Vendas do iPhone crescem e amparam resultados da Apple

Apesar dos resultados serem melhores do que o esperado, a Apple registou uma quebra na faturação pelo segundo trimestre consecutivo.

Os resultados da Apple superaram as expectativas nesta quinta-feira, graças às vendas do iPhone acima do esperado. As vendas do trimestre fiscal terminado a 1 de abril caíram 2,5%, para 94,8 mil milhões, sendo uma queda menor que o antecipado, enquanto o lucro ficou estável em 1,52 dólares por ação.

As vendas do iPhone subiram 1,5%, para 51,3 mil milhões de dólares, superando as expectativas de uma queda de 3,3%, mesmo numa altura de inflação elevada. Mesmo com este impulso, a faturação registou a segunda queda homóloga consecutiva (este é o segundo trimestre do ano fiscal da Apple, que segue um calendário diferente do ano civil).

Nos resultados deste trimestre, é também de destacar o desempenho na Índia, onde a marca da maçã abriu as duas primeiras lojas, bem como a entrada noutros mercados.

A margem bruta da Apple ficará entre 44% e 44,5%, indicou o administrador com o pelouro financeiro Luca Maestri, o que fica acima das estimativas de 43,7% agregadas pela Reuters. O CFO sinalizou também que a receita da Apple provavelmente cairá ligeiramente no próximo trimestre.

Perante estes resultados, a Apple aumentou o dividendo para 24 cêntimos por ação, face aos 23 cêntimos há um ano. Vai avançar ainda um programa de recompra de ações de 90 mil milhões de dólares, à semelhança do ano passado.

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Alijó e Sabrosa transformam granizo em água para evitar estragos nas vinhas e olivais

Alijó, Sabrosa, UTAD e Prodouro avançam com sistema antigranizo nas vinhas e olivais do planalto duriense. Projeto transforma granizo em água e custa 1,2 milhões de euros.

Os municípios de Alijó e de Sabrosa vão, dentro de um ano, implementar um “inovador” sistema antigranizo para proteger as vinhas e plantações de olivais, envolvendo um investimento de 1,2 milhões de euros. Os estragos, resultantes da queda de granizo, deixam os produtores a braços com avultados prejuízos, principalmente em Alijó que “é o concelho com maior produção de vinho e azeite da Região Demarcada do Douro”, começa por afirmar José Rodrigues Paredes, autarca deste concelho.

“No próximo ano já teremos implementado, no terreno, este sistema de defesa contra o granizo com um nível de eficiência de 80%”, avança ao ECO/Local Online o presidente da Câmara Municipal de Alijó. O projeto envolve as autarquias de Alijó e de Sabrosa, assim como a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e a Associação dos Viticultores Profissionais do Douro (Prodouro).

José Rodrigues Paredes vai apresentar este sistema antigranizo, durante um seminário dedicado ao impacto das alterações climáticas no Douro. O evento decorre na Feira dos Vinhos e Sabores dos Altos, uma montra dos produtos da região que tem lugar de 16 a 18 de junho.

No próximo ano já teremos implementado, no terreno, este sistema de defesa conta o granizo com um nível de eficiência de 80%.

José Rodrigues Paredes

Presidente da Câmara Municipal de Alijó

Esta tecnologia, descreve o edil, “consiste no uso de um radar de grande amplitude” e na colocação de 24 estações meteorológicas fixas em locais previamente estudados pela equipa de projeto. O radar deteta a aproximação da massa de ar, a ameaça que é o granizo. “É emitido depois um sinal para as estações meteorológicas que disparam para a atmosfera um balão de hélio, que transporta uma carga de sais minerais, que dissolvem o gelo e cai água em vez de granizo”, completa o social-democrata.

José Rodrigues Paredes justifica a pertinência deste projeto com o facto de a viticultura de Alijó ter um peso significativo na economia local, com grande repercussão ao nível do turismo. De acordo com dados do Instituto do Vinho e da Vinha, só em 2022, foram produzidos 25.639.800 litros de vinho na região de Alijó. Cerca de 80% a 90% da faturação do concelho tem origem no setor vitivinícola.

O autarca aponta o dedo às alterações climáticas e quer atenuar os estragos do granizo num concelho que tem sido, ao longo dos anos, fustigado a par de outras localidades como Sabrosa. O projeto vem, assim, responder às constantes queixas dos viticultores e produtores de azeite da região que se veem abraços com avultados prejuízos sempre que os terrenos são fustigados pela queda de granizo. O cenário não é bonito de se ver com as vinhas e olivais danificados.

Alijó cria marca Vinhos Altos

A criação da marca Vinhos Altos para promover o território e potenciar o vinho desta região é outra das grandes novidades da Feira dos Vinhos e Sabores dos Altos deste ano. “Este é um outro Douro que damos a conhecer, onde os vinhos brancos — que são menos divulgados e reconhecidos na região –, passam a protagonizar um papel de destaque”, precisa José Rodrigues Paredes. Além dos espumantes e “do famoso moscatel“, completa.

Esta aposta estratégica do município visa posicionar no mercado o vinho desta região que tem a particularidade de ser produzido a cotas mais elevadas. Cerca de 30 dos 70 produtores/engarrafadores de Alijó dedicam-se à produção de Vinhos dos Altos.

Alijó tem acolhido, nos últimos anos, uma nova geração de produtores com uma identidade muito própria que ousou criar vinhos que fogem ao perfil habitual do Douro. São produtores que estão instalados no planalto de Alijó, uma zona mais fresca do Douro que, durante muito tempo, esteve fora do radar.

