Programa “Mais Habitação” trava confiança dos investidores

Os promotores imobiliários alertam para a quebra de confiança dos investidores criada pelo pacote "Mais Habitação" e mostram-se pessimistas sob o efeito que essas medidas terão no mercado.

A crise na habitação está longe de ser resolvida com o programa “Mais Habitação”. A certeza é dada pela maioria dos promotores imobiliários que responderam ao inquérito “Portuguese Investment Property Survey” de abril, promovido pela Confidencial Imobiliário e pela Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII).

Segundo 91% dos promotores imobiliários inquiridos, o pacote “Mais Habitação” terá inclusive efeitos negativos sobre o mercado residencial. Entre os principais efeitos enumerados está a perda de confiança dos investidores no mercado imobiliário nacional que, segundo os especialistas, terá um impacto na redução da oferta e, por conseguinte, dando continuidade ao percurso de aumento dos preços.

“A quebra de confiança criada com o primeiro anúncio de 16 de fevereiro está feita”, refere Hugo Santos Ferreira, presidente da APPII, ao ECO, notando que, “só a partir do anúncio do programa a 16 de fevereiro houve uma quebra de 45% de novos arrendamentos só em Lisboa, apenas ultrapassada durante o Covid quando houve uma quebra de 50%.”

No mercado de compra e venda é também notório o abrandamento do volume de negócios. “Nos últimos três meses, aponta-se para uma redução do número de vendas e uma suavização da subida dos preços, daqui resultando um sentimento predominantemente negativo, embora em melhoria face ao último trimestre de 2022″, refere o Confidencial Imobiliário em comunicado.

Parte da quebra de confiança dos investidores evocada pelo presidente da APPII está no fim do programa de Autorização de Residência por Investimento (ARI), mais conhecidos por vistos gold, que até então geraram investimentos de quase 7 mil milhões de euros – 89% desse montante no mercado imobiliário.

“Desde o início me mostrei contra o fim dos visa gold, não por termos projetos com golden visas, mas por acreditar que podem ser uma solução e não um problema”, refere Elad Dror, CEO do grupo Fortera, que conta com mais de 750 milhões de euros em investimento em Portugal.

A opinião é partilhada por José Botelho, presidente da Vanguard Properties. Com mais de duas dezenas de projetos residenciais e turísticos no seu portefólio e investimentos superiores a 1,2 mil milhões de euros, José Botelho considera que “demos um tiro nos pés relativamente aos investidores estrangeiros, que são daqueles que mais precisamos, porque voltámos a mostrar instabilidade política e mudança de leis.”

Recorde-se que a 16 de fevereiro, António Costa anunciou oficialmente o fim dos vistos gold, garantindo que os novos pedidos não seriam aceites desde essa data. No entanto, na proposta de deu entrada na Assembleia da República, o Governo recuou, deixando cair a intenção inicial de aplicar o fim deste regime com efeitos retroativos a 16 de fevereiro, para evitar uma corrida aos pedidos depois do anúncio do Governo feito nessa data.

“Hoje, os investidores, com este Governo, pouco já acreditam na credibilidade do país e nas respostas sérias que o país quer dar à habitação”, refere Hugo Santos Ferreira.

Profissionais do setor mantêm muitas reservas

No seguimento da aprovação do pacote “Mais Habitação”, os resultados do “Portuguese Investment Property Survey” notam ainda um agravamento da falta de atratividade da promoção do investimento imobiliário para arrendamento (build-to-rent).

Segundo o relatório do Confidencial Imobiliário, apenas 12% dos promotores imobiliários consideraram o mercado build-to-rent atrativo, face a 40% no trimestre anterior, além de 32% dos inquiridos considerar este investimento como “totalmente inviável”.

Elad Dror é uma dessas vozes. O líder do grupo Fortera refere que “se o governo esta disponível a fomentar a built-to-rent tem de haver uma enorme redução fiscal sobre o arrendamento. Só assim conseguirá aumentar a oferta e assim reduzir os preços.”

