CEO do Totta e os apoios públicos ao crédito: “Função do Governo não é regular todo mercado”

Banco liderado por Pedro Castro e Almeida já fez 18 mil renegociações de crédito. Sobre as medidas de taxa fixa, o CEO avisou que a função do Governo não é regular todo o mercado.

Questionado sobre as medidas de apoio às famílias com crédito da casa, o CEO do Santander Totta alertou que a função do Governo “não é regular todo o mercado”. É antes a de “dar o apoio às pessoas que realmente necessitam”, sublinhou Pedro Castro e Almeida.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, está a negociar com os bancos uma medida que visa reforçar a oferta de taxa mista para os contratos já existentes, anunciou esta semana.

Castro e Almeida contou que as conversas com o Governo têm sido no âmbito da Associação Portuguesa de Bancos, mas destacou a importância de ter outro ator à mesa das conversações: o Banco de Portugal. Isto para que “não saia uma medida que possa gerar distorções no mercado ou afetar o level playing field, atirou o líder do Santander em Portugal esta sexta-feira, na apresentação dos resultados semestrais.

Castro e Almeida revelou, por outro lado, que tem havido um forte aumento da procura por crédito com taxa mista ou fixa. “Não sei se será uma medida [que Medina anunciará em setembro] que vai ao encontro do que os bancos já oferecem”, apontou o gestor. “Não estou a ver o que pode haver de diferente” entre a medida e o que os bancos já dão resposta.

18 mil renegociações, 6.000 créditos com bonificação

Castro e Almeida revelou que o banco já procedeu a 18 mil renegociações de contratos da casa, sendo que “grande parte” das reestruturações foram iniciativa do banco. Estas reestruturações envolveram montantes na ordem dos 2 mil milhões de euros, de acordo com o responsável.

Quanto à bonificação dos juros, cerca de 6.000 contratos beneficiaram da medida. Em média, o valor da bonificação é de 30 euros, mas Castro e Almeida adiantou que cerca de 500 clientes já acumularam bonificações de 100 euros desde a implementação de medida.

O lucro do Santander Totta aumentou 38% para 334 milhões de euros no primeiro semestre, impulsionado pelo aumento das taxas de juro.

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Walk Talks. Pare de contar os dias, “andamos com dificuldade em usufruir do momento”

  • Trabalho
  • 28 Julho 2023

Uma conversa, enquanto se caminha. Bem-vindos à Walk Talks.

Não paramos de contar os dias. Quer seja porque estamos prestes a ir de férias, quer seja com pena que as férias acabem ou até mesmo contando os dias para que cheguem as próximas, só no próximo ano.

“Andamos com muita dificuldade em usufruir do momento atual”, afirma João Perre Viana, partner e mentor da Walking Mentorship, no episódio desta semana da Walk Talks. E deixa uma recomendação para pôr em prática já estas férias de verão: “desacelere” e “tenha menos distrações”.

Nuno Santos Fernandes, também partner e mentor da Walking Mentorship, acrescenta ainda outra sugestão: “tenha conversas brutalmente honestas”, com pessoas que lhe digam diretamente os pontos em que pode melhorar e nos quais tem de continuar a trabalhar.

http://videos.sapo.pt/w0h65LzSydYLbdCc4f2N

Durante o mês de agosto não haverá Walk Talks, mas aconselhamo-lo a continuar as caminhadas.

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Ciclo de Conversas #10 – Soluções de base natural

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  • 28 Julho 2023

A última sessão do "Ciclo de Conversas - Rumo à Neutralidade Carbónica 2030", organizada pela CM Porto, teve como tema "Soluções de base natural". O evento decorreu no Porto Innovation Hub.

O “Ciclo de Conversas – Rumo à Neutralidade Carbónica 2030” é uma iniciativa organizada pela Câmara Municipal do Porto que conta com 10 sessões de esclarecimento e debate relacionadas com os temas da sustentabilidade, descarbonização e transição climática no contexto da neutralidade carbónica das cidades. A décima sessão aconteceu na passada quinta-feira, dia 19 de julho, no Porto Innovation Hub, e teve como tema “Soluções de base natural”.

Pedro Pombeiro, Diretor do Departamento de Planeamento e Gestão Ambiental da Câmara Municipal do Porto, foi o moderador do evento, que contou com a presença de Nuno Oliveira, CEO & Managing Partner da NBI – Natural Business Intelligence; Cristina Calheiros, Vice-Presidente da Associação Nacional de Coberturas Verdes; e José Lameiras, Professor Auxiliar na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

Cada um dos oradores teve direito a uma intervenção, seguida de um espaço de debate e de esclarecimento com o público presente.

“As soluções de base natural são uma das ferramentas mais promissoras para enfrentar alguns desafios. Um pouco por toda a Europa, elas estão a expandir-se. Além de permitirem regenerar ecossistemas, estas soluções também promovem uma maior adaptação dos territórios às alterações climáticas e também geram receita“, começou por dizer Pedro Pombeiro, Diretor do Departamento de Planeamento e Gestão Ambiental da Câmara Municipal do Porto.