José Rodrigues Paredes

Presidente da Câmara Municipal de Alijó

“Alijó tem acolhido, nos últimos anos, uma nova geração de produtores com uma identidade muito própria que ousou criar vinhos que fogem ao perfil habitual do Douro. São produtores que estão instalados no planalto de Alijó, uma zona mais fresca do Douro que, durante muito tempo, esteve fora do radar”, acrescenta o autarca.

Ao todo, 45 produtores de vinho — de pequena, média e grande dimensão –, que produzem ou têm as suas unidades de produção e engarrafamento no Concelho de Alijó, participam na feira deste ano. Vão estar ainda em exposição produtos locais, como o azeite, o típico pão de Alijó, a bola de carne, o mel e os frutos secos.

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Montenegro não declarou valor de casa de luxo em Espinho ao TC

  • ECO
  • 5 Maio 2023

Montenegro não comunicou ao TC, nas declarações de rendimentos e património que entregou até 2022, o valor da moradia com seis pisos que construiu em Espinho, nem de onde veio o dinheiro para a pagar.

O presidente do PSD não comunicou ao Tribunal Constitucional (TC), nas declarações de rendimentos e património que entregou até 2022, o valor da moradia de luxo com seis pisos que construiu perto da Praia Azul, em Espinho, bem como de onde veio o dinheiro para a pagar, noticia o Expresso. Ao jornal, Luís Montenegro recusou dizer o valor, mas assegurou que cumpriu sempre todas as suas “obrigações declarativas”.

Em causa está um imóvel com 829,6 metros quadrados, que recebeu alvará de utilização em 2021, altura em que o preço médio de venda de imóveis no concelho estava nos 2.000 euros por metro quadrado. No entanto, com base na estimativa entregue em 2016 à Câmara de Espinho no processo de licenciamento, estava implícito um preço por metro quadrado de 500 euros (no total de 332 mil euros), a que é preciso somar 100 mil euros que Montenegro pagou pelo imóvel devoluto que ali existia. Segundo o Expresso, a estimativa apresentada por Montenegro corresponde ao preço de uma habitação de custos controlados e os arquitetos ouvidos pelo Expresso garantem que a estimativa é “ridiculamente” barata.

De acordo com o semanário, a lei obriga os políticos a declararem qualquer alteração patrimonial que supere em 50 vezes o salário mínimo nacional, devendo indicar também o “valor patrimonial efetivo” dos imóveis e explicar como o acréscimo foi conseguido. O presidente do PSD omitiu o valor patrimonial efetivo do imóvel nas declarações de rendimentos entregues entre 2015 e 2022. Bastaria, assim, que o património de Montenegro tivesse tido um aumento de mais de 35 mil euros para estar sujeito a essa obrigação.

Entretanto, o PSD reagiu, em comunicado, reiterando que o líder dos sociais-democratas “cumpriu sempre todas as suas obrigações declarativas de natureza patrimonial” e que ” o património está devidamente declarado e compatibiliza-se com os rendimentos legal e fiscalmente declarados ao longo da sua vida profissional e política”, pelo que o partido defende que “é falso” que exista uma omissão.

“O bem imóvel referido é o primeiro a constar da declaração entregue no Tribunal Constitucional, com identificação da sua tipologia e localização, descrição matricial e predial”, aponta ainda a nota de imprensa, acrescentando que ” o formulário não tem nenhum campo para indicação do valor patrimonial, que consta da respetiva caderneta predial junto da Autoridade Tributária (aliás, valor esse referido na notícia). Esse critério foi, de resto, seguido para todos os bens imóveis declarados”, lê-se ainda.

(Notícia atualizada às 12h10 com o comunicado do PSD)

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Ministério da Agricultura garante pagamento das ajudas aos agricultores em outubro

Problemas ainda não estão totalmente resolvidos. Demora na publicação de toda a legislação necessária fez com que ainda não estejam implementadas todas as funcionalidades.

Os agricultores receiam que os pagamentos das ajudas em outubro estejam em risco por não serem capazes de submeter as candidaturas ao Pagamento Único de 2023. Em causa está o adiantamento de cerca de 900 milhões de euros de ajudas comunitárias. Ao ECO, o Ministério da Agricultura garante que os pagamentos estão assegurados.

“O Ministério da Agricultura e da Alimentação pode garantir que pagamento das ajudas aos agricultores, em outubro, está assegurado”, disse ao ECO fonte oficial do gabinete de Maria do Céu Antunes. “Não está nem esteve em causa o não pagamento do adiantamento das verbas comunitárias”, acrescentou a mesma fonte.

O Ministério da Agricultura e da Alimentação pode garantir que pagamento das ajudas aos agricultores, em outubro, está assegurado.

Fonte oficial do Ministério da Agricultura

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) considera que o arranque do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC 2023-2027) “não poderia ter começado de pior maneira”, porque “decorridos dois meses da abertura formal das candidaturas ao Pedido Único da campanha deste ano a plataforma de candidaturas funciona mal e apresenta erros gravíssimos, o que resulta em prejuízos para os agricultores”.

A CAP, citando dados do IFAP, de 30 de abril, diz que a um mês do fim do prazo para as candidaturas ao Pedido Único, está por candidatar ao Apoio ao Rendimento Base, 94% da área definida como meta no PEPAC. Por isso, pede ao Governo para “alargar prazo que assegure aos agricultores a possibilidade de efetuarem candidaturas em condições”.

