Galamba é arguido. Costa investigado em processo autónomo pelo Supremo Tribunal de Justiça

Supremo Tribunal de Justiça irá analisar suspeitas de que Costa terá tido intervenção para “desbloquear” os negócios do lítio, hidrogénio e data center que estão a ser investigados.

A PGR confirma. Três horas depois das notícias virem a público e logo após a saída de Lucília Gago de Belém, numa curta reunião com Marcelo Rebelo de Sousa, o gabinete da titular da investigação criminal envia um comunicado. Entretanto, depois de uma segunda reunião no Palácio de Belém, António Costa vai falar ao país às 14h.

A PSP está a realizar esta manhã buscas na residência oficial do primeiro-ministro e nos Ministérios do Ambiente e Infraestruturas.

No âmbito de inquérito dirigido pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), “estão a ser realizadas diligências de busca para identificação e apreensão de documentos e outros meios de prova de interesse apara a descoberta da verdade”. Diz o gabinete de Lucília Gago que foram ordenadas “17 buscas domiciliárias, cinco buscas em escritório e domicilio de advogado, 20 buscas não domiciliárias, designadamente: em espaços utilizados pelo chefe do gabinete do Primeiro-Ministro, no Ministério do Ambiente e da Ação Climática, no Ministério das Infraestruturas e na Secretaria de Estado da Energia e Clima”. E ainda na Câmara Municipal de Sines e “na sede/espaços de outras entidades públicas e de empresas”.

O ECO sabe que João Galamba é um dos arguidos. E que António Costa está a ser investigado num processo autónomo, pelo Supremo Tribunal de Justiça. Assim sendo, o Supremo Tribunal de Justiça irá analisar suspeitas de que Costa terá intervindo para “desbloquear” os negócios do lítio, hidrogénio e data center que estão a ser investigados.

Sessão Solene de Abertura do Ano Judicial - 15JAN19

“No decurso das investigações surgiu (…) o conhecimento da invocação por suspeitos do nome e da autoridade do Primeiro-Ministro e da sua intervenção para desbloquear procedimentos no contexto suprarreferido”. Tal como manda a lei, “tais referências serão autonomamente analisadas no âmbito de inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça”, diz o comunicado da PGR.

As diligências foram ordenadas ou autorizadas pelas entidades competentes – Ministério Público e juiz de Instrução Criminal – “e estão a ser executadas com o apoio operacional de elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT)”.

Participam nas buscas 17 magistrados do Ministério Público, três magistrados judiciais, dois representantes da Ordem dos Advogados, cerca de 145 elementos da PSP e nove da AT. As buscas nos espaços utilizados pelo chefe do gabinete do Primeiro-Ministro estão a ser acompanhadas por juiz de Instrução Criminal.

Em causa poderão estar, designadamente, crimes de prevaricação, de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e de tráfico de influência.

A PSP está a realizar esta manhã buscas na residência oficial do primeiro-ministro e nos Ministérios do Ambiente e Infraestruturas. O ECO sabe que em causa estão dois projetos de extração de lítio em Montalegre e da central de hidrogénio verde em Sines. Ministério Público investiga crimes de tráfico de influência e corrupção (ativa e passiva). Bem como participação económica em negócio e recebimento indevido de vantagens.

Segundo confirmou o ECO, em causa está um processo que investigação da extração de lítio em Montalegre e a central de hidrogénio verde em Sines.

Já foram detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, e o consultor e “melhor amigo” do primeiro-ministro, Diogo Lacerda Machado, assim como o presidente da Câmara de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas. O ECO sabe ainda que as buscas estendem-se à casa do advogado Rui Oliveira Neves e à sede da Start Campus de Sines, um dos maiores campus de data centers da Europa, o Sines 4.0, assim como à casa do CEO, Afonso Salema. Que foram igualmente detidos. A Morais Leitão também estará a ser alvo de buscas.

Vitor Escária e Diogo Lacerda Machado

A AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) também está a ser alvo de buscas. Mas o presidente da AICEP não é arguido neste processo.

O que está em causa, segundo a PGR?

Estão a ser investigados factos relacionados com as concessões de exploração de lítio nas minas do Romano (Montalegre) e do Barroso (Boticas), um projeto de central de produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, apresentado por consórcio que se candidatou ao estatuto de Projetos Importantes de Interesse Comum Europeu (IPCEI), o projeto de construção de “data center” desenvolvido na Zona Industrial e Logística de Sines pela sociedade “Start Campus”.

“Em face dos elementos recolhidos na investigação e por se verificarem os perigos de fuga, de continuação de atividade criminosa, de perturbação do inquérito e de perturbação da ordem e tranquilidade públicas, o Ministério Público emitiu mandados de detenção fora de flagrante delito do chefe de gabinete do Primeiro-Ministro, do Presidente da Câmara Municipal de Sines, de dois administradores da sociedade “Start Campus” e de um advogado/consultor contratado por esta sociedade”.

Diz ainda o Ministério Púbico, no comunicado, que “procedeu ainda à constituição como arguidos de outros suspeitos da prática de factos investigados nos autos, designadamente do Ministro das Infraestruturas e do Presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente”.

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Marcelo e Costa cancelam agenda depois das buscas e detenções ligadas a negócios do lítio e hidrogénio

Primeiro-ministro reuniu-se esta manhã com o Presidente da República, no Palácio de Belém, durante cerca de meia hora. Outros ministros do Governo também suspenderam visitas.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, cancelaram a agenda depois das buscas e detenções no Governo por causa do negócio do hidrogénio verde e do lítio, apurou o ECO.

