Caso EDP: Durão, Sócrates e Passos Coelho entre as 77 testemunhas de Manuel Pinho

  • Lusa
  • 8 Setembro 2023

O documento assinado por Sá Fernandes denuncia a “duração irrazoável” do inquérito - que foi aberto em 2012 e só conheceu acusação em 2022 - e critica a atuação do MP e do juiz Carlos Alexandre.

Os antigos primeiros-ministros Durão Barroso, José Sócrates e Pedro Passos Coelho integram a lista de 77 testemunhas chamadas pelo ex-ministro da Economia Manuel Pinho para o julgamento do processo EDP, que deve arrancar em outubro.

Segundo a contestação da defesa de Manuel Pinho à acusação do Ministério Público (MP), avançada pelo Expresso e a que a Lusa teve acesso, o número de testemunhas arroladas é justificado pela “excecional complexidade” deste caso, sendo que 22 das 77 foram também convocadas pelo MP, que chamou um total de 78 testemunhas.

Entre os nomes elencados pela defesa estão ainda o ex-presidente do PSD Luís Marques Mendes, o ex-presidente do Benfica Luís Filipe Vieira, o presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, os antigos secretários de Estado Bernardo Trindade e Castro Guerra, o ex-administrador do BES Morais Pires ou os empresários Mário Ferreira e Paulo Fernandes, além do procurador que liderou a investigação: Carlos Casimiro.

O documento assinado pelo advogado Ricardo Sá Fernandes denuncia a “duração irrazoável” do inquérito – que foi aberto em 2012 e só conheceu acusação em 2022 – e critica a atuação do MP e do juiz Carlos Alexandre, ao lembrar as apreensões da pensão de reforma de Manuel Pinho e suas reversões pela Relação de Lisboa, lamentando uma “justiça vingativa e iníqua”.

“O arguido não cometeu qualquer crime de corrupção. Praticou ilícitos de natureza fiscal, mas, entretanto, regularizou a sua situação, repondo a verdade tributária, não subsistindo qualquer infração de natureza criminal pela qual deva ser responsabilizado. Relativamente ao branqueamento de capitais, inexistindo o crime precedente, falece a acusação”, lê-se.

A defesa de Manuel Pinho rebate a “tese fantasiosa do MP”, invoca diversas nulidades, censura os documentos “rasurados” no processo e sublinha que “não quer um julgamento apressado, mas tem pressa em que o mesmo se realize”, descrevendo este caso como “anos de horror” para o ex-governante.

A contestação volta a assumir a questão da fraude fiscal, com os valores não declarados que Manuel Pinho tinha recebido do BES no estrangeiro, tal como tinha feito no requerimento de abertura de instrução. “Está arrependido e lamenta que assim tenha sido. Foram as circunstâncias da sua vida e do grupo económico para que honradamente trabalhou”, indica a defesa, que reitera a ausência de responsabilidade criminal.

“Não foi corrompido por Ricardo Salgado, pelo GES [Grupo Espírito Santo] nem por ninguém. Cometeu os erros que já assumiu. Mas, em termos de seriedade no exercício do cargo, mantém-se de cabeça bem levantada, com a consciência de que nunca traiu as suas funções e agiu, sempre e exclusivamente, a favor do interesse público”, nota, acrescentando que Pinho quer falar sobre toda a matéria da acusação e da contestação no início do julgamento.

Manuel Pinho, Ricardo Salgado

O antigo ministro da Economia (entre 2005 e 2009) Manuel Pinho, que está em prisão domiciliária desde dezembro de 2021, vai responder em julgamento por um crime de corrupção passiva para ato ilícito, outro de corrupção passiva, um crime de branqueamento de capitais e um crime de fraude fiscal.