O Ministério da Agricultura justifica as dificuldades pelo facto de o processo de candidaturas ao Pedido Único ter sofrido “uma reformulação ao nível da legislação, bem como a disponibilização de novas ajudas, que não existiam nos anos anteriores”. “Por esse motivo, amplamente explanado na comunicação social, registou-se um ritmo mais lento nas semanas iniciais”, acrescenta ao ECO fonte oficial do gabinete de Maria do Céu Antunes.

Nos últimos dias, o ritmo de submissão de candidaturas aumentou de forma considerável”, acrescentou a mesma fonte. Segunda a CAP, “apenas as explorações de menores dimensões e, portanto, com candidaturas menos complexas, têm sido capazes de formalizar os seus pedidos”.

“Existem medidas com níveis de adesão assinaláveis como por exemplo o mosaico agroflorestal com 48%, os pagamentos aos pequenos agricultores com 42% (o que representa um crescimento de 38% face às candidaturas do ano anterior, para o mesmo número de dias de campanha), a conversão de superfícies para modo de produção biológico com 37% e o apoio redistributivo complementar com 24%. Outros exemplos da adesão já conseguida, é a manutenção da atividade agrícola em zonas desfavorecidas e os pagamentos à rede Natura, ambos com valores a rondar os 70% das candidaturas submetidas no ano anterior (para o mesmo número de dias de campanhas)”, avançou ao ECO a mesma fonte, já depois da publicação deste artigo.

Ao que o ECO apurou os problemas ainda não estão totalmente resolvidos. A demora na publicação de toda a legislação necessária levou também a que ainda não estejam implementadas todas as funcionalidades. Além disso, a complexidade do processo leva a que os problemas de performance levem mais tempo a resolver do que é habitual.

Segundo fonte oficial, “o IFAP e o Ministério da Agricultura e Alimentação estão atentos e avaliam diariamente o funcionamento do sistema, bem como a submissão de candidaturas”.

(Notícia atualizada com dados das candidaturas, avançados pelo Ministério da Agricultura após a publicação deste artigo)

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CEO da Nestlé Portugal. “Trabalhei em 29 países. Portugal era o país em que estava mais feliz”

Em quase 100 anos de história da multinacional no país, Anna Lenz é a primeira mulher a assumir a liderança máxima da Nestlé em Portugal. Revela quais séries, apps e livros que a acompanham.

Não se deve regressar onde fomos felizes. O adágio popular não se aplica a Anna Lenz. A gestora regressou no verão do ano passado a Portugal com um novo desafio em mãos: CEO da Nestlé Portugal. Em 100 anos de história da multinacional no país, é a primeira mulher a assumir a liderança máxima da companhia. Antes de sair, para assumir como CEO da Nespresso Europe, já tinha sido a primeira mulher a liderar a Nespresso em Portugal. É um regresso a um país onde foi (e é) feliz.

“Nunca quis sair, basicamente. Trabalhei em 29 países na minha carreira, algumas vezes meses, em outros anos. Portugal era, de facto, o país em que estava mais feliz, a nível pessoal, familiar, mas também profissional”, diz Anna Lenz.

Ann Lenz, diretora-geral da Nestlé Portugal, em entrevista ao ECO/Pessoas - 22SET22

É um país onde os valores e a cultura me agradam muito. Encontrei pessoas super qualificadas para trabalhar, com uma ética de trabalho muito, muito elevada e com um valor que me toca, a lealdade”, justifica. Por isso, mal chegou à Suíça disse logo ao então diretor de RH da Zona Europa, por coincidência português, que um dia gostava de regressar a Portugal.

Aconteceu aos 43 anos e logo para a liderança máxima da multinacional, que no mercado português, só no ano passado — parte dele já sob a sua liderança — gerou vendas de 677 milhões de euros, mais 52 milhões de euros do que no ano anterior, e dá trabalho direto a mais de 2.400 pessoas, de 52 nacionalidades.

Casada, mãe de três filhos, a sua nomeação gerou uma onda de mensagens “super emocionais” de mulheres que viram em si um sinal de que é possível uma carreira com projeção e família. Haja essa oportunidade nas empresas.

“Sabemos que (durante a pandemia) o peso de cuidar das crianças, principalmente, ficou muitas vezes com as mulheres, mas não acho que tenha sido o elemento central. Foi mais o glass ceiling”, diz, comentando a onda de reações.

A Nestlé em Portugal é um nível de paixão que não sinto noutros países em que trabalhei e é vista também, de alguma forma, como uma jóia dentro do grupo.

“Na minha função anterior — CEO da Nespresso Europe — era responsável por selecionar os chefes dos países da Nespresso e onde vi que havia uma grande perda de talento feminino era quando se falava de mobilidade. Muitas vezes, quando se chega a um determinado nível de uma carreira, é ainda socialmente muito mais aceite um homem mudar de país e a esposa deixar de trabalhar, cuidar das crianças e seguir o marido, do que o contrário”, comenta.

“O meu estilo de liderança não se define, principalmente, por ser ou não mulher, mas a mensagem que isso traz, depois de 100 anos, ser a primeira mulher na Nestlé Portugal — na Nespresso a empresa na época tinha apenas 15 anos — é importante”, admite.

Na filial portuguesa da companhia, a paridade de género é muito equilibrada — “temos 51% de mulheres, e nos cargos cimeiros até um pouco mais, 53%” – e, em tantas anos de ligação, diz nunca ter sentido algum tipo de discriminação. “Nos 17 anos que estou na Nestlé nunca fui discriminada. Lembro-me que uma vez o meu chefe me propôs uma promoção e disse-lhe ‘Olha, estou grávida. Ele respondeu, e aí? O que isso muda?’. Fiquei positivamente surpreendida e, se calhar, estava um pouco naïf em pensar que isso já era a realidade em muitos lugares e para muitas empresas. Mas, de facto, não é assim.”