Outros membros do Executivo, como os ministros do Ambiente, Duarte Cordeiro, ou a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, também suspenderam os compromissos públicos que tinham previstos para esta terça-feira.

Pouco antes das 10h, António Costa reuniu-se durante cerca de meia hora com Marcelo Rebelo de Sousa no Palácio de Belém. O chefe do Governo quis informar o Presidente da República sobre a operação em curso, em que o Ministério Público investiga crimes de tráfico de influência e corrupção no lítio em Montalegre e no hidrogénio em Sines.

O Presidente da República não tinha propriamente agenda pública, mas contava despedir-se do ainda bispo das Forças Armadas, Rui Manuel Sousa Valério, que será o novo Patriarca de Lisboa, assistindo à sua última missa enquanto bispo, marcada para as 11h, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. Mas, depois da audiência com o primeiro-ministro, Marcelo decidiu cancelar a ida aos Jerónimos, permanecendo em Belém, de modo a evitar o contacto com a imprensa.

A agenda do primeiro-ministro para esta terça-feira dava conta que António Costa iria marcar presença às 12h15 na sessão de abertura da Tomorrow Summit 2023, no Porto, organizada pela Federação Académica do Porto. Mas o chefe do Governo decidiu não ir.

Outros membros do Executivo como o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, e a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, também cancelaram as visitas públicas.

Entretanto, a procuradora-geral da República, Lucília Gago, foi a Belém, onde esteve reunida com Marcelo Rebelo de Sousa, avança a SIC Notícias.

(Notícia atualizada às 12h29)

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Crimes em investigação na órbita do Governo podem dar até dez anos de prisão

Desde tráfico de influência e corrupção a participação económica em negócio, neste caso ligado à energia o Ministério Público investiga crimes que oscilam entre os seis meses e os dez anos de prisão.

Mais um caso mediático está desde a manhã de terça-feira no palco da justiça portuguesa. Desta vez relacionado com dois projetos de extração de lítio em Montalegre e da central de hidrogénio verde em Sines. O Ministério Público (MP) investiga alegados crimes de tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio e recebimento indevido de vantagens. Ao todo, estes crimes oscilam entre os seis meses e os dez anos de prisão.

A PSP está a realizar buscas na residência oficial do primeiro-ministro e nos Ministérios do Ambiente, das Infraestruturas e da Habitação. Já foram detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, e o consultor e “melhor amigo” do primeiro-ministro, Diogo Lacerda Machado, assim como o presidente da Câmara de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas.

Um dos crimes em cima da mesa é o de tráfico de influência. Segundo o artigo 335.º do Código Penal (CP), “quem, por si ou por interposta pessoa, com o seu consentimento ou ratificação, solicitar ou aceitar, para si ou para terceiro, vantagem patrimonial ou não patrimonial, ou a sua promessa, para abusar da sua influência, real ou suposta, junto de qualquer entidade pública, nacional ou estrangeira, é punido”.

A pena de prisão pode variar de um a cinco anos de prisão, ou até três anos ou com pena de multa, “se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal, se o fim for o de obter uma qualquer decisão lícita favorável”.

Caso quem, por si ou por interposta pessoa, com o seu consentimento ou ratificação, der ou prometer vantagem patrimonial ou não patrimonial às pessoas que solicitaram ou aceitaram é punido com pena de prisão até três anos ou com pena de multa ou até dois anos ou com pena de multa até 240 dias.

Outro dos crimes que está a ser investigado pelo MP é o de corrupção passiva e é punido com pena de prisão de um a oito anos, mas a pena pode chegar aos 10 anos se for agravada.

Segundo o artigo 373.º do CP, destina-se ao “funcionário que por si, ou por interposta pessoa, com o seu consentimento ou ratificação, solicitar ou aceitar, para si ou para terceiro, vantagem patrimonial ou não patrimonial, ou a sua promessa, para a prática de um qualquer ato ou omissão contrários aos deveres do cargo, ainda que anteriores àquela solicitação ou aceitação”.

Mas se o ato ou omissão não forem contrários aos deveres do cargo e a vantagem não lhe for devida, o agente é punido com pena de prisão de um a cinco anos.

Já o crime de corrupção ativa (artigo 374.º do CP), pune o agente com pena de prisão de um a cinco anos. “Quem, por si ou por interposta pessoa, com o seu consentimento ou ratificação, der ou prometer a funcionário, ou a terceiro por indicação ou com conhecimento daquele, vantagem patrimonial ou não patrimonial com o fim indicado no n.º 1 do artigo 373.º, é punido com pena de prisão de um a cinco anos”, lê-se.

Mas se o ato ou omissão não forem contrários aos deveres do cargo e a vantagem não lhe for devida, o agente é punido com pena de prisão até três anos ou com pena de multa até 360 dias.

Outro dos crimes em que recaem suspeitas é o de participação económica em negócio. Este tipo de crime é imputado ao funcionário que, com “intenção de obter, para si ou para terceiro, participação económica ilícita, lesar em negócio jurídico os interesses patrimoniais que, no todo ou em parte, lhe cumpre, em razão da sua função, administrar, fiscalizar, defender ou realizar”, sendo punido com pena de prisão até cinco anos.

