Anacom propõe “significativa simplificação” dos indicadores de qualidade dos CTT

Regulador propõe ao Governo que, a partir de 2025 e até ao final da concessão, os CTT tenham de cumprir oito indicadores, ao invés dos atuais 24.

A Anacom já aprovou uma proposta de novos indicadores de qualidade para os CTT, a vigorarem a partir de 2025 e até ao final do atual contrato de concessão. A decisão, que ainda vai estar em consulta pública e que dependerá da validação do Ministério das Infraestruturas, “opta por uma significativa simplificação” das metas de qualidade do serviço postal universal, refere o regulador num comunicado.

“Propõe-se a aplicação de oito indicadores de qualidade de serviço (em substituição dos 24 indicadores que têm estado em vigor), sete deles associados à demora de encaminhamento e um ao tempo de fila de espera nos estabelecimentos postais”, aponta a Anacom. Importa recordar que os indicadores atuais têm sido sucessivamente falhados pelos CTT, que se queixam de que os mesmos são “impossíveis” de cumprir.

Este são os primeiros indicadores que a Anacom propõe ao Governo desde que entrou em vigor a nova concessão do Estado aos CTT, feita por ajuste direto. Na concessão anterior, a competência de os definir pertencia à Anacom, mas foi-lhe retirada pelo anterior Governo, sob a batuta do ex-ministro Pedro Nuno Santos. Assim, a Anacom já só pode propor indicadores, que o Governo pode ou não aceitar.

Proposta de novos parâmetros, indicadores e objetivos de desempenho:

Fonte: Anacom

Esta proposta surge, por isso, mais de um ano e meio depois de ter entrado em vigor o novo contrato de concessão do serviço público de correio, que deu aos CTT a expectativa de que os indicadores de qualidade passariam a estar “alinhados com as melhores práticas vigentes na União Europeia”. O ECO pediu um comentário aos novos indicadores a fonte oficial dos CTT e encontra-se a aguardar resposta.

Sobre os novos indicadores, a nova proposta agrega “num mesmo indicador serviços caracterizados por um encaminhamento ‘prioritário’ e num outro indicador serviços caracterizados por um encaminhamento de ‘velocidade normal'”, explica o regulador. A proposta tem ainda em conta a “especificidade geográfica” das regiões autónomas e fixa um só indicador para o tempo em fila de espera, que é “igualmente exigente”.

Mais: por um lado, salienta a Anacom, esta proposta “tem também em consideração o forte crescimento do número de exposições apresentadas” ao regulador “sobre a deterioração da qualidade dos serviços postais prestados pelos CTT no âmbito do serviço universal provenientes dos grupos parlamentares da Assembleia da República e de um grande número de autarquias”.

Por outro, a Anacom garante que o desenho da mesma “teve em conta a necessidade de procurar garantir elevados níveis de qualidade de serviço, alinhados com as melhores práticas vigentes na União Europeia (UE), bem como ter em linha de conta os valores médios dos países da UE, aplicáveis para cada indicador, conforme estipulado na lei postal e no contrato de concessão”.

Antes de enviar estes novos indicadores ao Governo, vai decorrer uma consulta pública por 20 dias úteis. Só depois será aprovada a versão final para remeter ao Ministério tutelado por João Galamba.

Importa salientar que, ao contrário do que acontecia no regime anterior, foi estipulado que os CTT estão, para já, sujeitos a obrigações de investimento ao invés de cortes nos preços do correio quando não cumpram os atuais indicadores. Como noticiou o ECO em maio, a empresa voltou a falhar todos os critérios de qualidade no ano passado.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h14)

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Porto exibe, pela primeira vez, o Foral da cidade com 900 anos

Numa ação inédita, município mostra Foral da cidade, cujo conteúdo data de 1123, assim como o Foral Manuelino, de 1517. O primeiro é testemunho da autonomia do burgo portuense e o papel no país.

A Câmara Municipal do Porto vai exibir, pela primeira vez, esta sexta-feira e sábado, o mais antigo documento do espólio do Arquivo Municipal do Porto, o Foral da cidade, cujo conteúdo data de 1123, assim como terá patente ao público o Foral Manuelino, de 1517.

