Greve na CP suprimiu 31% dos comboios programados até às 12h

  • Lusa
  • 11 Março 2023

A greve dos maquinistas da CP levou à supressão de 104 dos 341 comboios programados para este sábado até ao meio dia, segundo um balanço da empresa transportadora.

A greve dos maquinistas da CP levou à supressão de 30,5% dos comboios programados para hoje entre as 00h00 e as 12h00, segundo um balanço enviado à Lusa pela empresa transportadora. De acordo com a informação atualizada, do total de 341 comboios previstos, 237 foram efetuados e 104 foram suprimidos.

A CP – Comboios de Portugal especifica que dos 105 regionais só se realizaram 51, tendo ficado 54 ligações por fazer.

Quanto aos urbanos de Lisboa, estavam previstos 131, foram suprimidos 19 e efetuados 112; nos urbanos do Porto, estavam programados para aquele período 71, foram realizados 56 e suprimidos 15; nos comboios urbanos de Coimbra, estavam previstos 12, foram efetuados seis e cancelados outros seis.

No que respeita aos comboios de longo curso, estavam previstos 22, foram suprimidos 10 e realizados 12.

A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ)contra a última proposta de aumentos salariais de 51 euros, que representa uma progressão média na carreira de 3,89%, que a estrutura sindical considera “claramente inaceitáveis”.

Assim, os trabalhadores estiveram em “greve à prestação de todo e qualquer trabalho” das categorias representadas pelo SMAQ, desde as últimas horas do dia 09 e até às primeiras horas de hoje, passando depois a vigorar uma greve ao trabalho suplementar.

Segundo o sindicato, entre as 00h00 de hoje e as 23h59 de dia 17, está convocada “greve à prestação de trabalho a todos os períodos normais de trabalho diários que tenham a duração prevista superior a sete horas e 30 minutos, para as categorias Maquinista ou Maquinista Técnico”.

Já entre as 00h00 do dia 11 e as 23h59 do dia 17, fazem “greve à prestação de trabalho a todos os períodos normais de trabalho diário que impliquem entradas e/ou saídas na sede entre as 00:00 e as 06:00, para as de Maquinista ou Maquinista Técnico”, e, entre as 00h00 do dia 14 e as 23h59 do dia 17, “greve a todos os períodos normais de trabalho que tenham a duração prevista superior a seis horas, para as categorias Inspetor de Tração ou Inspetor Chefe de Tração”.

O tribunal arbitral decretou serviços mínimos de cerca de 30% a nível nacional, bem como no que seja necessário à segurança e manutenção do equipamento e instalações e de serviços de emergência e comboios de socorro.

Em fevereiro, as greves convocadas por vários sindicatos da CP levaram à supressão de centenas de comboios por dia.

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Marcelo quer privatização da TAP fechada “no mais curto lapso de tempo possível”

O Presidente da República está otimista de que a venda do capital da companhia aérea se vai concretizar, ao contrário do que aconteceu em 2020.

O Presidente da República está confiante no sucesso da privatização da TAP e pede “alguma rapidez” ao Governo para que termine o processo, concretizando a operação que não foi possível fechar em 2020, devido à pandemia.

“É muito importante para Portugal e os portugueses que contribuíram com o seu dinheiro durante tantos anos e de facto significa o termo de um processo que verdadeiramente convém que termine com alguma rapidez”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, à margem do Congresso da Liga dos Bombeiros, em Gondomar, sobre a privatização da TAP. “Espero que o processo nesta ponta final seja relativamente rápido”, reforçou.

“Está em curso um processo de privatização que é muito importante para a TAP. Sempre achei que e o grande objetivo da recuperação era preparar para uma privatização, que esteve praticamente fechada em vésperas da pandemia e depois a pandemia matou“, lembrou Marcelo Rebelo de Sousa. Na altura, O anterior Executivo tinha quase fechada a venda à alemã Lufthansa. “Agora há novas condições. Tenho a convicção que vai haver interessados. Há já interessados”, referiu, em declarações transmitidas pelas televisões.

Penso que Infelizmente aquilo que não foi possível fechar em março de 2020, por causa da pandemia, possa ser viável fechar no mais curto lapso de tempo possível.

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

“Não sou um otimista excessivo. Penso que Infelizmente aquilo que não foi possível fechar em março de 2020, por causa da pandemia, possa ser viável fechar no mais curto lapso de tempo possível“, insistiu.

O Ministro das Finanças reafirmou na segunda-feira passada, durante a conferência de imprensa de apresentação das conclusões do relatório da Inspeção-Geral de Trabalho sobre a saída de Alexandra Reis da TAP, que o Governo tenciona aprovar “em breve” a privatização da companhia aérea. Considerou também que o afastamento do presidente do conselho de administração e da CEO, Christine Ourmières-Widener, não iriam atrasar o processo.