Ainda assim, segundo o artigo 377.º do CP, o funcionário que, “por qualquer forma”, receber, quer para si, quer para terceiro, uma “vantagem patrimonial por efeito de ato jurídico-civil relativo a interesses de que tinha, por força das suas funções, no momento do ato, total ou parcialmente, a disposição, administração ou fiscalização, ainda que sem os lesar”, é punido com pena de prisão até seis meses ou com pena de multa até 60 dias.

A mesma pena é aplicável ao funcionário que receber, por qualquer forma, vantagem patrimonial por efeito de cobrança, arrecadação, liquidação ou pagamento que, por força das suas funções, total ou parcialmente, esteja encarregado de ordenar ou fazer, posto que não se verifique prejuízo para a Fazenda Pública ou para os interesses que lhe estão confiados.

Diogo Lacerda MachadoANDRÉ KOSTERS/LUSA 9 maio, 2023

Por fim, o crime de recebimento ou oferta indevidos de vantagem pune o agente com pena de prisão até cinco anos ou com pena de multa até 600 dias.

Esta pena recai sobre o funcionário que, no exercício das suas funções ou por causa delas, “por si, ou por interposta pessoa, com o seu consentimento ou ratificação, solicitar ou aceitar, para si ou para terceiro, vantagem patrimonial ou não patrimonial, que não lhe seja devida”.

Mas se for qualquer pessoa a prometer a um funcionário, ou a terceiro por indicação ou conhecimento daquele, vantagem patrimonial ou não patrimonial, que não lhe seja devida, no exercício das suas funções ou por causa delas, é punido com pena de prisão até três anos ou com pena de multa até 360 dias.

Das buscas às detenções

Para as buscas realizadas esta terça-feira foram mobilizados cerca de 140 polícias, revelou fonte da PSP à Lusa. O inquérito está a cargo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

Vítor Escária, chefe de gabinete do primeiro-ministro

O ECO sabe ainda que as buscas estendem-se à casa do advogado Rui Oliveira Neves e à sede da Start Campus de Sines, um dos maiores campus de data centers da Europa, o Sines 4.0, assim como à casa do CEO, Afonso Salema. Que foram igualmente detidos. A Morais Leitão também estará a ser alvo de buscas.

Entre os visados por estas buscas, que poderão ser constituídos arguidos, estão também o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o antigo ministro João Pedro Matos Fernandes.

Os suspeitos vão ficar agora detidos na sede da PSP de Lisboa, em Moscavide, até serem ouvidos em primeiro interrogatório judicial que terá de acontecer no prazo de 48 horas.

Em janeiro deste ano, a Procuradoria-Geral da República confirmou que a investigação aos negócios do lítio e do hidrogénio verde estavam em curso, mas não tinham arguidos constituídos naquela altura. Esta posição surgiu após o Chega ter criticado a nomeação de Galamba para ministro das Infraestruturas, devido ao seu alegado envolvimento neste caso.

O Ministério Público investiga alegadas irregularidades na concessão à exploração de lítio, em Montalegre. A concessão dada à LusoRecursos acabou por ser revogada, com o então ministro do Ambiente e Ação Climática, João Matos Fernandes, a afirmar que houve “falta de profissionalismo” por parte daquela empresa.

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal está a apurar eventuais crimes de tráfico de influência, corrupção e outros crimes económico-financeiros. Em causa estão eventuais favorecimentos ao consórcio EDP/Galp/REN para o milionário projeto do hidrogénio verde para Sines. A investigação acontece depois de suspeitas surgidas em 2019, com as autoridades a tentarem perceber se houve favorecimento àqueles grupos naquele que foi um dos maiores investimentos públicos dos últimos anos.

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Marcelo recebe PGR em Belém na sequência das buscas e detenções no Governo

A procuradora-geral da República Lucília Gago está a ser recebida em Belém por Marcelo Rebelo de Sousa na sequência das detenções e buscas desta terça-feira.

Depois do primeiro-ministro António Costa, também a procuradora-geral da República Lucília Gago está a ser recebida em Belém por Marcelo Rebelo de Sousa.

Esta terça-feira, a PSP está a levar a cabo diversas buscas, entre as quais na residência oficial do primeiro-ministro e nos Ministérios do Ambiente e Infraestruturas. Nesta operação foram mobilizados cerca de 140 polícias, revelou fonte da PSP à Lusa. O inquérito está a cargo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

Já foram detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, Diogo Lacerda Machado, assim como o presidente da Câmara de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas.

O ECO sabe ainda que as buscas estendem-se à casa do advogado Rui Oliveira Neves e à sede da Start Campus de Sines, um dos maiores campus de data centers da Europa, o Sines 4.0, assim como à casa do CEO, Afonso Salema. Que foram igualmente detidos. A Morais Leitão também estará a ser alvo de buscas.

Entre os visados por estas buscas, que poderão ser constituídos arguidos, estão também o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o antigo ministro João Pedro Matos Fernandes.

Os suspeitos vão ficar agora detidos na sede da PSP de Lisboa, em Moscavide, até serem ouvidos em primeiro interrogatório judicial que terá de acontecer no prazo de 48 horas.

Em janeiro deste ano, a Procuradoria-Geral da República confirmou que a investigação aos negócios do lítio e do hidrogénio verde estavam em curso, mas não tinham arguidos constituídos naquela altura. Esta posição surgiu após o Chega ter criticado a nomeação de Galamba para ministro das Infraestruturas, devido ao seu alegado envolvimento neste caso.