O Foral da cidade, um testemunho com 900 anos, “possui, nas palavras de Francisco Ribeiro da Silva, historiador e profundo conhecedor da história portuense, um caráter liberal e inovador. “O foral afirma que o Porto já começa a ser uma cidade (…). Começa aqui uma autonomia, alguma vontade de ser diferente, de se afirmar”, refere a autarquia liderada por Rui Moreira em comunicado enviado às redações.

“Quando, em 1123, o bispo D. Hugo deu ao Porto a sua primeira carta de foral, ficou reconhecida a autonomia do burgo portuense e o papel determinante na fundação do país. A carta de doação a D. Hugo, por parte de D. Teresa (mãe de D. Afonso Henriques), em 1120, já definia no documento histórico um Porto que abrangia a zona da Sé, com ligação ao rio Douro, passando por Campanhã, Lapa, Ramada Alta e Miragaia”, descreve.

Foral da cidade do Porto

Para que o documento não sofra alterações, a autarquia fará monitorização diária dos valores de temperatura e humidade nos espaços onde os documentos são exibidos.

Ainda no âmbito das celebrações dos 900 anos do Foral do Porto, o município lança o selo comemorativo dos CTT, com apresentação do Inteiro Postal da República.

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IMI das casas não aumentará em 2024, diz ministro

O ministro das Finanças assegurou que o valor do imposto sobre habitação não vai subir fruto da atualização do coeficiente de localização dos prédios.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, garantiu, esta quinta-feira, que o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) das casas não vai subir fruto da atualização do coeficiente de localização dos prédios.

“Não está previsto qualquer aumento de IMI para 2024, nem em nenhum orçamento que possa prescrever para o futuro”, afirmou Fernando Medina numa audição parlamentar que antecede o debate na generalidade do Orçamento do Estado (OE) para 2024.

A questão foi colocada inicialmente pelo deputado do PSD, Hugo Carneiro, e depois pelo presidente do Chega, André Ventura. As dúvidas surgiram na sequência do anúncio por parte do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Félix, de que iria arrancar a revisão do coeficiente de localização das casas que influencia substancialmente no valor patrimonial tributário (VPT) através do qual é apurado o IMI.

Ora se o zonamento ou localização das casas sobe, aumenta também o VPT e consequentemente o IMI. Mas o ministro das Finanças assegurou que não iria haver agravamento algum decorrente desta atualização, tal como o ECO já tinha noticiado.

Os proprietários só irão sofrer algum agravamento do IMI se os próprios ou as autarquias pedirem a reavaliação dos imóveis.

“Aquando da aprovação de novos zonamentos – o que nunca terá impacto em 2024 –, as revisões não se refletem direta e imediatamente no IMI a pagar, sendo apenas aplicados nos casos em que se verifique uma nova avaliação do imóvel, designadamente, a pedido do proprietário”, disse ao ECO fonte oficial do ministério liderado por Fernando Medina.

O ECO sabe que a atualização dos coeficientes do zonamento só deverá arrancar no próximo ano ou mais tarde. E os trabalhos só estarão concluídos lá para 2026, ano de eleições legislativas e de conclusão do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Só quando este processo estiver concluído é que poderá ter impacto no aumento do IMI. E para que tal aconteça, “é necessário que o proprietário ou o município solicite a reavaliação dos imóveis”, explicou ao ECO Sara Almeida, fiscalista e sócia da Espanha e Associados, acrescentando que “tal pedido só pode ser feito se já tiverem decorridos três anos desde a última avaliação”.

(Notícia atualizada às 17h01)

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Presidente do Supremo questiona abertura do recurso ao TC a todos os cidadãos

  • Lusa
  • 26 Outubro 2023

O presidente do Conselho Superior da Magistratura questionou a necessidade de abrir a todos os cidadãos a possibilidade de recorrer ao Tribunal Constitucional.

O presidente do Conselho Superior da Magistratura (CSM) questionou esta quinta-feira a necessidade de abrir a todos os cidadãos a possibilidade de recorrer ao Tribunal Constitucional, recordando exemplos internacionais em que isso contribuiu para aumentar a pendência processual.

No discurso de abertura do XVII Encontro Anual do CSM, que decorre entre esta quinta-feira e sexta-feira na Covilhã, o juiz conselheiro Henrique Araújo, presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e, por inerência, do CSM, lembrou que o processo de revisão constitucional em curso discutiu, há alguns meses, a possibilidade de se introduzir no sistema português o “recurso de amparo constitucional de decisão judicial de última instância, nas hipóteses em que seja invocada a violação de direitos, liberdades e garantias e quando esteja em causa uma questão que se revista, pela sua relevância jurídica ou social, de importância fundamental”.