O meu estilo de liderança não se define, principalmente, por ser ou não mulher, mas a mensagem que isso traz, depois de 100 anos, ser a primeira mulher na Nestlé Portugal — na Nespresso a empresa na época tinha apenas 15 anos — é importante.

Uma carreira internacional, na gestão de topo de empresas, com as exigências de uma família com filhos menores, nem sempre é uma viagem suave. “Tem momentos que não são fáceis. O preço de ter uma carreira e família é que tenho, sobretudo, a carreira e a família. Muitas amigas dizem-me às vezes que há muito que não falamos ou saímos juntas”, conta.

“Mas, nesta fase, o tempo em que não estou a trabalhar é muito dedicado aos filhos.” Em Portugal, os planos são em família, com muitas idas à praia “sempre que o tempo o permite”, idas ao zoológico e às várias atrações. “O fim de semana é sempre com os filhos.”

Ann Lenz, diretora-geral da Nestlé Portugal, em entrevista ao ECO/Pessoas - 22SET22

Guarda ainda tempo para ir ao ginásio e aposta em séries – “tenho três crianças, à noite, ver um filme é um desafio” – nas horas vagas. E, para se manter informada, não perde uma consulta diária à aplicação do Tages- Anzeiger, jornal de Zurique.

E depois de Portugal, qual o desafio? “Tenho um contrato de expatriação que tem um prazo de vencimento. Espero que dure o mais tempo possível, já que da primeira vez fiquei apenas dois anos e meio, que é muito pouco para um cargo. A Nestlé em Portugal é um nível de paixão que não sinto noutros países em que trabalhei e é vista também, de alguma forma, como uma joia dentro do grupo.”

As escolhas de… Anna Lenz

  • Série

“Itaewon Class”, de Kim Seong-yoon

“Tenho três crianças e, à noite, ver um filme é um desafio, prefiro ver séries, em que cada noite vejo um pouco. Recentemente, o que vi e gostei muito foi Itaewon Class, uma série coreana. É sobre a vida de um jovem, com uma vida desafiadora, que segue os seus sonhos. A Ásia é um dos poucos lugares do mundo onde nunca trabalhei [trabalhou em cerca de 30 países]. Foi interessante porque, por um lado, apresentou-me uma cultura que não conhecia, e, por outro lado, impressionou-me por não ser tão diferente do que pensava. Pelo meio, a série tem uma história de amor que se desenrola tal como aconteceria nos países que me são mais familiares. Encantou-me muito.”

  • Livro

“A Amiga Genial”, “História do Novo Nome”, “História de Quem Vai e de Quem Fica” e “História da Menina Perdida”, de Helena Ferrante (Relógio d’Água)

“Estou a ler uma tetralogia de Helena Ferrante sobre uma amizade de duas meninas que crescem em Nápoles nos anos 50, numa zona muito pobre da cidade. Uma delas consegue estudar e sair deste mundo muito pobre, corrupto e vai viver para Milão, para Florença, num mundo mais académico. E a outra continua em Nápoles. Acompanhamos a vida das duas mulheres, uma que se mantém no mesmo lugar e outra que muda, mas que não pertence (ao novo lugar). Ainda não sei como termina — estou a ler o quarto tomo — mas é super fascinante.”

  • App

Tages-Anzeiger

“Embora fale português, ler notícias para mim é mais fácil em alemão. Muitas vezes são coisas técnicas e, de alguma forma, mantém-me ligada a casa. A que uso mais é a Tages-Anzeiger. O jornal que toda a gente lê em Zurique, que me dá conta das notícias da minha cidade. Antes de ir para o escritório, e à noite, quando vou dormir, leio para saber o que está a acontecer.”

Ann Lenz, diretora-geral da Nestlé Portugal, em entrevista ao ECO/Pessoas - 22SET22

… e as nossas

Estas são as três sugestões, de um podcast, uma aplicação e um livro, que temos para si.

  • Livro

“Organizações sem Fins Lucrativos e Sector Público”, Peter F. Drucker (Almedina)

Peter F. Drucker (1909 – 2005) escreve sobre os méritos de uma gestão adequada em organizações sem fins lucrativos e no setor público. Os ensaios podem servir de aconselhamento, orientação para o desenvolvimento de estratégias de gestão deste tipo de organizações.

“Gestão de Pessoas no Lazer, Animação Turística & Eventos”, de Anabela Monteiro e Carla Cachola, com a coordenação de Vasco Ribeiro (Editora d’Ideias)

Abordando as várias fases do planeamento e da gestão de pessoas no lazer, na animação turística e nos eventos, com destaque para o perfil de cada profissional e das respetivas competências técnicas e relacionais, o livro procura, de uma forma prática, transmitir conhecimentos e conceitos inovadores, criativos, sustentáveis e responsáveis ao talento que trabalha nestes setores.

  • App

Fabulous

Procrastinar vai ser uma palavra menos presente na sua vida. Esta app promete ajudar a criar hábitos para que possa alcançar os objetivos a que se propõe, quer seja dormir melhor, melhorar a sua produtividade ou incluir exercício físico na sua rotina diária.

Trello

Se a sua agenda em papel se transformou num rabisco incompreensível, se calhar é hora de fazer um upgrade. O Trello permite fazer o registo dos assuntos em mãos, bem como partilhar tarefas com os elementos da sua equipa, definindo alertas para quando os prazos de entrega se aproximam.