O Ministério Público investiga alegadas irregularidades na concessão à exploração de lítio, em Montalegre. A concessão dada à LusoRecursos acabou por ser revogada, com o então ministro do Ambiente e Ação Climática, João Matos Fernandes, a afirmar que houve “falta de profissionalismo” por parte daquela empresa.

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal está a apurar eventuais crimes de tráfico de influência, corrupção e outros crimes económico-financeiros. Em causa estão eventuais favorecimentos ao consórcio EDP/Galp/REN para o milionário projeto do hidrogénio verde para Sines. A investigação acontece depois de suspeitas surgidas em 2019, com as autoridades a tentarem perceber se houve favorecimento àqueles grupos naquele que foi um dos maiores investimentos públicos dos últimos anos.

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Ageas Seguros tenta retratar “mundos reais” em nova campanha

Com criatividade da Havas e planeamento de meios a cargo da Arena, a campanha marca presença em televisão, rádio, outdoor, digital e lojas Ageas Seguros. 

“Eu tenho vários mundos” é o mote da nova campanha da Ageas Seguros que visa retratar os diferentes “mundos reais” das pessoas, recorrendo à música “Eu tenho dois amores”, de Marco Paulo, com uma letra adaptada e arranjo musical diferente.

“A Ageas Seguros está consciente da desconfiança e complexidade frequentemente associadas à indústria de seguros, sentindo assim a necessidade de lançar uma comunicação mais emotiva e diferenciadora no mercado. Desta forma, pretendemos tornar este setor mais acessível e compreensível”, diz Hugo Julião, responsável de marketing canal e digital do Grupo Ageas Portugal, citado em comunicado.

“Assim, quando dizemos que temos um ‘mundo para proteger o seu’, estamos a alinhar o verdadeiro propósito nobre dos seguros: cuidar do que é mais precioso” para os clientes, acrescenta.

Com criatividade da Havas e planeamento de meios a cargo da Arena, a campanha marca presença em televisão, rádio, outdoor, digital e lojas Ageas Seguros.

A campanha tem como objetivo “promover uma nova perspetiva do setor e que tem como foco a proteção”, refere-se em comunicado, e contou com a participação de atores como João Tempera, Maria João Falcão, Maria João Freitas ou Abubacar Turé, e com a voz de Ana Guiomar.

 

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Euribor sobe a três, a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 7 Novembro 2023

A taxa Euribor subiu esta terça-feira a três, a seis e a 12 meses face a segunda-feira.

A taxa Euribor subiu esta terça-feira a três, a seis e a 12 meses face a segunda-feira. Com as alterações desta terça-feira, a taxa Euribor a 12 meses voltou a ficar pela sétima sessão consecutiva com um valor inferior ao da taxa a seis meses.

  • A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou para 4,028%, mais 0,006 pontos do que na segunda-feira, depois de ter subido em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008. Segundo dados do Banco de Portugal referentes a setembro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 38,1% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 35,7% e 23,4%, respetivamente.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho de 2022, também subiu para 4,072%, mais 0,006 pontos que na sessão anterior e contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses avançou face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,966%, mais 0,003 pontos, depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, em 26 de outubro, em Atenas, o BCE manteve as taxas de juro de referência pela primeira vez desde 21 de julho de 2022, após 10 subidas consecutivas.

A próxima reunião de política monetária do BCE, que será a última deste ano, realiza-se em 14 de dezembro.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Oposição exige a Marcelo dissolução do Parlamento se Costa não se demitir. Partidos reagem a buscas e detenções no Governo

  • Joana Abrantes Gomes
  • 7 Novembro 2023

Partidos da oposição reagem às buscas e detenções no Governo. Esquerda é cautelosa, mas à direita pede-se a queda do Executivo ou, em alternativa, que o Presidente da República dissolva o Parlamento.

Vários partidos da oposição já vieram defender que António Costa não tem condições para continuar em funções, na sequência das buscas e detenções realizadas esta manhã pela PSP, que envolveram vários ministérios e a própria residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento.

Em causa estão dois projetos de extração de lítio em Montalegre e da central de hidrogénio verde em Sines. O Ministério Público investiga crimes de tráfico de influência e corrupção (ativa e passiva), bem como participação económica em negócio e recebimento indevido de vantagens.

“Não sei qual é o critério e o padrão ético do primeiro-ministro — desconfio que seja baixo –, mas aquilo que aconteceria hoje num país em que as instituições políticas estivessem em funcionamento e num país em que [António Costa] correspondesse à exigência da função que desempenha, seria o primeiro-ministro chegar à conclusão que não tem condições para continuar a exercer funções”, afirmou Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal (IL).

O líder dos liberais criticou a falta de “critério ético” do primeiro-ministro na recondução de Vítor Escária para seu chefe de gabinete, na “amizade profunda e pessoal” com Diogo Lacerda Machado ou na insistência “contra tudo e contra todos” na manutenção de João Galamba como ministro, a quem Costa “amarrou o seu futuro político”. E questiona: “Era Costa que estava refém de Galamba ou Galamba refém de Costa?”.

Caso o primeiro-ministro não se demita, Rui Rocha apela à dissolução do Parlamento. “Se isto não justifica que o Presidente da República ponha ordem na casa e que dissolva a Assembleia da República e que permita a renovação democrática, política e institucional do país, então já não sei o que é que é preciso acontecer mais“, atira.