Cidades podem ser uma oportunidade em vez de um problema

Cristina Calheiros, Vice-Presidente da Associação Nacional de Coberturas Verdes, na sua intervenção, explicou que, ao contrário do que se costuma pensar, as cidades poderão ser uma oportunidade e não um problema: “Muitas vezes atribuímos só problemas às cidades e, na verdade, há aqui uma potencialidade enorme para aproveitar, liderando pelo exemplo, promovendo a colaboração entre entidades, empresas, associações e implementando uma estratégia e uma visão alinhada“.

“A nível das soluções baseadas na natureza, temos que ter por base a parte ambiental, social e económica, providenciar a resiliência dos territórios e também a promoção dos serviços dos ecossistemas. Nós temos uma riqueza enorme de património, temos de aproveitá-la, aproveitar a infraestrutura cinzenta existente e descentralizar. Portanto, aproveitando a infraestrutura cinzenta que existe e complementando-a com a infraestrutura verde“, continuou.

De acordo com a vice-presidente da ANCV, é também necessário sustentar estas soluções, para que estas funcionem e sejam realmente eficazes. “Há muitos mecanismos que podem ser utilizados e devem ser equacionados por cada município porque cada um terá a sua realidade e o seu contexto, e isto é muito importante para conseguirmos cativar as empresas e as pessoas a aderirem estas soluções“, referiu.

Tornar as cidades mais permeáveis

Por sua vez, José Lameiras, Professor Auxiliar na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, destacou a importância de tornar as cidades mais permeáveis: “Primeiro, todos devíamos trabalhar no sentido de tornar as cidades mais permeáveis. E, em segundo, todos devíamos trabalhar para promover a biodiversidade urbana, sobretudo ao nível da plantação das árvores, isto porque as árvores são as grandes fábricas fixadoras de carbono, são elas que tiram o carbono da atmosfera e colocam o carbono no solo”, começou por dizer.

O professor referiu, por isso, os parques-esponja que a cidade do Porto já tem e que têm sido um “forte contributo para a mitigação dos graves problemas das alterações climáticas“, já que pretendem distribuir a água por uma área maior, nomeadamente por uma rede de espaços verdes de pequena, média e grande dimensões, “que têm a capacidade de funcionar como esponja e infiltrar água no solo”.

“Temos os dois parques na Asprela [Parque da Quinta de Lamas e Parque Central da Asprela], que foram desenhados para serem os dois grandes parques-esponja, mas também parques pioneiros numa forma de se fazer e de se desenhar o espaço público para mitigar os efeitos negativos das alterações climáticas. No primeiro parque [Parque da Quinta de Lamas], entre a Faculdade de Engenharia e a Faculdade de Economia, fizemos a recuperação de uma linha de água que estava entubada, e o canal de água foi desenhado, calculado e dimensionado para acolher grandes volumes de água em situações torrenciais. O outro parque [Parque Central da Asprela] foi todo ele desenhado com uma reflexão ao nível da tipografia e dos sistemas hidráulicos para que, numa situação extrema, ele acomode um grande volume de água. Está na zona do campus universitário da Asprela, uma zona muito grande e muito impermeável, o que faz com que quando chove a água escorra à superfície. Então temos aqui uma solução que está desenhada para que quando há uma situação de chuva extrema, ele fique completamente submerso de água“, explicou.

Já o Parque da Alameda de Cartes começou a obra há começou a obra há cerca de três semanas e foi desenhado para ser uma grande estrutura verde esponja: “Fica na zona mais desfavorecida, mas também a zona de investimento estratégico da cidade do Porto. Aqui a ideia é também promover estratégias de plantação em clusters de vegetação, ou seja, nós promovemos núcleos de vegetação multiespécies, em que o efeito sistémico destas plantações é muito superior ao mesmo número de árvores plantadas isoladamente ou nos clássicos alinhamentos”.

Como usar as soluções de base natural de forma estruturada?

Na última intervenção desta sessão, Nuno Oliveira, CEO & Managing Partner da NBI – Natural Business Intelligence, apresentou alguns dados do Relatório do Fórum Económico Global, que revela que, nos próximos dois anos, os maiores riscos a enfrentar estarão relacionados com desastres naturais, incapacidade de adaptação às alterações climáticas e incidentes de grande escala. “A biodiversidade e os ecossistemas não estão lá fora, estão connosco, nas atitudes que temos, no que comemos, no que vestimos e no nosso mindset“, afirmou.

Por outro lado, o CEO da NBI também explicou a importância de haver um foco nas novas oportunidades e na economia que, “enquanto ciência do progresso, precisa de trazer a questão do desenvolvimento, da inovação e do inconformismo”: “Claramente, o sistema financeiro percebeu a dimensão económica da natureza e está a tentar integrá-la. Agora é nosso trabalho tentar que isto seja feito de uma forma equilibrada, lógica e bem integrada”.

