Rui Gomes substitui Domingos de Andrade na direção da TSF

A alteração surge na sequência da entrada em funções, esta semana, da nova administração da Global Media. O cargo de diretor-geral editorial deixa de existir no grupo, sabe o +M.

Domingos de Andrade vai deixar a direção da TSF. O até esta semana também administrador do grupo será substituído por Rui Gomes, que assume as funções de diretor-geral da rádio da Global Media.

“Abraço este projeto pela oportunidade que me foi dada em participar e liderar um dos principais pilares, daquele que estou certo, será o mais ambicioso projeto de relançamento e reforço de um Grupo de Media nos últimos anos em Portugal“, começa por dizer, citado em comunicado ao qual o +M teve acesso, Rui Gomes.

“Um projeto com os olhos postos não só no mercado nacional, mas também, em todo o espaço da língua portuguesa. No caso concreto da TSF, o investimento terá como foco o seu reforço em todas as áreas com vista à sua modernização, crescimento e honrando um percurso de uma marca de que todos nos orgulhamos”, prossegue o jornalista, que fez parte da equipa inicial da TSF, na qual permaneceu cerca de 15 anos.

Atualmente Rui Gomes era produtor independente de rádio e conteúdos digitais e professor de Jornalismo Radiofónico na ESCS de Lisboa. O profissional foi também vogal da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), indicado pelo PS, função à qual renunciou em fevereiro de 2017.

A Global Media Group (GMG) agradece a Domingos Portela Andrade, que cessa as suas funções de Diretor Editorial da TSF, todo o empenho e dedicação mostrados ao longo do tempo em que exerceu estas funções”, termina o grupo no comunicado.

Domingos de Andrade, recorde-se, foi nomeado responsável editorial de todas as marcas do Global Media Group, e diretor da TSF, em novembro de 2020. Nessa altura, Rosália Amorim assumiu a direção do Diário de Notícias, que passou a diário em dezembro desse ano, e Inês Cardoso do Jornal de Notícias.

Na nova estrutura, e ao que o +M apurou, não vai existir a função de diretor-geral editorial.

José Paulo Fafe, Diogo Agostinho e Filipe Nascimento, recorde-se, foram esta terça-feira nomeados membros do conselho de administração do Global Media Group (GMG), dono do Diário de Notícias, Jornal de Notícias, TSF e O Jogo, saindo Domingos de Andrade e António Saraiva da administração.

José Paulo Fafe, até ao final de maio administrador do Tal & Qual, foi indicado pelo WOF (World Opportuny Fund), fundo que entrou, com uma participação de 38%, no capital da Páginas Civilizadas, empresa de Marco Galinha, que por sua vez reforçou para 50,25% a sua participação no Global Media Group. De acordo com a informação à qual o +M/ECO teve acesso, está previsto que o fundo aumente ainda mais a sua participação na Páginas Civilizadas.

Nesta quinta-feira, os membros eleitos do Conselho de Redação, a Comissão Mista e os delegados sindicais da TSF manifestaram preocupação com os desenvolvimentos na Global Media, que culminou com a saída de Domingos de Andrade do Conselho de Administração do grupo, e manifestaram “inequívoco apoio à direção da TSF e, em especial, ao diretor Domingos de Andrade”, defendendo “que, dentro de um quadro adverso e de muitas limitações, tem conseguido não só registar melhorias na situação financeira da rádio, mas, sobretudo, imprimir uma dinâmica de recuperação do prestígio da marca TSF, fundamental para a GMG”.

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+M

Ana Gomes condenada a pagar oito mil euros a Mário Ferreira por difamação

  • Lusa
  • 8 Setembro 2023

A magistrada considerou que o uso do termo "escroque" não foi uma "mera crítica severa" porque afetou a "imagem e credibilidade" do empresário perante todos os que leram o tweet de Ana Gomes.

A antiga eurodeputada Ana Gomes foi esta sexta-feira condenada a pagar uma multa de 2.800 euros e uma indemnização de oito mil euros ao empresário Mário Ferreira por o ter apelidado de “escroque” num tweet. “Visou atingir o assistente [Mário Ferreira] como empresário, mas também como pessoa e como cidadão com reflexos na sua vida”, disse a juíza do Tribunal do Bolhão, no Porto, onde foi lida a sentença.

Além disso, a magistrada considerou que o uso do termo “escroque” não foi uma “mera crítica severa” porque afetou a “imagem e credibilidade” do empresário perante todos os que leram o tweet. A 18 de fevereiro de 2022, Ana Gomes começou a ser julgada por difamação agravada a Mário Ferreira, na sequência de um longo contencioso entre ambos.

Em causa estavam considerações sobre o empresário do grupo Mystic Invest/Douro Azul e da TVI, produzidas pela ex-eurodeputada na estação de televisão SIC Notícias e na rede social Twitter, na sequência de investigações e buscas relacionadas com a subconcessão do Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) e com negócios de navios.

Reagindo a um ‘tweet’ do primeiro-ministro, António Costa, após participar em 07 de abril de 2019 no batismo do MS World Explorer (paquete construído nos ENVC por iniciativa do grupo Mystic Invest), a também ex-candidata presidencial Ana Gomes lamentou que o chefe do Governo tratasse como grande empresário um “notório escroque/criminoso fiscal”, além de classificar a venda do ferryboat Atlântida como “uma vigarice”.