  • Podcast

Being Boss

Cofundado em 2005 por Kathleen Shannon e Emily Thompson, desde 2020 que tem sido a CEO da Almanac Supply Co., marca de retalho que produz e faz curadoria de produtos que ajudam as pessoas a religar-se com a natureza, a conduzir Being Boss, podcast com mais de 11 milhões de downloads. Emily Thompson fala sobre o que é necessário para lançar, fazer crescer e gerir um negócio.

The Diversity Gap

Bethaney Wilkinson, autora de “The Diversity Gap: Where Good Intentions Meet True Cultural Change” (HarperCollins), explora o fosso entre as boas intenções em torno da diversidade e o impacto dessas intenções, num conjunto de conversas que nos desafiam a pensar sobre a diversidade nas organizações, apontando boas práticas para criar o ambiente cultural que ambiciona nas empresas.

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Worten lança campanha de marca 2023/24. RAP dá a cara por todas as áreas de negócio

Mantendo o tom humorístico, a marca consolida a relação com Ricardo Araújo Pereira, que passará a ter uma presença reforçada na TV e digital. António Fuzeta da Ponte explica ao +M como e porquê.

A Worten vai lançar esta sexta-feira a sua campanha de marca para 2023/24. Ricardo Araújo Pereira é o protagonista e, em alguns spots, tem a companhia de Júlia Palha e Inês Aires Pereira.

2023 é o ano da relação. E é também o ano em que a Worten passa a comunicar a uma só voz tudo o que tem para oferecer: tecnologia, novos universos (Marketplace) e serviços. E vamos fazê-lo através de uma campanha agregadora que tem como objetivo final trabalhar a relação, a confiança, a proximidade e a recorrência que queremos passar a ter com os nossos consumidores”, explica ao +M António Fuzeta da Ponte, diretor de marca e comunicação da Worten.

Mantendo o tom humorístico, a marca consolida assim a relação com Ricardo Araújo Pereira (RAP), que passará a ter uma presença reforçada em TV e digital.

“O RAP vai continuar a dizer que a Worten tem tudo e mais não sei o quê. Mais uma vez afirmamos o nosso posicionamento de one stop shop de todos os portugueses e dizemos que “na loja, na app e em worten.pt temos tudo e mais não sei o quê”. Vamos manter essa linha de comunicação, mas agora aplicado em todas as áreas de negócio e não só aos novos universos”, prossegue o responsável.

Alpinistas amadores, pasteleiros caseiros, naturistas, fotógrafos de ornitologia e convivas de despedidas de solteira são as várias situações presentes na campanha, “onde, através do Ricardo Araújo Pereira, nos vamos meter na vida das pessoas de uma forma divertida para mostrar que a Worten ‘Tem tudo e mais não sei o quê’”, descreve o responsável.

A campanha que agora arranca pretende ser uma homenagem “a todos nós, que levamos vidas plenas e que tentamos combinar, às vezes em equilíbrios bem difíceis, todas as vertentes das nossas vidas”, explica Fuzeta da Ponte. “Somos profissionais, somos pais, mães, filhos e filhas, somos namoradas e maridos e somos simultaneamente apaixonados por culinária, surf, livros, ballet, escalada ou até ornitologia. Parece que nos metemos sempre em tudo, sempre com a mesma paixão”, daí a ideia de que a Worten é a solução, porque “temos tudo e mais não sei o quê!”.

A estratégia da Worten passa por “reforçar que somos a one stop shop dos portugueses” e a uniformização da linha de comunicação segue esse caminho. “Queremos defender e crescer no nosso objetivo de sermos o líder incontestável do omnicanal em Portugal”, afirma.

Gravada em março, a campanha vai prolongar-se ao longo do ano com a divulgação de diferentes filmes. A marca vai ter filmes genéricos, um dos quais com a participação especial da atriz Júlia Palha, e vai reforçar a comunicação no verão, com filmes dedicados ao tema. Vai também existir um filme específico para comunicar a app da Worten, onde pela primeira vez, vão ser atribuídos prémios aos clientes, descreve o responsável.

O Ricardo Araújo Pereira foi sem dúvida um trunfo onde conseguimos aliar a criatividade ao humor de uma forma natural. O humor tem sido um caminho que temos privilegiado nas nossas campanhas e estamos muito satisfeitos com os resultados.

António Fuzeta da Ponte

Vai também ser lançada uma campanha dedicada aos serviços, na qual Ricardo Araújo Pereira se junta a atriz Inês Aires Pereira. “Através da Worten Resolve, marca umbrella de serviços criada em 2010, temos vindo a consolidar a oferta, disponibilizando cada vez mais serviços e mais soluções, numa lógica de corresponder às necessidades e expectativas dos clientes”, recorda o responsável. “Os serviços são um pilar essencial para a estratégia e concretização dos objetivos do negócio da Worten e o objetivo é posicionar, efetivamente, como a one-stop shop também dos serviços, em Portugal”, adianta Fuzeta da Ponte.

O objetivo de qualquer campanha é gerar vendas, mas isso é o objetivo de qualquer campanha produzida por todas as marcas, pelo que temos tentado diferenciar-nos com campanhas inovadoras e impactantes”, sustenta Fuzeta da Ponte sobre esta opção.

O Ricardo Araújo Pereira foi sem dúvida um trunfo onde conseguimos aliar a criatividade ao humor de uma forma natural. O humor tem sido um caminho que temos privilegiado nas nossas campanhas e estamos muito satisfeitos com os resultados”, remata.

Para além do “Temos tudo e mais não sei o quê”, a marca vai continuar a afirmar “O nosso forte é o preço”. “O claim que está no top of mind de muitos portugueses e vamos continuar a mantê-lo como estratégico no posicionamento da Worten”, justifica ao +M.