Deverá refletir-se muito maduramente sobre essa possibilidade, mas só depois de se averiguar da sua indispensabilidade para a salvaguarda efetiva dos direitos, liberdades e garantias”, defendeu.

Henrique Araújo lembrou que as questões de constitucionalidade podem ser invocadas ao longo de todo o processo judicial, desde a primeira instância, e recordou que é possível recorrer, em última instância, ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, e que existem “vias indiretas de acesso à jurisdição constitucional”, como o direito de petição e o recurso ao Provedor de Justiça.

“Será isto suficiente? Será que a introdução de mais uma modalidade no nosso modelo recursório não vai implicar uma sobrecarga do sistema e contribuir para uma Justiça mais lenta? São assim tantos os casos em que são detetáveis violações de direitos fundamentais nas decisões dos tribunais?”, questionou o presidente do CSM.

A este propósito evocou o caso de Cabo Verde, com ordenamento jurídico semelhante ao português, e que instituiu o recurso de amparo no seu sistema, tendo como consequência o aumento da pendência processual e do tempo médio de duração dos processos.

“Tudo devido ao efeito suspensivo fixado ao recurso de amparo, circunstância que, como é natural, estimulou a procura desse expediente processual, ao ponto de hoje se falar de uma verdadeira ‘indústria do amparo’, com efeitos perversos no regular funcionamento do sistema judicial desse país”, disse.

Acrescentou ainda que, há dois dias, a ministra da Justiça de Cabo Verde anunciou “medidas de desjudicialização, retirando algumas ações dos tribunais para combater a morosidade processual e a elevada pendência”.

Para o juiz conselheiro, o ordenamento jurídico português “contém as soluções necessárias, que nunca serão as ideais, para a defesa dos direitos fundamentais”, mas defendeu que os tribunais precisam também de “condições para efetivar essa tutela”, matéria sobre a qual “muito haveria a dizer”.

Apesar das dificuldades que os tribunais enfrentam, sobretudo em recursos humanos, Henrique Araújo acredita que estes “têm dado resposta pronta e competente” e entende que isso continuará a suceder.

“Mas, para que assim aconteça, é essencial que os decisores políticos passem do estado contemplativo à ação, assegurando as condições de exercício de magistrados e funcionários”, afirmou a encerrar a sua intervenção, ouvida também pela ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, que marcou presença na sessão de abertura do encontro.

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) inicia esta quinta-feira o seu encontro anual, dedicado aos “Tribunais e Direitos Fundamentais”, discutindo ao longo de dois dias, na Covilhã, temas como refugiados, asilo, proteção de dados ou ambiente.

O XVII Encontro Anual do CSM, que junta cerca de 270 participantes, decorre hoje e sexta-feira no Teatro Municipal da cidade.

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Cofina tem novos donos. Acionistas aprovam MBO

Venda da Cofina Media aos quadros do grupo (MBO) em consórcio com Cristiano Ronaldo foi aprovada por unanimidade pelos acionistas assembleia-geral.

É oficial. A Cofina Media vai passar para a equipa de gestão da empresa que integra o Management Buy Out (MB), em consórcio com Cristiano Ronaldo e três dos atuais acionistas, por um valor de 56,8 milhões de euros (equity value). A decisão foi aprovada esta quinta-feira em assembleia-geral de acionistas, dando luz verde à recomendação do conselho de administração da Cofina SGPS.

A assembleia-geral contou com a participação de 71,28% dos direitos de voto da Cofina, sendo que praticamente 100% dos acionistas representados votou favoravelmente a venda integral da Cofina Media. Já a venda à Expressão Livre (veículo criado pelo grupo de quadros e Cristiano Ronaldo) foi votada por apenas 30,30% dos direitos de voto, com a totalidade a dar luz verde à operação.

Os novos donos do Correio da Manhã, da CMTV, do Jornal de Negócios, do Record ou da Sábado passam então a ser Luís Santana e Ana Dias, diretor-geral e chief financial officer da Cofina Media, Octávio Ribeiro – que regressa assim ao grupo que liderou editorialmente até junho de 2021 -, Isabel Rodrigues e Luís Ferreira, chief marketing & digital officer e diretor-geral comercial do grupo, Carlos Rodrigues, diretor do Correio da Manhã e da CMTV e diretor-geral editorial da Cofina, e o advogado Carlos Cruz.