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Passo a passo, saiba como candidatar-se ao cheque de 750 euros para formação digital

Arrancaram hoje as candidaturas ao cheque de formação digital, que dará até 750 euros aos trabalhadores que queiram reforçar as suas competências nessas áreas. Pedido deve ser feito online.

estão abertas as candidaturas à medida desenhada pelo Governo para reforçar as competências digitais dos trabalhadores portugueses. Chama-se cheque de formação digital e terá o valor máximo de 750 euros. O pedido deve ser feito online, através do portal do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

“Estão abertas as candidaturas ao Cheque Formação Digital, criado pelo Governo para apoiar e reforçar o desenvolvimento das competências digitais dos trabalhadores. Financiada pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), esta medida destina-se a todos os trabalhadores que concluam ações de formação na área digital”, anunciou o Ministério do Trabalho esta sexta-feira.

Convém explicar, então, como se processam estas candidaturas.

Primeiro, tem de aceder ao portal online do IEFP, no qual tem de fazer o seu registo. Para isso, pode recorrer às credenciais que utiliza na Segurança Social Direta ou através da Autenticação Gov. Se já está registado no portal online do IEFP, basta-lhe entrar na sua conta.

Ultrapassado este passo, na sua conta deverá escolher o perfil de candidato. Depois, há que clicar no botão “apoios e incentivos“, que aparece na barra no topo da página, o que resultará na abertura de um menu. Aí, clique em “formação” e depois selecione o “cheque formação digital“.

Chegado a esta página, à direita encontrará um botão para submeter a candidatura, que lhe dará acesso ao formulário que precisa de preencher. Esse formulário contém quatro separadores.

No primeiro, aparecem-lhe os seus dados pré-preenchidos, com base na informação que já cedeu à Administração Pública noutras ocasiões. Preencha apenas os espaços ainda vagos (nomeadamente aqueles relativos à sua situação profissional) e confirme que a demais informação está completa e atualizada.

Já preencheu os dados em falta? No fim da página, encontrará um botão para “validar” a informação preenchida. Clique nesse botão, antes de passar ao próximo separador.

O segundo separador visa caracterizar a ação de formação que pretende ver apoiada por esta medida: deve, então, identificar a entidade formadora, o local da formação onde irão decorrer as sessões presenciais e o regime (presencial ou misto). É também nesse separador que deve indicar se o cheque vai cobrir uma ação de formação por iniciar ou já concluída à data da candidatura. Mais uma vez, valide a informação antes de passar ao próximo passo.

No terceiro separador, terá de apresentar a documentação necessária para ter acesso ao cheque em questão, isto é, nomeadamente, o comprovativo do IBAN, a memória justificativa da necessidade da formação e os comprovativos de situação contributiva regularizada perante a Segurança Social e a Autoridade Tributária.

Valide e prossiga para o último separador. Aí o candidato tem de declarar a veracidade das informações apresentadas nas etapas anteriores. Basta agora submeter, no canto inferior direito dessa página.

Ainda com dúvidas? O IEFP preparou um tutorial em vídeo, que pode ver abaixo ou aqui.

Este cheque é destinado a todos os trabalhadores “independentemente do vínculo”, isto é, sejam eles dependentes de uma entidade empregadora, independentes, empresários em nome individual ou sócios de sociedade unipessoais.

O apoio máximo a receber por cada trabalhador, por ano, é de 750 euros, independentemente do número de formações, isto é, cada candidato pode apresentar vários pedidos para apoio à formação, mas estes devem ser sequenciais e não simultâneos. As candidaturas são avaliadas à luz do regulamento da medida e são aprovadas “até ao limite anual da dotação orçamental“.

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Portugal e Itália em sintonia sobre política externa e relações bilaterais

  • Lusa
  • 8 Setembro 2023

Na reunião dos dois chefes da diplomacia as atenções não estiveram focadas na Ucrânia, mas em “explorar ideias de cada lado sobre os desafios do Sahel e do norte de África”.

Os chefes de diplomacia de Portugal e Itália reuniram-se esta sexta-feira em Roma e concordaram que os dois países têm “visões bastante convergentes” tanto sobre a situação geopolítica internacional, como sobre um reforço das relações económicas bilaterais.

Em declarações por telefone à Lusa depois do encontro com o seu homólogo italiano, Antonio Tajani, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, indicou que a reunião serviu para “fazer o ponto da situação e identificar oportunidades no relacionamento bilateral entre Portugal e Itália” e “comparar as ideias” sobre os desafios com que se confrontam, “particularmente enquanto União Europeia” (UE), em várias partes do mundo.

“No que diz respeito à relação bilateral, ela é muito boa. Não tem nenhuma dificuldade. Temos claramente potencial para fazer melhor em termos da relação económica e, para isso, combinámos estreitar relações entre as nossas agências de promoção do comércio e comércio exterior, portanto a AICEP no nosso caso e a congénere italiana”, indicou. “Somos países com economia de mercado livre, economia aberta, e, portanto, não damos instruções às nossas empresas, mas as nossas agências podem ajudar a identificar oportunidades”, justificou.

Sobre “o relacionamento da UE com outras partes do mundo”, o chefe da diplomacia portuguesa assinalou que hoje as atenções não estiveram tão focadas na Ucrânia, “porque há grande convergência de visões” entre os dois países sobre a Ucrânia, mas sobretudo em “explorar ideias de cada lado sobre os desafios do Sahel e do norte de África”.