Nesse sentido, o responsável pela NBI destacou um projeto que estão a desenvolver e outras ideias para futuros projetos. “Estamos a desenvolver um parque que se melhora cada vez que houver uma cheia. As cheias tornarão o habitat mais rico. E a ideia é integrar todo o projeto de recuperação de um centro periférico à área urbana para conseguir que aquela área seja, simultaneamente, uma área de importância social e ao mesmo tempo uma salvaguarda da biodiversidade daquela região”, explicou.

Pensar em soluções naturais não é tornar a natureza num negócio, mas sim perceber que todas as áreas de negócio dependem da natureza. A natureza não devia ser uma guerra ideológica. Isto que temos pela frente para restaurar a natureza é um exercício de capitalismo”, concluiu.

Pode, ainda, ouvir em conferência em podcast:

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Confiança dos consumidores atingiu em julho novo máximo desde o início da guerra

Consumidores portugueses continuam a recuperar confiança, com o indicador a renovar o valor máximo desde fevereiro de 2022 neste mês de julho.

Os consumidores portugueses continuaram a recuperar confiança em julho, com este indicador a atingir um novo máximo desde fevereiro de 2022, o mês em que começou a invasão da Ucrânia pela Rússia, revelou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

“O indicador de confiança dos consumidores aumentou entre dezembro e julho, renovando o valor máximo desde fevereiro de 2022, após ter registado em novembro o valor mais baixo desde o início da pandemia em abril de 2020”, começa por indicar o INE.

“A evolução do indicador no último mês resultou do contributo positivo das expectativas de evolução futura da realização de compras importantes por parte das famílias e da situação financeira do agregado familiar, assim como das opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar. Em sentido contrário, as perspetivas de evolução futura da situação económica do país registaram um contributo ligeiramente negativo”, detalha.

Enquanto isso, o saldo das opiniões dos consumidores sobre a evolução passada dos preços diminuiu nos últimos três meses, e de forma mais significativa em maio e junho, “afastando-se do patamar elevado em que se encontrava”.

Clima económico agrava-se

Ao mesmo tempo, o INE indica que o indicador de clima económico diminuiu em julho, depois de ter estabilizado em junho. “Os indicadores de confiança diminuíram na Indústria Transformadora, na Construção e Obras Públicas e nos Serviços, tendo aumentado no Comércio”, nota o instituto.

“O saldo das expectativas dos empresários sobre a evolução futura dos preços de venda na Indústria Transformadora diminuiu ligeiramente em julho, prolongando a trajetória marcadamente descendente iniciada em novembro e atingindo o valor mais baixo desde maio de 2020. Este saldo também diminuiu desde novembro no Comércio, atingindo em julho o nível mais baixo desde fevereiro de 2021″, acrescenta o INE.

Por sua vez, segundo o instituto, na Construção e Obras Públicas, “o saldo das perspetivas de preços praticados pela empresa nos próximos três meses estabilizou em julho, após ter diminuído entre fevereiro e junho, mantendo-se no nível mais baixo desde abril de 2021, e nos Serviços verificou-se um aumento, após ter também diminuído desde fevereiro”, resume.

Sentimento económico com novo recuo na Zona Euro

Alargando o escopo, o indicador do sentimento económico recuou em julho, tanto na Zona Euro, para os 94,5, quanto na União Europeia (UE), para os 93,6, segundo dados divulgados esta sexta-feira pela Comissão Europeia. De acordo com os dados divulgados pela Direção-geral dos Assuntos Económicos e Financeiros, na Zona Euro, o indicador desceu 0,8 pontos e na UE 0,5 pontos.

Na Zona Euro, o sentimento económico recuou pelo terceiro mês consecutivo, com a tendência a ser interrompida por uma ligeira subida em abril, enquanto no conjunto dos 27 Estados-membros diminuiu pelo sexto mês consecutivo.

Considerando as componentes do indicador, na zona euro, a confiança dos consumidores foi a que mais caiu em julho (-15,1 pontos), seguida pelas do setor da indústria (-9,4), do comércio a retalho (-4,5) e da construção (-3,1 pontos). O setor dos serviços foi o único em que a confiança subiu: 5,7 pontos.

A DG ECFIN indica ainda que o indicador de expectativas de emprego registou, em julho, a sexta subida consecutiva na Zona Euro, para os 103 pontos, e a quinta na UE, para os 102,4, ao ritmo de 1,8 pontos em ambas.

(Notícia atualizada pela última vez às 10h40)

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Misericórdias com dificuldades em pagar salários e subsídios a funcionários

  • ECO
  • 28 Julho 2023

Misericórdias estão a recorrer à banca, à venda de património ou ao encerramento de valências para conseguirem pagar salários, subsídios e manter as ajudas.