Já a sua mulher, Alexandra Pinho, será julgada por um crime de branqueamento e outro de fraude fiscal – em coautoria material com o marido -, enquanto o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, vai a julgamento por um crime de corrupção ativa para ato ilícito, um crime de corrupção ativa e outro de branqueamento de capitais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo é “uma fonte de instabilidade”, diz Siza Vieira

  • ECO
  • 8 Setembro 2023

Ex-ministro diz que a relação entre Marcelo e Costa "degradou-se muito a partir da maioria absoluta" e que é o Presidente quem força a tensão sendo "uma fonte de instabilidade".

O ex-ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, teceu duras críticas a Marcelo Rebelo de Sousa e assume que a relação entre o Presidente e António Costa está tensa, frisando que “a relação degradou-se muito a partir da maioria absoluta” com o Presidente “surpreendido” e “frustrado com a maioria absoluta.”

Pedro Siza Vieira, no programa Bloco Central, da TSF, considerou que é o Presidente da República quem está a forçar a degradação da relação com o primeiro-ministro, dando como exemplo a opção de Marcelo Rebelo de Sousa de fixar na agenda do Conselho de Estado a análise da situação política, depois da polémica sobre a decisão de António Costa de manter o ministro João Galamba.

Na leitura de Siza Vieira, advogado e amigo de António Costa, essa escolha de Marcelo Rebelo de Sousa terá contribuído para o clima que rodeou a reunião, com fugas de informação e críticas na praça pública.

“Se o Conselho Estado é convocado para fazer a apreciação da situação política nacional ou internacional, se é convocado para avaliar a situação do Governo, se o Presidente da República faz saber que a apreciação da situação do Estado da Nação, se vai fazer um Conselho de Estado convocado para o dia seguinte ao debate parlamentar. De alguma maneira, está a fazer com que a discussão no Conselho de Estado se torne num tema de interesse público, além daquilo que é a função de consulta que o órgão tem”, afirmou Pedro Siza Vieira na TSF.

Para o antigo ministro nos dois primeiros governos de António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa propiciou o “mau comportamento” dos conselheiros de Estado, com fugas de informação. “Se é verdade que há conselheiros que não respeitam o órgão ao violarem os seus deveres de sigilo, eu também diria que, de alguma maneira, o senhor Presidente da República propiciou as condições para que estas coisas acontecessem”, acrescenta Siza Vieira.

O ex-ministro diz ainda à TSF que não sabe se as relações vão melhorar, mas defende que isso seria “bom para o país” e “os próprios até politicamente têm vantagem nisso”. Até porque, acrescenta Siza Viera, “Marcelo, sendo Marcelo em particular, que não sabe estar quieto, não consegue estar calado, é uma fonte de instabilidade.”

No entanto, o antigo ministro vinca que o Presidente “é um símbolo da continuidade do Estado e da unidade nacional” e que, nesse campo, as intervenções de Marcelo Rebelo de Sousa são de elogiar.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Presidente da República defende que jovens são “realidade prioritária”

  • Joana Abrantes Gomes
  • 8 Setembro 2023

Chefe de Estado reiterou que são "muito positivas" as medidas de apoio aos jovens anunciadas por António Costa na passada quarta-feira.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou esta sexta-feira as medidas de apoio aos jovens, anunciadas pelo primeiro-ministro e secretário-geral do PS na Academia Socialista, realçando que são uma prioridade.

“Para jovens, o leque de medidas tem aspetos muito positivos, uns mais marcantes e mais amplos num espetro, outros num universo mais pequeno. Agora, não há dúvida que os jovens são uma realidade prioritária em termos económicos e sociais“, afirmou o Chefe de Estado, em declarações transmitidas pela RTP3.

Marcelo respondia aos jornalistas acerca das medidas que António Costa anunciou na noite de quarta-feira para a geração mais qualificada e “realizada” de sempre, com o objetivo de a “agarrar” ao país.

