BE quer ouvir Autoridade Tributária e Governo sobre atraso nos impostos sobre barragens

  • Lusa
  • 13 Setembro 2023

"Há uma hipótese de a EDP, mais uma vez, fugir ao pagamento de imposto, porque pode a AT não conseguir liquidar o IMI a tempo", alerta a deputada bloquista Mariana Mortágua.

O Bloco de Esquerda (BE) pediu esta quarta-feira a audição parlamentar urgente da diretora-geral da Autoridade Tributária (AT) e do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais sobre o atraso da avaliação das barragens do Douro para efeitos de cobrança do IMI.

Em conferência de imprensa, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, anunciou que o partido requereu igualmente os despachos enviados pelo Governo à AT, uma vez que a primeira ordem de fevereiro para que fosse avaliado o valor patrimonial das barragens não terá sido executada.

Há uma hipótese de a EDP, mais uma vez, fugir ao pagamento de imposto, porque pode a AT não conseguir liquidar o IMI a tempo [até 31 de dezembro] e por isso a EDP pode fugir ao imposto dos últimos cinco anos sobre a barragem“, avisou a deputada.

Em causa está a venda pela EDP, em 2020, de seis barragens em Portugal a um consórcio de investidores, formado pela Engie, Crédit Agricole Assurances e Mirova, por 2,2 mil milhões de euros.

A deputada recordou que o Governo começou por defender que não haveria lugar à cobrança de IMI e depois, “por pressão do BE e de movimentos” da região, mudou de posição, mas, três anos depois, continuam sem ter sido cobrados os impostos devidos. “Não aceitamos e não compreendemos esta injustiça, porque é que a EDP continua a ter situação de privilégio neste país“, afirmou.

Mariana Mortágua salientou que “nunca se aplicou às barragens” da EDP a mesma regra que vigora para qualquer outro prédio – que paga IMI – e, por essa razão, no momento da venda, também não houve pagamento de IMT, num valor estimado em 110 milhões de euros.

A coordenadora bloquista considerou inexplicável que o Governo tenha dado ordem para cobrar, finalmente, o IMI no início de 2023 “e ainda não tenha sido feita a avaliação” das barragens, mas assegurou que o partido não irá desistir deste escrutínio e por isso deu entrada dos dois requerimentos no parlamento.

Por um lado, o partido quer ter acesso a todos os despachos, e quer saber “quais são exatamente as ordens que o Governo deu à AT para a cobrança do IMI e porque não foi feito”. “Queremos também ouvir a diretora da AT e o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais para explicar como é possível que, passados três anos, não tenha sido possível recuperar os impostos do negócio milionário da venda das barragens e como a EDP continua sem pagar IMI, apesar de uma determinação para o efeito há vários meses”, explicou.

Questionada se a AT deve ser responsabilizada caso falhe a cobrança do IMI até final do ano, a coordenadora do BE defendeu que “tem de ser possível” cobrar estes impostos. “Não consigo perceber neste processo de quem é a responsabilidade, a EDP como se sabe tem influências muito profundas quer na AT quer no Governo, não vos estou a dar nenhuma novidade, a EDP já fez leis neste país”, disse.

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Julgamento da ação da SIC contra Cristina Ferreira arranca em novembro. Estação televisiva pede indemnização de 12,3 milhões

  • Lusa
  • 13 Setembro 2023

A SIC pede uma indemnização de 12,3 milhões de euros a Cristina Ferreira pela quebra do contrato com a estação do grupo Impresa. Saída da apresentadora televisiva foi conhecida em julho de 2020.

O início do julgamento da ação que a SIC interpôs contra a apresentadora Cristina Ferreira foi remarcado para novembro, de acordo com as novas datas a que a Lusa teve acesso.

O início do julgamento esteve previsto para 21 de junho no Tribunal de Sintra, mas no início daquele mês foi adiado.

A SIC pede uma indemnização de 12,3 milhões de euros a Cristina Ferreira pela quebra do contrato com a estação do grupo Impresa.

Cristina Ferreira será ouvida em 8 de novembro logo ao início da manhã e o presidente executivo (CEO) da Impresa, Francisco Pedro Balsemão, ao início da tarde do mesmo dia. Estão agendadas para 6 de dezembro as alegações de facto e direito.

Em setembro de 2020, a SIC deu entrada com um processo contra a apresentadora e diretora de ficção e entretenimento da TVI, Cristina Ferreira, no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa.