Várias são as Misericórdias que atualmente se debatem com problemas graves de sustentabilidade financeira. Algumas recorreram à banca, vendem património ou encerraram valências para conseguirem pagar as despesas.

De acordo com a notícia avançada pelo Público esta sexta-feira, há, inclusive, situações em que funcionários apenas receberam metade do subsídio de férias, e até mesmo salas do pré-escolar que não voltarão a abrir em setembro. É o caso do jardim-de-infância da Santa Casa da Misericórdia de Sernancelhe, em Viseu. A instituição tem uma dívida que ronda os dois milhões de euros e o jardim-de-infância, anualmente, dá prejuízos de 30 a 40 mil euros.

Em Santarém, a Santa Casa da Misericórdia de Constância admitiu estar com dificuldades financeiras e sem verbas para pagar os subsídios de férias, tal como acontece na Misericórdia de Serpa, que ainda não pagou os subsídios de Natal de 2022 e o subsídio de férias de 2023. Em Lousã, o provedor, João França, admite que a instituição tem atualmente um prejuízo mensal de 20 mil euros e só conseguiu pagar metade do subsídio de férias aos funcionários.

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Carregamentos na rede Mobi.E aumentam 70% no primeiro semestre

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  • 28 Julho 2023

Este ano, os carregamentos na rede Mobi.E aumentaram 70% só no primeiro semestre, face a 2022. Até 30 de junho, foram efetuados na rede Mobi.E mais de 1,8 milhões de carregamentos.

Há cada vez mais portugueses a optar por carros 100% elétricos ou híbridos plug-in. Mês após mês, são quebrados novos recordes ao nível de utilização da rede pública nacional de carregamento (rede Mobi.E). Este primeiro semestre de 2023 mostrou que os hábitos de mobilidade estão a mudar e que os condutores estão a apostar em alternativas mais sustentáveis.

Até 30 de junho, foram efetuados na rede Mobi.E mais de 1,8 milhões de carregamentos, o que representa uma subida de 70% face a igual período do ano passado. Quanto a energia consumida, superou os 28.894 MWh, um aumento de 93% em comparação com o ano anterior. Em média, durante este período, foram consumidos 16 kWh por cada carregamento efetuado, que durou cerca de uma hora e 25 minutos (tempo médio de carregamento).

O número de utilizadores também subiu significativamente, 59% em relação a 2022, com mais de 108 mil condutores a usarem pelo menos uma vez um dos postos da rede.

A infraestrutura existente tem também vindo a crescer em todo o país. Nos primeiros seis meses deste ano, foram integrados na rede Mobi.E 741 postos de várias potências, contabilizando-se, a 30 de junho, um total de 4.715 postos, dos quais 3.723 são públicos. Mesmo em picos de maior procura, esta não ultrapassa os 25% da infraestrutura existente.

A potência da rede é atualmente superior a 199.070kW, o que representa um aumento de 39% em relação ao período homólogo. Outro dado relevante é o facto de cerca de um terço da totalidade dos postos ser de carregamento rápido ou ultrarrápido, ou seja, a sua potência é superior a 22 kW.

Impacto ambiental

Graças à utilização da rede Mobi.E, durante os primeiros seis meses do ano, deixaram de ser emitidas para a atmosfera mais de 22 mil toneladas de CO2. Seriam necessárias mais de 400 mil árvores em ambiente urbano e com 10 anos para reter o mesmo dióxido de carbono.

Os carregamentos na rede pública de carregamento desde 1 de janeiro impediram que fossem utilizados mais de 9 milhões de litros de gasóleo.

Estas e outras informações e curiosidades podem ser consultadas no site da MOBI.E.

A rede Mobi.E

A rede Mobi.E está presente em todos os 308 municípios portugueses, incluindo as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, funcionando com os princípios da universalidade e interoperabilidade. Quer isto dizer que qualquer condutor que pretenda carregar num dos mais de 6.400 pontos de carregamento de acesso público disponíveis apenas tem de aderir a um Comercializador de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica. Com um cartão ou app, basta dirigir-se ao posto pretendido e carregar o veículo. Algumas empresas já permitem que os pagamentos sejam efetuados no momento do carregamento sem necessidade de um contrato prévio, o que facilita a utilização da rede por turistas ou emigrantes.

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Lucro do Santander Totta sobe 38% para 334 milhões no primeiro semestre

"São muito positivos. Não fogem à regra do que tem sido apresentado pelos bancos no mundo inteiro, particularmente na Europa", disse o CEO Pedro Castro e Almeida.

O lucro do Santander Totta aumentou 38% para 334 milhões de euros no primeiro semestre, impulsionado pelo aumento das taxas de juro. “São [resultados] muito positivos. Não fogem à regra do que tem sido apresentado pelos bancos no mundo inteiro, particularmente na Europa”, disse o CEO Pedro Castro e Almeida na apresentação dos resultados.