Entre elas constam a devolução de um ano de propinas por cada ano de trabalho em Portugal, IRS zero para os rendimentos de primeiro ano no mercado laboral, passe de transportes grátis para jovens até aos 23 anos, apoio entre 200 e 300 euros (consoante o conselho) ao alojamento escolar para estudantes deslocados e um cheque-livro para cada cidadão que reside em Portugal e faça 18 anos.

Sobre as fugas de informação da reunião do Conselho de Estado, o Presidente da República disse ter ficado ofendido com a quebra de sigilo, salientando que, além da quebra, “havia uma versão que era o contrário da verdade”.

Percebo que fiquem ofendidos, como eu fiquei, porque além da quebra do sigilo, havia uma versão que era o contrário da verdade em relação a mim”, referiu o chefe de Estado, escusando-se a comentar novamente o tema.

Também questionado sobre a sua amizade com o primeiro-ministro, Marcelo Rebelo de Sousa salientou não ter “quebrado a amizade com ninguém”.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Para onde corre Centeno? E o Banco de Fomento, refunda-se ou afunda-se?

  • ECO
  • 8 Setembro 2023

Na quarta temporada d’O Mistério das Finanças, os jornalistas Pedro Santos Guerreiro e António Costa avaliam o estado da economia e os riscos que se apresentam à frente.

Na quarta temporada d’O Mistério das Finanças, os jornalistas Pedro Santos Guerreiro e António Costa avaliam o estado da economia e os riscos que se apresentam à frente. Francisco Veloso e Christine Ourmières-Widener são a boa e a má moeda da semana. E Vítor Costa, editor-executivo da CNN Portugal, é convidado desta semana.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

O Mistério das Finanças é um podcast semanal do ECO, apresentado pelos jornalistas António Costa e Pedro Santos Guerreiro, disponível em áudio e vídeo nas principais plataformas.

Clique aqui para ouvir no Spotify

Clique aqui para ouvir no Apple Podcasts

Veja o vídeo no YouTube

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pelosi anuncia recandidatura ao Congresso em 2024

  • Lusa
  • 8 Setembro 2023

Nancy Pelosi, 83 anos, anunciou em São Francisco uma nova candidatura ao congresso dos EUA nas eleições de 2024.

A antiga líder da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi anunciou esta sexta-feira que vai recandidatar-se a um novo mandato no Congresso dos Estados Unidos, numa altura em que os democratas tentam recuperar a maioria nas eleições de 2024.

Eleita pela primeira vez para o Congresso em 1987, Pelosi tornou-se na primeira mulher a assumir a presidência da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso norte-americano) em 2007, um cargo que reassumiu em 2019.

Pelosi, de 83 anos, dirigiu a câmara baixa do Congresso quando o seu partido, o Partido Democrata, garantiu diversos sucessos legislativos, incluindo a aprovação do ‘Affordable Care Act’, a lei que introduziu proteções de base para todos os norte-americanos que pretendam aceder a cuidados de saúde.

A sua liderança também coincidiu com a Presidência de Donald Trump e com o turbulento período dos dois processos de destituição que visaram o chefe de Estado republicano. O anúncio de Pelosi surgiu durante um evento em São Francisco, zona que representou durante mais de 35 anos.

O anúncio põe fim a qualquer conversa sobre a reforma da líder democrata de longa data que, com o título honorífico de presidente emérita, continua a ser uma líder influente, uma figura central do partido e uma grande angariadora de fundos para os democratas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EDP Renováveis assegura dois contratos eólicos no Reino Unido por 15 anos

  • Lusa
  • 8 Setembro 2023

Os dois projetos eólicos, Ben Sca (41 MW) e Lurg Hill (15 MW), estão localizados na Escócia e devem entrar em operação até 2026.

A EDP Renováveis (EDPR) assegurou dois contratos para projetos eólicos no Reino Unido, a 15 anos, num total de 56 megawatts (MW) depois de um leilão, segundo um comunicado publicado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Segundo a nota, a EDP, através da sua subsidiária EDPR, “no âmbito do leilão Allocation Round 5 no Reino Unido promovido pelo Department for Energy Security and Net Zero” ganhou “dois projetos eólicos onshore em desenvolvimento, com uma capacidade de 56 MW”.