O Correio da Manhã noticia hoje que a presidente executiva pretende pretenderá reclamar o pagamento dos salários e bónus a que teria direito até ao final do mandato, em 2026. “O tribunal decide”, foi a única reação do Presidente da República.

Presidente defende fiscalização do aproveitamento “especulativo” da inflação

Marcelo Rebelo de Sousa foi também questionado sobre a possibilidade de ser imposto um limite na margem dos produtos alimentares, admitida pelo Governo. “É uma questão que começou a ser debatida. Vamos ver como decorre esse debate, que porventura passa também pela Assembleia da República”, respondeu.

O Presidente da República considerou que é “importante ter noção de que não é legítimo que para além daquilo que seja a inflação provocada por custos exteriores e consequências interiores, haja quem tire proveito disso para fins especulativos. Isso tem de ser fiscalizado e controlado“. Uma preocupação que também o Governo “já afirmou e pôs no terreno”.

“A segunda questão é que nós precisamos e esperemos que haja uma recuperação do crescimento, que depende muito do que acontecer no mundo e na Europa e também por não termos uma guerra indefinida. São contributos fundamentais para um processo que está a doer muito no bolso dos portugueses”, acrescentou.

(notícia atualizada às 14h35 com declarações sobre inflação)

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Nova equipa de governação na China unida por laços a Xi Jinping

  • Lusa
  • 11 Março 2023

O novo primeiro-ministro, Li Qiang, é talvez o funcionário mais próximo de Xi. O seu cargo como chefe do Executivo inclui também a responsabilidade pela política económica.

A sessão anual da Assembleia Popular Nacional da China, que termina na segunda-feira, formalizou uma nova equipa de governação, composta por homens cujo denominador comum é a sua longa relação com o líder Xi Jinping.

Esta sessão plenária do órgão máximo legislativo chinês concluiu um ciclo político de cinco anos, pautado pelos congressos do Partido Comunista Chinês (PCC), partido único do poder na China. O 20.º Congresso do PCC, que se realizou em outubro passado, reorganizou o Comité Permanente do Politburo, a cúpula do poder na China, composta por sete membros.

A Assembleia Popular Nacional (APN) formalizou agora a atribuição dos cargos de liderança dos órgãos do Estado a esses sete membros – desde a luta contra a corrupção à política económica -, de acordo com a respetiva posição hierárquica no Partido.

Xi Jinping obteve, assim, um terceiro mandato inédito como chefe de Estado, após ter obtido, em outubro passado, um terceiro mandato, igualmente inédito, como secretário-geral do Partido Comunista. Foi nomeado sem nenhum voto contra dos mais de 2.900 delegados da APN.

Consagrando o estatuto de Xi Jinping como o líder chinês mais forte desde o fundador da República Popular da China, Mao Zedong (1949 – 1976), a nova equipa de governação é composta por veteranos do Partido Comunista, com laços profissionais e pessoais ao líder chinês.

Isto ilustra o culminar de uma Era, iniciada por Deng Xiaoping, o arquiteto-chefe das reformas económicas que abriram a China ao mundo, nos anos 1980. Deng procurou institucionalizar a sucessão do poder político e basear a tomada de decisão num processo de consulta coletiva, o que deu a diferentes fações do PCC representação na liderança do país.

O novo primeiro-ministro, Li Qiang, é talvez o funcionário mais próximo de Xi. O seu cargo como chefe do Executivo inclui também responsabilidade sobre a política económica.

Como secretário do Partido Comunista em Xangai, Li ficou conhecido por impor um bloqueio brutal de dois meses, no ano passado, na “capital” económica do país, provando a sua lealdade a Xi, apesar dos protestos dos moradores, face à falta de acesso a cuidados médicos e serviços básicos e à escassez de alimentos. A Câmara de Comércio da União Europeia considerou, num relatório difundido no mês passado, que a reputação internacional de Xangai foi “gravemente danificada”, em 2022, devido ao duro bloqueio, que provocou uma queda de 14% no PIB (Produto Interno Bruto) oficial da cidade, no segundo trimestre do ano passado.

Li, de 63 anos, trabalhou com Xi quando o atual líder do país era chefe do Partido na sua terra natal, a próspera província de Zhejiang, no leste da China.

Zhao Leji, que conquistou a confiança de Xi como chefe da Comissão Central de Inspeção e Disciplina do PCC, o órgão do Partido que liderou, nos últimos anos, a mais persistente e ampla campanha contra a corrupção na história da China comunista, foi nomeado chefe do comité permanente da APN.

Wang Huning assumiu a chefia da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, uma espécie de senado sem poderes legislativos. Outrora um prolifero autor e proeminente académico, Wang nunca ocupou um cargo no governo local ou central, mas ele é tido como o mais influente ideólogo do regime, por detrás da arquitetura de várias políticas importantes lançadas por Xi Jinping, como a campanha de “prosperidade comum”, que ditou fortes penalizações para o setor privado, ou o “grande rejuvenescimento da nação chinesa”, que resultou numa política externa mais assertiva.