A saída de Cristina Ferreira da SIC foi conhecida em 17 de julho de 2020, altura em que foi anunciado que iria regressar à TVI dali a dois meses como diretora e tornar-se acionista da Media Capital.

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China mais do que duplica exportações de veículos elétricos entre janeiro e agosto

  • Lusa
  • 13 Setembro 2023

Fabricantes de automóveis chineses exportaram cerca de 727 mil veículos elétricos nos primeiros oito meses do ano, mais 110% face a igual período do ano passado.

As exportações de veículos elétricos pela China mais do que duplicaram (+110%) entre janeiro e agosto, segundo a Associação de Fabricantes de Automóveis da China (CAAM), ilustrando a ascensão do país asiático no setor. Os dados difundidos esta quarta-feira mostram que os fabricantes de automóveis chineses exportaram cerca de 727 mil veículos elétricos nos primeiros oito meses do ano.

Os veículos elétricos puros registaram um aumento anual de 120%, para 665.000 unidades, enquanto as exportações de modelos híbridos aumentaram 73,5%, para 62.000.

Incluindo carros movidos a motor de combustão interna, a China exportou 2,94 milhões de veículos para o exterior, até agosto, um aumento homólogo de 61,9%, em relação ao ano anterior.

A imprensa oficial chinesa sublinhou que o crescimento das exportações de automóveis de passageiros (+69,8%) é superior ao aumento das vendas de veículos comerciais (+31,1%).

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou esta quarta-feira a abertura de uma investigação sobre os subsídios que a China concede aos seus fabricantes de veículos elétricos, cujos preços são “artificialmente baixos”, devido a estes apoios públicos, o que causa prejuízos às empresas europeias.

“Os mercados mundiais estão inundados de veículos elétricos chineses mais baratos e o seu preço é mantido artificialmente baixo graças a enormes subsídios estatais”, explicou Von der Leyen, num discurso sobre o Estado da União.

Também esta quarta-feira, o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, responsável pelo comércio, anunciou que se deslocará à China na próxima semana para discutir a questão dos subsídios atribuídos aos veículos elétricos. “Estamos abertos à concorrência, mas não a práticas desleais“, afirmou.

No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros elétricos — mais do que em todos os outros países do mundo juntos. A dimensão do mercado chinês e generosos apoios estatais propiciou a ascensão de marcas locais, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng, que ameaçam agora o status quo de uma indústria dominada há décadas pelas construtoras alemãs, japonesas e norte-americanas.

Em 2014, o líder chinês, Xi Jinping, afirmou que o desenvolvimento de carros elétricos era a única forma de a China se converter numa “potência do setor automóvel”. O país estabeleceu então como meta que os carros elétricos deviam representar 20% do total das vendas até 2025. Esse valor foi ultrapassado no ano passado, quando um em cada quatro veículos vendidos na China era elétrico.

Cinco das dez marcas de veículos elétricos mais vendidas no mundo são agora chinesas. A maior é a BYD, que fica apenas atrás da norte-americana Tesla. O domínio chinês alarga-se também à indústria de baterias. As chinesas CATL e BYD são os maiores fabricantes mundiais. Pequim mantém ainda forte controlo no acesso a matérias-primas essenciais, incluindo terras raras.

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Licenciamento de edifícios caiu 10,2% no segundo trimestre

  • Ana Petronilho
  • 13 Setembro 2023

Entre abril e junho foram licenciadas 5,7 mil obras, traduzindo uma quebra de 10,2% face ao período homólogo. Também o número de obras concluídas em Portugal caiu 2,1%.

A construção está a cair. Entre abril e junho deste ano, o número do licenciamento de edifícios diminuiu 10,2% face ao período homólogo e 5,8% quando comparado com os mesmos meses de 2019, segundo o INE.

De acordo com os dados, divulgados esta quarta-feira, no segundo trimestre do ano, foram licenciados um total de 5,7 mil edifícios, dos quais 75,7% eram construções novas, sendo que 79,9% destas eram destinadas à habitação familiar. Os edifícios licenciados para demolição (336 edifícios) representaram 5,9% do total de edifícios licenciados no 2º trimestre de 2023.

O Alentejo foi a única região que apresentou um aumento no número total de edifícios licenciados, em comparação com o 2º trimestre de 2022 (+1,3%). Os maiores decréscimos registaram-se no Algarve (-27,6%) e na Área Metropolitana de Lisboa (-21,5%).