Entre as várias novas medidas do programa “Mais Habitação” aprovadas em Conselho de Ministros a 30 de março e que deram entrada no Parlamento para discussão na passada sexta-feira está a cedência de imóveis públicos, o lançamento de uma linha de financiamento bonificado de 250 milhões de euros e incentivos ficais para a promoção de projetos privados de arrendamento acessível.

Apesar de positivas, os especialistas contactados pelo ECO não atribuem muita esperança na resolução da crise habitacional do país. José Botelho refere, por exemplo, que “uma linha de financiamento de 250 milhões de euros pode parecer um valor elevado, mas deverá dar para construir entre 1.000 a 1.500 fogos”, cerca de 10% do número médio de casas construídas por ano desde 2018 – período marcado também por um ritmo de construção inferior ao de períodos anteriores.

Recorde-se ainda que, segundos os dados publicados no Censos 2021, entre 2011 e 2021 foram construídos apenas 110.784 edifícios, “valor significativamente inferior aos verificados em décadas anteriores e que corresponde a apenas 3,1% do total do parque habitacional.”

A cedência de terrenos públicos e os incentivos fiscais para o desenvolvimento de projetos privados é recebido com agrado pelos promotores imobiliários. No entanto, José Botelho nota que “independente da força que o cliente tenha, a banca não financia a longo prazo, ao contrário do que acontece em muitos outros países europeus”.

No plano fiscal, apesar de o programa “Mais Habitação” definir uma taxa de IVA de 6% para empreitadas de construção ou reabilitação de imóveis maioritariamente afetas ao Programa de Apoio ao Arrendamento, o ministério das Finanças clarificou que este incentivo fiscal irá aplicar-se apenas a empreitadas de reabilitação de edifícios.

Para Hugo Santos Ferreira, esta limitação da aplicação do IVA vai representar o fim da reabilitação urbana. “Pedir aos investidores que passem a pagar 23% nas obras de reabilitação vai ditar o fim da reabilitação.”

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Jaguar Land Rover passa a JLR e aposta em veículos elétricos

Esta ação de renovação de identidade relaciona-se com a estratégia da marca de fazer "renascer" a Jaguar Land Rover como uma marca de carros totalmente elétrica até 2030.

A Jaguar Land Rover mudou de nome para JLR (iniciais da empresa). Ao contrário de algumas notícias divulgadas, parece que a marca Land Rover não vai, afinal, desaparecer.

Segundo diz a própria marca, a Jaguar Land Rover é uma “casa de marcas” (House of Brands), englobando a Range Rover, Defender, Discovery e Jaguar, marcas essas “verdadeiramente distintas, globais, que adotam a nossa filosofia de design modernista e que são emocionalmente atraentes e únicas”.

Neste sentido, a Range Rover, Defender, Discovery e Jaguar “vão avançar como marcas individuais, projetando o seu propósito individual, desejabilidade e personalidade”, sendo que vão no entanto continuar a ser “engrandecidas pela marca de confiança da Land Rover”, disse fonte próxima da marca à Robb Report.

A Land Rover vai permanecer. É forte, bem conhecida e vai usar essa força coletiva para dar às marcas autenticidade e propósito. A Land Rover permanece visível nos nossos veículos, reforçando as nossas credenciais todo o terreno e capacidade tecnológicas”, assegurou a mesma fonte.

Esta ação de renovação de identidade relaciona-se com a estratégia da marca em fazer “renascer” a Jaguar Land Rover como uma marca de carros totalmente elétrica até 2030. “A Jaguar irá respeitar o passado mas não ficará presa a ele. Uma nova linguagem distinta de design construída na nossa plataforma interna irá fornecer uma marca dramática e verdadeiramente ambiciosa”, escreve a marca de automóveis de luxo.

A empresa britânica vai investir 15 mil milhões de libras (cerca de 17 mil milhões de euros) durante os próximos cinco anos para melhorar as suas instalações no Reino Unido, de forma a poder construir os veículos elétricos. Segundo adianta, a primeira marca da empresa a contar com veículos totalmente elétricos será a Range Rover, em 2024.