Os projetos foram “atribuídos com Contracts for Difference (CfD)”, ou seja, um contrato de tarifa garantida, a um preço nominal em 2023 de 70,7 libras/MWh (preço nominal em 2012 de 52,29 libras/MWh), “indexado à inflação, por um período de 15 anos, com início em 2027”.

O preço nominal em libras em 2023 corresponde a cerca de 82 euros/MWh (megawatts hora) ao câmbio atual. Segundo a EDP, “os dois projetos eólicos em causa, Ben Sca (41 MW) e Lurg Hill (15 MW), estão localizados na Escócia e estima-se que entrem em operação até 2026”.

A EDP indicou que “tem assegurados 8,9 GW [gigawatts] de capacidade adicionada total em energias renováveis para o período 2023-2026 (operacionais, em desenvolvimento ou com decisão final de investimento), o que representa cerca de 52% dos cerca de 17 GW estabelecidos para a EDP Renováveis como objetivo para o período de 4 anos”.

O grupo recordou que “o plano de investimentos da EDP, o qual promove a transição energética através da produção de energias renováveis, tem por base um critério de risco/retorno seletivo e disciplinado”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Incêndio em Odemira causou prejuízo de 7 milhões em habitações

  • Lusa
  • 8 Setembro 2023

"Chegámos, mais ou menos, a um valor entre os nove e os 11 milhões de euros de prejuízos globais", adiantou o autarca. Desta valor, cerca de sete milhões foram danos em casas do concelho.

O incêndio no concelho de Odemira (Beja), em agosto, causou danos de sete milhões de euros em habitações, adiantou o presidente do município, confirmando que o prejuízo total será “entre os nove e os 11 milhões de euros”.

Estamos a falar de 2,7 milhões de prejuízos na área do turismo, mas também à volta de sete milhões de prejuízos nas habitações, o que é, de facto, esmagador”, disse esta sexta-feira à agência Lusa o presidente da autarquia, Hélder Guerreiro (PS), após a sessão solene comemorativa do Dia do Município.

Depois de, no início da semana, ter estimado que os prejuízos causados pelo incêndio que deflagrou no concelho em 5 de agosto poderiam rondar os 10 milhões de euros, o presidente da câmara municipal confirmou que “o processo de levantamento dos valores em causa está basicamente terminado”.

“Chegámos, mais ou menos, a um valor entre os nove e os 11 milhões de euros de prejuízos globais”, avançou. Grande parte deste montante, “à volta de sete milhões”, diz respeito a prejuízos nas habitações. Segundo o autarca, trata-se de habitações “que sofreram danos, algumas totais, mas muitas parciais”.

A tudo isto há ainda que “juntar as contas feitas pela agricultura, que ainda não temos”, continuou o presidente do município do litoral alentejano. Os valores finais dos prejuízos serão apresentados pela Câmara de Odemira, no próximo dia 12, à ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que estará no concelho nesse dia.

O presidente da autarquia espera que a governante confirme na altura a disponibilidade do governo para avançar com apoios financeiros aos lesados. “Espero [apoios financeiros] e penso que este governo tem tido nesta situação uma postura de bom senso e de trabalho com transparência e verdade connosco”, disse.

Ainda assim, Hélder Guerreiro reconheceu à Lusa que haverá “situações que, porventura, podem vir a não ser objeto de apoio, nomeadamente habitações secundárias ou que não tinham o processo legal completo”. “Para isso vamos também tentar encontrar soluções com as pessoas”, afirmou.