Os edifícios licenciados para construções novas e para reabilitação também decresceram 10,4% face ao período homólogo. E em cadeia registam-se reduções de 10% e 7,7%, respetivamente. Mas quando comparado com o segundo trimestre de 2019, assinala-se um crescimento de 0,9% no licenciamento de construções novas, enquanto que as obras de reabilitação vão cair 23,4%.

Entre as várias zonas do país, na comparação homóloga, o licenciamento de edifícios para construções novas só cresceu nos Açores (+6,3%). As maiores reduções ocorreram no Algarve (-24,7%) e na Área Metropolitana de Lisboa (-22%).

No 2º trimestre de 2023, foram licenciados 7,6 mil fogos em construções novas para habitação familiar, o que representa menos 3% face ao mesmo trimestre de 2022, mas fica 24,4% acima quando a comparação é feita com o nível pré-pandemia, aponta ainda o INE.

Algarve, Alentejo, Centro e Norte apresentaram decréscimos neste indicador (-44,5%, -10,4%, -9,8% e -4,8%, pela mesma ordem), enquanto as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, e a Área Metropolitana de Lisboa registaram aumentos neste indicador (+209,6%, +21,5% e +11,5%, respetivamente).

O crescimento mais acentuado na Região Autónoma da Madeira foi impulsionado principalmente pelo licenciamento de 169 novos fogos em três diferentes empreendimentos no município do Funchal, bem como pelo licenciamento de 40 novos fogos num empreendimento no município de Santa Cruz. Estes licenciamentos representam, no seu conjunto, 59,2% do total de fogos licenciados em construções novas para habitação familiar nesta região.

O decréscimo ocorrido no Algarve pode ser explicado pelo efeito base, dado que no 2º trimestre de 2022 se registou um número elevado de fogos licenciados nos municípios de Faro, Loulé e Olhão.

Número de obras concluídas cai 2,1%

Os dados do INE revelam ainda que no 2º trimestre de 2023, foram concluídos 3,8 mil edifícios, incluindo construções novas, ampliações, alterações e reconstruções, representando uma redução de 2,1% em relação ao período homólogo. Mas regista-se um aumento de 9,9% face a 2019.

A maioria dos edifícios concluídos correspondiam a construções novas (82,1%), das quais 80,5% para habitação familiar.

As Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, o Centro e o Algarve apresentaram um crescimento no número de edifícios concluídos (+16,7%, +4,3%, +3,3% e +3,2%, respetivamente). Entre as regiões que apresentaram decréscimos nesta variável, salientam-se o Alentejo (-6,4%) e o Norte (-5,8%).

Em comparação com o 2º trimestre de 2022, as obras concluídas em construções novas decresceram 2,5%, apesar de terem aumentado 2,2% em relação ao trimestre anterior. Algarve, Norte, Alentejo e Área Metropolitana de Lisboa registaram diminuições no número de construções novas concluídas (-14,5%, -8,1%, -4,2% e -1,4%, pela mesma ordem). As restantes regiões apresentaram crescimentos neste indicador, destacando-se a Região Autónoma da Madeira (+30,9%), a Região Autónoma dos Açores (+5,7%) e o Centro (+4,2%).

Finalmente, as obras concluídas para reabilitação diminuíram 0,3% (+8,0% face ao trimestre anterior). Entre as regiões com variações negativas, destaca-se a Área Metropolitana de Lisboa com o maior decréscimo (-32,4%). Apenas duas regiões apresentaram variações positivas neste indicador: o Algarve (+74,2%) e o Norte (+5%).

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Observatório de Preços já está online. Valores “da produção ao consumo” atualizados ao mês para 26 produtos alimentares

Observatório de Preços já está online e tem como objetivo acompanhar a evolução de preços em toda a cadeia de valor. Inclui 26 produtos alimentares e vai ser atualizado mensalmente.

O Ministério da Agricultura e da Alimentação disponibilizou online o Observatório de Preços, que vai ser atualizado mensalmente e inclui um cabaz composto por 26 produtos alimentares. O objetivo é acompanhar a evolução de preços em toda a cadeia de valor, isto é, desde a produção ao consumidor final.

O Observatório de preços tinha sido anunciado em maio de 2022 com o objetivo de fazer uma “monitorização eficaz” dos custos e preços ao longo da cadeia de abastecimento agroalimentar. Esta quarta-feira foi apresentado numa reunião da Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Agroalimentar (PARCA).