Já os veículos da marca Jaguar vão começar a ser movidos a bateria a partir de 2025, revela a Robb Report, adiantando que tem já planeado o lançamento de três modelos elétricos, sendo o primeiro um veículo de quatro portas.

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Conversas com Energia. Economia circular dá vida ao “artivismo” de Bordallo II

  • Capital Verde
  • 21 Abril 2023

O artista plástico foi o convidado da primeira sessão da terceira edição do Conversas com Energia, trazendo para a conversa com os alunos Escola Superior de Educação de Lisboa a economia circular.

É através da arte que o artista plástico Bordallo II promove o seu ativismo por uma sociedade mais ambiental e socialmente sustentável. Sejam em ruas, edifícios, ou no meio da floresta, o objetivo do escultor português é difundir e comunicar o seu “artivismo” com o público recorrendo à reutilização de materiais descartados para concretizar as suas obras.

“Com a arte conseguimos comunicar com o público e uso a plataforma “rua” para fazer isso. O grande desafio é fazer algo com qualidade artística e que consiga comunicar com as pessoas“, revelou o artista durante uma conversa com os alunos de mestrado da Escola Superior de Educação de Lisboa no âmbito da iniciativa da Fundação EDP, a Novo Verde e a ERP Portugal, Conversas com Energia, do qual o ECO/Capital Verde é media partner.

Através do reaproveitamento de materiais em fim de vida, Bordallo II dá vida às suas obras, nomeadamente, à série Big Trash Animals, composta por retratos de animais. Estas obras, considera o artista, “retratam a natureza” e são compostas com aquilo que as destrói”.

Em parceria com entidades que fazem a recolha de lixo e, por vezes, câmaras municipais, chegam ao estúdio do artista diversas peças, desde capacetes, mangueiras, para-choques, partes de ecopontos ou pedaços de plástico que são adaptados ou transformados para ajudar a elaborar os retratos destes animais.

A economia circular desempenha um papel importante nas minhas obras“, referiu o artista, aos alunos, sendo o seu trabalho um veículo para promover debates para uma “sociedade mais sustentável”.

Mas Bordallo II não se fica por aqui e usa a sua plataforma “rua” para incidir luz sobre temas mais político-sociais, como a igualdade de género, racismo, pobreza ou a guerra, tendo como intuito “provocar” o debate “mas não criar campos de batalha onde as pessoas se afastam”.

A diferença destas obras com as Big Trash Animals é que estas intervenções da série Provoke, ilegais e nunca assinadas, nascem naquilo que o escultor considera ser “mobiliário urbano“: passadeiras, bocas-de-incêndio, grades, multibancos ou semáforos.

As pessoas tornaram-se um pouco egoístas. Vimos lados políticos a crescer que nos preocupam. A diversidade é fundamental para vivermos em harmonia. A não-aceitação é a guerra”, defende.

O Conversas com Energia faz parte de uma iniciativa lançada pela Fundação EDP e do qual o ECO/Capital Verde é media partner. Estas sessões com jovens estudantes entra agora na terceira edição decorre no âmbito da exposição “Plástico: Reconstruir o nosso Mundo”, uma co-produção do Maat, do Vitra Design Museum e do V&A Dundee, que analisa a história com mais de 150 anos deste material artificial, bem como a narrativa tão espantosa quanto preocupante da sua invenção e disseminação, com um olhar voltado para o futuro.

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Nómadas digitais são “fundamentais”, diz ministra do Trabalho

Ministra do Trabalho defende a importância de atrair nómadas digitais, nomeadamente para viverem no interior, que diz ter sido "redescoberto por novas formas de trabalho".

A ministra do Trabalho defende que é necessário “apostar para atrair população para Portugal”, reiterando que o país se tem posicionado como tendo “capacidade de atrair nómadas digitais”. Atualmente, há 650 mil imigrantes a trabalhar em Portugal, seis vezes mais do que em 2015, salienta Ana Mendes Godinho.