De momento, acrescentou, a autarquia já começou a “trabalhar naquilo que é a prevenção, nomeadamente linhas de água que estão obstruídas”. “Há todo um trabalho que já iniciámos de reabilitação das linhas de água e também de algumas encostas, que precisam de um trabalho de prevenção de escorrências e de desmoronamentos”, disse.

O incêndio no concelho de Odemira teve início no dia 5 de agosto e foi dado como dominado às 10:15 do dia 09, seis dias depois de ter deflagrado numa área de mato e pinhal na zona de Baiona, na freguesia de São Teotónio. O fogo chegou a entrar nos municípios algarvios de Monchique e Aljezur e a área ardida ascende a cerca de 8.400 hectares, num perímetro de 50 quilómetros.

Na sessão solene do Dia do Município, realizada na manhã de hoje, o presidente da Câmara de Odemira recordou os dias do incêndio, agradecendo “a entrega de todos os agentes envolvidos no combate” às chamas e elogiando “o incrível movimento de solidariedade que foi além do concelho”. “São estas e outras experiências que fazem de Odemira um concelho de gentes que não se acomodam e fazem das suas aparentes desvantagens, forças”, concluiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Auditoria ao Estádio de Espinho segue para o TdC e MP devido a “ilegalidades”

  • Lusa
  • 8 Setembro 2023

“As conclusões apontam para a existência de ilegalidades e violações ao Código dos Contratos Públicos, que decorrem de vários erros e falhas do projeto", indica a autarquia.

A Câmara de Espinho anunciou esta sexta-feira que vai remeter para o Tribunal de Contas e Ministério Público as conclusões da autoria à empreitada do Estádio Municipal de Espinho, após apurar “ilegalidades e violações” na obra no anterior mandato autárquico.

A informação consta do comunicado remetido à Lusa pelo gabinete da presidência dessa autarquia do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto, que agora é liderada pela socialista Maria Manuel Cruz, após a renúncia de Miguel Reis (PS) ao cargo por alegada corrupção em interesses imobiliários e idênticas suspeitas sobre o seu antecessor Joaquim Pinto Moreira (PSD).

O relatório realizado pelo Instituto da Construção seguirá igualmente para a Direção-Geral das Autarquias Locais, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e o Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro, devido às “evidências” apuradas pela auditoria técnica e financeira desenvolvida desde março de 2023.

As conclusões apontam para a existência de ilegalidades e violações ao Código dos Contratos Públicos, que decorrem de vários erros e falhas do projeto, nomeadamente a necessidade de rever e reforçar as estruturas de betão e as fundações daquela infraestrutura, que, segundo o projeto lançado e contratualizado ainda no anterior mandato autárquico, não suportariam o peso das bancadas”, explica a autarquia.

Propondo-se informar as autoridades “com caráter de urgência”, o atual executivo admite “a impossibilidade de avançar com novos trabalhos complementares já identificados como necessários e que resultam também eles de falhas e erros do projeto”, nomeadamente no que concerne a drenagens, movimentações de solo para o campo relvado e consolidação de terrenos para apoio a muros.

“O relatório confirma ainda que a empreitada do Estádio Municipal de Espinho avançou sem incluir a iluminação do campo de jogos, a ligação das redes hidráulicas à rede pública ou os arranjos exteriores da zona envolvente”, acrescenta o comunicado, dando como exemplo a “desadequação de elementos da estrutura metálica que deveria suportar a cobertura da bancada e o facto de o acesso a uma das bilheteiras estar implantado em terrenos que não pertencem à autarquia”.

A Câmara refere ainda que várias recomendações anotadas pela equipa de revisão da obra “não foram consideradas pela equipa projetista” e que no plano da empreitada se verifica “a ausência de referências ao relatório geológico e geotécnico” sobre a estabilidade da infraestrutura.