Como académico, Wang assumiu-se como um dos principais oponentes do liberalismo, defendendo que o país tinha que resistir à influência liberal global e tornar-se uma nação culturalmente unificada e autoconfiante, governada por um Partido forte e centralizado.

Cai Qi, que integrou o Comité Permanente do Politburo do PCC em outubro passado, entrou na órbita política de Xi ainda na província de Fujian, nos anos 1980. Os dois trabalhariam juntos também mais tarde em Zhejiang, onde Cai ocupou o cargo de secretário do Partido nas cidades de Quzhou e Taizhou. Cai ficou encarregado da propaganda do regime.

He Lifeng, outro protegido de Xi desde os tempos de Fujian, deve substituir Liu He como vice-primeiro-ministro encarregado dos assuntos económicos. Ele também pode ser nomeado como secretário do Partido no Banco Popular da China (banco central). Seria a primeira vez que um vice-primeiro-ministro ocuparia aquele cargo desde os anos 1990.

Ding Xuexiang, que foi nomeado primeiro vice-primeiro-ministro, ficando encarregue da supervisão de assuntos administrativos, serviu como chefe de gabinete de Xi, especialmente presente em visitas de Estado e reuniões com líderes estrangeiros. Com apenas 60 anos, a carreira de Ding descolou depois de ele ter sido nomeado secretário de Xi, durante o breve mandato do líder chinês como secretário do Partido em Xangai.

Li Xi, de 66 anos, é outro confidente próximo de Xi. Ele chefiou a província de Guangdong, uma das regiões mais ricas da China, e substituiu agora Zhao Leji como chefe da Comissão Central de Inspeção e Disciplina.

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Greve na CP suprime 43% dos comboios programados até às 8h00

  • Lusa
  • 11 Março 2023

De acordo com um balanço feito esta manhã pelo sindicato, dos 150 comboios programados entre as 00h00 e as 08h00, foram realizados 87 e suprimidos 63.

A CP suprimiu hoje 63 dos 150 comboios programados entre as 00h00 e as 08h00, devido à greve dos maquinistas da transportadora, segundo um balanço enviado pela empresa à Lusa.

A greve, com serviços mínimos decretados, foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ), contra a última proposta de aumentos salariais de 51 euros, que representa uma progressão média na carreira de 3,89%, que a estrutura sindical considera “claramente inaceitáveis”.

Assim, os trabalhadores estiveram em “greve à prestação de todo e qualquer trabalho” das categorias representadas pelo SMAQ, desde as últimas horas do dia 09 e até às primeiras horas de hoje, estando agora prevista uma greve ao trabalho suplementar.

Segundo o sindicato, entre as 00:00 de hoje e as 23:59 de dia 17, está convocada “greve à prestação de trabalho a todos os períodos normais de trabalho diários que tenham a duração prevista superior a sete horas e 30 minutos, para as categorias Maquinista ou Maquinista Técnico”.

Já entre as 00:00 do dia 11 e as 23:59 do dia 17, fazem “greve à prestação de trabalho a todos os períodos normais de trabalho diário que impliquem entradas e/ou saídas na sede entre as 00:00 e as 06:00, para as de Maquinista ou Maquinista Técnico”, e, entre as 00:00 do dia 14 e as 23:59 do dia 17, “greve a todos os períodos normais de trabalho que tenham a duração prevista superior a seis horas, para as categorias Inspetor de Tração ou Inspetor Chefe de Tração”.

De acordo com um balanço feito hoje de manhã, dos 150 comboios programados entre as 00:00 e as 08:00, foram realizados 87 e suprimidos 63 (42%), refere a empresa em resposta à Lusa.

A CP – Comboios de Portugal indica que estavam previstos 48 comboios regionais, mas não se fizeram 25 ligações, tendo sido realizadas 23. Quanto aos urbanos de Lisboa, estavam previstos 59, foram suprimidos 19 e efetuados 40. Nos urbanos do Porto, estavam programados para aquele período 29, foram realizados 19 e suprimidos 10.

Nos comboios urbanos de Coimbra, estavam previstos cinco, foi efetuado apenas um e cancelados quatro. No que diz respeito aos comboios de longo curso, estavam previstos nove, foram suprimidos cinco e realizados quatro.

O tribunal arbitral decretou serviços mínimos de cerca de 30% a nível nacional, bem como no que seja necessário à segurança e manutenção do equipamento e instalações e de serviços de emergência e comboios de socorro.

Em fevereiro, as greves convocadas por vários sindicatos da CP levaram à supressão de centenas de comboios por dia.

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EPAL vai construir habitação com rendas controladas

  • ECO
  • 11 Março 2023

A empresa de Águas de Lisboa vai colocar mais de 100 apartamentos no mercado de forma a rentabilizar os seus ativos imobiliários.