A governante defende assim a “contribuição dos trabalhadores estrangeiros para o desenvolvimento português”, salientando que nas contribuições da Segurança Social, os estrangeiros representam já 10% dos trabalhadores que ativamente participam no sistema, o que representa 1.800 milhões de euros, adiantou, numa entrevista à RTP3.

Focando-se nos nómadas digitais, Ana Mendes Godinho diz que são “pessoas fundamentais, nomeadamente por terem a capacidade de estar a viver no interior, que tem sido redescoberto por novas formas de trabalho”. Reforça assim que “temos de apostar para atrair população para Portugal”.

Para estes trabalhadores, há um regime que permite que, “apesar de trabalharem para empresas nos EUA ou qualquer sítio no mundo, possam descontar ativamente para a Segurança Social”, destaca a ministra, realçando a importância de “termos sistemas abertos as novas formas de trabalho”.

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Twitter limita publicidade a anunciantes que paguem pela verificação

A exceção são as empresas que já investem mais de mil dólares mensais em publicidade no Twitter, às quais será dada a verificação.

Depois de Elon Musk ter cumprido a promessa de retirar o selo azul de verificação àqueles que se recusaram a pagar por isso, o Twitter vai agora também barrar a publicidade na rede social aos anunciantes que não pagarem por uma “verificação” na plataforma.

Todos aqueles que quiserem anunciar na rede social terão de assim pagar pelo Twitter Blue (modalidade paga instaurada por Elon Musk).

Segundo a Bloomberg, a publicidade estará disponível para contas verificadas (incluindo individuais que paguem oito dólares mensais pelo Twitter Blue) ou para organizações que paguem mil dólares para ter o selo dourado de verificação.

A exceção são as empresas que já investem mais de mil dólares mensais (cerca de 911 euros) em publicidade no Twitter, às quais será conferida a verificação, adianta a publicação.

Segundo escreveu o Twitter num email a que a Bloomberg teve acesso, esta medida, englobada numa estratégia mais ampla de remoção de bots e contas falsas, passa por “elevar a qualidade do conteúdo” e “melhorar a experiência de cada um como utilizador e anunciante”.

Esta ação verifica-se depois da queda de receita publicitária da plataforma. Segundo as estimativas da Insider Intelligence, em 2023, a receita publicitária do Twitter vai resvalar para 2,98 mil milhões de dólares (cerca de 2,71 mil milhões de euros), uma queda de 27,9% em comparação com o período homólogo, em que foi registada uma receita de 4,14 mil milhões de dólares (cerca de 3,77 mil milhões de euros).

Esta quinta-feira também foi possível verificar-se uma mudança no Twitter, com as contas que não pagaram pelo Twitter Blue a perderem o selo de verificação que já tinham obtido no passado. O Papa, Trump, Justin Bieber, Cristiano Ronaldo, Bill Gates, Lady Gaga ou Beyoncé foram algumas das personalidades que perderam assim o ‘selo azul’ no Twitter, depois de Elon Musk ter cumprido a promessa de retirar o crachá aos que se recusassem a pagar.

Previamente, o dono do Twitter também já havia retirado o selo dourado (que indica que se trata de uma conta comercial oficial do Twitter Blue) ao jornal The New York Times. A rede social removeu a marca de verificação pelo facto de o jornal se recusar a pagar pela mesma. O custo desta verificação dourada para as empresas é de mil dólares (cerca de 911 euros) por mês, segundo o The Washington Post.

O Twitter Blue, disponível mediante um pagamento mensal ou anual, concede assim o famoso selo azul à conta do utilizador e garante acesso a novos e outros recursos, como a funcionalidade de editar tweets ou a possibilidade de escrever tweets mais longos.

Em Portugal, os preços variam entre 9,84€/mês (web) e 11€/mês (telemóvel) ou 103,32€/ano e 114,99€/ano.