A discussão teve como pano de fundo “a situação relacionada com o golpe de Estado no Níger, que se segue a golpes de Estado no Mali e no Burquina Faso, e que cria, portanto, toda uma faixa extremamente extensa do Sahel em que há regimes militares que têm demonstrado pouca capacidade de se confrontar com o desafio do terrorismo”, declarou João Gomes Cravinho, acrescentando que também foi abordado o Magrebe, onde se verifica “uma situação muito delicada, seja na Líbia, seja na Tunísia”.

Acreditamos, tanto um como o outro, que os ultimatos que têm sido feitos, no norte de África e na região do Sahel, não têm produzido resultados que sejam úteis para a política externa europeia, e que, portanto, precisamos de uma abordagem nova e uma abordagem focada mais no futuro do que em recuperar aquilo que não é recuperável em relação ao passado”, disse.

Segundo o ministro, “é muito importante a CEDEAO [Comunidade Económica dos Países da África Ocidental) ser valorizada enquanto organização regional africana”, e estabelecer o diálogo, pois “os militares devem estar nas casernas quando não estão ocupados a combater as ameaças terroristas e não devem estar envolvidos na política”.

Agora, nós, para fazer regressar os militares às casernas, temos de ter um caminho que só pode passar pelo diálogo”, insistiu, indicando que Portugal e Itália são “países particularmente atentos àquilo que se passa na região do Sahel”, comentando que, também neste caso, as suas posições são “bastante convergentes”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros indicou que ainda que teve oportunidade de discutir as relações com a China com o seu homólogo italiano, que acabou precisamente de regressar de Pequim, afirmando que também aqui há “bastante convergência” no entendimento de que “as relações com a China estão numa fase em que a dinâmica, precisamente por ser dinâmica, não é fácil”, mas Portugal e Itália entendem que devem “estar entre os países que contribuem para uma relação positiva entre a China e a UE”.

Sublinhando que se trata de “uma relação em que a UE também estabelece aquilo que são as suas prioridades, os seus limites, os seus interesses e as suas linhas vermelhas”, o ministro apontou que, por outro lado, há também que “procura estimular um contacto positivo com a China”, que é “um parceiro em algumas matérias particularmente importantes para a Europa”.

“Não devemos imaginar que o mundo está destinado a uma clivagem bipolar entre China”, reiterou, rejeitando essa ideia fatalista de que esse é um cenário “que se vai materializar de uma maneira que nós não podemos evitar”. “Interessa-nos, enquanto europeus, criar circunstâncias para um contributo positivo da China para a globalização destes próximos anos, que será diferente da globalização dos anos anteriores”, declarou João Gomes Cravinho.

Também Antonio Tajani, que recorreu à rede social X (ex-Twitter) para fazer um balanço da reunião com o chefe da diplomacia portuguesa, destacou a grande sintonia entre Portugal e Itália nas diferentes matérias hoje abordadas no encontro de trabalho em Roma.

“Itália e Portugal estão plenamente de acordo sobre as prioridades da política externa, começando pela luta contra a migração irregular em África e no Mediterrâneo, e no relançamento com a América Latina. O nosso objetivo é reforçar ainda mais as excelentes relações económicas”, escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano.

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Mulheres debatem empreendedorismo no feminino

Evento visa "dar voz e palco a empreendedoras que se destacam pela sua capacidade de reinventar negócios, por uma nova abordagem ao papel social das empresas".

Com o “grande desafio” de aumentar a participação das mulheres no mundo empresarial, em particular nos setores da tecnologia e indústria, o Óbidos Parque organiza, nos dias 12 e 13 de setembro, o evento online de empreendedorismo feminino, “Dare to Boost your Tech”.

“Dar voz e palco a empreendedoras que se destacam pela sua capacidade de reinventar negócios, por uma nova abordagem ao papel social das empresas e pelo posicionamento diferenciado que conquistaram” é também outro dos propósitos deste evento online que já vai na segunda edição. A primeira iniciativa do género decorreu em julho e contou com a participação de cerca de três dezenas de mulheres.

Este será um evento imersivo de dois dias, num total de 15 horas de trabalho, distribuídas pelas mais diversas dimensões do mundo empresarial, desde Mindset e ferramentas cognitivas ou acesso a recursos e ferramentas, sustentabilidade e regeneração de projeto, ou até mentoria, comunicação e marca pessoal.

Esta iniciativa destina-se a mulheres empreendedoras, empresárias e executivas em empresas que procuram abrir o seu próprio negócio, atualizar conhecimentos no domínio dos negócios, e abraçar uma nova carreira ou impulsionar ainda mais a que têm.

Em “palco” estarão seis oradoras convidadas: Sandra Correia, empreendedora, mentora de negócios e mental coach; Cathia Ziebel, coach, facilitadora e empreendedora, fundadora da OppidHum e co-coordenadora do UTransForm Lab; Helga Saraiva-Stewart, fundadora do SalesShaker e da Lead-Results. Assim como Catarina Miguel Martins, empreendedora, fundadora da Maroong & Drive Impact; Edite Pereira, empreendedora, consultora na área fiscal e gestão financeira e ainda fundadora da EGIS; e Ângela Teixeira, consultora de comunicação e CEO da TF Consulting.

O Dare to Boost your Tech insere-se no âmbito do ciclo de ações de apoio à iniciativa empresarial que o Óbidos Parque iniciou em julho deste ano, no âmbito da rede Advance Premier – Programa de Estímulo Empresarial.