Também André Ventura, líder do Chega, já defendeu que João Galamba “tem de sair já” do Executivo, notando que já tinha considerado a tomada de posse como ministro das Infraestruturas, considerando apenas a informação “que já circulava” sobre o caso, como uma “ofensa à justiça”. “A confirmarem-se as notícias, mostra que havia fundamento e forma de impedir que João Galamba entrasse no Governo”, disse à SIC Notícias.

Perante uma “operação muito grave” e que “envolve muitos milhões”, Ventura exige a António Costa uma “explicação ao país solene e em primeira mão”. “João Galamba foi uma decisão pessoal do primeiro-ministro; por isso, deve dar explicações”, completou o deputado do Chega.

Mais tarde, sendo já conhecida a abertura de uma investigação autónoma a António Costa, o líder do Chega apelou diretamente ao primeiro-ministro para que se demita antes de qualquer decisão do Presidente da República e “permita a renovação política que o país precisa”. Embora sublinhe que “ninguém é culpado antes de ser condenado”, André Ventura aponta que “o primeiro-ministro não é um deputado ou um dirigente qualquer”.

Se Costa não se demitir, o deputado do Chega pede, tal como a Iniciativa Liberal, que Marcelo Rebelo de Sousa dissolva a Assembleia da República. “A situação é intolerável para a democracia e o Estado de direito e não permite, com grande margem, a continuidade deste Governo em funções“, reiterou Ventura, em declarações aos jornalistas na Sala dos Passos Perdidos, no Parlamento.

Através de uma nota citada pela Lusa, o PCP referiu igualmente esta manhã que “sobre as notícias de buscas relacionadas com o processo dos negócios do lítio e hidrogénio, envolvendo o Governo, considera que devem ser concluídos os apuramentos e retiradas as devidas consequências das conclusões a que se chegar”.

No Bloco de Esquerda (BE), o líder parlamentar Pedro Filipe Soares recusa tirar conclusões precipitadas face às informações que se conhecem até ao momento, mas pede à Justiça que “cumpra o seu caminho e seja célere a fazê-lo, e que garanta que não há nenhum interesse intocado”. “Apure-se o que houver a apurar, investigue-se o que houver a investigar, culpe-se quem se deva culpar de qualquer ilegalidade”, afirmou, em declarações transmitidas pelas televisões.

“É mais uma machadada na confiança dos cidadãos, na política e naquilo que deve ser a transparência e o combate à corrupção”, afirmou, por sua vez, a porta-voz e deputada única do PAN. Inês Sousa Real defende que, apesar de se dever salvaguardar o princípio da presunção da inocência, o ministro João Galamba “já há muito tempo que não reúne as condições para se manter em funções”.

Com uma “atitude de serenidade vigilante” face aos acontecimentos desta manhã, o deputado único do Livre considera que António Costa deve falar ao país “com a maior brevidade possível”. Falando na Sala dos Passos Perdidos, Rui Tavares pede que os esclarecimentos sejam “cabais”, visto estarem em causa “decisões muito importantes sobre as quais não pode impender nenhuma mácula”, mas recusa “antecipar juízos que contribuam para inflamar ainda mais o ambiente”.

Nuno Melo, presidente do CDS-PP, fala num “caso de enorme gravidade e que deve justificar as maiores consequências políticas”. Em declarações à SIC Notícias, o eurodeputado sublinha que é a primeira vez na história da democracia portuguesa que a residência oficial de um primeiro-ministro em funções é alvo de buscas. “Todo o Governo é visado. Quando são detidos o chefe de gabinete e o conselheiro [de Costa] em diversas áreas, como na renacionalização da TAP, inevitavelmente é o primeiro-ministro que é visado”, disse.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h31)

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Inflação na OCDE volta a ceder em setembro e fixa-se nos 6,2%

Após subidas em julho e agosto, a taxa de inflação voltou a ceder em setembro entre o grupo dos 38 países da OCDE para o valor mais baixo em quase dois anos.

A inflação homóloga média nos 38 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) voltou a ceder em setembro, após uma subida extraordinária em agosto.

De acordo com dados publicados esta terça-feira pela OCDE, a taxa de inflação homóloga na OCDE, medida pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC), abrandou para 6,2% em setembro de 2023, face a 6,4% em agosto e após aumentos em julho e agosto.

Segundo dados do organismo internacional, a inflação diminuiu entre agosto e setembro em 27 países da OCDE e subiu em 8 países, “com aumentos de cerca ou mais de um ponto percentual em Espanha, Costa Rica (o único país da OCDE onde a inflação global foi negativa), Eslovénia e Turquia.” Registou-se ainda uma inflação de dois dígitos na Turquia, na Hungria e na Colômbia.

A OCDE revela ainda que a inflação dos produtos alimentares na OCDE abrandou pelo décimo mês consecutivo, atingindo 8,1% em setembro, contra 8,8% em agosto. “No entanto, a inflação dos produtos alimentares ainda excedeu os 10% em 9 países da OCDE, a inflação da energia aumentou em 22 países da OCDE, mas manteve-se negativa no conjunto da OCDE.

Os dados do organismo internacional apontam para que a inflação subjacente (excluindo os produtos alimentares e a energia), registou uma ligeira moderação, passando de 6,8% em agosto para 6,6%.