De acordo com a Forbes, Elon Musk já defendeu que as receitas provenientes de subscrições são a única forma de tornar o Twitter financeiramente sustentável.

Desde que se tornou dono do Twitter, Elon Musk tem feito diversas mudanças na plataforma, desde a criação de subscrições pagas, ao banimento de contas polémicas até ao despedimento de diversos colaboradores, como aconteceu no final de fevereiro com a dispensa de 200 funcionários, medida tomada depois de Musk já ter despedido cerca de metade dos 7.500 trabalhadores do Twitter em novembro.

Recentemente, Elon Musk estimou o valor atual do Twitter em 20 mil milhões de dólares, menos de metade do quando o comprou há cinco meses.

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Portugal anuncia reforço de apoio militar a Kiev na reunião de Ramstein

  • Lusa
  • 21 Abril 2023

A ministra Helena Carreiras anunciou novo apoio português de equipamento de combate e de socorro médico. "Vamos enviar cinco viaturas blindadas de socorro", disse.

Portugal anunciou esta sexta-feira, perante os países aliados reunidos na base aérea de Ramstein, na Alemanha, que vai reforçar o seu apoio militar e humanitário à Ucrânia, com o envio de mais carros blindados de socorro médico.

Em declarações à Lusa, no final da reunião do grupo de contacto para a Ucrânia, que reuniu esta sexta em Ramstein, a ministra da Defesa, Helena Carreiras, salientou o “espírito de unidade, coesão e determinação” entre os aliados de Kiev.

“Estamos e continuamos juntos e determinados”, assegurou Helena Carreiras, referindo a intenção de reforço da ajuda militar por parte dos mais de 50 países do grupo, incluindo Portugal, que anunciou novo apoio de equipamento de combate e de socorro médico.

“Vamos enviar cinco viaturas blindadas de socorro”, disse a ministra, referindo-se a três viaturas blindadas de tipo M113, preparadas para o transporte de feridos, e dois carros blindados de tipo M577, na versão médica, adequada para a montagem de postos avançados de socorro.

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Tribunal arquiva processo contra Mariana Mortágua

  • Lusa
  • 21 Abril 2023

O tribunal decidiu "não pronunciar a arguida pela prática de um crime de peculato (…) e pela prática de um crime de recebimento indevido de vantagem”.

O Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) decidiu esta sexta-feira arquivar o processo contra Mariana Mortágua, no qual a deputada do BE era acusada de violar o regime de exclusividade por fazer comentário político na SIC-Notícias.

Decide-se julgar totalmente improcedentes os requerimentos apresentados pelos assistentes e, consequentemente: não pronunciar a arguida pela prática de um crime de peculato (…) e pela prática de um crime de recebimento indevido de vantagem”, lê-se na decisão instrutória, assinada pela juíza Gabriela Assunção, a que a Lusa teve acesso.

No debate instrutório realizado na segunda-feira, a advogada da deputada bloquista, Carmo Afonso, tinha defendido a não pronúncia para julgamento e o consequente arquivamento – tal como o Ministério Público –, enquanto os mandatários dos queixosos exigiam que Mariana Mortágua respondesse em tribunal pelos crimes de peculato e recebimento indevido de vantagem.

O caso em torno de Mariana Mortágua, que é candidata à sucessão de Catarina Martins como coordenadora do Bloco, foi revelado em março de 2022 pela revista Sábado.

Na origem está a mudança de entendimento da Assembleia da República sobre a exclusividade dos deputados, que passou a distinguir a remuneração de comentário escrito em relação ao comentário televisivo: ao primeiro era permitida a acumulação por se enquadrar em direitos de autor, enquanto o segundo se tornava incompatível com o subsídio de exclusividade.

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Ex-TikTok Nick Tran é o novo chief marketing officer da Farfetch

Recentemente, o profissional era o global head of marketing do TikTok, tendo ainda anteriormente desempenhado funções de liderança na área de marketing na Hulu.