Com criatividade da Fuel, a realização é da dupla Tiago Guedes e Stepan Klein.

Desta nova linha de comunicação, João Madeira da Silva, diretor criativo da Fuel, destaca “as possibilidades que se abrem”. “Quando juntamos tudo o que a Worten tem para oferecer com tudo o que as pessoas gostam de fazer, o resultado é um leque enorme de situações para explorar. Isso permite-nos criar uma campanha visualmente fresca, em que temos, por exemplo, o Ricardo Araújo Pereira e a Júlia Palha a fazer escalada junto ao mar”, diz o também co-CEO da agência do grupo Havas.

O criativo que assinou as primeiras campanhas da marca com Ricardo Araújo Pereira conta agora com o humorista de uma forma mais abrangente. “É um privilégio. Significa uma campanha divertida, significa que, em cada take, temos muito mais do que esperávamos e significa que vamos conseguir chegar a muita gente que tem no Ricardo uma referência”, diz ao +M.

 

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Hoje nas notícias: Galamba, Montenegro e amas

  • ECO
  • 5 Maio 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O ministro das Infraestruturas terá transmitido à ex-CEO da TAP o guião a seguir quando fosse ouvida no âmbito da comissão de economia, avança o Correio da Manhã. Ainda na política, o líder do PSD não comunicou ao Tribunal Constitucional o valor da casa de luxo que construiu em Espinho. Já o antigo ministro Nelson de Souza foi contratado pela AdP. Conheça estas e outras notícias nas manchetes nacionais desta sexta-feira.

Galamba terá dado guião à CEO da TAP para a audição no Parlamento

O ministro das Infraestruturas terá transmitido à ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, o guião a seguir quando fosse ouvida no âmbito da comissão de economia. Em causa está a reunião secreta de 16 de janeiro, que, segundo o Correio da Manhã, foi convocada pelo próprio João Galamba. No encontro, terá ficado acordado que a antiga gestora iria transmitir aos deputados a versão de que a TAP comunicou a indemnização de Alexandra Reis ao Ministério das Infraestruturas e não tinha obrigação de avisar o Ministério das Finanças.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Montenegro não declarou valor de casa com seis pisos

O líder do PSD não comunicou ao Tribunal Constitucional, nas declarações de rendimentos e património que entregou até 2022, o valor da moradia de luxo com seis pisos que construiu perto da Praia Azul, em Espinho, bem como de onde veio o dinheiro para a pagar. Luís Montenegro garante que cumpriu todas as suas “obrigações declarativas”.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

Bruxelas vai criar fundo para apoiar empregos em risco

A Comissão Europeia tenciona estudar a possibilidade de vir a ser criado um instrumento financeiro para apoiar os trabalhadores afetados pelas mudanças no mercado laboral ditadas pela transformação climática e digital, revelou na quinta-feira o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, durante o Fórum Económico de Bruxelas. O objetivo é “requalificar” esses trabalhadores.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Ex-ministro Nelson de Souza vai para a AdP

O antigo ministro do Planeamento Nelson de Souza pelo grupo Águas de Portugal (AdP) para liderar um grupo de trabalho da empresa sobre fundos europeus, com um salário de 5.500 euros por mês. O antigo governante, que tinha a tutela dos fundos europeus, saiu do Executivo na grande remodelação do final do ano passado. A AdP garante que a contratação de Nelson de Souza não é feita por consultoria externa, mas por requisição, ao “abrigo dos mecanismos de mobilidade da Função Pública”, uma vez que o antigo ministro é quadro da Direção-Geral das Atividades Económicas.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

Apesar da expectativa, amas continuaram sem aumentos em abril

A Associação dos Profissionais dos Regimes de Amas (APRA) denuncia que “a esmagadora maioria das instituições continua a não cumprir a adenda ao acordo de cooperação para o setor social e solidário, assinada em dezembro de 2022”, que previa que amas das creches familiares tivessem sido aumentadas em janeiro deste ano. Segundo o Público, há já ameaças de encerramento dos serviços e uma instituição de Loures já comunicou às amas e às famílias das crianças que em setembro o serviço será encerrado. A secretária de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes, tinha prometido às amas que o problema seria resolvido em abril, o que não aconteceu.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

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Lucros da Galp disparam 62% para 250 milhões no primeiro trimestre

O resultado líquido da Galp registou um aumento de 62% face ao primeiro trimestre de 2022. Petrolífera destaca impulso do segmento industrial, com uma subida da margem de refinação.

A Galp Energia lucrou 250 milhões de euros no primeiro trimestre de 2023, valor que fica 62% acima dos 155 milhões verificados no mesmo período do ano passado, segundo um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) esta sexta-feira. O EBITDA da Galp, ou seja, os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, atingiu os 864 milhões, quase em linha com o período homólogo (-1%).

Este resultado é impulsionado por “um forte desempenho operacional, nomeadamente no Industrial & Midstream e atividades comerciais”, salienta a petrolífera. O segmento industrial inclui a refinação, sendo que a margem da Galp se fixou nos 14,3 dólares por barril, acima dos 4,8 dólares registados no mesmo período do ano passado e também mais alta do que a do quarto trimestre de 2022, de 13,5 dólares.

Já o segmento Midstream diz respeito ao trading de produtos petrolíferos, de gás natural e eletricidade, com a Galp a salientar que o “forte desempenho das atividades intermediárias beneficiou de maior flexibilidade devido a contratos pré-vendidos e pré-hedged limitados, apesar da redução nos volumes e preços mais baixos do gás natural europeu”.