Em comunicado, a tutela liderada por Maria do Céu Antunes adianta que este Observatório vai “disponibilizar, mensalmente, informação atualizada sobre os preços registados da produção ao consumo referentes a um cabaz de 26 produtos alimentares representativos nas fileiras selecionadas como ovos, frutas, azeite ou laticínios”.

À saída da reunião, a ministra da Agricultura explicou que este Observatório baseia-se “num universo de quatro mil famílias” e, através da recolha de dados, está-se a “verificar a sua fatura tendo por base esses mesmos produtos que estão a ser adquiridos”. A partir de agora, a PARCA vai analisar as conclusões sobre cada fileira de produto.

“Hoje apresentámos na reunião da PARCA a primeira fileira, a fileira do leite, onde chegamos à conclusão de que o setor primário não pode descer o seu preço e tem de ser melhor remunerado pelo que está a produzir. Mas, por outro lado, temos que avaliar quais são os fatores que impendem sobre a construção do preço e estão a onerar”, explicou aos jornalistas.

Nesse sentido, além de servir para dar mais transparência aos consumidores, o objetivo é também “repensar as novas medidas” que possam ser tomadas, que através de “instrumentos de política pública”, quer para que os diferentes elos da cadeia “possam trabalhar em conjunto” de modo a desenvolver “de forma mais eficiente” o sistema produtor, garantindo também a segurança alimentar.

Quanto ao selo que será criado para que os produtos alimentares cheguem aos consumidores com um preço justo, a governante não se compromete com uma data para entrada em vigor. “Será em sede da PARCA que definiremos o calendário para o selo, a sua abrangência e as condições”, ripostou.

Tal como o ECO avançou, o Estado pagou 230 mil euros (187 mil euros, mais IVA) à Euroteste – Marketing e Opinião, que pertence ao grupo Kantar, pelo fornecimento de “informação e acompanhamento dos preços” pagos pelos consumidores portugueses num “conjunto de produtos representativos do cabaz alimentar”. E para ter uma “metodologia de análise das fileiras”, assinou outro contrato com uma consultora agroindustrial no valor de 53,7 mil euros.

Esta ferramenta vai, por uma lado, reforçar os “mecanismos de transparência” e, por outro, contribuir para um “acompanhamento eficaz dos preços”, desde as fileiras da produção ao valor que é pago pelo consumidor final. “Queremos identificar os principais fluxos e pontos ao longo da fileira para recolha de informação sobre os custos da atividade e caracterização das componentes da formação do preço e margens líquidas e, com isso, dar suporte à formulação das políticas no setor agroalimentar”, aponta a ministra.

De recordar que, em 2015, tinha sido criado o Observatório da Cadeia de Valor, para “estudar e aprofundar a informação sobre a formação dos preços e a sua transmissão ao longo da cadeia de abastecimento alimentar”. Tal como o ECO noticiou, este Observatório reuniu três vezes, com atas, e desapareceu com o Governo liderado por António Costa.

Questionada sobre a existência deste Observatório, a ministra apontou que o trabalho que tinha sido feito na altura foi “muito incipiente”, pelo que o Executivo quis “ir mais longe e ter instrumento mais robusto”, seguindo os exemplos do que já há em Espanha ou França.

Na semana passada, o Conselho de Ministros decidiu prolongar até ao fim do ano a isenção temporária do IVA num conjunto de bens alimentares — incluindo cereais, legumes, hortaliças, fruta em estado natural, leguminosas em estado seco, laticínios ou ovos –, que terminava a 31 de outubro. A medida vai custar 140 milhões de euros e ainda tem de passar pela Assembleia da República.

(Notícia atualizada às 13h46 com as declarações da ministra da Agricultura à saída da reunião)

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Euribor sobe a três e a seis meses para novos máximos desde 2008

  • Lusa
  • 13 Setembro 2023

Esta quarta-feira, a taxa Euribor subiu nos três prazos: a três meses para 3,845%, a seis meses para 3,999% e a 12 meses para 4,112%.

A taxa Euribor subiu esta quarta-feira a três, a seis e a 12 meses, nos dois prazos mais curtos para novos máximos desde novembro de 2008.

