou o líder francês Emmanuel Macron. Joe Biden, presidente dos Estados Unidos da América, não poderá estar presente, fazendo-se representar pela primeira-dama, Jill Biden. Andrzej Duda, presidente da Polónia, e Anthony Albanese, primeiro-ministro australiano, vão igualmente comparecer à cerimónia.

Os reis convidaram também 850 representantes de comunidades e instituições, em reconhecimento do seu trabalho.

Uma monarquia de ostentação, mas em declínio?

O peso da monarquia já não é o mesmo e este panorama tenderá a agravar-se no futuro, tendo em conta que as gerações mais novas são aquelas que menos apoiam a monarquia. Segundo os dados de um estudo recentemente divulgado pelo The Guardian, 78% dos britânicos com mais de 65 anos apoiam a monarquia, mas a percentagem desce para 32% no caso dos jovens entre os 18 e os 24 anos.

Entre os mais jovens, 78% afirma não ter interesse na família real e 40% pensa que a monarquia representa um mau gasto financeiro. Questionados sobre se o Rei Carlos III está ou não a par da realidade do povo britânico, 59% dos entrevistados mais jovens disseram que não — percentagem superior à média geral de 45%.

Ainda assim, no panorama geral, 58% dos britânicos apoia a monarquia, preferindo a existência de um monarca em detrimento de um chefe de Estado eleito.

São inclusivamente levantadas vozes contra a necessidade da coroação. Num artigo de opinião publicado no The Guardian, o político liberal-democrata Norman Baker refere que nenhum outro país europeu ainda se “incomoda” com uma coroação. Em Espanha, a última ocorreu em 1555. Nas monarquias escandinavas da Dinamarca, Suécia e Noruega, a prática foi terminada em 1906. “Não há nenhuma necessidade legal para a coroação. Carlos é rei sem ela”, escreveu Baker.

No entanto, é inegável que a monarquia continua a ser bastante importante no Reino Unido. Tanto que o governo britânico decretou feriado para a segunda-feira (8 de maio), de forma a assinalar a coroação. O evento vai estender-se ao longo do fim de semana e na segunda-feira. Há vários eventos programados, incluindo concertos de Katy Perry, Take That e Lionel Richie no Castelo de Windsor.

Os bares e pubs também vão poder estar abertos por mais duas horas após o habitual horário de fecho, tanto na sexta-feira como no sábado. Para celebrar a coroação, os britânicos estão a ser convidadas a organizarem festas de rua — serão cerca de três mil as festas organizadas, segundo o Daily Mail, que adianta que já foram também aprovados 3.087 cortes de estrada.

Na área dos media, a coroação é também o momento escolhido pelo The Washington Post para o lançamento do “Washington Post Television”, canal gratuito do jornal que vai estar disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, no Amazon Freevee, um serviço gratuito de streaming da Amazon.

Carlos III tornou-se príncipe herdeiro do trono em 1952, com apenas três anos de idade, e em 2017 tornou-se no mais antigo príncipe de Gales. Em 1976 iniciou o “The Prince’s Trust”, uma instituição de caridade que ajudou até agora cerca de um milhão de jovens. Como Príncipe de Gales tornou-se presidente ou patrono de cerca de 800 organizações ou iniciativas de caridade.

Desde cedo preocupado com as questões ambientais, falou publicamente sobre o tema pela primeira vez em 1970. Entre carros, propriedade, joias, investimentos, cavalos, peças de arte e outros, a sua fortuna privada é avaliada em cerca de 1,8 mil milhões de libras (cerca de dois mil milhões de euros), calcula o The Guardian.

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Restauração vai poder aceder ao Fundo de Modernização do Comércio

Ao fim de 19 anos, o Executivo decidiu alargar os apoios do Fundo de Modernização do Comércio aos restaurantes e similares, porque sem eles não é possível dinamizar o comércio.

Os restaurantes vão passar a poder aceder ao Fundo de Modernização do Comércio. Em causa estão apoios a fundo perdido ou reembolsáveis.

Em Conselho de Ministros, na quinta-feira, foi decidido “alargar a abrangência do Fundo de Modernização do Comércio, às atividades de restauração e outros serviços, que passam a poder beneficiar dos sistemas de incentivos com financiamento deste Fundo”, explicou ao ECO, fonte oficial do Ministério da Economia.

“No decurso dos quase 19 anos sobre a vigência deste diploma, registaram-se alterações estruturais que deixaram de justificar que o Fundo apenas possa financiar a modernização do setor do comércio”, acrescentou a mesma fonte.

Em causa estão “comparticipações financeiras diretas, reembolsáveis e não reembolsáveis” que têm de respeitar as “regras inerentes às ajudas do Estado definidas pela Comissão Europeia e de acordo com o quadro legal nacional em matéria de programas e instrumentos de apoio”, lê-se no diploma de 27 de julho de 2004.

Este fundo tem por “objetivos principais, a modernização e a revitalização da atividade comercial, particularmente em centros de comércio com predomínio de comércio independente de proximidade, em zonas urbanas ou rurais, bem como a promoção de ações e programas de formação dirigidos ao setor de comércio”.

Mas, com a “crescente terciarização da economia” e o maior peso que os serviços passaram a ter, nomeadamente os restaurantes, e sem os quais não é possível levar a cabo a “dinamização da envolvente comercial”, o Executivo decidiu alargar a abrangência do Fundo de Modernização do Comércio às atividades de restauração e outros serviços.

Este fundo é gerido pelo IAPMEI e pela Direção-Geral de Tesouro e tem como fontes de financiamento 50% das taxas relativas à autorização de instalação e modificação de estabelecimentos de comércio; reembolso dos apoios reembolsáveis e rendimentos provenientes de aplicações financeiras.

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