A Farfetch contratou Nick Tran para o cargo de chief marketing officer. Responsável por supervisionar as operações de marketing a nível global, o profissional reportará ao chief marketplace officer, Edward Sabbagh, anunciou a plataforma de moda de luxo.

“A relação entre o consumidor e as marcas continua a evoluir e é mais importante do que nunca criar impressões duradouras e palpáveis. Este é um momento emocionante para me juntar a Farfetch e ser capaz de moldar as ligações entre os curadores, criadores e clientes da moda de luxo. Estou entusiasmado por me juntar a este foguetão e ajudar a levar a marca a novas alturas”, afirma Nick Tran.

Nick Tran, Chief Marketing Officer da Farfetch

O novo chief marketing officer traz mais de 20 anos de experiências em construção de marcas desenvolvimento de equipas de alto desempenho e criação de estratégias de marketing. Recentemente, Nick Tran desempenhou o cargo de global head of marketing do TikTok.

A plataforma Hulu, onde desempenhou o cargo de vp of brand and culture marketing, e a Samsung, como director of marketing e head of social media & brand culture, também fazem parte do seu currículo.

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Exportações do têxtil e vestuário caem 3% em valor e 12% em volume em fevereiro

  • Lusa
  • 21 Abril 2023

A quebra sofrida pelos têxteis-lar e outros artigos têxteis confecionados foi de 16% em valor e de 14% em quantidade, enquanto nas matérias têxteis o recuo foi de 3% em valor e de 14% em quantidade.

As exportações portuguesas de têxteis e vestuário recuaram 3% em valor e 12% em quantidade em fevereiro, “impactadas pelo abrandamento económico”, somando 1.012 milhões de euros desde o início do ano, um aumento homólogo acumulado de 1%.

De acordo com um comunicado divulgado esta sexta-feira pela Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), tendo por base os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), em fevereiro “a quebra regista-se em quase todas as categorias de produtos, com exceção dos tecidos de malha (que registaram um aumento de 17% em valor e 33% em quantidade) e do vestuário em tecido (aumentou 15% em valor e 5% em quantidade)”.

Em termos acumulados, as exportações do setor nos dois primeiros meses do ano somam 1.012 milhões de euros (+1%) e 83 mil toneladas (-12%). A ATP detalha que a quebra sofrida pelos têxteis-lar e outros artigos têxteis confecionados foi de 16% em valor e de 14% em quantidade, enquanto nas matérias têxteis o recuo foi de 3% em valor e de 14% em quantidade.

Já as exportações de vestuário permaneceram positivas em valor (+7%), mas em volume verificou-se uma diminuição de 5%. “Estamos seguramente a exportar menos por mais valor”, afirma o presidente da ATP, citado no comunicado. Segundo Mário Jorge Machado, este facto deve-se “à inflação que se regista na maioria dos mercados e que tem impacto ao longo de toda a cadeia de valor e fornecimento”.

Os dados divulgados pela associação apontam que, até fevereiro, o setor registou uma quebra na maioria dos principais destinos de exportação, mas conseguiu, ainda assim, “um bom desempenho” em alguns. É o caso de França (+13% em valor e +3% em quantidade), da Suíça (+42% e +10%), do Canadá (+21% em valor e +19%), da Roménia (+18% em valor e +27%) e da Chéquia (+20% e +7%).

No que se refere às importações, recuaram 8% em valor e 17% em quantidade em fevereiro, sobretudo nas matérias têxteis e os têxteis confecionados, já que no vestuário se observaram subidas de 11% em valor e de 3% em quantidade.

Em termos acumulados, nos dois primeiros meses do ano, Portugal importou 805 milhões de euros e 86 mil toneladas de têxteis e vestuário, menos 2% do valor e menos 19% da quantidade importada no mesmo período do ano anterior. Este recuou afetou, em particular, as matérias-primas têxteis (-24% em valor e -27% em quantidade), o que, segundo a ATP, “reflete uma menor procura por parte da indústria, em resultado do abrandamento económico”.