A EPAL vai construir habitação para pôr no mercado de arrendamento, de forma a rentabilizar os seus ativos imobiliários, revelou o presidente da empresa de Águas de Lisboa, José Sardinha, em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo.

O responsável diz que a empresa pública tem projetos para “para construir habitação para pôr no mercado de arrendamento”. Um desses projetos é uma residência universitária para filhos e netos dos trabalhadores. José Sardinha explica que a EPAL já é senhoria e aponta para “mais de 100 apartamentos, na zona da Baixa e Campo de Ourique” que vão estar no mercado “com rendas controladas”.

“Há uma dupla componente: aproveitar e garantir que os ativos não perdem valor e se mantêm estáveis – isso é importante para a cidade mas também para o acionista, consequentemente para as contas da empresa. E também com isso procura-se criar valor para a sociedade, para a cidade, para o país e para os trabalhadores da nossa empresa”, justificou o presidente da EPAL. José Sardinha garantiu também que a empresa irá indicar ao Governo as moradas sem consumo de água.

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Cinco principais bancos reduziram 635 trabalhadores e fecharam 104 balcões em 2022

  • Lusa
  • 11 Março 2023

A redução do número de balcões também continuou no ano passado, com 104 pontos de atendimento a serem encerrados. Caixa, Santander Totta, Novobanco, BPI e BCP empregam agora 25.247 trabalhadores.

Os cinco principais bancos sediados em Portugal reduziram, em 2022, um total de 635 trabalhadores, baixando, também, a sua estrutura em 104 pontos de atendimento.

A Caixa Geral de Depósitos foi, entre as instituições financeiras analisadas, a que mais reduziu o seu número de trabalhadores, terminando 2022 com 5.837 funcionários, menos 280 que em 31 de dezembro do ano anterior. Por sua vez, o número de balcões do banco público recuou em 27 para 515.

O Santander Totta perdeu 141 trabalhadores em 2022, recuando para 4.664 colaboradores. A sua rede baixou em oito, para 339 agências.

O Novo Banco, o último a anunciar os resultados de 2022, perdeu no ano passado 103 colaboradores e fechou 19 agências, concluindo o ano em análise com 4.090 trabalhadores e 292 balcões.

O BPI viu o seu número de trabalhadores a baixar em 74, enquanto o número de balcões recuou em 24.

O BCP, o que apresenta maior número de trabalhadores, fechou 2022 com 6.252 trabalhadores, perdendo 37 elementos na sua força de trabalho no último ano. No entanto, o número de sucursais do banco baixou em 26, para 408.

No final de 2022, os bancos em análise totalizavam 25.247 trabalhadores e 1.879 balcões.

Os cinco maiores bancos que operam em Portugal obtiveram lucros agregados de 2.583 milhões de euros em 2022, mais 1.000 milhões de euros do que em 2021.

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Bruxelas em contacto com Lisboa e Madrid sobre extensão do mecanismo ibérico

  • Lusa
  • 11 Março 2023

A UE vai criar, no próximo verão, um instrumento financeiro “à escala europeia” para financiar investimentos em indústrias estratégicas e limpas, revela a comissária europeia Margrethe Vestager.

A vice-presidente executiva da Comissão Europeia responsável pela Concorrência garante estar “em contacto” com Portugal e Espanha sobre a extensão do mecanismo ibérico limitador do preço do gás na produção de eletricidade, defendendo um “mercado equilibrado” na reforma.

“Nós estamos em contacto com os governos português e espanhol”, declarou Margrethe Vestager, numa entrevista à agência Lusa e outros meios de comunicação social europeus antes de uma visita, entre hoje e sexta-feira, ao Brasil, Chile e Colômbia.

Dois meses antes de terminar o prazo da aplicação do mecanismo temporário para limitar o preço de gás na produção de eletricidade na Península Ibérica, até final de maio, a responsável escusou-se a indicar se Portugal e Espanha já notificaram a Comissão Europeia sobre a intenção de estender esta medida, orçada em 8,4 mil milhões de euros em ajudas estatais e dos quais 2,1 mil milhões são referentes a Portugal.

No final de fevereiro, questionada sobre a prorrogação, após maio deste ano, do mecanismo excecional e temporário de ajustamento dos custos de produção de energia elétrica na formação do preço de mercado da eletricidade no referencial grossista do mercado ibérico de eletricidade, fonte oficial da Comissão Europeia disse à Lusa que, “em geral, cabe ao Estado-membro avaliar se uma medida específica envolve auxílios estatais”.

Já outra fonte ligada ao processo explicou na altura à Lusa que as autoridades portuguesas e espanholas “ainda não notificaram formalmente à Comissão a prorrogação da medida”. Ainda assim, fontes dos governos de Portugal e Espanha manifestaram intenção à Lusa de pedir esta prorrogação, notificação que será feita em conjunto a Bruxelas.