Face a essas e outras questões, a auditoria demonstra que a obra anunciada em 2018 por 2,5 milhões de euros, com quatro bancadas cobertas, e adjudicada em 2020 por 4,5 milhões, só com uma, foi mesmo assim orçamentada por baixo. “O valor de sete milhões de euros é exatamente aquele que é projetado pelo Instituto da Construção como sendo necessário para a conclusão da obra “, diz a autarquia, notando que a esse montante ainda acrescem custos de funcionamento com torres de iluminação, arranjos exteriores, ligação às redes de água e a bilheteira em terreno contíguo.

O executivo de Maria Manuel Cruz pretende agora a rápida intervenção das entidades a que remeteu a auditoria para “resolução dos entraves jurídicos e legais que resultam dos factos apurados e que impedirão a continuidade e a conclusão da obra”.

Citada no comunicado, a presidente considera que “fica claro que esta empreitada, financiada a 100% pela autarquia, foi lançada à pressa em vésperas de eleições e com toda a megalomania, sem salvaguardar a capacidade financeira e técnica do município para lançar, acompanhar e executar a obra, comprometendo gravemente a possibilidade de tornar o Estádio de Espinho uma realidade e colocando a Câmara numa situação financeira extremamente debilitada, que condiciona diretamente a sua capacidade de intervenção e o funcionamento dos seus serviços”.

Nessa perspetiva, a autarca reconhece a “importância do equipamento” destinado a ser casa do Sporting Clube de Espinho e palco de eventos culturais, mas assume a possibilidade de uma “reformulação profunda do projeto em curso”, o que poderá passar por adiar a execução de “valências não essenciais como os camarotes VIP” inicialmente previstos para a abertura do estádio.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ucrânia rejeita suavizar sanções à Rússia em troca de regresso a acordo de cereais

  • Lusa
  • 8 Setembro 2023

"Debilitar parte do regime de sanções contra a Federação russa em troca do restabelecimento do acordo dos cereais seria um triunfo da chantagem alimentar russa", defendeu Kiev.

O Governo ucraniano rejeitou esta sexta-feira o levantamento de parte das sanções internacionais impostas à Rússia em troca de um regresso de Moscovo ao acordo que permita a exportação de cereais de três portos ucranianos do mar Negro.

Debilitar parte do regime de sanções contra a Federação russa em troca do restabelecimento do acordo dos cereais seria um triunfo da chantagem alimentar russa e um convite a novas vagas de chantagens por parte de Moscovo”, considerou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Oleg Nikolenko, na sua conta pessoal no Facebook.

O responsável ucraniano reagia à publicação no diário alemão Bild de uma carta que o secretário-geral da ONU, António Guterres, enviou ao ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, onde sugere o levantamento de parte das sanções em troca do regresso ao acordo dos cereais. A par das Nações Unidas, a Turquia foi um dos mediadores da Iniciativa do Mar Negro, acordo firmado em Istambul no verão de 2022 que permitiu a exportação de cereais por esta via marítima a partir de portos ucranianos. O acordo foi suspenso em meados de julho passado, após a saída unilateral de Moscovo.

A Rússia suspendeu o acordo após meses de críticas ao texto acordado, argumentando que os seus envios de produtos agrícolas e de fertilizantes estavam bloqueados pelas sanções ocidentais, impostas na sequência da invasão do território ucraniano em fevereiro de 2022.

A alegada proposta de Guterres incluiria o regresso dos bancos russos ao sistema internacional e movimento de capitais Swift, o fim do embargo a diversos investimentos russos na Europa e facilidade de acesso a portos europeus. O compromisso garantiria ainda que os navios russos não seriam atacados no mar Negro.

Desde o fim do acordo, a Rússia tem bombardeado intensamente os portos do sul da Ucrânia e seus silos de cereais, ao mesmo tempo que Kiev tem procurado rotas alternativas à exportação de produtos, para além de ataques a diversos portos e embarcações russas no mar Negro.