  • A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou esta quarta-feira para 4,112%, mais 0,009 pontos que na terça-feira, depois de ter subido até 4,193% em 7 de julho, um novo máximo desde novembro de 2008. Segundo dados do Banco de Portugal referentes a julho de 2023, a Euribor a 12 meses representava 39,4% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representavam 35,1% e 23,0%, respetivamente.
  • No prazo a seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 6 de junho de 2022, subiu esta quarta-feira para 3,999%, mais 0,031 pontos do que na sessão anterior e um novo máximo desde novembro de 2008.
  • Por sua vez, a Euribor a três meses avançou 0,021 pontos face à anterior sessão, ao ser fixada esta quarta-feira em 3,845%, também um novo máximo desde novembro de 2008.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na Zona Euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, realizada em 27 de julho, o BCE voltou a subir os juros, pela nona sessão consecutiva, em 25 pontos base — tal como em 15 de junho e 4 de maio –, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 2 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas.

Antes, em 27 de outubro e em 8 de setembro, as taxas diretoras subiram em 75 pontos base. Em 21 de julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras. A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 14 de setembro.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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AIE prevê “défice significativo” de oferta de petróleo até ao final do ano

  • Lusa
  • 13 Setembro 2023

A AIE prevê "um défice significativo" de oferta de petróleo até ao final do ano devido à decisão da Arábia Saudita e da Rússia de manterem os cortes de produção.

A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê “um défice significativo” de oferta de petróleo até ao final do ano devido à decisão da Arábia Saudita e da Rússia de manterem os cortes de produção, foi anunciado esta quarta-feira.

No relatório mensal sobre o mercado petrolífero hoje divulgado, a AIE alerta para o risco de maior volatilidade até ao final do ano devido ao baixo nível de reservas e confirma a previsão de crescimento da procura mundial este ano de 2,2 milhões de barris por dia, para 101,8 milhões, bem acima do anterior recorde registado em 2019.

De facto, em junho, a procura global já atingiu um máximo histórico num único mês, impulsionada principalmente pelas necessidades da China, que contribuirá com um crescimento de 1,6 milhões de barris por dia este ano (cerca de 75% do total), bem como pela recuperação do querosene para a aviação e da indústria petroquímica.

O crescimento da procura abrandará no próximo ano, prevendo-se um aumento de pouco mais de 990.000 barris por dia, para um novo recorde de 102,8 milhões, e a China voltará a ser, de longe, o principal motor, absorvendo mais 640.000 barris por dia (quase dois terços do total).

A força da evolução na China provém em grande parte do setor petroquímico, que deverá representar cerca de metade do crescimento mundial este ano e 62% até 2024.

Os peritos da AIE explicam que, tendo em conta a generalização do teletrabalho, nomeadamente nos países anglófonos como a Austrália, os Estados Unidos, o Reino Unido e o Canadá, evita-se o consumo de cerca de 800.000 barris por dia nas deslocações de automóvel para o trabalho.

Só os EUA representam cerca de 500.000 barris por dia.

O verdadeiro motivo de preocupação para a AIE está do lado da oferta, nomeadamente a decisão da Arábia Saudita e da Rússia, no início deste mês, de prolongar até ao final do ano um corte de produção de 1,3 milhões de barris por dia, o que conduzirá a “um défice substancial”.

Concretamente, o bloco formado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) reduziu as suas contribuições para o mercado em dois milhões de barris por dia, entre janeiro e agosto, devido aos cortes voluntários de Riade e Moscovo, que só foram parcialmente compensados pelas retiradas adicionais do Irão (cerca de 600 mil barris por dia).

Se em agosto, a OPEP+ esteva a produzir quase 51 milhões de barris por dia para o mercado, a AIE estima que poderia produzir cerca de mais 200.000 graças ao Cazaquistão e à Nigéria.

No conjunto do ano, as suas retiradas seriam de cerca de menos 500.000 barris por dia do que em 2022.

Assim, serão os países produtores que não pertencem ao cartel que deverão permitir compensar esta evolução negativa e responder ao aumento da procura, com um aumento de 1,9 milhões de barris adicionais entre janeiro e agosto, principalmente devido a níveis recorde de extração nos Estados Unidos e no Brasil.

A AIE considera que a supressão dos cortes sauditas e russos no início de 2024 deverá então conduzir a um excedente no mercado, mas na sua análise coloca um certo grau de incerteza, dado o baixo nível das reservas.