A estes juntam-se Domingos Vieira de Matos, Paulo Fernandes e João Borges de Oliveira, os três acionistas da Cofina SGPS – que em conjunto detém cerca de 41% do grupo – que seguem para esta nova fase da Cofina Media e ainda Cristiano Ronaldo, a grande surpresa desta operação, e que entra assim no negócio dos media.

A participação de cada um dos acionistas, no entanto, não é ainda conhecida.

Na Expressão Livre SGPS, veículo criado para a compra da Cofina Media, o internacional português é representado por Miguel Paixão dos Santos. No conselho de administração surge ainda Mário Leite da Silva, e Filipa de Alarcão, esta última em representação de João Borges de Oliveira, que não integra os órgãos sociais da nova empresa. Já esta semana foi constituída a Expressão Livre II – SGPS, S.A., entidade com os mesmos órgãos sociais.

A decisão desta quinta-feira formaliza o desfecho do negócio que começou a ser ventilado na primavera, quando o ECO e o Jornal Económico avançaram que Luís Santana e o antigo diretor do Correio da Manhã, Octávio Ribeiro, estavam a preparar uma operação de management buyout (MBO) para garantir o controlo acionista do grupo dono do Correio da Manhã e da CMTV, Record, Jornal de Negócios e Sábado.

A Media Capital entrou formalmente na guerra pelo controlo da empresa em julho, tendo sido o final pré definido a 22 de setembro, quando o conselho de administração recomendou a venda da Cofina Media a três dos acionistas de referência e aos gestores do grupo, numa operação apoiada financeiramente por Cristiano Ronaldo.

Constituído por duas grandes áreas, imprensa e televisão, a Cofina fechou o primeiro semestre de 2023 com lucros de 2,2 milhões de euros, uma quebra de 31,4% na comparação homóloga. O EBITDA foi de 5,9 milhões de euros, uma descida de 10,3%, e o EBIT de 4.3 milhões, menos 9,7% do que no período homólogo.

Os resultados financeiros do primeiro semestre foram negativos em 900 mil euros, que comparam com o meio milhão negativo do primeiro semestre de 2022. A variação nos resultados financeiros é justificada, explicava no final de julho a Cofina, sobretudo “pela variação da taxa de juro que tem vindo a aumentar nos últimos tempos”.

Por segmentos, as receitas da CMTV representam 11 milhões de euros, um crescimento de 13,6%. Destas, 6,7 milhões são de publicidade, que cresceu 20,4%. Os custos operacionais situaram-se nos 8,4 milhões (+20,1%), “devido não apenas à inflação generalizada dos custos, mas também ao acréscimo dos custos comerciais por via do aumento das receitas de publicidade”. O EBITDA é de 2,6 milhões, uma redução de 3,1%.

No segmento de imprensa, as receitas operacionais do dono do Correio da Manhã, Sábado ou Jornal de Negócios situaram-se nos 25,9 milhões de euros, o que representa uma quebra de 7,1% face ao período homólogo. A circulação caiu 8,7% (para os 13,4 milhões), as receitas dos produtos de marketing alternativo desceram 15,4% (para 4,4 milhões) e as receitas de publicidade situaram-se nos 8 milhões de euros, um crescimento de 1,3%.

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Nova rota da United Airlines vai ligar Faro a Nova Iorque a partir de maio de 2024

  • Lusa
  • 26 Outubro 2023

A nova ligação aérea terá uma frequência de quatro voos semanais e será a primeira rota a ligar o Algarve aos Estados Unidos.

A companhia aérea norte-americana United vai ter a partir de maio de 2024 uma nova rota entre Faro e Nova Iorque/Newark, disse esta quinta-feira à Lusa o presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA).

A nova ligação aérea terá uma frequência de quatro voos semanais e será a primeira rota a ligar o Algarve aos Estados Unidos, mercado que, segundo André Gomes, tem vindo a crescer de forma significativa na região.

Em declarações à Lusa, aquele responsável referiu que, em termos globais, no acumulado, até ao mês de agosto, o mercado turístico norte-americano cresceu 29,3% em relação ao ano passado e 40% face a 2019.