Em causa está o mecanismo temporário ibérico aplicado desde meados de maio passado para colocar limites ao preço médio do gás na produção de eletricidade, que no caso de Portugal e Espanha é de cerca de 60 euros por Megawatt-hora. Em vigor até ao final de maio próximo, este instrumento foi solicitado a Bruxelas por Portugal e Espanha devido à crise energética e à guerra da Ucrânia, que pressionou ainda mais o mercado energético na Península Ibérica, com limitada capacidade de interligação ao resto da UE.

Na entrevista, Margrethe Vestager salientou que a reforma do mercado elétrico da UE, cuja proposta será apresentada na próxima quinta-feira pela tutela da Energia no executivo comunitário, será “muito importante”.

O objetivo é acabar com “o que perturba o mercado do dia-a-dia para que o mercado energético esteja sempre equilibrado e depois, a longo prazo, criar garantias de previsibilidade de preços para os investidores”, adiantou Margrethe Vestager.

No rascunho da reforma do redesenho do mercado elétrico da UE, a que a agência Lusa teve acesso, Bruxelas defende que os consumidores europeus devem poder celebrar contratos a preços fixos de eletricidade por pelo menos um ano, defendendo “maior escolha contratual”.

Ao mesmo tempo, a Comissão Europeia quer, de acordo com o rascunho, reduzir a volatilidade dos preços da luz na UE ao diminuir a influência do gás na eletricidade, promovendo contratos de aquisição e venda de energia limpa assentes em valores prefixados e garantias governamentais.

Novo financiamento no verão para indústrias estratégias face aos EUA

A União Europeia vai criar, no próximo verão, um instrumento financeiro “à escala europeia” para financiar investimentos em indústrias estratégicas e ‘limpas’, visando responder aos ‘subsídios verdes’ norte-americanos, anunciou a vice-presidente executiva da Comissão Europeia Margrethe Vestager.

Um dia após a entrada em vigor na UE de um novo quadro temporário para auxílios estatais, que permite aos Estados-membros apoiarem, até final de 2025, investimentos em energias renováveis, em armazenamento energético e na descarbonização da indústria, Margrethe Vestager defendeu ser “muito cautelosa” sobre este tipo de apoios públicos, dado tratar-se da “governação dos Estados-membros”.

“É por isso que temos mais ou menos isto em consideração para o futuro próximo e assim, no início do verão, vamos apresentar uma ferramenta à escala europeia no que toca a investimentos em algumas destas indústrias estratégicas”, com menos ou sem emissões poluentes, revelou a responsável, na entrevista. “Isto é importante para nós e, uma vez que todos terão as mesmas regras na Europa, não podemos ter aqui uma corrida interna aos subsídios”, vincou Margrethe Vestager.

A vice-presidente executiva da Comissão Europeia defendeu também que a UE tenha mais exploração mineira, nomeadamente de lítio e cobre, mas sustentável. “Uma das coisas que aprendemos da forma mais difícil, nos últimos anos, é que as dependências suportam riscos”, como verificado na UE face às importações de combustíveis fósseis russos, situação que levou ao exacerbar da crise energética pela guerra da Ucrânia, assinalou Margrethe Vestager.

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Da contestação social ao diálogo, as semelhanças entre as maiorias de Cavaco e Costa

Depois da comparação feita por Marcelo, politólogos reconhecem algumas semelhanças entre a segunda maioria de Cavaco Silva e o atual Governo, como a multiplicação de manifestações e greves.

No dia que marcou o sétimo aniversário enquanto Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa lançou algumas farpas ao Governo que diz acreditar ser uma maioria “cansada”, fazendo uma comparação com a segunda maioria de Cavaco Silva. É possível traçar alguns paralelismos com essa época, nomeadamente pela contestação social e dificuldades no diálogo, assinalam os politólogos ouvidos pelo ECO.

Marcelo não se conteve na avaliação do Governo que saiu das eleições de janeiro de 2022: “Nasceu uma maioria requentada. As maiorias que não nascem de novo, que nascem com um governo com seis anos — um pouco como a segunda maioria do professor Cavaco Silva —, são maiorias cansadas”, disse, em entrevista ao Público e RTP esta quinta-feira.

Este conceito de requentado surge com o significado de “repetir a fórmula sem atender às novas circunstâncias”, aponta José Adelino Maltez, ao ECO. Há uma “repetição de gestos” que leva a que os discursos e atitudes comecem a perder o sentido e surja “cansaço”, defende.

Costa assumiu o cargo de primeiro-ministro em novembro de 2015, estando assim há quase oito anos na liderança do Governo. Já Cavaco Silva governou durante dez anos, desde 1985 até 1995.

Entre as semelhanças dos dois Executivos encontra-se a “fase de manifestações encadeadas de contestação social”, que se vivem agora nomeadamente com as greves dos professores e também de profissionais de saúde, por exemplo, que “também aconteceram no governo de Cavaco Silva”, recorda o politólogo.