“Além da margem, o que tem melhorado [nos resultados] foi a transformação que fizemos. Mas o principal driver foi a margem financeira”, destacou o gestor máximo do banco português que se prepara para liderar o negócio do grupo na Europa.

A margem financeira — a diferença entre os juros pagos nos depósitos e os juros cobrados nos empréstimos — ascendeu a 586,5 milhões de euros, mais 58,4% em relação ao mesmo período do ano passado. As comissões líquidas tiveram um decréscimo de 3,5% para 231,2 milhões.

Como tem acontecido com os outros bancos, o volume de negócios também caiu. Em termos de crédito a clientes, o Santander Totta registou um decréscimo de 4% ara 41,9 mil milhões. O administrador financeiro Manuel Preto explicou que há dois fatores que explicam esta evolução: as amortizações antecipadas no crédito à habitação nas famílias e a redução da procura por parte das empresas, que estão a gerar cash flows suficientes para evitar o recurso ao financiamento bancário.

Quanto aos recursos de clientes, deu-se uma quebra de 7,2% para 44,3 mil milhões de euros. Além da amortização dos empréstimos com recurso aos depósitos, outra boa parte da fuga das poupanças teve como destino os Certificados de Aforro.

Castro e Almeida prevê que o volume de negócios dos bancos continue a contrair nos próximos anos: “Vai continuar a haver um decréscimo [no crédito e nos depósitos] enquanto estivermos nesta situação de crescimento económico muito baixo ou de recessão, no caso da Europa”.

Banif? “Não nos passa pela cabeça que contrato não seja cumprido”

O Santander Totta está a reclamar quase 160 milhões de euros ao Estado por conta de uma disputa relacionada com impostos diferidos do Banif, adquirido em 2015, que a Autoridade Tributária recusou pagar.

“Mais do que uma disputa, é um tema com a Autoridade Tributária. O Banco de Portugal não tem dúvida dos acordos assinados com o Santander naquele fim de semana. O Banco de Portugal tem reiterado que estes prejuízos fiscais foram transmitidos para o Santander Totta”, disse Manuel Preto.

“Aquilo que o banco espera é o cumprimento do que foi negociado durante o fim de semana [da compra do Banif]. Não nos passa pela cabeça que os contratos não seja cumpridos”, acrescentou o administrador financeiro.

Questionado sobre o desfecho deste caso, Manuel Preto avançou que “há várias formas de garantir que esses contratos sejam cumpridos”.

Neste ponto, Castro e Almeida referiu que “se tiver se ser o tribunal a dirimir, não há drama nenhum”. “Os DTA faziam parte dos ativos. Se há uma interpretação da Autoridade Tributária que tenha de ser dirimida pelo tribunal, seja”, disse.

(Notícia atualizada às 10h52)

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EDP contrata linha de crédito ESG de 3.000 milhões por prazo de cinco anos

  • Lusa
  • 28 Julho 2023

A EDP e a EDP Finance assinaram um contrato de abertura de crédito na modalidade revolving no montante de 3.000 milhões de euros, pelo prazo de cinco anos, extensível por mais dois.

A EDP e a EDP Finance assinaram um contrato de abertura de crédito na modalidade revolving no montante de 3.000 milhões de euros, pelo prazo de cinco anos, extensível por mais dois.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), esta sexta-feira, é referido que a extensão por dois anos adicionais é sujeito ao consentimento dos bancos e que este contrato “permite utilizações em euros, dólares americanos e libras esterlinas (num montante máximo de GBP 500M)”.

A nova linha de financiamento “reforça a solidez financeira e a liquidez do grupo EDP, aumentando o montante contratado, resultante de um excedente de procura e do número de bancos comprometidos face à linha de crédito existente (de 2,1 mil milhões de euros) que este contrato veio substituir, tendo a linha de crédito anterior, inteiramente disponível, sido revogada”, lê-se no documento.

Esta nova linha de crédito é uma “sustainability-linked facility e foi estruturada de acordo com os Sustainability-linked Loan Principles da Loan Market Association, em particular a dois fatores ESG: a redução de emissões de gases de efeito de estufa de âmbito 1 e 2 e o aumento da percentagem de energias renováveis na capacidade instalada total do grupo EDP”.

Os objetivos da redução de emissões “encontram-se alinhados com a trajetória definida cientificamente pela ‘Science Based Target initiative de forma a limitar o aumento da temperatura global média em 1,5ºC, tendo o cumprimento dos objetivos anuais impacto no custo da linha de crédito”, refere a EDP.

A linha de crédito “permite um maior alinhamento da estratégia financeira com a estratégia de sustentabilidade e reforça o compromisso da EDP com a descarbonização, incluindo o combate às alterações climáticas e a promoção de energias renováveis”, remata.

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Grupo Finsolutia quer reforçar equipa em Portugal com 30 novos profissionais

A aposta nestes perfis mais tecnológicos visa acelerar o crescimento das soluções lending-as-service.