Cofinanciado pelo Portugal 2020, no âmbito do Programa Operacional do Centro – Fundo Social Europeu, o projeto Premier envolve a Obitec – Associação Óbidos Ciência e Tecnologia (entidade gestora do Óbidos Parque – Parque Tecnológico de Óbidos), a Nerlei- Associação Empresarial da Região de Leiria (promotor líder), o Politécnico de Leiria, a OPEN – Incubadora D. Dinis e a Startup Leiria – Associação para a Promoção do Empreendedorismo, Inovação e Novas Tecnologias.

Segundo a organização do evento, o Premier “visa promover o empreendedorismo da Região Centro, potenciando a adaptação das empresas e empreendedores à mudança, estimulando a iniciativa empresarial e apoiando a criação de novas empresas, orientadas para as fileiras da saúde e bem-estar e de engineering & tooling (engenharia e ferramentas)”.

O ciclo de ações de apoio à iniciativa empresarial culminará com o Innovation Gym, um conjunto de sessões coletivas de cross innovation de geração de ideias, desenvolvidas através da interação entre pessoas e empresas.

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Gasóleo sobe quatro cêntimos e gasolina desce um na próxima semana

Na próxima semana, quando for abastecer, deverá pagar 1,760 euros por litro de gasóleo simples e 1,862 euros por litro de gasolina simples 95.

Na próxima semana, os preços dos combustíveis vão ter comportamentos diferentes, por isso, se o seu carro é a gasóleo mais vale abastecer já, mas se é a gasolina espere por segunda-feira. Fonte do mercado avançou ao ECO que o litro de gasóleo, o combustível mais usado em Portugal, deverá subir quatro cêntimos, e a gasolina descer um.

A partir de segunda-feira, quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,760 euros por litro de gasóleo simples e 1,862 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). É preciso recuar a 14 de novembro do ano passado para encontrar o preço do gasóleo em valores mais elevados e a 17 de outubro para encontrar exatamente o mesmo valor pago pelo litro de gasolina.

Estes preços já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras e a revisão das medidas fiscais temporárias para ajudar a mitigar o aumento dos preços dos combustíveis. O Governo manteve os apoios aos combustíveis que vigoraram em agosto, apesar do aumento dos preços, que representaram um agravamento em dois cêntimos a taxa de carbono no gasóleo e em 1,8 cêntimos na gasolina face a julho.

Os preços podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo brent esta sexta-feira e o comportamento do mercado cambial. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. E é de recordar que os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

Esta evolução dos preços dos combustíveis surge depois de, esta semana, se ter registado uma descida de 0,4 cêntimos no gasóleo e de os preços da gasolina não terem sofrido qualquer alteração. Descidas inferiores à expectativa do mercado que apontava para uma redução de um cêntimo no gasóleo e meio cêntimo na gasolina. A gasolina não descia há nove semanas consecutivas, ou seja, os consumidores viram os preços subir 22,4 cêntimos nessas semanas.

Os preços do brent sobem 0,60% esta sexta-feira para os 90,46 dólares por barril, depois de atingirem máximos de dez meses no início desta semana, na sequência da decisão de Riade e de Moscovo de prolongar os cortes voluntários de fornecimento de 1,3 milhões de barris por dia (bpd) até ao final do ano.

Os preços caminham para a segunda semana consecutiva de ganhos. E se o corte na produção inflaciona os preços, os mercados continuam preocupados com o desempenho da economia chinesa – considerada crucial para sustentar a procura de petróleo durante o resto do ano –, que apresenta uma recuperação pós-pandemia mais lenta do que o esperado, com as promessas de estímulo a ficaram aquém das expectativas.

Evolução do preço do Brent em Londres

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Costa no Chile para expandir energias renováveis

  • Lusa
  • 8 Setembro 2023

O primeiro-ministro terá ao fim da manhã de domingo um encontro com empresários portugueses investidores no mercado chileno, principalmente ligados às áreas da energia.

A deslocação do primeiro-ministro ao Chile, entre domingo e segunda-feira, para participar nos 50 anos do golpe militar neste país, inclui também uma dimensão económica com o objetivo de expandir negócios, sobretudo nas energias renováveis.

Nesta sua segunda visita ao Chile – a primeira foi em junho de 2017 –, António Costa terá ao fim da manhã de domingo um encontro com empresários portugueses investidores no mercado chileno, principalmente ligados às áreas da energia, construção, agroalimentar, seguros e consultoria.

Segundo fonte do executivo, estarão presentes no encontro representantes de empresas como a Atlas MGA (seguradora), Berd (construção de pontes modelares), Catari (construção), EDP Renováveis, Efacec, Fidelidade (seguros), Procesl/Quadrante (engenharia e consultoria), Readiness IT (consultoria informática), REN, Sogrape (vinhos, Sovena (azeite), Sugal (agroindústria de concentrado de tomate) e transitex (logística).

De acordo com dados fornecidos pelo Governo português, o Chile é o segundo destino do investimento direto português na América Latina e Caraíbas, depois do Brasil.

Desde a deslocação ao Chile em 2017, segundo a mesma fonte, o stock de investimento mais que duplicou, passando de 184 milhões de euros para 421 milhões de euros em dezembro de 2022, destacando-se empresas de capitais nacionais nos setores das renováveis, agroalimentar e digital. Atualmente há cerca de 40 empresas portuguesas com presença direta no mercado chileno.

Em termos de setores económicos, o executivo português coloca entre as suas principais prioridades as energias renováveis, já que o Chile é atualmente o segundo maior produtor de lítio, com cerca de 39.000 toneladas métricas em 2022. As suas reservas são consideradas as maiores do mundo, com 9,3 milhões de toneladas métricas.