A razão é que, em agosto, estas caíram 76,3 milhões de barris para o nível mais baixo dos últimos 13 meses. Na OCDE, apesar de um aumento de 26,7 milhões de barris em julho, para 2.814 milhões de barris, as reservas estavam 102,6 milhões de barris abaixo da média de cinco anos.

Dado o risco de aumento da volatilidade, a AIE afirma que tal “não beneficiaria nem os produtores nem os consumidores, tendo em conta o frágil ambiente económico”.

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Portugal tem a quinta taxa de desemprego jovem mais elevada da OCDE

Para a globalidade dos trabalhadores, o mercado de trabalho tem estado estável. Já entre os jovens o desemprego está a aumentar. Portugal tem a quinta taxa de desemprego jovem mais acentuada da OCDE.

Para a globalidade dos trabalhadores, o mercado de trabalho está estável tanto em Portugal, como no conjunto dos países que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Mas entre os jovens, julho foi sinónimo de um agravamento do desemprego. De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira, Portugal registou mesmo a quinta taxa de desemprego jovem mais acentuada entre os países em questão.

“Em julho de 2023, a taxa de desemprego jovem da OCDE subiu para 10,5%, acima dos 10,3% registados em junho. A taxa aumentou em 14 países, tendo os maiores crescimentos sido verificados na Finlândia, Áustria, Dinamarca, Israel, México e nos Estados Unidos”, é explicado na nota publicada esta manhã.

Por cá, em julho, a taxa de desemprego jovem fixou-se em 19,2%, acima dos 18,3% registados no mês anterior, ou seja, verificou-se uma subida de 0,9 pontos percentuais (p.p.).

Com esta subida, Portugal ficou com a quinta taxa de desemprego jovem mais acentuada da OCDE, atrás apenas da Grécia (23,2%), da Itália (22,5%) e de Espanha (27%) e da Eslovénia (19,9%).

Já no conjunto do mercado de trabalho, a taxa de desemprego da OCDE situou-se em 4,8%, estável face ao mês anterior. “Mantém-se abaixo dos 5% há mais de um ano“, é destacado na nota conhecida esta quarta-feira.

Em maior detalhe, enquanto em nove países (incluindo Portugal) o desemprego não se agravou em julho, em 15 cresceu, nomeadamente na Dinamarca, Lituânia e na Áustria. Já em outros nove países decresceu.

“O desemprego estava próximo de mínimos históricos em cinco países em julho, incluindo a Alemanha e os Estados Unidos”, realça ainda a OCDE.

Apesar do cenário de incerteza, o mercado de trabalho não tem registado mudanças significativas e os empregadores mantêm-se mesmo otimistas quanto às perspetivas de contratação.

Notícia corrigida no dia 15 de setembro, às 11h35, com revisão da posição de Portugal no ranking.

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Produção industrial na Zona Euro recuou 2,2% em julho

  • Joana Abrantes Gomes
  • 13 Setembro 2023

Face a junho, a produção industrial, que mede a evolução do volume de produção da indústria excluindo a construção, diminuiu 1,1% tanto na área da moeda única como na União Europeia.

A produção industrial recuou 2,2% na Zona Euro e 2,4% na União Europeia (UE) em julho face ao mesmo mês de 2022, anunciou esta quarta-feira o Eurostat. Na variação em cadeia, tanto a área da moeda única como o conjunto dos 27 Estados-membros da UE registaram um decréscimo de 1,1%.

Produção industrial na Zona Euro e na União Europeia. Fonte: Eurostat

Em Portugal, a produção industrial aumentou 0,3% em julho em relação ao mesmo período de 2022, mas caiu 4,5% face a junho deste ano.

Na Zona Euro, a queda na produção de bens de consumo duradouros (-6,7%) foi a que mais contribuiu para o recuo face a julho do ano passado. Entre os restantes agrupamentos industriais, a produção de energia caiu 5,7%, a de bens intermédios cedeu 5,0% e a de bens de consumo não duradouros recuou 0,6%, enquanto a produção de bens de investimento aumentou 0,4%.

Relativamente à UE, o maior contributo para o recuo veio da produção de energia, que diminuiu 7,4% em termos homólogos. Também se verificaram quebras nas produções de bens de consumo duradouros e de bens intermédios — 7,3% e 5,5%, respetivamente –, ao passo que a produção de bens de consumo não duradouros aumentou 0,5% e a de bens de investimento subiu 1,0%.