O Grupo Finsolutia, que atua na gestão de créditos e ativos imobiliários, pretende preencher cerca de 30 posições, maioritariamente para perfis com experiência em tecnologias de informação. A aposta nestes perfis mais tecnológicos visa acelerar o crescimento das soluções lending-as-service. Atualmente, o grupo conta com 130 colaboradores em Portugal.

“Estamos à procura de pessoas talentosas e motivadas para reforçar a nossa equipa dinâmica, na região de Lisboa, com competências críticas para o crescimento das várias áreas onde o grupo opera. Ao longo dos anos, o capital humano tem sido um dos ativos mais valorizados pelo grupo, fundamental para fazer da Finsolutia, uma das marcas mais robustas neste setor”, afirma Patrícia Espadaneira, HR executive director da Finsolutia.

Para 2024, as perspetivas são de “crescimento de negócio”, avança a responsável, em declarações ao Trabalho by ECO. “Acreditamos que a área da tecnologia é uma das que vai continuar a crescer a ritmo mais acelerado”, diz, sem detalhar, contudo, números de previsão de contratações.

“As posições em aberto representam uma oportunidade de integração de um projeto com dimensão internacional. Nos próximos meses, vamos continuar a apostar no nosso capital humano, dando continuidade à estratégia de crescimento sustentado do grupo”, refere ainda Nuno Silva, fundador e managing partner da Finsolutia.

As vagas já publicadas estão disponíveis no website da empresa e na sua página de LinkedIn.

Remuneração e benefícios “atrativos”. Trabalho flexível com possibilidade de regime híbrido

Patrícia Espadaneira assegura que o pacote de remuneração e os benefícios são “atrativos”, e que existe formação inicial (on job) e contínua.

“Oferecemos seguro de saúde, seguro de vida, medicina curativa (médico no escritório) e programa anual de vacinação. (…) Temos pequeno-almoço gratuito todos os dias no escritório. (…) Damos dias extra de férias, por exemplo porque acreditamos que o aniversário é para ser passado com a família e amigos”, destaca ainda.

Adepta da “responsabilização e do commitement”, a empresa garante flexibilizar o trabalho. “Oferecemos trabalho flexível, com possibilidade de regime híbrido, mediante o grau de autonomia e responsabilidade de cada função”, esclarece a responsável.

A empresa lançou a sua atividade em Portugal em 2007, inicialmente centrada na prestação de serviços nas indústrias de crédito e imobiliário. Tem atualmente escritórios em Lisboa, Porto e Madrid, que empregam mais de 350 profissionais altamente qualificados que têm sob a sua gestão cerca de seis mil milhões de euros em ativos e que, diariamente, trabalham com alguns dos maiores investidores institucionais na área do crédito e do imobiliário, bem como com diversas instituições financeiras de renome nos dois países.

Ao longo do tempo o grupo acumulou competências e conhecimento que permitiram a diversificação do negócio para novas áreas, tornando-se numa plataforma que disponibiliza serviços e tecnologia de gestão de créditos e ativos imobiliários que opera sob múltiplas marcas (Finsolutia, FS Capital, Izilend, Twinkloo, Sell&Go e Nolon).

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Na terra e no mar. Os desafios de Portugal na conservação da natureza

No dia Mundial da Conservação da Natureza, ambientalistas identificam quatro desafios na terra e no mar para a conservação da natureza. Melhor gestão, políticas públicas e financiamento são chave.

Dia 28 de julho fica marcado como o momento em que se celebra a importância da conservação da natureza a nível nacional e internacional.

A responsabilidade começou a ganhar dimensão nas últimas décadas perante a rápida degradação do ambiente, como consequência das alterações climáticas que, por sua vez, começaram a assumir dimensões gravosas pela mão do Homem. Pela frente, o caminho promete ser desafiante, obrigando a compromissos e planos de ação que permitam alcançá-los de forma a preservar o ambiente, seja em terra, sejam no mar. Ambientalistas consultados pelo ECO/Capital Verde identificaram quatro áreas onde, neste momento, é urgente agir, apelando a uma melhor gestão, políticas públicas e financiamento.

Portugal num “difícil” caminho para a proteção das áreas marinhas

Tanto os ambientalistas como o Tribunal de Contas já deixaram alertas a Portugal no que toca às Áreas Marinhas Protegidas (AMP). O país, à semelhança dos restantes estados das Organizações das Nações Unidas (ONU), está obrigado a “Proteger a vida marinha – Conservar e utilizar de forma sustentável os oceanos, os mares e os recursos marinhos” através de várias metas acordadas internacionalmente, tal como prevê a Agenda para 2030. Até ao final da década, Portugal deve garantir 30% de AMP, e durante a Conferência dos Oceanos, em Lisboa, no ano passado, o primeiro-ministro António Costa chegou mesmo a reiterar esse compromisso. Mas segundo o Tribunal de Contas “evidencia-se que o compromisso permanece de difícil concretização”.