É extremamente positivo para aquilo que são as expectativas da região, tendo em conta o impacto que este mercado já tem no Algarve, tanto a nível turístico como pela presença de investimentos de grandes fundos e marcas”, referiu.

Para André Gomes, a rota reflete o trabalho da RTA, do Turismo de Portugal e do Aeroporto de Faro, que em conjunto têm vindo a reunir esforços para captar companhias aéreas interessadas na ligação entre o Algarve e os Estados Unidos.

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PRR

Líder do PSD revela “grande desconhecimento” sobre execução do PRR, diz ministra

  • Lusa
  • 26 Outubro 2023

Mariana Vieira da Silva lembra que “esta não é a primeira vez que o PSD" consider que o "melhor caminho de oposição interna é dirigir-se à Comissão Europeia pedindo que sancione” Portugal.

A ministra da Presidência considerou esta quinta-feira que o presidente do PSD revela grande desconhecimento sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e lamentou que este partido retome a linha de pedir à Comissão Europeia para sancionar Portugal.

Estas posições foram transmitidas por Mariana Vieira da Silva em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros, depois de confrontada com o facto de Luís Montenegro ter afirmado, em Bruxelas, que a Comissão Europeia falha ao não apontar os erros do Governo português na execução do PRR.

“É uma crítica à Comissão [Europeia] que, do meu ponto de vista, não tem sido suficientemente enfática a anotar o erro da estratégia que o Governo português segue, independentemente do respeito que a Comissão tem de ter pela estratégia governamental de cada Estado-membro”, disse Luís Montenegro, à entrada para uma reunião do Partido Popular Europeu (PPE).

Para a ministra da Presidência, porém, estas declarações do líder do PSD demonstram “grande desconhecimento sobre o ponto de situação e os avanços alcançados por Portugal na execução do PRR”. “Nas aldeias e vilas, em todos os concelhos, é visível que há um avanço significativo, com obras um pouco por todo o país. Penso que é reconhecido por todos o trabalho e a crescente execução do PRR”, sustentou, antes de voltar a criticar a atuação do PSD.

De acordo com Mariana Vieira da Silva, “esta não é a primeira vez que o PSD segue este caminho junto das instituições europeias, julgando que o seu melhor caminho de oposição interna é dirigir-se à Comissão Europeia pedindo que sancione” Portugal. “É assim agora e já foi assim no passado”, afirmou, numa alusão indireta a 2017, quando Portugal esteve em vias de ser sujeito pela Comissão Europeia ao Procedimento por Défice Excessivo.

Na perspetiva da ministra da Presidência, “este não deveria ser o caminho seguido por um grande partido como PSD. Esse registo não é produtivo e é um pouco difícil de compreender”, completou. A seguir contrapôs: “O Governo permanece empenhado, com os autarcas de todos os partidos, com reitores de universidades, com responsáveis de instituições de solidariedade social, na execução e, fundamentalmente, na transformação económica e social do país”.

Na semana passada, em Bruxelas, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou-se preocupado com burocracias do aparelho administrativo na execução do PRR. Sem comentar a posição do chefe de Estado, Mariana Vieira da Silva defendeu que, ao longo do último ano e meio, foram aprovadas diferentes medidas de simplificação, desburocratização para aprovar mais rapidamente os fundos – e muitas vezes, quando são aprovadas essas medidas, o Governo é “alvo de críticas por causa dessa simplificação”.

“Procuramos garantir que não existem obstáculos administrativos à execução do PRR, o que não significa que o plano não tenha um tempo próprio, como aliás todos os programas de fundos europeus. Há muitos [investimentos] ainda em fase de projeto, depois serão construídos e executado”, apontou, numa alusão a centros de saúde e a habitações. Mariana Vieira da Silva insistiu neste contexto que o PRR tem um modo de acompanhamento e de avaliação da sua execução “que é distinto dos outros fundos europeus”.

“Depois da reprogramação, Portugal submeteu já os terceiro e quatro pedidos de desembolso previstos e aguarda que a Comissão Europeia faça a avaliação meta a meta, diploma a diploma, investimento a investimento. Cumprimos o PRR, nunca escondendo não só a enorme exigência que significa triplicar a capacidade do país absorver fundos europeus, como as exigências que todos os dias se colocam ao investimento. Procuramos ultrapassar essas dificuldades, desbloqueando as dificuldades administrativas que fazem parte da vida”, justificou.