“Pela sua dimensão, geografia e disponibilidade de recursos naturais, o Chile apresenta um elevado potencial para as energias renováveis, com destaque para a fotovoltaica, eólica, biomassa e geotérmica. O Chile definiu o objetivo de produzir 20% da sua energia de fontes não hídricas até 2025 e atingir os 70% até 2050″, observa fonte do executivo de Lisboa.

Em particular no eólico e solar, as empresas de capital português EDP Renováveis, CJR Renewables, Efacec e NS Construcciones têm neste momento uma carteira de projetos em execução superior a 200 milhões de euros, empregando mais de 200 trabalhadores e técnicos qualificados. Para o Governo português, “o elevado potencial eólico e solar do Chile faz com que este país se posicione como um ator global relevante na exportação de hidrogénio verde”.

A componente económica, de resto, ocupou parte substancial do programa de António Costa na sua primeira visita oficial ao Chile em 2017. Num seminário económico em Santiago do Chile, o primeiro-ministro deixou uma mensagem aos investidores chilenos, dizendo-lhes que produzir em Portugal “é estar a produzir no mercado da União Europeia”.

Durante essa visita, salientou também o reforço da cooperação com o Chile nas áreas da prevenção e combate a incêndios florestais e referiu-se à “eterna dívida de gratidão” resultante da morte em Portugal de sete bombeiros chilenos. “O Chile já perdeu sete dos seus filhos ajudando Portugal a combater incêndios. Dois bombeiros morreram em 2003 e cinco outros em 2006. Esta é uma dívida que teremos para sempre, como gesto de grande solidariedade do povo chileno em relação a nós”, declarou.

Este ano, Portugal esteve envolvido na resposta ao pedido de ajuda do Chile para combater os incêndios florestais que assolaram o país – mais de 250 fogos que consumiram 430 mil hectares e causaram 26 mortos. De acordo com fonte diplomática nacional, a solidariedade manifestada por Portugal “foi reconhecida pelo Presidente do Chile, Gabriel Boric, na última Cimeira Ibero-Americana”.

O apoio de Portugal consistiu no envio de 144 elementos oriundos da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, da Força Especial de Proteção Civil, da Guarda Nacional Republicana, do Instituto de Conservação da Natureza e dos Corpos de Bombeiros, em coordenação com o Mecanismo Europeu de Proteção Civil.

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Trabalhadores do setor das carnes em greve na segunda-feira

  • Lusa
  • 8 Setembro 2023

A paralisação tem como objetivo a negociação de um contrato coletivo de trabalho, "pela defesa dos direitos e melhores condições de trabalho", bem como por "aumentos salariais dignos".

Os trabalhadores do setor das carnes estão em greve na próxima segunda-feira, reivindicando aumentos e melhores condições de trabalho, de acordo com um comunicado do Sindicato Nacional da Indústria Alimentar (Stiac).

Na nota, a estrutura sindical indicou que os trabalhadores irão “realizar no próximo dia 11 de setembro [segunda-feira] uma greve nacional com concentração à porta da associação patronal APIC (Associação Portuguesa dos Industriais das Carnes) no Montijo”.

A paralisação tem como objetivo a negociação de um contrato coletivo de trabalho, “pela defesa dos direitos e melhores condições de trabalho”, bem como por “aumentos salariais dignos”. Os trabalhadores exigem um salário mínimo “de 850 euros com efeitos imediatos”, o fim da precariedade, progressões na carreira, o dia de aniversário do trabalhador ou do filho até 12 anos e 25 dias de férias.

As reivindicações incluem ainda melhores condições de trabalho, a negociação do caderno reivindicativo, um acordo de empresa, diuturnidades para todos os trabalhadores, a atualização do subsídio de alimentação para sete euros por dia e um horário de trabalho de 35 horas semanais.

Segundo o Stiac, “a concentração de protesto será realizada durante a manhã do dia 11 setembro”, junto à empresa Izidoro com desfile até a associação patronal (APIC), no Montijo. O protesto contará com a presença da CGTP e outros sindicatos envolvidos, de acordo com a nota.

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Serviços dos Registos com constrangimentos informáticos desde terça-feira

  • Lusa
  • 8 Setembro 2023

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e do Notariado diz que há alturas em que "não se consegue trabalhar" e que os constrangimentos informáticos "têm sido cada vez mais frequentes".

O Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e do Notariado (STRN) revelou esta sexta-feira que desde terça-feira “continuam os constrangimentos informáticos” que dificultam o acesso às aplicações que suportam os diversos registos: predial, civil, comercial, automóvel e nacionalidade.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do STRN, Arménio Maximino, referiu que habitualmente quando há constrangimentos nos sistemas informáticos dos tribunais – na terça-feira a plataforma Citius esteve indisponível, provocando o adiamento de julgamentos e diligências, também a mesma situação se verifica nos Registos apesar de a plataforma informática ser diferente.

A explicação, adiantou, estará nos problemas que afetam os servidores que servem ambas as plataformas (dos tribunais e dos registos). Além dos constrangimentos e dificuldades descritas, disse, também se registam problemas no acesso aos emails enviados pelos utentes dos vários serviços dos Registos.

Segundo Arménio Maximino, há alturas em que “não se consegue trabalhar” e os constrangimentos informáticos “têm sido cada vez mais frequentes”.

“Este é um cenário que se repete cada vez mais, aumentando, assim, as dificuldades com que os trabalhadores do setor já se deparam diariamente, e que causa sérios prejuízos a cidadãos e a empresas que ficam, nestas circunstâncias, ainda mais limitados no acesso a serviços essenciais, como aqueles que são disponibilizados nas Conservatórias e demais Serviços de Registo”, referiu o STRN em nota enviada à Lusa.