“As AMP são internacionalmente reconhecidas como um dos principais instrumentos para limitar o impacto humano na biodiversidade marinha, conservar e valorizar os ecossistemas, e são uma peça fundamental para a sustentabilidade, mitigação, adaptação e resiliência às alterações climáticas”, considera Rita Sá, Coordenadora de Oceanos e Pescas da ANP/WWF ao ECO/Capital Verde, urgindo que sejam reunidos “esforços urgentes”.

Dados oficiais citados pela organização indicam que apenas 4% da Zona Económica Exclusiva estava designada como AMP, valor que acresce a 8,9% se se incluir a plataforma continental estendida, ou seja, o total da área sob jurisdição nacional, embora, considera a ANP/WWF, “a maior parte dessa área esteja apenas moderadamente protegida”. Em ambos os casos, os valores encontram-se distantes dos 30%.

Do lado da associação ambientalista Zero, é lançado um apelo ao Ministério do Ambiente e da Ação Climática para que crie, e “com urgência”, uma estrutura de missão para, num muito curto prazo, inventariar e propor a classificação de áreas, tendo como horizonte temporal o ano de 2030, de forma a que “deixe de imperar a lógica de destruir as áreas de maior valor e vir a classificar futuramente áreas degradadas que necessitam de avultados investimentos para serem restauradas”.

A título de exemplo, no início deste mês, as autarquias de Cascais, Mafra e Sintra aprovaram a celebração de um Memorando de Entendimento para a criação da Área Marinha Protegida de Interesse Comunitário (AMPIC). Com a celebração deste memorando será investido no projeto dois milhões de euros, sendo que um milhão de euros será assegurado pelo Fundo Ambiental e 400 mil euros pelo Município de Sintra, 400 mil euros pelo Município de Cascais e 200 mil pelo Município de Mafra.

Rede Natura 2000

Todos os 27 Estados-Membros da União Europeia estão obrigados a reportar a cada seis anos o estado de conservação dos habitats e espécies mas segundo a ANP/WWF, constata-se que os dados até 2018, em comparação com o período anterior de 2007-2012, revelam uma degradação do estado de conservação dos habitats e espécies em Portugal no âmbito da Rede Natura 2000. De forma geral, os habitats em mau estado de conservação passaram de 6% para 29%, quando comparado com o período 2007-2012.

Vasco da Silva, Coordenador de Florestas e Vida Selvagem da ANP/WWF indica ao ECO/Capital Verde que a última avaliação mostra que a proliferação de espécies exóticas invasoras, a agricultura intensiva, e as alterações ao uso do solo (artificialização para urbanismo, indústria e turismo) têm sido “o principal fator de degradação das espécies” e apela a que haja uma maior intervenção a nível das políticas públicas.

“Para contrariar a perda de biodiversidade e a degradação do estado de conservação de habitats e espécies em Portugal, importa concretizar as políticas públicas de conservação da Natureza em Planos de Ação, para manter e restabelecer um estado de conservação favorável das espécies e tipos de habitats ameaçados”, partilha Vasco da Silva.

Para contrariar a tendência de degradação, a instituição deixa um conjunto de recomendações, entre elas, publicar o Cadastro Nacional dos Valores Naturais Classificados, rever a Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ENCNB) até ao próximo ano e dar prioridade ao financiamento da Rede Natura 2000. “Só assim Portugal conseguirá no âmbito do Quadro Global da Biodiversidade implementar a Estratégia Nacional de Biodiversidade e Planos de Ação, até 2030”, considera.

Reflorestação do território

O dever de conservar a natureza é, tal como o próprio nome indica, do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas. A entidade tem nas mãos a gestão do território florestal que durante o verão, tal como muitos países no sul da Europa, é fustigada pelos incêndios. O impacto obriga a que seja delineada uma estratégia que permita capacitar novamente as florestas através da rearborização.

Desde 2010, e no âmbito do Projeto Floresta Comum, o ICNF, juntamente com a Quercus, Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e a Universidade de Trás os Montes (UTAD) procurou plantar árvores de espécies autóctones da floresta portuguesa. Nos últimos 13 anos, foram entregues às autarquias 1,4 milhões de árvores e estima-se que tenham sido plantadas até 3.000 hectares, distribuídos, principalmente, pela região Norte e Centro do país. O destino destas árvores divide-se entre projetos urbanos, projetos educativos e florestais, mas a maioria, foi destinada à reflorestação das áreas ardidas, segundo os dados do ICFN partilhados com o Capital Verde.

Ao ECO/Capital Verde, Paulo Lucas, da associação ambientalista Zero, congratula a iniciativa e outras tantas que têm como propósito reflorestar o país depois dos incêndios, no entanto, aponta que “são gotas num oceano daquilo que é efetivamente necessário“. Para o responsável, antes de se proceder à reflorestação, deve-se apostar numa gestão florestal concertada à escala profissional, que permita “produzir resultados” a longo prazo.