Perante os jornalistas, a ministra da Presidência também rejeitou a ideia do PSD e de outras forças políticas de direita de que o PRR nacional tem uma componente pública superior a muitos outros Estados-membros da União Europeia.

Hoje já sabemos mais sobre os outros PRR e, quando comparamos com a média, não é verdadeiro que o nacional seja mais dedicado ao investimento público do que os restantes. Quando se baseia posições em ideias muito batidas e ultrapassadas, sobretudo depois do reforço da reprogramação [do PRR] para apoio às empresas, isso mostra também bem desconhecimento”, acrescentou.

(notícia atualizada às 16h38)

 

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Medina admite que conjuntura é “irrepetível”. Para próximos governos será “mais difícil” reduzir dívida

O ministro das Finanças defende que não foi a "inflação e crescimento que sozinhas fizeram o trabalho" de equilibrar as contas públicas e reduzir dívida.

O ministro das Finanças rejeita a crítica de que o “brilharete” orçamental se deveu apenas ao crescimento económico e à inflação elevada, mas admite que a conjuntura que se vive é “irrepetível”. Fernando Medina assume também que para os próximos períodos governativos “será mais difícil” o esforço de redução da dívida pública.

O governante diz que a “receita” utilizada para o “saneamento das contas públicas e redução da dívida” foi a correta, reiterando, em resposta ao social-democrata Hugo Carneiro na audição sobre o Orçamento do Estado para 2024, que “está errado se acha que foi inflação e crescimento que sozinhas fizeram o trabalho”.

Medina salienta que outros países europeus também beneficiaram da inflação e do crescimento, mas a redução do rácio de Portugal foi mais significativa. “O peso da nossa dívida desceu muito mais, a grande diferença é que não fomos utilizar ou desvalorizar contributo positivo e perante essa conjuntura aplicámos a política adequada”, argumenta.

O ministro das Finanças defende que “não foi só tudo inflação”, mas admite que “este tempo que é irrepetível: não é provável que venhamos a ter tempos como estes que aqui tivemos”. Nota ainda que fizeram um esforço de redução da dívida pública que “para quem vem nos períodos governativos seguintes será mais difícil fazer”.

A proposta do Orçamento do Estado prevê que a dívida pública vai ficar abaixo dos 100% do PIB já em 2024. Contempla também um excedente orçamental de 0,8% este ano, que recua para 0,2% para o próximo ano.

Questionado sobre a execução do investimento, que segundo o PCP ficou bastante abaixo do orçamentado face ao orçamentado no ano passado, o ministro assegura que “acelerar o investimento público em 2024 é essencial para o sucesso da estratégia económica”, apontando que está a fazer do lado do Ministério das Finanças o possível. “Muitas vezes houve dificuldades que condicionaram e estamos a tentar eliminar bloqueios”, admite.

(Notícia atualizada às 17h30)

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Trabalhadores da Nobre voltam à greve nos dias 2 e 3 de novembro

  • Lusa
  • 26 Outubro 2023

É a sétima paralisação desde janeiro. Trabalhadores reivindicam aumentos salariais e do subsídio de refeição, acusando a empresa de não responder ao caderno reivindicativo.

Os trabalhadores da Nobre vão voltar à greve entre 2 e 3 de novembro, a sétima paralisação desde janeiro, por aumentos salariais e do subsídio de refeição, acusando a empresa de não responder ao caderno reivindicativo. No dia 2 de novembro, os trabalhadores vão também concentrar-se me frente à fábrica de Rio Maior para fazer uma denúncia pública, que vai contar com a presença da secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha.

Os trabalhadores da Nobre Alimentação, em Rio Maior, mantêm a greve de dois dias marcadas para 02 e 03 de novembro de 2023, depois de a reunião com a administração não ter trazido quaisquer indícios de avanço nos direitos ou reforço dos salários”, indicou, em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB).

De acordo com a estrutura sindical, na reunião de 20 de outubro, a empresa não apresentou uma resposta ao caderno reivindicativo, “limitando-se a alimentar um ambiente de chantagem, já gasto, culpabilizando a luta dos trabalhadores por uma possível apresentação de resultados menos positivos”. A administração da Nobre também não disponibilizou ao sindicato o relatório único de 2022.