O sindicato recorda que as Conservatórias e demais Serviços de Registo se encontram com graves e deficientes condições de funcionamento, situação que disse ter denunciado por diversas ocasiões, sendo notório que “a gravidade das precárias condições de trabalho” se estendem por todo o país.

No entender do STRN, as condições laborais precárias enfrentadas por esses trabalhadores são uma afronta aos direitos humanos e ao respeito devido a quem desempenha um papel vital na sociedade.

“Estas condições de trabalho inqualificáveis e inadmissíveis condicionam, de forma grave, a saúde física e mental de todos quantos se encontram expostos a estas deploráveis condições de trabalho e que se refletem, inevitavelmente, na produtividade, qualidade do trabalho, motivação e equilíbrio entre a vida social e profissional“, alega o STRN.

Face a tudo isto, o STRN exige do Governo e do IRN uma “ação imediata para reverter essa situação”, dizendo ser imperativo garantir condições laborais dignas, nomeadamente “a melhoria das condições de trabalho existentes nas instalações (climatização, limpeza geral a todo o arquivo e limpeza das instalações e mobiliário de forma regular), recrutamento dos recursos humanos em falta e fornecimento dos equipamentos necessários para que os trabalhadores possam desempenhar as suas funções de maneira adequada.

O STRN aponta para um défice de pessoal de 249 Conservadores de Registo e de 1522 Oficiais de Registo, como uma das formas de “corrigir a catastrófica e insustentável situação e garantir que os serviços essenciais estejam disponíveis para todos os cidadãos, independentemente da sua localização”. “Infelizmente, para além das situações, já denunciadas pelo STRN, em Lagoa (Açores), Góis, Penamacor e Tomar, estes não são os únicos casos no país.

Muitos outros serviços enfrentam graves situações de falta de recursos humanos, que condicionam, de forma alarmante, o regular funcionamento dos mesmos e que urgem ser denunciados no sentido de se inverter esta inqualificável situação de calamidade em que se encontram”, concluiu o STRN.

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Fileira do olival e do azeite transmontano vive “momento complicado”

  • Lusa
  • 8 Setembro 2023

Com dois anos consecutivos de quebras de produção, os produtores de Trás-os-Montes e Alto Douro descrevem "momento bastante complicado" e tentam procurar mercado para “qualidade diferenciada”.

A fileira do olival e do azeite em Trás-os-Montes e Alto Douro vive um momento “bastante complicado”, disse à Lusa Francisco Pavão, presidente da Associação Dos Produtores Em Proteção Integrada De Trás-os-Montes E Alto Douro (APPITAD), com dois anos consecutivos de quebras de produção.

Numa campanha normal, a região de Trás-os-Montes de Alto Douro produz entre 13 a 15 mil toneladas de azeite, disse à Lusa o dirigente. “Infelizmente, vivemos um momento bastante complicado na fileira do olival e do azeite, com dois anos de quebra de produção. Não é só uma quebra regional, é de todos os países do Mediterrâneo, o que veio fazer com que houvesse grande escassez de azeite no mercado. Portanto, os preços têm vindo a subir. Aliado a isto, as produções são bastante fracas, com quebras de produção a rondar os 50%. Quer na campanha anterior quer também nas previsões deste ano”, explicou ainda Francisco Pavão.

Por causa do granizo que assolou a região no sábado, a perda em algumas localidades “será maior”, com a produção a ser “praticamente zero”. “Quer pelo fruto que caiu ao chão quer pelo que ficou na árvores bastante danificado. Os preços serão piores, sobretudo na nossa região, com a baixa rentabilidade e as baixas produções por hectares”, antecipou Francisco Pavão.

“Portugal é um país grande produtor, mas estamos ao lado do maior produtor mundial. Portanto, os nossos preços são muito baseados naquilo que são em preços em Espanha. Falamos de preços a granel, não embalado ou em garrafão”, explicou Francisco Pavão. Neste momento, os preços a granel “rondam entre os 8 a 10 euros/quilo”. “E ainda não começamos a campanha, são azeites da campanha anterior”, esclareceu Francisco Pavão.

“Em Espanha, a quebra de produção estimada é também de 50%. Por isso o mercado está muito agitado, com grande escassez de azeite. Neste momento, é uma grande preocupação. Não há azeite para fornecer os consumidores”, explicou.

Em dois anos, o preço por quilo de azeite a granel, num produto de qualidade “padrão”, é mais do dobro. “Há duas campanhas, um azeite médio andava nos 3,70, 3,80 euros. Agora está a rondar os 8,5 euros”, disse Francisco Pavão.

A situação, considera o dirigente, é também “bastante preocupante” porque tem afastado o consumo desta gordura vegetal. “Há anos que estávamos a educar o consumidor para a utilização do azeite. O consumo está com uma redução de 25 a 30%. O que é bastante grave para um produto com utilização fenomenal na gastronomia, que é alimento funcional e com uma série de benefícios para a saúde”, lamenta Francisco Pavão.

O responsável lamenta ainda porque “os agricultores não estão a ganhar mais dinheiro”. As produções são “escassas” e com o aumento dos fatores de produção, com relevo para o gasóleo agrícola, “a situação económica é bastante débil”, elucida Francisco Pavão.

Tudo isto atesta Luís Rodrigues, presidente da Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros, com cerca de 2 mil olivicultores associados daquele concelho do distrito de Bragança, bem como dos concelhos limítrofes.