Por Estados-membros para os quais existem dados disponíveis, as maiores descidas anuais foram registadas na Bulgária (-11,5%), na Estónia (-9,5%) e na Letónia (-8,6%). Em sentido inverso, a Dinamarca (+5,7%), a Irlanda (+2,8%) e Malta (+2,3%) tiveram os maiores aumentos da produção industrial em relação a julho de 2022.

Em termos mensais, a componente dos bens de consumo duradouros já não pesou tanto no recuo na área do Euro, embora tenha caído 2,2%, enquanto a produção de bens de capital diminuiu 2,7%. Por sua vez, a produção de bens intermédios cresceu 0,2%, a de bens de consumo não duradouros 0,4% e a de energia 1,6%.

Também na UE, face a junho, a produção de bens de capital decresceu 2,4%, a de bens de consumo duradouros caiu 1,9% e a de bens de consumo não duradouros diminuiu 0,8%. As produções de bens intermédios e de energia tiveram crescimentos de 0,1% e 1,5%, respetivamente.

Na variação em cadeia, os maiores aumentos verificaram-se na Suécia (+5,1%), Malta (+3,4%) e na Hungria (+2,9%), enquanto a Dinamarca (-9,1%), a Irlanda (-6,6%) e a Lituânia (-4,4%) registaram os maiores decréscimos.

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Portugal paga mais de 3,3% para emitir dívida a 9 e 12 anos

Estado colocou no mercado 1.007 milhões de euros através de dois leilões de obrigações do Tesouro, que resultaram numa yield de 3,63% na emissão a 9 anos e numa taxa de 3,38% na emissão a 12 anos.

A República Portuguesa financiou-se esta quarta-feira em 1.007 milhões de euros através da realização de dois leilões de obrigações do Tesouro a 9 e 12 anos.

No leilão que teve como referência a linha OT 1,65% 16JUL2032 (a 9 anos), a procura superou em 2,51 vezes a oferta e resultou numa yield de 3,383%, cerca de 16,6 pontos base abaixo do preço que o Estado pagou a 8 de março deste ano numa emissão com as mesmas características e pela qual pagou 3,549% pela emissão de 397 milhões de euros.

No leilão a 12 anos, que foi realizado através da obrigação OT 0,9% 12OUT2035, a procura superou em 2,96 vezes a oferta e resultou numa yield de 3,632%. Mais 4,5 pontos base face ao que Portugal pagou a 12 de julho numa emissão semelhante, pela qual pagou 3,587% pela emissão de 282 milhões de euros.

“A procura em ambas as emissões foi elevada, sendo que na mais longa, a de 12 anos, foi bem superior à do último leilão e a demonstrar a confiança que os investidores têm em comprar divida nacional”, refere Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.

As operações realizadas esta quarta-feira ocorreram um dia antes do encontro de governadores do Banco Central Europeu (BCE), que terá lugar amanhã em Frankfurt, em que poderá ser anunciado mais um aumento de 25 pontos base das taxas diretoras do BCE.

Com a realização destas duas emissões, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) acumula até ao momento sete leilões de obrigações do Tesouro, que permitiram à República financiar-se em cerca de 3.671 milhões de euros.

Além destas operações, o IGCP realizou também oito leilões de Bilhetes do Tesouro, que resultaram num montante total de financiamento de 3.973 milhões de euros.

Segundo as cotações atuais dos títulos de dívida no mercado secundário, as obrigações do Tesouro transacionam atualmente com uma yield média de 0,2 pontos percentuais acima dos valores de há seis meses.

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Empresas de energia e retalho alimentar já sabem como declarar lucros extra às Finanças

Portaria do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais aprova modelos de declaração das “contribuições de solidariedade temporárias” e inclui instruções de preenchimento para a liquidação do imposto.

O Ministério das Finanças já aprovou os modelos de declaração das contribuições de solidariedade temporárias sobre os setores da energia e da distribuição alimentar, assim como as instruções de preenchimento que as empresas devem seguir para liquidar a taxa sobre os lucros extraordinários que foi aprovada pelo Parlamento no final do ano passado.

As empresas abrangidas pela chamada windfall tax devem enviar as declarações à Autoridade Tributária (AT) através do Portal das Finanças, mediante autenticação com o respetivo número de identificação fiscal e senha de acesso. Consideram-se apresentadas na data da submissão, sendo nessa altura gerada uma “referência de pagamento” que deve ser usada “no prazo de 10 dias”.