No seu comentário, Nikolenko solicita aos responsáveis internacionais que “continuem empenhados para que a Rússia volte a cumprir as suas obrigações” em vez e “reforçar a sua sensação de impunidade e estimular novas agressões com concessões”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Glovo falha acordo com mais um estafeta que exige contrato

Glovo não chegou a acordo com estafeta que exige ser reconhecido como trabalhador por conta de outrem. É o segundo estafeta a quem a plataforma recusa um contrato de trabalho.

Mais um processo, mais uma audiência, o mesmo resultado: a Glovo não chegou a acordo com o estafeta que exige ser reconhecido como trabalhador dependente, na audiência marcada para esta sexta-feira no Tribunal do Trabalho do Porto. É o segundo estafeta a quem a plataforma recusa um contrato de trabalho. Ambos os processos seguem, então, para a fase de contestação.

“Esta sexta-feira foi a primeira audiência do segundo processo, mas a empresa manteve irredutível em não querer negociar, e apesar do trabalhador estar disponível para ouvir, a empresa não apresentou qualquer proposta“, indicou ao ECO o advogado Francisco Pinho, que representa um conjunto de estafetas que, à luz das alterações recentes ao Código do Trabalho, estão a tentar ser reconhecidos como trabalhadores por conta própria, em vez de prestadores de serviços independentes.

A lei laboral já previa um mecanismo de presunção do contrato de trabalho, mas este não estava adaptado às características especiais da relação entre os estafetas e as plataformas digitais. Em maio, tudo mudou. Numa altura em que em diversos países se discute se está em causa ou não uma relação de trabalho dependente, em Portugal entrou em vigor um pacote de alterações legislativas, que abre a porta a que os estafetas sejam mesmo considerados trabalhadores das plataformas, desde que sejam identificados alguns indícios dessa subordinação. Por exemplo, se a plataforma fixar a retribuição, tiver poder disciplinar ou controlar a prestação da atividade, conforme já detalhou o ECO neste descodificador.

O primeiro processo fomentado por estas novas regras deu entrada em junho e a 13 de julho deu-se a primeira audiência nesse âmbito. Não foi possível, porém, chegar a acordo entre as partes. Ao ECO, Francisco Pinho já tinha explicado que, nesse caso, a plataforma de entregas nem apresentou uma contraproposta. O processo entrou, então, em fase de contestação.

Esta sexta-feira repetiu-se o cenário. Um segundo processo de um estafeta que quer ser reconhecido como trabalhador da Glovo chegou agora à fase da audiência, que decorreu esta tarde no Porto, mas a Glovo, diz o advogado, não aceitou a proposta, nem apresentou qualquer sugestão. O processo entra também em contestação.

No total, há, neste momento, cerca de dez processos de estafetas que estão em curso, sendo que, segundo o referido advogado, o número de ações deverá aumentar, tendo em conta o interesse demonstrado por outros estafetas.

As plataformas podem discordar da existência de uma relação de trabalho dependente. Nesse caso, têm de fazer prova de que o prestador de atividade trabalha com efetiva autonomia, sem estar sujeito ao controlo, poder de direção e poder disciplinar de quem o contrata.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Câmara da Covilhã aprova redução para metade das taxas urbanísticas

  • Lusa
  • 8 Setembro 2023

O corte de 50% em taxas até agora em vigor nas Áreas de Reabilitação Urbana vai passar a aplicar-se a quem quiser construir em qualquer localidade do concelho.

As taxas de operações urbanísticas no concelho da Covilhã para a construção de habitação e para a indústria vão ser reduzidas para metade do valor, anunciou esta sexta-feira o presidente do município, Vítor Pereira, no final da reunião privada do executivo. Segundo o autarca, o corte de 50% em taxas até agora em vigor nas Áreas de Reabilitação Urbana (ARU) vai passar a aplicar-se a quem quiser construir em qualquer localidade daquele concelho do distrito de Castelo Branco.