Paula do Espírito Santo, investigadora e docente no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), também acredita que “há semelhanças na medida em que há contestação social intensa tal como na altura e percebemos também que há alguma incapacidade de diálogo institucional”, como por exemplo entre o Governo e os sindicatos que tem levado ao prolongamento de greves.

Com Cavaco Silva, há alguns célebres exemplos de contestação como o buzinão na Ponte 25 de Abril contra o aumento de 50% das portagens, em 1994, visto por alguns como o ponto de viragem do “Cavaquismo”. A relação com o então Presidente Mário Soares também azedou na segunda maioria, com este a criticar a estratégia do Governo na gestão da crise e deixar vários recados.

O na altura primeiro-ministro social-democrata chegou a responder à contestação social com a frase “Deixem-me trabalhar!”, numa fase em que apelidava os partidos da oposição como “forças de bloqueio”.

"Como o Costismo está ligado ao Marcelismo presidencial, o que ontem fez o Presidente da República foi tentar distinguir-se”

José Adelino Maltez

Paula Espírito Santo aponta assim que o “relacionamento institucional não era o melhor com o Presidente”, algo que atualmente até aqui não se podia tanto dizer. No entanto, podemos estar perante um ponto de viragem, sendo que na entrevista de quinta-feira o Presidente “ensaiou uma tentativa de discurso para se libertar” do peso de ligar o “Costismo” ao “Marcelismo”, considera Adelino Maltez.

“Como o Costismo está ligado ao Marcelismo presidencial, o que ontem fez o Presidente da República foi tentar distinguir-se, para não haver na história portuguesa a identificação”, acredita o politólogo.

Certo é que a comparação acabou por ser com um Governo que completou a legislatura até ao fim, ainda que Marcelo não deixe de parte a “bomba atómica” de dissolver o Parlamento, caso se justifique. Os politólogos não se arriscam a adivinhar se o Governo de Costa completa a legislatura, mas Adelino Maltez salienta que o “problema com estas maiorias é que podem matar-se a si mesmas”. “Os ciclos de regime, governos de maioria, costumam em Portugal cair de podre”, atira.

Paula Espírito Santo também salienta que “não sabemos ainda o desfecho: se Governo vai manter-se ou se vai entrar num processo de implosão”.

Ainda assim, para a politóloga, esta comparação entre os dois Governos pode mesmo “levar a refletir sobre as vantagens ou limitações das maiorias absolutas no plano democrático”. Isto já que “podem motivar maior falta de diálogo e de capacidade dos Executivos para resolver problemas de urgência muitas vezes com base económica”, sendo que vivemos agora com um abrandamento económico e na altura a época também não era de crescimento elevado.

Mesmo assim, admite que pode ser apenas uma “convergência de fatores”, sendo que há o “ponto comum às democracias da liberdade de expressão”, além de que “há grupos e setores que nunca estão plenamente satisfeitos”. “Por outro lado, acaba por haver uma contra-resposta por parte do sistema, percebe-se que tem de forçar o diálogo porque estes Governos [de maioria] são mais estáveis e menos permeáveis a qualquer tipo de agitação“, considera.

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S&P mantém inalterado rating de Portugal

  • ECO
  • 10 Março 2023

A agência de notação financeira não mexeu nem no rating nem no outlook da dívida soberana portuguesa.

A Standard & Poor’s (S&P) deixou esta sexta-feira inalterado o rating da dívida portuguesa, em BBB+, com perspetiva “estável”. A decisão era já esperada uma vez que, em setembro passado, a agência norte-americana tinha revisto em alta a notação de Portugal, dado o “forte crescimento económico do país”.

Na nota da avaliação, a S&P antecipa que Portugal apresente excedentes orçamentais primários “nos próximos anos”, o que vai ajudar a reduzir o rácio da dívida pública para abaixo de 100% do PIB. A agência avisa, no entanto, que as taxas de juro mais elevadas vão pesar no serviço da dívida português.

A evolução da dívida portuguesa continua a ser o indicador a que agência dá mais atenção, ao alertar que uma inversão na trajetória de redução da dívida pode levar a uma decisão negativa para o rating de Portugal. Esse cenário não é de excluir, indica, num cenário de estagflação na Europa que afete as exportações portuguesas, ao mesmo tempo que o aumento dos preços prejudica o consumo privado.

Pelo contrário, uma diminuição das necessidades de financiamento externo ou da dívida externa no curto prazo seriam argumentos para a S&P melhorar a notação de Portugal.

A S&P confia no “histórico de prudência orçamental” do Governo para reduzir a dívida pública para menos de 100% do PIB em 2024 e 93% em 2026 e uma descida do défice para 1,1% do PIB este ano, “mais lentamente do que o previsto pelo Governo” – com a agência a avançar que os atuais apoios à economia, na ordem dos 1,6% do PIB, podem aumentar “ligeiramente”.