A portaria assinada pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Félix, prevê ainda que, até à disponibilização no Portal das Finanças das aplicações relativas aos modelos 59 e 60, “devem ser utilizados modelos declarativos equivalentes em formato digital específico, destinados à respetiva submissão, que devem ser descarregados e preenchidos, validados e gravados para subsequente envio à AT”, através do serviço de atendimento E-balcão.

“As declarações apresentadas são validadas pela AT e, em caso de erro, devem ser corrigidas no prazo de 30 dias contados da data de comunicação do erro” por parte do Fisco, estabelece o mesmo diploma, que acaba de ser publicado em Diário da República e que entra em vigor esta quinta-feira.

Em causa está a aplicação de uma contribuição de solidariedade temporária (CST) aos setores da energia e da distribuição alimentar sobre os lucros excedentários apurados nos períodos de tributação que se iniciem nos anos de 2022 e 2023.

Para efeitos de aplicação desta taxa considera-se que constituem lucros excedentários a parte dos lucros tributáveis, relativamente a cada um dos períodos de tributação que excedam o correspondente a 20% de aumento em relação à média dos lucros tributáveis nos quatro períodos de tributação com início nos anos de 2018 a 2021.

Assim, na parte em que excedam em 20% a média dos lucros tributáveis, as empresas serão chamadas a pagar uma taxa de 33%, de acordo com o texto que resultou de uma proposta do Governo e que teve os votos favoráveis do PS, Bloco de Esquerda, PAN e Livre, a abstenção do PSD e PCP, e o voto contra do Chega e da Iniciativa Liberal.

O diploma consagra uma isenção desta taxa para as micro e pequenas empresas, determinando, no entanto, que esta isenção “não é aplicável” quando estiver em causa um sujeito passivo abrangido pelo “regime especial de tributação dos grupos de sociedades” e o “volume de negócios do grupo de sociedades por referência ao período de tributação em causa for superior a 100 milhões de euros”.

As estimativas do Governo apontam para que esta contribuição venha a gerar uma receita de entre 50 milhões e 100 milhões de euros por ano, nos dois anos em que será aplicada.

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BCE arrasa taxa extra sobre a banca italiana. Limita crédito e aumenta vulnerabilidade a crises

Supervisor europeu diz que taxa que o Governo de Meloni quer introduzir sobre a banca vai limitar capacidade de concessão de crédito e deixar instituições mais vulneráveis a eventuais crises.

O Banco Central Europeu (BCE) arrasa a taxa extraordinária que o Governo de Meloni quer introduzir sobre os resultados da banca. O supervisor liderado por Christine Lagarde considera que a imposto vai ter impacto na concessão de crédito às famílias e empresas e vai deixar as instituições mais vulneráveis em momentos económicos mais difíceis.

São várias as críticas que o BCE tem a apontar sobre a taxa extraordinária de 40% sobre a margem líquida dos bancos que Roma pretende impor à banca, não podendo exceder os 0,1% dos ativos totais de cada instituição.

Desde logo, “tais taxas extraordinárias poderão ter efeitos económicos negativos ao limitar a capacidade das instituições de crédito em conceder crédito, contribuindo para termos menos favoráveis para os clientes nos empréstimos ou noutros serviços”, segundo aponta numa opinião publicada esta quarta-feira.

O BCE considera que o “montante da taxa extraordinária poderá não ser proporcional à rentabilidade de uma instituição e na sua capacidade de gerar capital”.

Para o regulador, é essencial que os bancos mantenham uma base de capital sólida para que consigam desempenhar o seu papel como intermediários de crédito na economia. Nessa medida, “custos mais elevados e uma oferta de crédito mais reduzida, ou um aumento dos custos dos outros serviços bancários, podem afetar negativamente o crescimento real da economia”, observa.

“Como resultado da aplicação generalizada do imposto extraordinário, as instituições de crédito que tenham posições de solvabilidade mais baixas ou que estejam mais centradas na atividade de crédito (como os pequenos bancos) ou que tenham projeções de capital desafiantes poderão tornar-se menos capazes de absorver os potenciais riscos descendentes de uma crise económica“, acrescenta.

Por outro lado, a instituição europeia também avisa que poderá afastar eventuais investidores domésticos e estrangeiros, aumentando o custo de financiamento e capital dos bancos e contribuindo para um clima de maior incerteza para o sistema.

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