Os trabalhadores da Nobre Alimentação reivindicam o aumento dos salários e do subsídio de refeição, a atualização e reenquadramento das categorias profissionais, a valorização da antiguidade por aplicação de diuturnidades, o alargamento do período de férias para 25 dias e o direito a folga no dia de aniversário. Por outro lado, exigem a negociação e aplicação de um contrato coletivo.

O setor das carnes está sem contratação coletiva devido à caducidade da regulamentação anterior, invocada pelos patrões do setor, a que os governos PSD/CDS deram cobertura e o PS mantém, deixando em suspenso um pedido de mediação por parte da FESAHT [Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo] há mais de cinco anos”, concluiu. A Lusa contactou a Nobre e aguarda uma resposta.

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Venda da Efacec vai ser fechada a 31 de outubro

Executivo deverá anunciar a venda e explicar todo o processo em conferência de imprensa na próxima terça-feira.

O processo de reprivatização da Efacec vai chegar ao fim. Na próxima terça-feira vai ser concluída a venda da Eface ao fundo alemão Mutares, avançou o Jornal Económico e confirmou o ECO. Nesse dia, o Executivo deverá anunciar a venda e explicar todo o processo em conferência de imprensa, apurou o ECO.

Mas, no Conselho de Ministros desta quinta-feira já “foi aprovada a resolução que aprova a minuta de instrumento jurídico e demais condições relativas à conclusão do processo de reprivatização da Efacec Power Solutions”, pode ler-se no comunicado, que no entanto, não adianta quaisquer detalhes.

Depois da assembleia-geral de obrigacionista da Efacec ter aprovado, a 12 de outubro, o haircut de 5,8 milhões de euros, desbloqueou um dos últimos obstáculos à venda da Efacec ao fundo alemão. Já só faltavam alguns ajustamentos para fechar a operação, que terão agora sido ultrapassados.

A proposta da Mutares pressupunha uma perda inicial para o Estado de, pelo menos, 112,8 milhões de euros (100%) – verba que poderá vir a ser recuperada no futuro, embora não se saibam quaisquer detalhes sobre o funcionamento deste mecanismo – e os bancos 80% da dívida. Já aos obrigacionistas era pedido um corte de 50%, valor que foi reduzido para 10%. No total, a proposta da Mutares tinha subjacente um perdão de dívida de quase 182 milhões de euros.

À luz do novo acordo, como o ECO avançou, a Mutares impôs como condição que o Banco Português de Fomento (BPF) invista até 50 milhões de euros em obrigações convertíveis, a emitir pela Efacec, e que a Parpública avance com uma operação de capitalização da empresa com uma injeção superior a 50 milhões de euros antes do closing da operação.

A compra das obrigações convertíveis será feita através do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR) com um prazo de seis anos, apurou o ECO junto de uma fonte conhecedora do processo.

O Executivo desejava que o processo de reprivatização da Efacec fosse rápido, mas já se arrasta desde 2 de julho de 2020, sendo esta a segunda tentativa de reprivatização, depois da DST ter desistido a 28 de outubro de 2022, obrigando ao relançamento do processo, que irá chegar a bom porto na próxima semana.

Nota: Peça atualizada às 17h44 com o comunicado do Conselho de Ministros.

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Costa destaca “dupla boa notícia” do BCE

  • Lusa
  • 26 Outubro 2023

O primeiro-ministro realçou que “a primeira é o BCE reconhecer que há uma tendência sustentada da redução da inflação” e a segunda do banco central é a da decisão de “não aumentar de novo as taxas".

O primeiro-ministro, António Costa, destacou esta quinta-feira, em Bruxelas, duas “boas notícias” do Banco Central Europeu (BCE), caso do reconhecimento da redução da inflação e a manutenção das taxas de juro.

Referindo-se a uma “dupla boa notícia”, o primeiro-ministro realçou que “a primeira é o BCE reconhecer que há uma tendência sustentada da redução da inflação” e a segunda do banco central é a da decisão de “não aumentar de novo as taxas de juro”.

A manutenção das taxas de juro, salientou o chefe do executivo português, “é um bom princípio” para que o debate que os líderes da União Europeia terão, na sexta-feira, com a presidente do BCE, Christine Lagarde, possa decorrer “num clima distinto daquele que tem sido feito até agora”.