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PRR pagou 67 milhões aos beneficiários finais numa semana

Montantes pagos às empresas aumentaram 14% no espaço de uma semana. Foram submetidas mais 3.107 candidaturas ao PRR do que na semana anterior e foram aprovadas mais 2.879 (245 na semana anterior).

Os beneficiários finais do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) receberam 67 milhões de euros na última semana, quando foram submetidas mais 3.107 candidaturas, segundo o último relatório de monitorização.

Até 19 de abril, foram pagos 1.787 milhões de euros aos beneficiários diretos e finais do PRR, acima dos 1.720 milhões de euros distribuídos até à semana anterior. O montante pago corresponde a cerca de 11% da dotação total do plano, cuja consulta pública ao reforço orçamental de quase 2.400 milhões, no âmbito da sua reprogramação, termina esta sexta-feira.

Com os maiores montantes auferidos destacam-se as entidades públicas (565 milhões de euros), as empresas públicas (299 milhões, sem qualquer evolução face à semana anterior), as empresas (327 milhões um aumento de 14% face à semana anterior) e as escolas (218 milhões, igual à semana anterior). 285

Seguem-se as famílias (137 milhões de euros), as autarquias e áreas metropolitanas (119 milhões), as instituições do ensino superior (66 milhões – ambas sem variação face à semana anterior –, as instituições da economia solidária e social (42 milhões de euros) e as instituições do sistema científico e tecnológico (15 milhões, sem alterações).

Por sua vez, as aprovações de investimentos ascenderam a 12.740 milhões de euros, o que corresponde a 76% do total. Nos primeiros lugares surgem as entidades públicas (4.103 milhões de euros), as empresas (3.497 milhões), as empresas públicas (2.231 milhões) e as autarquias e áreas metropolitanas (1.283 milhões). Só empresas e autarquias tiveram uma evolução significativa face à semana anterior.

A execução do PRR continua em 17% dos marcos e metas acordados com a Comissão Europeia.

As candidaturas submetidas estão agora em 180.184, mais 3.107 do que na semana anterior. Já as candidaturas aprovadas fixaram-se em 124.658, um aumento de 2.879, que contrastam com as 245 da semana anterior.

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Projetos de 486 milhões de biocombustíveis e hidrogénio verde da Galp estão em consulta pública

Os dois projetos, para a produção de biocombustíveis avançados e hidrogénio verde, em Sines, foram colocados em consulta pública até 1 de junho. Investimento atinge os 486 milhões

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) colocou em consulta pública os dois projetos da Galp de fabrico de biocombustíveis avançados e outro para a produção de hidrogénio verde, em Sines. Os dois investimentos, avaliados em 486 milhões de euros, foram sujeitos a um estudo de Impacte Ambiental que estarão em consulta pública até dia 1 de junho, tal como avançou o Jornal Económico, esta sexta-feira.

O projecto HVO@Galp, irá nascer na refinaria de Sines como parte da estratégia de descarbonização da petrolífera e vai produzir biocombustíveis avançados para a aviação e transportes rodoviários, “possibilitando à Galp a substituição gradual dos tradicionais gasóleo e querosene de aviação de origem fóssil por combustíveis de origem sustentável”, lê-se no resumo não técnico do projeto.

A nova unidade, que contará com um investimento de 269 milhões de euros, terá uma capacidade de produção máxima de 262,7 quilo toneladas por ano (kt/ano) de biogasóleo ou de 193,0 kt/ano de biojet, estando prevista a produção de outros produtos, também de origem renovável, como a nafta e o propano.

A fase de construção do HVO@Galp terá uma duração de 25 meses que deverá arrancar até ao final do primeiro semestre deste ano, estando previsto o projeto entrar em operação na segunda metade de 2025.

A este investimento soma-se o GalpH2Park, projeto da Galp de produção e armazenagem de hidrogénio verde, que prevê a instalação de uma capacidade de eletrólise de 100 megawatts (MW), num terreno pertencente à zona industrial e logística de Sines (ZILS).