Para a agência, as “perspetivas de médio prazo permanecem fortes” apesar de antecipar uma desaceleração do crescimento português em 2023 e um aumento “ligeiro” do desemprego. Os “substanciais fundos da UE, ou cerca de 26% do PIB injetados entre 2021-27, vão estimular o investimento e apoiar a atividade económica”, refere a nota.

Mas, apesar da resistência da económica do país, “os riscos mantêm-se substanciais”, sobretudo dado o contexto geopolítico e nacional. A S&P faz questão de sublinhar a saída de 11 ministros e Secretários de Estado no primeiro ano do mandato do Governo e admite que uma nova fase de crise política abre a porta a convocação de eleições antecipadas.

A agência salienta ainda “a conclusão bem-sucedida em dezembro de 2022 da reestruturação do Novobanco”, o que significa que deixará de solicitar fundos ao Estado.

No primeiro exame do ano, no final de janeiro, também a agência de notação financeira DBRS decidiu manter o rating de Portugal em A (baixo), com tendência “estável”. No próximo mês, a 14 de abril é a vez da Fitch decidir sobre a notação do país.

(em atualização)

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Governo grego indemniza famílias de 57 vítimas do acidente ferroviário

  • Lusa
  • 10 Março 2023

Cada família receberá uma pensão mensal de cerca de 1.600 euros por cada membro que morreu no acidente, anunciou o governo grego.

O Governo grego vai indemnizar com uma pensão mensal de 1.600 euros as famílias das 57 vítimas mortais do acidente ferroviário de 28 de fevereiro no centro da Grécia, indicou esta sexta-feira o Ministério das Finanças.

Num comunicado, o ministério precisou que cada família receberá uma pensão mensal de cerca de 1.600 euros por cada membro que morreu no acidente (há o caso de uns pais que perderam as duas filhas), que será livre de impostos e com efeitos retroativos a 1 de março.

O montante é equivalente ao quádruplo da “pensão não-contributiva nacional” e será ajustado anualmente, em função do valor daquela. “À vida humana não se pode pôr um preço. O dever mínimo do Estado é, nestas circunstâncias, ajudar e apoiar com modéstia e respeito os familiares das vítimas”, lê-se no comunicado.

Também terão direito a esta pensão todos os feridos que tenham ficado com uma invalidez permanente superior a 50% em consequência do acidente. Além disso, serão igualmente eliminadas todas as dívidas ao Estado ou a qualquer banco – privado ou nacional – que os familiares diretos das vítimas tenham.

Na noite de 28 de fevereiro, um comboio de passageiros colidiu frontalmente com um de mercadorias a norte da cidade de Larissa e, em consequência do embate, morreram 57 pessoas e várias dezenas mais ficaram feridas, na maioria jovens universitários. O acidente, a maior tragédia ferroviária da história da Grécia, desencadeou uma onda de indignação contra o Governo conservador, por não garantir o cumprimento das medidas de segurança necessárias na via-férrea.

Dezenas de milhares de pessoas protestaram contra o executivo no passado dia 08 de março em toda a Grécia, numa das maiores mobilizações dos últimos anos no país. O primeiro-ministro grego, o conservador Kyriakos Mitsotakis, assumiu na quinta-feira a responsabilidade política pelo acidente e reconheceu a ausência de medidas de segurança que poderiam ter impedido a tragédia. Neste momento, cinco jovens feridos continuam internados em unidades de cuidados intensivos.

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Sindicato dos Oficiais de Justiça acusa Governo de decretar serviços mínimos ilegais

  • Lusa
  • 10 Março 2023

"Não é traindo a confiança dos trabalhadores com atuações desta natureza que se alcança a paz social necessária ao país", criticou o Sindicato dos Oficiais de Justiça.

O Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ) expressou esta sexta-feira o seu “público repúdio” pela fixação de serviços mínimos para uma greve que decorre há dois meses, acusando a tutela de atuação ilegal e “digna de regimes autoritários”.

Em comunicado, o SOJ acusou o Ministério da Justiça (MJ) de se ter socorrido “de forma ilegal” da Direção-Geral da Administração e Emprego Público (DGAEP) para vir agora decretar serviços mínimos para uma “greve legal e que decorre há mais de dois meses” e para a qual o MJ “não ativou qualquer mecanismo legal” para um acordo, o que pressupunha, defende o sindicato, que “aceitou tacitamente, dando o seu acordo implícito, a não necessidade de fixação de serviços mínimos”.

“Agora, volvidos mais de dois meses e esgotados os prazos legais, surge o MJ assumindo que não previu os efeitos da greve, como se as leis pudessem ser interpretadas ‘a la carte’, argumentando com a sua incapacidade de gerir a coisa pública”, critica o SOJ, que acrescenta que “perante mais esta atuação, digna de regimes autoritários”, o sindicato “expressa público repúdio” pela atuação do MJ.