“O preço do azeite acabou por quase duplicar nestes dois anos. Mas são dois anos terríveis. Porque o aumento do preço não veio nem nunca vem compensar a perda da quantidade. Vejo isto com maus olhos, porque os nossos agricultores por dois anos consecutivos vão perder dinheiro. A maior parte da despesa já está feita, só falta a apanha”, afirma Luís Rodrigues.

Esta campanha, entende Luís Rodrigues, “é um reflexo do tempo que se verificou no ano passado”, quando, “por causa da seca e dos calores extremos, muitas oliveiras entraram em stress hídrico e já não floriram bem. Além disso, veio mais este problema [granizo]”.

“Vamos chegar a um ponto que vamos dizer ‘não há’. Já estamos a ratear, disse o dirigente macedense, segundo o qual um garrafão de cinco litros de azeite que custava na cooperativa “cerca de 20 euros”, hoje é vendido entre 35 a 37 euros, segundo os preços expostos na venda ao público, mas já poderia “ser de 40 euros”, acrescentou Luís Rodrigues.

Macedo de Cavaleiros foi, como Mirandela e Valpaços (distrito de Vila Real), um dos concelhos atingidos pela tempestade de granizo de sábado. “Algumas freguesias foram muito afetadas. Temos associados que perderam 90% em olivais. Já prevíamos uma campanha média-fraca antes do granizo que veio por aí. Com estas perdas, a quantidade de azeitona vai descer (na região). A tendência será que o preço da azeitona e do azeite continue a subir”, disse Luís Rodrigues.

A campanha de colheita inicia-se entre 15 de outubro e o início de novembro.

Procurar mercado para “qualidade diferenciada”

O azeite de Trás-os-Montes e Alto Douro precisa de encontrar um “mercado diferenciador” para valorização da sua “qualidade diferenciada”, acrescentou Francisco Pavão, lembrando que a região tem muitas produções aliadas a sistemas de qualidade, sobretudo à Denominação de Origem Protegida (DOP) Azeite de Trás-os-Montes.

“Obviamente que aí temos que procurar outros mercados. Um mercado diferenciador, que esteja disposto a pagar a diferença pelo tipo de azeite daquela especificidade. Mantivemos em Trás-os-Montes e Alto Douro a aposta nas variedades tradicionais. Temos que saber promover e valorizar e ter mais-valias com essa aposta que fizemos”, explicou.

Segundo o presidente da associação, isso vai obrigar a procurar “novos mercados e consumidores” com “capacidade financeira” para pagarem esta “qualidade diferenciada”. Para Francisco Pavão, pode passar pelo mercado nacional, com o aumento do turismo, mas não só: “Temos que ir para o mercado da exportação. Não é fácil. Mas temos que fazer isto numa ação concertada da promoção de uma região com diferentes identidades naquilo que são os perfis de azeite”, considera Francisco Pavão.

“É impossível, aos custos de produção que temos e aos fatores de contexto das explorações, termos valorização no mercado a granel. No caso de Trás-os-Montes e Alto Douro valorizamos o produto embalando-o e colocando-o à disposição dos consumidores”, disse.

E o caminho está a traçar-se: “No último concurso de azeites de Trás-os-Montes e Alto Douro, tivemos 66 azeites, de 60 produtores, de 22 concelhos da região, o que prova que temos um conjunto enorme de marcas, algumas com bastante notoriedade. Temos que promover a região e a diversidade dos azeites aqui produzidos”., apontou Francisco Pavão.

Este azeite diferenciado é um produto, enfatiza Francisco Pavão, “que não é para fritar ou refogar” mas “para finalizar pratos”. “Se estamos disponíveis para pagar um bom azeite, uma garrafa a custar entre 15 a 20 euros, o custo por refeição é muito reduzido. Se olharmos para um produto de garrafão, não é diferenciado”, detalha o dirigente.

Francisco Pavão dá como exemplo o vinho na promoção dos territórios: “Temos que ir beber inspiração ao vinho e ver o que foi feito nos últimos 20 anos. Passou de um setor que vendia, sobretudo, a granel e que hoje em dia promove e valoriza os distintos territórios, de norte a sul do país e ilhas. Temos que começar a valorizar os azeites pela especificidade dos territórios onde são obtidos”.

O presidente da APPITAD admite que tudo isto exige “muito trabalho” e também “um esforço de união da região”. “Precisámos de sinergias com outros produtos. Porque é das regiões do país com mais produtos qualificados com Denominação de Original Protegida (DOP) e Indicação Geográfica Protegida (IGP), afirmou à Lusa.

Para o dirigente, este pode ser o futuro para “os pequenos territórios”, que não conseguem “competir por volume”, muito por culpa, considera Francisco Pavão, da falta de estruturas para armazenar água na região, cuja agricultura é ainda essencialmente de sequeiro.

“Ainda no outro dia me perguntavam ‘então e esta chuva o que é que vai fazer?’. A água vamos perdê-la para os rios e vai toda parar ao mar. Hoje em dia, o regadio é um dos mecanismos de mitigação das alterações climáticas, para aumentar a resiliência”, disse, considerando que é preciso pensar “urgentemente” num plano estratégico.

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Empresários da Madeira querem governo regional “mais incisivo junto da República”

  • Lusa
  • 8 Setembro 2023

Na véspera das eleições, Associação Comercial e Industrial do Funchal está preocupada com a "cada vez mais grave problema de escassez de mão-de-obra", sobretudo nos setores do turismo e construção.