Considerando o hidrogénio verde como “forma importante para a descarbonização da indústria”, a Galp investirá 217 milhões de euros e prevê atingir uma produção anual de 14 mil toneladas por ano de hidrogénio verde resultando numa redução de 95.800 toneladas de emissões de dióxido de carbono equivalente anuais. Além disso, o resumo não técnico indica que o projeto irá integrar a “reposta à crise energética a nível global, criada após a invasão da Ucrânia”.

De referir que o estaleiro de obra ocupará uma área de aproximadamente 2,35 hectares e a nova instalação industrial cerca de 4,47 hectares. Relativamente à fase de construção, prevê-se que tenha a duração de 25 meses.

O GalpH2Park prevê que sejam criados 52 postos de trabalho diretos e até 260 postos de trabalho indiretos, enquanto a operação para a produção de biocombustíveis vai resultar na criação de 76 novos postos de trabalho diretos e a criação de até 200 postos de trabalho indiretos.

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Dissolução da Assembleia? “Se tiver de haver, que seja o mais tarde possível”, diz Marcelo

  • Lusa
  • 21 Abril 2023

A dissolução da Assembleia "seria uma má notícia", disse o Presidente, que dispensa "introduzir um fator adicional político complementar". Mas "às vezes tem de haver más notícias", avisou.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta sexta-feira que a dissolução da Assembleia da República “seria uma má notícia”, mas sublinhou que “às vezes tem de haver más notícias”. Mas “se tiver de haver, que seja o mais tarde possível”, referiu.

Em Braga, no encerramento da iniciativa Millennium Talks, disse ser importante não introduzir fatores de instabilidade, imprevisibilidade e insegurança, sobretudo numa altura em que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) está em curso e o Portugal 2030 está em fase de arranque.

Nesse sentido, apelou aos responsáveis políticos “de todos os lados” para fazerem “tudo o que puderem” no sentido de garantir estabilidade no país. “Todos nós agradecemos. Agradecem os cidadãos e agradece o Presidente da República, que fica dispensado de uma decisão que é sua e só sua”, afirmou.

Ao invés, “seria uma má notícia – e nós normalmente dispensamos as más notícias – o ter de introduzir um fator adicional político complementar, a meio deste período de execução de fundos e de enfrentamento da situação económica e financeira existente”, referiu. No entanto, o Presidente admitiu que “às vezes, tem de haver más notícias”.

“O ideal é que não haja. Se tiver de haver, que seja o mais tarde possível, com o mínimo de custos em termos de instabilidade. E o mais próximo possível da transição que, em qualquer caso, poderia, se fosse essa a vontade do bom português, ocorrer”, acrescentou.

Marcelo admitiu, que, em caso de “descontinuidade” do poder político, há matérias em que deveria haver “pactos de regime, para que a todo o momento fosse possível, junto de cada decisor político, em cada instância de poder, haver um decisor sombra para o caso do primeiro ser substituído pelo segundo”.

“Nós sabemos que isso não acontece em Portugal. Não só não há governo sombra, como não é uma tradição, com raras exceções, como não há uma capacidade de equacionar, em termos transversais, aquilo que são decisões que tocam no dia a dia os empresários”, acrescentou.

Sobre o PRR, Marcelo disse que constitui “uma grande oportunidade, mas não tão grande como foi dito em período eleitoral”. “Já se sabe como são os políticos, em período eleitoral transformam em bazuca aquilo que é uma arma razoavelmente simpática, até pela sua irrepetibilidade. É uma forma de expressão enfática própria do calor dos comícios”, referiu.

Para Marcelo, o PRR será uma “semi-bazuca, mais bazuca ou menos bazuca conforme a capacidade que houver na sua utilização”. No entanto, manifestou-se convicto de que estes serão os fundos europeus “percentualmente mais utilizados de sempre”, sobretudo pela consciência da sua irrepetibilidade.

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