“Eu acho que é um bom sinal que reforça a confiança no futuro das economias”, disse ainda, adiantando espera que “esta pausa seja a que antecede a redução progressiva das taxas de juro”. O líder do Governo referiu, por outro lado, que neste momento há outro tema “muito crítico” do ponto de vista económico: o do acordo necessário, até final do ano, sobre as regras de governação económicas da UE.

“Têm estado suspensas desde o início da pandemia e se não houver acordo, a partir de janeiro começam a ser aplicadas”, lembrou, acrescentando que um conjunto de países, incluindo a Alemanha, “dificilmente as conseguiriam cumprir”.

Os líderes da UE reúnem-se esta quinta e sexta-feira em Bruxelas para debater as tensões no Médio Oriente, visando uma pausa humanitária em Gaza e negociações sobre uma solução de dois Estados, além de desafios europeus como as migrações, segurança e questões orçamentais.

Ao nível geopolítico, também será discutida a invasão da Ucrânia pela Rússia, com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a participar por videoconferência no início da cimeira, quando a UE equaciona como usar os bens congelados da Rússia para financiar a reconstrução da Ucrânia.

Na sexta-feira, está agendada uma cimeira da zona euro, com a participação de Lagarde. O BCE anunciou esta quinta que deixou as taxas de juro inalteradas, o que acontece pela primeira vez desde julho de 2022. Esta pausa foi anunciada depois de 10 subidas consecutivas das taxas de juro e numa altura em que a inflação dá sinais de abrandar.

 

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Ministra da Justiça recusa revelar quantas nacionalidades foram atribuídas a israelitas

  • Lusa
  • 26 Outubro 2023

Processo de naturalização conduzido pelo IRN, em consulta com diversas entidades, é ainda muito burocrático e em papel, mas será acelerado até ao final do ano, segundo a governante.

A ministra da Justiça recusou esta quinta-feira detalhar o número de nacionalidades atribuídas com caráter de urgência devido à guerra na Faixa de Gaza, mas referiu que o processo de análise dos pedidos de judeus sefarditas será, na generalidade, acelerado.

Questionada sobre a submissão de pedidos de nacionalidade com caráter de urgência por reféns do conflito na Faixa de Gaza, entre Israel e o movimento islamita Hamas, a ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, recusou-se a detalhar números de processos concluídos e nacionalidades atribuídas.

A governante afirmou repetidamente que “a única coisa que o Ministério da Justiça (MJ) pode dizer é que estará sempre do lado dos direitos fundamentais” e que é isso que explica que essa seja a resposta a dar sobre a matéria.

A ministra, que falava na Covilhã à margem do XVII Encontro Anual do Conselho Superior da Magistratura (CSM), referiu ainda que o processo, conduzido pelo Instituto de Registos e Notariado (IRN), mas com consulta a diversas entidades, era ainda muito burocrático, ainda em papel, mas que isso será alterado até ao final do ano, acelerando, na generalidade, a conclusão dos processos de pedido de nacionalidade de descendentes de judeus sefarditas, no âmbito da alteração da lei na nacionalidade que o permite.

“É preciso também não esquecer que houve um aumento exponencial nas entradas deste tipo de processos e que naturalmente o sistema que estava ajustado para outro volume de pedidos”, pelo que sofreu algum atraso quando se concretizou o alargamento da lei da nacionalidade, recordou Catarina Sarmento e Castro.

“O que o Ministério da Justiça vem fazendo e concretizará até ao final deste ano é a digitalização de todo este processo”, disse. Acrescentou ainda que está a ser usada inteligência artificial na instrução dos processos para permitir uma maior celeridade.

“Estas situações, cada uma delas é um caso, cada uma delas tem de ser vista individualmente e o MJ estará sempre, como é seu timbre, do lado dos direitos humanos”, disse a governante.

Segundo noticiou o jornal Público na terça-feira, Ofer Calderon, um israelita feito refém pelo Hamas em conjunto com os seus dois filhos menores, terá já obtido a nacionalidade portuguesa, tendo o advogado José Ribeiro e Castro, que submeteu ao Governo um pedido de urgência por razões humanitárias na análise do seu processo, confirmado à Lusa que a Conservatória dos Registos Centrais tinha emitido a certidão de nascimento, confirmando a dupla nacionalidade do israelita.

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