O Governo da Madeira que resultar das eleições regionais do dia 24 deve ser “mais incisivo junto da República” e aprofundar a complementaridade entre os setores público e privado, defende o presidente da Associação Comercial e Industrial do Funchal.

Em vésperas de se iniciar a campanha oficial, Jorge Veiga França falou à agência Lusa sobre o estado da região e perspetivou os desafios que se colocam aos novos eleitos. “O Governo Regional deve e pode ser mais incisivo junto da República”, disse o responsável da associação representativa de todos os setores económicos do arquipélago, a ACIF, complementando que deve ser evitado um “clima de briga constante”.

A legislatura que agora termina, sublinhou, fica marcada pela pandemia de Covid-19, que “foi muito má e trouxe coisas péssimas para uma região ultraperiférica, insular, dependente ‘como do pão para a boca’ dos transportes e do turismo”.

Mas, destacou, foi também um marco importante a resposta eficaz que permitiu a recuperação económica do arquipélago, em particular no turismo: o atual executivo (PSD/CDS-PP) “conseguiu trabalhar bastante bem durante a situação pandémica, que durou dois anos”.

Para Jorge Veiga França, o facto de os setores público e privado terem estado de “mãos dadas” na saúde foi fundamental para o sucesso. Um exemplo disso, indicou, foi o recurso ao setor privado, organizado pela ACIF, que permitiu o programa de testagem massiva na entrada de passageiros no Aeroporto da Madeira.

Na sua opinião, a medida “resultou de forma extraordinariamente positiva numa ação promocional eficaz” do destino turístico. “Contudo, alerto para alguma tendência de uma atitude que poderá ter o executivo regional no sentido de nem sempre desenvolver este princípio fundamental que é a complementaridade”, declarou.

Essa articulação, destacou, serve também para robustecer a economia e deve ser aprofundada no programa do próximo Governo Regional, sobretudo se o privado tiver uma capacidade instalada que dê resposta a situações em que são equacionados investimentos públicos.

Devido à falta de concertação com o setor privado, acrescentou, as empresas madeirenses – ao contrário das do território continental e dos Açores – ficaram excluídas dos apoios a fundo perdido no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).

“Aí penso que o Governo Regional falhou, embora a falha não possa ser exclusivamente imputada ao executivo da Madeira na medida em que terá tido 15 dias para apresentar a sua proposta”, argumentou.

O presidente da ACIF manifestou também a sua preocupação em relação ao “cada vez mais grave problema de escassez de mão-de-obra”, sobretudo nos setores do turismo e da construção civil, e à “debandada – que é contínua, suave, mas é uma sangria” — de jovens, devido a dificuldades na habitação e aos baixos salários praticados.

Na sua opinião, a questão “deve ser bastante trabalhada e de uma forma concertada e coordenada entre o público e o privado”, inclusive com medidas na área da fiscalidade, como a redução da Taxa Social Única para jovens até ao 8.º escalão.

Além de um sistema fiscal mais competitivo, o dirigente preconiza medidas de combate à economia paralela, a redução dos custos de contexto, um programa “sustentado e eficiente de captação e retenção de talentos”, uma política de habitação clara e uma estratégia concertada ao nível do arrendamento.

Propõe também a formação específica nos locais de trabalho, como no caso da hotelaria, e o recrutamento de mão-de-obra nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), o que implicaria um programa abrangente com apoios sociais e de habitação.

O responsável referiu que o país “não pode manter uma estratégia contínua e completamente irracional de alteração da fiscalidade”, que afasta os investidores e “torna a economia insegura”, defendendo ainda medidas de capitalização das empresas.

A resolução do “problema eterno” do Centro Internacional de Negócios da Madeira e o cumprimento do princípio da Constituição Europeia que discrimina positivamente as economias insulares foram também apontadas por Jorge Veiga como necessidades.

“Se não forem exercidas medidas que exerçam uma reação a uma ação contínua em relação a estes problemas, a situação na região vai deteriorar-se a uma rapidez incrível, mesmo como destino turístico”, reforçou.

Foram validadas 13 candidaturas às eleições legislativas na Madeira, correspondendo a duas coligações e outros 11 partidos. Atualmente, PSD e CDS-PP formam uma maioria absoluta no parlamento regional, que conta também com eleitos do PS, do JPP e do PCP.

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Portugal pede mil milhões nos mercados antes da reunião do BCE

Conselho de governadores decide taxas de juro na Zona Euro na quinta. Na véspera, Portugal realiza uma operação de financiamento até mil milhões de euros em obrigações a longo prazo.

Portugal regressa aos mercados na próxima semana. O IGCP agendou para quarta-feira dois leilões de obrigações do Tesouro a nove e 12 anos, operações com as quais procura obter um financiamento entre 750 milhões e mil milhões de euros. No dia seguinte há reunião do Banco Central Europeu (BCE) para decidir se volta ou não a subir as taxas de juro.

Por estes títulos, Portugal deverá pagar uma taxa de juro entre 3,35% (9 anos) e os 3,61% (12 anos), pelo menos tomando como referência as yields da dívida portuguesa no mercado secundário esta sexta-feira.

A última operação de financiamento ocorreu em julho, na qual a agência que gere a dívida pública financiou o Estado em 749 milhões de euros, pagando juros de 3,181% no prazo a seis anos e de 3,587% a 12 anos.

O regresso aos mercados acontece na véspera de mais uma importante reunião do conselho de governadores do BCE para determinar o rumo das taxas de juro na Zona Euro.

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