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Graham Miller assume direção académica do instituto da Nova SBE dedicado ao turismo

Graham Miller acaba de integrar a equipa da Nova SBE como professor, assumindo também o cargo de diretor académico do instituto da faculdade que se dedica à educação na área do turismo.

O instituto da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (Nova SBE) que se dedica à promoção da educação na hotelaria, turismo e demais setores focados na experiência do cliente tem um novo diretor académico. Trata-se Graham Miller, professor na área dos negócios sustentáveis e “um dos mais prestigiados investigadores internacionais” na área de hospitalidade.

“Graham Miller acaba de integrar a equipa da Nova SBE como professor, assumindo também o cargo de diretor académico do Westmont Institute of Tourism & Hospitality”, informou a faculdade esta terça-feira numa nota enviada às redações.

Este instituto foi criado pela Nova SBE em parceria com o grupo internacional de gestão e operação de hotéis Westmont Hospitality Group, com vista a “desenvolver e promover a educação na hotelaria, turismo e e noutros setores focados na experiência do cliente”.

Este instituto oferece, neste momento, programas educacionais abrangentes, que combinam conhecimentos práticos de hospitalidade num contexto académico e empresarial. “O foco está na criação e na preparação dos líderes e empreendedores do futuro, utilizando o conceito de hospitalidade como uma função para a excelência do serviço”, explica a faculdade.

Quanto a Graham Miller, a Nova SBE avança que terá a seu cargo a responsabilidade de desenvolver investigação na área do turismo, “gerando conhecimento inovador e relevante para o setor de forma a ampliar o conhecimento e a promover a reputação da investigação na área do turismo e hospitalidade em Portugal e noutras geografias”.

Já enquanto diretor académico do referido instituto, deverá dar continuidade ao trabalho de posicionamento como centro de conhecimento de referência internacional, “assumindo o compromisso de promover a excelência académica através da expansão das fronteiras da investigação”.

Estas indústrias são muito importantes economicamente para Portugal e o seu impacto estende-se muito além da sociedade e do ambiente do país“, sublinha Graham Miller, citado em comunicado.

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A televisão continua a ser “estrategicamente muito relevante em Portugal”

Perceber as alterações no consumo de media e o que está ao alcance dos anunciantes para conseguirem captar a atenção dos consumidores foi o que esteve em debate numa conferência da APAN.

Com novos desafios constantemente a mudarem o panorama dos media, uma clivagem geracional de consumo de meios bastante acentuada e uma atenção do consumidor cada vez mais dispersa, como chegar ao consumidor? Foi o que debateram António Gomes (diretor-geral na GFK), Paula Abreu (gestora da marca Nestlé em Portugal) e Miguel Almeida (diretor de media & digital marketing da Sonae MC) numa conferência organizada pela APAN e que teve lugar no estúdio do ECO.

Apesar de uma multiplicação de meios e de uma dispersão da atenção, a televisão continua a recolher uma grande percentagem do investimento publicitário em Portugal. Para Paula Abreu, do ponto de vista do anunciante, a televisão continua a ser “estrategicamente muito relevante”, pois “temos um cenário único onde com dois canais temos cobertura nacional. Isto não existe em mais nenhum país. Com dois canais temos cobertura nacional muito rápida e a um custo comparativo extremamente vantajoso“.

Além disso, é um meio a quem as pessoas atribuem “mais credibilidade e mais confiança”, prosseguiu Paula Abreu, fazendo menção a uma altura recente em que se quis investir muito no digital, mas que “agora já começo a ver discursos de revalorização da televisão”.

Já quanto à importância do prime time em televisão, Miguel Almeida defendeu que, no curto prazo, “é muito importante para nós, mas é uma parte da equação”. O consumo de meios está muito fragmentado, pelo que se tem de olhar para o consumo que vai além e que é “consumo de futuro”, disse.

Se calhar um concorrente de uma TVI é a SIC, mas não é. O mundo é muito mais aberto que isso. São as redes sociais, é o digital, são os canais cabo, há muitas outras plataformas que são concorrentes na perspetiva da atenção do cliente. E é por isso que nós lutamos, é para estar próximo do cliente esteja ele onde estiver, no prime time ou noutro meio qualquer”, afirmou Miguel Almeida.

António Gomes aproveitou para afirmar que “algum dia, alguém vai ter de ter a coragem de não ter em prime time duas novelas. É uma questão de tempo. O custo da grelha de duas novelas não é compatível com o investimento em publicidade“, tendo o diretor-geral da GFK acrescentado pouco depois que em termos de grelha, “a CMTV é uma grelha facílima de fazer”.

Mencionando a luta pelas audiências e as dificuldades que os media enfrentam, Miguel Almeida defendeu a necessidade de grupos de comunicação “fortes e saudáveis”, tendo em conta que estes “ajudam muito a moldar uma sociedade, e se começarmos a colocar conteúdo mau, que vai moldar de uma forma negativa a sociedade, não é uma coisa que nos agrade”.

Queremos modelos sustentáveis para os grupos de comunicação, com que nós possamos fazer parcerias e construir coisas em conjunto. E portanto para nós é importante que grupos como a Cofina, Impresa ou Media Capital, estejam saudáveis” afirmou, defendendo que estes têm de ser capazes de se ir adaptando.