Quanto à área comercial, o EBITDA ajustado foi de 71 milhões de euros, acima do período homólogo, “suportado por uma recuperação global nos volumes de petróleo, nomeadamente no segmento da aviação B2B, que já se encontra próximo dos níveis pré-pandemia”.

Apesar do aumento dos lucros, o resultado líquido inclui o efeito negativo dos impostos, com a Galp a destacar o pagamento de 14 milhões relativos à taxa brasileira temporária sobre as exportações de petróleo e também a windfall tax ibérica de 46 milhões. É de notar ainda que a dívida líquida diminuiu 214 milhões durante o trimestre.

No que diz respeito às perspetivas futuras, a Galp mantém as previsões, nomeadamente tendo como pressupostos o preço do barril Brent nos 85 dólares e uma margem de nove dólares.

(Notícia atualizada pela última vez às 8h00)

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O dia em direto nos mercados e na economia – 5 de maio

  • ECO
  • 5 Maio 2023

Ao longo desta sexta-feira, 5 de maio, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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CP gasta 20 milhões para recuperar material. Comprado ao mercado teria custado 200 milhões

Transportadora pública já recuperou mais de 80 unidades que estavam encostadas junto às oficinas e mais 15 carruagens que foram compradas a Espanha em meados de 2020.

Em pouco mais de três anos, a CP já recuperou um total de 81 unidades no seu parque de material circulante. São automotoras, carruagens e locomotivas que tinham sido encostadas junto às oficinas e que voltaram aos carris desde 2020. A operação traz poupanças aos contribuintes portugueses: com 20 milhões de euros, a transportadora pública deu nova vida a material que, comprado como novo, teria custado mais de 200 milhões de euros.

O material recuperado tem servido para reforçar serviço aos passageiros ou evitar cancelamentos de comboios em caso de avaria, conforme a transportadora mostrou durante a cimeira da ferrovia (Portugal Railway Summit), no Entroncamento. Por exemplo, 15 carruagens Arco já ganharam segunda vida e têm servido para o serviço interregional da Linha do Minho. Compradas a Espanha por 30 mil euros, estas composições foram recuperadas por 150 mil euros nas oficinas da CP de Guifões, concelho de Matosinhos.

As composições Arco são rebocadas por locomotivas elétricas da série 2600, encostadas em 2010 e que voltaram aos carris mais de uma década depois também por conta das oficinas da CP – após a conclusão da fusão com a empresa de manutenção EMEF, no final de 2019. Os operários da CP já recuperaram 13 locomotivas da série 2600.

Exemplo de algum do material recuperado pela CP desde o início de 2020.

Nas oficinas da CP também já foram recuperadas nove unidades múltiplas elétricas, das séries 2300, 2400 e 3500, que têm evitado o cancelamento de viagens na Linha de Sintra quando os comboios avariam.

Quem anda no comboio Miradouro, na Linha do Douro, também já notou que há mais unidades disponíveis, graças à recuperação de 25 carruagens (Schindler e Sorefame) e de oito locomotivas diesel (série 1400).

Nos últimos três anos também foram recuperadas três automotoras a diesel – para a Linha do Leste –, seis carruagens históricas de via estreita – para o comboio histórico do Vouga – e ainda dois locotratores, detalhou Joaquim Guerra, um dos administradores da CP.

Sem a recuperação, a CP não teria material suficiente para poder explorar a Linha do Minho com comboios elétricos no serviço interregional e ficaria sujeita a mais supressões nos serviços suburbanos na região de Lisboa. Seriam necessários pelo menos sete anos para arranjar comboios novos, como acontece com os 22 novos comboios regionais, com concurso lançado no final de 2018 e a chegada da primeira nova unidade marcada apenas para outubro de 2025.

A nova vida dada ao material encostado teve ainda efeitos para a indústria portuguesa, graças aos “90% a 95% de incorporação de bens e serviços nacionais”, salientou o presidente do conselho de administração da CP, Pedro Moreira.

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5 coisas que vão marcar o dia

Taxas de juro dos empréstimos para a compra de casa e nos depósitos bancários, final do debate instrutório do caso BES/GES e resultados da Galp e do BPI são os principais destaques desta sexta-feira.

As taxas de juro dos empréstimos para a compra de casa e nos depósitos bancários, o final do debate instrutório do caso BES/GES, os resultados do primeiro trimestre da Galp e do BPI e ainda os preços da importação de produtos na União Europeia são os principais destaques desta sexta-feira.

Banco de Portugal publica taxas de juro de empréstimos e depósitos

O Banco de Portugal divulga as taxas de juro relativas aos empréstimos para a compra de casa e aos depósitos contratados junto das instituições financeiras. Os dados permitirão perceber se os bancos vão continuar a agravar os custos das prestações dos empréstimos e se já estão a aproximar o retorno dos depósitos das taxas comercializadas pelo Estado através dos certificados de aforro.

Termina debate instrutório do processo BES/GES

Termina nesta sexta-feira no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, o debate instrutório do processo GES/BES, que conta com 30 arguidos (23 pessoas e sete empresas), num total de 361 crimes. O mais mediático arguido deste caso é o antigo presidente do Grupo Espírito Santo (GES) Ricardo Salgado, acusado de 65 crimes, entre os quais associação criminosa (um), burla qualificada (29), corrupção ativa (12), branqueamento de capitais (sete), falsificação de documento (nove), infidelidade (cinco) e manipulação de mercado (dois).

Galp divulda contas do primeiro trimestre

Antes da abertura do mercado, a Galp vai divulgar os resultados relativos ao primeiro trimestre. Será possível verificar se a energética portuguesa estará ou não a sentir os efeitos da diminuição da cotação do barril de petróleo face ao início do ano e quais as consequências nas suas margens de negócio.