O SOJ afirma ainda não ser “eticamente, nem moralmente admissível” que a tutela, através do secretário de Estado Adjunto e da Justiça, reconheça as razões para a greve e se comprometa a procurar soluções junto das Finanças para que depois, “pela calada da noite, procure subverter o Estado de Direito democrático, violando de forma grosseira as leis da República”.

“Não é traindo a confiança dos trabalhadores com atuações desta natureza que se alcança a paz social necessária ao país”, criticou o sindicato, que garante que os oficiais de justiça “não vão vacilar” na defesa do Estado de Direito. Sublinhando a importância de “não diminuir a capacidade de resposta dos tribunais para prevenir eventuais casos de corrupção” com o acesso aos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência, o sindicato alerta o Governo de que, “com a sua (in)ação”, poderá vir a tornar-se “um adversário deste propósito, que deveria ser desígnio nacional”.

Os oficiais de justiça iniciaram a 10 de janeiro, dia da abertura do ano judicial, uma greve por tempo indeterminado contra a falta de funcionários e o congelamento de promoções. A paralisação decorre no horário das 13:30 à meia-noite e repete-se diariamente até haver resposta do Governo às reivindicações sindicais.

No pré-aviso da greve, datado de 26 de dezembro, o sindicato menciona a “dramática falta de funcionários” e o “congelamento injustificado de promoções”, reclamando a abertura de ingressos para a carreira e procedimentos para promoções e acesso a “todas as categorias cujos lugares se encontrem vagos”.

O sindicato exige ainda a inclusão no vencimento do suplemento de compensação do trabalho de recuperação dos atrasos processuais, a ser pago em 14 meses e com efeitos a 1 de janeiro de 2021. Num balanço no início de fevereiro havia já milhares de diligências adiadas devido à greve.

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CGTP exige fixação de preços máximos nos bens essenciais e taxação de lucros

  • Lusa
  • 10 Março 2023

A CGTP-IN "considera a ação proposta pelo Governo como completamente desfasada da situação com que se deparam os trabalhadores, pensionistas e suas famílias".

A CGTP considerou esta sexta-feira que o Governo continua sem dar resposta ao aumento dos preços e exige medidas como a fixação de preços máximos nos bens essenciais, a taxação dos lucros e a subida dos salários e pensões. Em comunicado, a central sindical critica o programa de ação do Governo anunciado na quinta-feira pelo ministro da Economia, António Costa Silva, para combater “as situações anómalas” quanto aos preços no setor alimentar, como referiu o governante.

“Sem prejuízo de uma análise mais aprofundada, a CGTP-IN considera a ação proposta pelo Governo como completamente desfasada da situação com que se deparam os trabalhadores, pensionistas e suas famílias”, sublinha a intersindical, acrescentando que o Governo “continua a não dar resposta ao aumento brutal dos preços”.

Segundo a CGTP, “a especulação que alimenta os lucros” nos setores da grande distribuição, energia ou habitação “é uma realidade que se acentuou de forma gritante no decorrer do ano de 2022, perante a ação conivente do Governo que nada fez ou faz para a travar”. A situação “exige medidas concretas”, defende a central sindical liderada por Isabel Camarinha.

Para a CGTP, “a fixação de preços máximos nos bens e serviços essenciais, colocar limites às práticas do setor financeiro e taxar efetivamente os lucros e outras fontes de rendimento do capital são exigências possíveis, necessárias e que dependem apenas da opção política do Governo e da maioria que o suporta”.

Estas exigências têm de ser acompanhadas por aumentos de salários e pensões que invertam a perda de poder de compra, acrescenta. Na quinta-feira, em conferência de imprensa, o ministro da Economia prometeu “ser inflexível” para com todas as situações anómalas no setor alimentar.

António Costa Silva sublinhou que, nos últimos tempos, o país tem estado preocupado com o setor alimentar face à subida dos preços, numa altura em que a inflação está a descer, assim como o preço da energia e fertilizantes. “Isto contrasta, em absoluto, com o que se passa a nível dos preços dos bens alimentares. Por isso, o Governo desenvolveu uma estratégia e está a trabalhar em seis dimensões. Respeitamos os operadores económicos, mas também respeitamos muito os direitos dos consumidores”, apontou.

A primeira grande dimensão tem a ver com a atuação da ASAE no país, instituição que o ministro classificou como “excelente”. Para António Costa Silva é igualmente importante compreender a estrutura de preços do setor, desde a produção à comercialização, passando pela distribuição.

O ministro assegurou que vai ser exigida transparência neste processo, vincando ser um “beneficio para todos os operadores” a disponibilização de informações à ASAE. O Governo quer também continuar a estabelecer contactos com os representantes dos vários operadores e convocar a PARCA – Plataforma de Acompanhamento nas Relações na Cadeia Agroalimentar.

Por outro lado, vai continuar a dotar a ASAE de todas as condições e trabalhar com todos os “organismos relevantes” para este setor.

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