A redução também engloba as isenções já praticadas nas ARU, que passam a ter uma redução de metade sobre os 50% já previstos. Os benefícios atualmente só direcionados às empresas localizadas dentro de zonas industriais vão contemplar, no futuro, a isenção de taxas urbanísticas também foram dessas áreas, além de passarem a ser mais abrangentes.

As isenções abrangerão também as compensações: os equipamentos, as zonas verdes e o estacionamento. A isenção não é só para a estrutura, mas também para as compensações nos moldes em que estou a referir”, salientou o presidente. A Câmara da Covilhã aprovou esta sexta o Projeto de Regulamento de Taxas, Compensações e Outras Receitas do Município, que entra no período de consulta pública durante 30 dias, antes de voltar a ser analisado pelo executivo.

O autarca socialista, Vítor Pereira, vincou que “o espírito deste novo regulamento de taxas e licenças é de, por um lado, fomentar a recuperação de casas antigas e, por outro lado, beneficiar a indústria, o comércio e o turismo, atividades que têm muita importância no concelho e que vão ser objeto deste benefício fiscal”.

De acordo com o presidente do município, a medida representa para os cofres da autarquia “valores muito significativos, uma boa fatia do orçamento”. Embora tenha sublinhado que os valores não estão “quantificados ao pormenor”, prevê-se que seja uma verba de cerca de “um milhão de euros” que passam a entrar a menos na tesouraria da Câmara da Covilhã.

Apesar da “perda de receitas imediata”, assim que o novo regulamento entrar em vigor, Vítor Pereira destacou a “finalidade muito virtuosa da medida” e salientou que este é “um sinal de que agora vale ainda mais a pena investir e viver na Covilhã”.

“Pretendemos atrair, captar, suscitar a adesão e a vinda de industriais, de comerciantes, de construtores e de pessoas para o concelho da Covilhã. É um dois em um. Por um lado, atraímos atividade económica para criar riqueza, gerar emprego e boas condições de vida aos covilhanenses e, por outro lado, que a sua casa de habitação, sejam reconstruções ou novas construções, beneficie desta redução”, enfatizou o presidente do município.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sindicatos avançam com “centenas de ações” contra bancos

SBN, SBC e MAIS Sindicato querem que o Santander, Novo Banco, BPI e Montepio corrijam a regra que aplicam na distribuição da pensão de reforma a cargo da Segurança Social.

Os bancos Santander, Novobanco, BPI e Montepio vão ser alvo de “centenas de ações” a dar entrada nos tribunais “nos próximos meses”, garantem em comunicado o Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal (SBN), Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) e Mais Sindicato. Em causa está um diferendo sobre o cálculo para a pensão de reforma no caso de bancários reformados que descontaram para a Segurança Social.

“Após mais de duas centenas de decisões judiciais favoráveis à tese sustentada pelos SBN, SBC e MAIS Sindicato, estes sindicatos enviaram uma comunicação aos Bancos Santander, Novobanco, BPI e Montepio, no sentido de corrigirem a regra que aplicam na distribuição da pensão de reforma a cargo da Segurança Social, no caso de bancários reformados que descontaram para este regime fora e dentro do setor”, informam os sindicatos em comunicado.

Segundo os sindicatos, para os tribunais, “com especial relevo para o Tribunal Constitucional, Supremo Tribunal de Justiça e Relações de Coimbra, Évora, Lisboa, Porto e Guimarães”, a “regra de três simples é a única que merece acolhimentos legal e constitucional.” Nesse sentido, dizem, “tendo os bancos conhecimento da razão que assiste
aos sindicatos, encontram-se a ser instruídas centenas de ações para dar entrada nos tribunais nos próximos meses.”

A perpetuação da presente situação, que consubstancia um corte ilegal na pensão de reforma dos bancários em causa, face aos custos inerentes, não poderá deixar de ser ponderada e tomada em conta na análise que, consideram, os bancos deverão fazer com a abertura do presente ano judicial”, apontam ainda os sindicatos em comunicado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.