BPI apresenta resultados

Pelo meio-dia, o banco BPI, detido pelo CaixaBank, apresenta os resultados do primeiro trimestre. O banco liderado por João Paulo Oliveira também comunicará se está a ter problemas com os clientes com empréstimos bancários e mostrar a evolução dos depósitos.

Eurostat divulga dados do comércio

Pelas 10 horas, o gabinete de estatísticas europeu Eurostat vai divulgar o comércio junto do retalho relativo a março de 2023. À mesma hora, serão conhecidos os preços da importação de produtos para a indústria, que podem indiciar efeitos do alívio na subida da taxa de inflação ao longo dos últimos meses.

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BCE não vai deixar cair a prestação da casa até ao final do ano

Os mercados estão a antecipar que só em novembro as taxas Euribor a 3 e 6 meses, que servem de referência à maioria dos créditos à habitação, comecem a ceder significativamente.

A maior parte do aumento da prestação dos créditos à habitação já faz parte do passado. Aconteceu em 2022, como resultado da galopante escalada das taxas Euribor, que as retirou de terrenos negativos para valores recordes em quase dez anos. Mas os aumentos da prestação da casa não devem ficar por aqui.

A Euribor a 6 meses, por exemplo, que é a taxa que agrega cerca de um terço dos contratos de crédito à habitação, depois de negociar em valores negativos durante quase oito anos até 3 de junho e ter fechado 2022 a negociar nos 2,7%, não tem parado de subir.

E, segundo as expectativas do mercado, só deverá começar a ceder consideravelmente a partir de novembro, como mostram os contratos forward rate agreements. Isto apesar de Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, ter recentemente anunciado numa audição na Comissão de Orçamento e Finanças que as Euribor a 3 e 6 meses devem atingir os máximos nos meses de verão.

A sustentar estas previsões está a política monetária do Banco Central Europeu (BCE) que, esta quarta-feira, traduziu-se no sexto aumento consecutivo das taxas diretoras do euro, com uma subida de 25 pontos base.

Com esta decisão, a taxa de juro de facilidade permanente de depósito (a taxa atualmente com maior relevância para o mercado) subiu para os 3,25%, o valor mais elevado desde outubro de 2008. Nessa altura, a Euribor a 6 meses escalou para valores acima dos 5%.

A última vez que a taxa de depósitos chegou aos 3,75% (outubro de 2000) — como muitos analistas perspetivam que venha a acontecer como consequência de mais dois aumentos de 25 pontos base nas reuniões de junho e depois em julho ou setembro –, a Euribor a 6 meses voltou a negociar acima dos 5%.

A boa notícia para a carteira das famílias é que em ambas as situações, depois de as Euribor atingirem estes valores, caíam a pique, acompanhadas por vários cortes das taxas diretoras do BCE. É também isso que mostram os contratos derivados forward rate agreements sobre a Euribor a 6 e 3 meses.

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No entanto, Filipe Garcia, economista da IMF, refere ao ECO que, “naquele tempo, a taxa que servia de referência para o mercado era a taxa de juro das operações principais de refinanciamento”, que negociava com 50 pontos base acima da taxa dos depósitos.

Mas, mesmo considerando essa situação, os dados históricos mostram que as Euribor a 3 e 6 meses ainda têm margem para subir, pois mantêm-se abaixo da barreira máxima dos 3,7%, previstos pelo mercado: enquanto a Euribor a 12 meses negocia nos 3,8%, a taxa a 6 meses está nos 3,6% e a Euribor a 3 meses não supera os 3,3%.

É isso que também mostram as últimas previsões do Commerzbank que apontam para que a taxa Euribor a 3 meses se mantenha nos 3,6% até ao final do ano e nos 3,55% ao longo de 2024.

Até onde irá o BCE?

A opinião é unânime entre os analistas de que Christine Lagarde, na conferência de imprensa após o anúncio da subida das taxas diretoras, adotou um discurso mais brando e deu sinais de uma aproximação de fim de ciclo.

Porém, a presidente do BCE também deixou claro que, para já, “o BCE não está a fazer uma pausa” na subida das taxas de juro. E é isso que também os analistas antecipam.

O BPI Research, numa nota enviada aos clientes do banco a 27 de abril, além de prever que o BCE viria a aumentar em 25 pontos base as taxas de juro na reunião desta quarta-feira, revela também a sua expectativa de que “o BCE continue a subir as taxas ao longo do segundo trimestre de 2023, levando a taxa depo para 3,5% e a taxa refi para 4,0% em junho.

“Christine Lagarde reconheceu que o custo do crédito está agora em território restritivo, mas deixou bem claro que esta não será a última subida deste ciclo. Com a inflação core em máximos históricos, espera-se do BCE mais duas subidas de 25 pontos base, o que levará a taxa de depósito para os 3.75%, igualando o valor mais alto de sempre”, refere Ricardo Evangelista, analista da ActivTrades.

Entre os analistas e os economistas, a possibilidade de o BCE realizar mais dois aumentos é generalizado, como mostrou um inquérito realizado a 17 de abril pela Bloomberg. Um desses analistas é Frederik Ducrozet, da Pictet Wealth Management.

“Continuamos a esperar que o BCE aumente as taxas em 25 pontos base em junho, levando a taxa de depósito para um máximo de 3,50%, com riscos de uma última subida de 25 pontos base em julho, dependendo da evolução futura do sistema bancário dos EUA”, afirmou Ducrozet à Reuters.

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