Ainda sobre televisão, António Gomes acrescentou que este meio “tem tido dificuldade em perceber que devem injetar em ficção aquilo que as pessoas se acostumaram a ver fora do contexto da televisão, e esse é um desafio para os criativos de conteúdos de ficção. Se calhar as pessoas gostavam de ver uma novela que fosse mais light e não dramática (…) há uma predisposição para consumir conteúdos vídeo”, como aqueles vistos no TikTok defendeu o diretor-geral da GFK.

Partindo da ideia de que cada vez mais os anunciantes chegam ao consumidor através de micro-momentos, Miguel Almeida disse que esse é um desafio que obriga a uma forma de comunicar mais ampla e defendeu a importância da personalização, exemplificando com o folheto do Continente que, embora seja à partida igual para todos os consumidores, é personalizado de forma a conseguir, de uma forma mais natural, captar a atenção de cada consumidor.

A personalização pode ser muito o gancho para conseguimos entrar mais rapidamente na ligação com o cliente“, afirmou o diretor de media & digital marketing da Sonae MC, para quem o atual desafio dos anunciantes é ter uma “visão cross media“: “ou seja, desenhar planos que no fundo cruzem todos os meios e acompanhem o cliente na sua jornada de consumo”.

Para Paula Abreu os micro-momentos têm de ser “sempre vistos integrados em algo mais”, acrescentando que estes têm “um papel específico em outras abordagens e touchpoints” e que se sabe que estes dois ou três segundos “não são o que faz a diferença”. Segundo a responsável da Nestlé, houve uma altura que a indústria se focou só no digital, mas que se sabe que a eficácia “aumenta se houver mais meios no mix, está provado”.

Estas gerações não querem ver anúncios de uma forma clássica“, mas antes querem que as marcas estejam envolvidas, que levantem questões, deem respostas, disse Paula Abreu, defendendo que atualmente é necessária “uma continuidade e não duas ou três grandes campanhas por ano”. “Precisamos de alimentar esta relação”, afirmou.

Já para António Gomes, esta relação entre consumidor e anunciante “é um jogo de sedução. A sedução é que eu sigo a marca porque quis e não porque ela se impôs. Este é o jogo“.

 

Quanto à forma como os meios se podem tornar mais relevantes para os anunciantes, Paula Abreu defendeu que estes “estão a fazer um esforço razoável no sentido de criarem soluções para as necessidades dos anunciantes“, como muito branded content.

quanto ao uso de influenciadores, e dizendo que a Sonae faz uso dos mesmos, Miguel Almeida afirmou que “já foi muito mais interessante do que é hoje”, uma vez que o mercado está “muito saturado” e que “tem tendência a piorar”.

Segundo o diretor de media & digital marketing da Sonae MC, a taxa de engagement reduziu mas os valores praticados pelos influenciadores mantêm-se, “em parte porque o mercado está muito saturado e porque toda a gente quer usar influenciadores”.

Paula Abreu acrescentou que a Nestlé também usa influenciadores há muitos anos – muitas vezes por questões de credibilidade – mas que neste campo “cada caso é um caso”, dando como exemplo uma parceria com a Cristina Ferreira que foi “um sucesso”. A profissional da Nestlé sublinhou ainda a crescente e já patente profissionalização de criadores de conteúdos.

Quanto à importância e à crescente aposta em podcasts, todos os oradores da conferência concordaram que têm o benefício de conseguirem “fugir” ao multitasking e de serem ouvidos verdadeiramente com atenção por escolha do consumidor, fator que é valorizado pelos anunciantes.

“É uma forma de contar histórias e de os clientes as poderem consumir quando quiserem”, disse Miguel Almeida, acrescentando que “o cliente valoriza cada vez mais [os podcasts] por isso é normal que nós valorizemos mais também“. António Gomes frisou a ideia de que o podcast não permite fazer multitasking, “o que é bom para as marcas”, pois “já não são aqueles dois ou três segundos, mas sim dois ou três minutos”.

Pode assistir à conferência completa aqui:

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Ministério Público investiga crimes de tráfico de influência e corrupção no lítio em Montalegre e no hidrogénio em Sines

Investigações do Ministério Público incidem sobre os projetos da extração de lítio em Montalegre e da central de hidrogénio verde em Sines. Rui Oliveira Neves, sócio da Morais Leitão, alvo de buscas.

A PSP está a realizar esta manhã buscas na residência oficial do primeiro-ministro e nos Ministérios do Ambiente e Infraestruturas. O ECO sabe que em causa estão dois projetos de extração de lítio em Montalegre e da central de hidrogénio verde em Sines. Ministério Público investiga crimes de prevaricação, de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e de tráfico de influência.

Segundo confirmou o ECO, em causa está um processo que investigação da extração de lítio em Montalegre e a central de hidrogénio verde em Sines.

Avança o Público que já foram detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, e o consultor e “melhor amigo” do primeiro-ministro, Diogo Lacerda Machado, assim como o presidente da Câmara de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas. O ECO sabe ainda que as buscas estendem-se à casa do advogado Rui Oliveira Neves e à sede da Start Campus de Sines, um dos maiores campus de data centers da Europa, o Sines 4.0, assim como à casa do CEO, Afonso Salema. Que foram igualmente detidos. A Morais Leitão também estará a ser alvo de buscas.

A AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) também está a ser alvo de buscas.. Mas Filipe Santos Costa, o presidente, não foi constituído arguido.

O ex-administrador da TAP, Diogo Lacerda Machado, durante a audição na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação a requerimento do PSD, sobre “situação da TAP no período 2015-2023”, Lisboa, 09 de maio de 2023. ANDRÉ KOSTERS/LUSAANDRÉ KOSTERS/LUSA

Entre os visados por estas buscas, que poderão ser constituídos arguidos, estão também o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o antigo ministro João Pedro Matos Fernandes.

Em janeiro, a Procuradoria-Geral da República confirmou que a investigação aos negócios do lítio e do hidrogénio verde estava em curso, mas assinalou na altura que não tinha arguidos constituídos.

Os suspeitos vão ficar agora detidos na sede da PSP de Lisboa, em Moscavide, até serem ouvidos em primeiro interrogatório judicial que terá de acontecer no prazo de 48 horas.

O Ministério Público investiga alegadas irregularidades na concessão à exploração de lítio, em Montalegre. A concessão dada à LusoRecursos acabou por ser revogada, com o então ministro do Ambiente e Ação Climática, João Matos Fernandes, a afirmar que houve “falta de profissionalismo” por parte daquela empresa.

O Departamento Central de Investigação e Ação Penal está a apurar eventuais crimes de tráfico de influência, corrupção e outros crimes económico-financeiros. Em causa estão eventuais favorecimentos ao consórcio EDP/Galp/REN para o milionário projeto do hidrogénio verde para Sines. A investigação acontece depois de suspeitas surgidas em 2019, com as autoridades a tentarem perceber se houve favorecimento àqueles grupos naquele que foi um dos maiores investimentos públicos dos últimos anos.

E ainda o negócio que garantiu à Lusorecursos a exploração da mina de lítio em Montalegre, apesar de a empresa não fazer parte do grupo de empresas com direito de prospeção.

O processo envolve suspeitas de corrupção para beneficiar a Lusorecursos no processo atribuição da exploração da mina. As diligências ocorreram depois de recentemente a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ter dado luz verde à exploração da mina por parte da luso recursos.

Advocatus Summit 2023 - 12ABR23
Rui Oliveira Neves, sócio da Morais LeitãoHugo Amaral/ECO

Rui de Oliveira Neves regressou à Morais Leitão como sócio em 2021. Entre 2013 e 2021, foi Diretor de Assuntos Jurídicos e Governance, Secretário-Geral e desempenhou funções de gestão na Galp. Anteriormente, tinha desenvolvido a sua carreira na Morais Leitão durante 14 anos. Foi Diretor Geral da Galp Energia, responsável pela Direção Central de Serviços Jurídicos e Secretaria Societária do Grupo Galp Energia.

REN alvo de buscas

A REN, membro do consórcio H2Sines, formado em 2020 com a EDP, Galp, Vestas, Martifer e outros parceiros internacionais, foi alvo de buscas esta terça-feira, confirmou o ECO junto de fontes conhecedoras do processo, depois de a notícia ter sido avançada pela Sic Notícias. As mesmas fontes indicam que não foram constituídos arguidos.

A Savannah Resources, uma das empresas com concessão de lítio, que também terá sido alvo de buscas, de acordo com um comunicado publicado no próprio site. “Investigadores visitaram certas localizações do negócio em Portugal no dia de hoje. A SAvannah cooperou totalmente” e “continuará a fazê-lo”. Também neste caso não foram constituídos arguidos. A empresa “confirma que o trabalho n projeto de Lítio do Barroso continua” e que quaisquer desenvolvimentos quanto à investigação serão avançados “quando apropriado”.

(Notícia atualizada às 18h17 com mais informação)

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Buscas no Governo por negócios na área da energia. Lacerda Machado e Vítor Escária detidos

Lítio e hidrogénio levam a buscas na residência do primeiro-ministro e Ministérios do Ambiente e Infraestruturas. Detidos o chefe de gabinete e o "melhor amigo" de Costa, que já falou com Marcelo.

A PSP está a realizar esta manhã buscas na residência oficial do primeiro-ministro e nos Ministérios do Ambiente e Infraestruturas. Segundo confirmou o ECO, em causa está um processo que investiga a extração de lítio em Montalegre e a central de hidrogénio verde em Sines.

Diogo Lacerda MachadoANDRÉ KOSTERS/LUSA 9 maio, 2023

Avança o Público que já foram detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, e o consultor e “melhor amigo” do primeiro-ministro, Diogo Lacerda Machado, assim como o presidente da Câmara de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, e ainda dois gestores de empresas.

Vítor Escária, chefe de gabinete do primeiro-ministro

Entre os visados por estas buscas, que poderão ser constituídos arguidos, estão também o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o antigo ministro João Pedro Matos Fernandes.

À Lusa, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática confirmou as buscas da PSP nas suas instalações, mas fonte oficial adiantou não conhecer ainda o motivo. Também a assessoria de comunicação do primeiro-ministro confirmou as buscas no gabinete de Vítor Escária, chefe de gabinete do primeiro-ministro, acrescentando que não há comentários por parte de São Bento à ação da justiça.

No seguimento destas buscas e detenções, António Costa foi até ao Palácio de Belém para falar com o Presidente da República sobre as buscas e as detenções no Governo. A reunião já terminou, tendo durado pouco mais de meia hora.

Nesta operação foram mobilizados cerca de 140 polícias, revelou fonte da PSP à Lusa. O inquérito está a cargo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

Em janeiro, a Procuradoria-Geral da República confirmou que a investigação aos negócios do lítio e do hidrogénio verde estava em curso, mas assinalou na altura que não tinha arguidos constituídos.

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