Não nos podemos resumir a projetos de pequena escala e à boa vontade das ONG. O que temos que fazer é uma gestão florestal a sério que não pode ficar limitada à plantação da árvore”, acrescentou o responsável, salientando que uma melhoria na gestão florestal está intimamente ligada à disponibilidade das verbas.

“Estamos com alguma expectativa de que com a passagem dos fundos do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) para o ICNF e um conjunto de iniciativas que passam pela utilização de verbas do Fundo Ambiental que possam dar algum contributo decisivo relativamente a uma nova visão para a floresta”. Desde o início deste ano que a gestão dos 274 milhões de euros da Medida 3 do PEPAC, destinados às florestas, transitou das direções regionais da Agricultura para o ICNF.

Mas além de verbas, Paulo Lucas realça a necessidade de haver uma estabilidade nas políticas públicas entre legislaturas. “Temos que ter uma política pública consensual, entre todos os partidos políticos, e que se mantenha sempre que se muda de Governo. Para mudar a floresta precisamos de 30 ou 40 anos, não podemos mudar as políticas sempre que se muda de Governo que é o que tem acontecido nas últimas década. Não tem havido estabilidade política ambiental nenhuma”, critica.

Barreiras Fluviais

Na União Europeia, 60% dos rios, lagos e zonas húmidas da UE “não são saudáveis e a Europa tem a paisagem fluvial mais fragmentada do planeta”, esta é a conclusão que surge no relatório da WWF divulgado no ano passado intitulado Living Planet Report 2022. Perante esta realidade, que sugere um “declínio alarmante da biodiversidade”, uma em cada três espécies de peixes de água doce na Europa está atualmente ameaçada de extinção e as populações de peixes migratórios sofreram um declínio de 93% desde 1970.

Este declínio faz parte de uma tendência global alarmante“, revela Rúben Rocha, Coordenador de Água da ANP/WWF ao ECO/Capital Verde.

Para tentar reverter esta tendência, os eurodeputados aprovaram, no início deste mês, a Lei do Restauro da Natureza que prevê metas e estratégias que visam recuperar os ecossistemas terrestres, marinhos e fluviais. Uma das principais ferramentas, sugerem os ambientalistas da ANP/WWF, é a remoção de barreiras fluviais — tais como barragens, açudes, diques e todas as infraestruturas cinzentas transversais e longitudinaisque impedem os rios de fluírem livremente.

Na Europa, existem mais de um milhão de barreiras fluviais, e um levantamento feito pela Agência Portuguesa de Ambiente aponta para a existência de 8.000 barreiras em Portugal, embora a ANP/WWF considere que “este número está claramente subestimado”. Até ao final do ano, o bloco europeu comprometeu-se em remover pelo menos 25 mil quilómetros de barreiras fluviais, mas o caminho parece estar aquém do necessário. Em 2021, apenas uma barreira fluvial foi removida em Portugal.

Em março deste ano, a ANP/WWF em parceria com a Câmara Municipal de Alcoutim, removeu a primeira — e até ao momento a única — barreira fluvial no açude de Galaxes que permitiu não só restaurar a conectividade de 7,7 quilómetros da Ribeira de Odeleite (bacia do Rio Guadiana) como também contribuir para a conservação de diversas espécies de peixes.

“O anterior ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, comprometeu-se em remover as barreiras fluviais. Mas as ações que temos visto têm sido conduzidas por ONG ou universidades”, aponta Paulo Lucas, da Zero. “Está tudo a andar muitíssimo devagar. Tem haver mais trabalho entre o Governo e as autarquias no sentido de as convencer de que, muitas vezes, é preferível deixar o rio correr do que fazer espelhos de água que são propícios para as espécies invasoras”, alerta Lucas.

Desta forma, a ANP/WWF defende ser “fundamental” que haja previsão de orçamento para remoção de barreiras fluviais em Portugal e sugere que essa previsão venha do Fundo Ambiental ou do Orçamento do Estado aquando da sua próxima elaboração. Além disso, recordam que existem de fundos privados, como o European Open Rivers Programme, criado especificamente para remoção de barreiras fluviais obsoletas na Europa.

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Hoje nas notícias: JMJ, Armando Pereira e Misericórdias

  • ECO
  • 28 Julho 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Ajustes diretos disparam antes da Jornada Mundial da Juventude, que arranca daqui a quatro dias. Genro de Armando Pereira, considerado testa-de-ferro pelo Ministério Público, terá fugido com a ajuda de Hernâni Antunes. Misericórdias recorrem à banca e vendem património para se manterem à tona. Conheça estas e outras notícias em destaque na imprensa nacional.

Ajustes diretos disparam antes da vinda do Papa

Foram celebrados 194 contratos por entidades públicas relacionados a Jornada Mundial da Juventude desde 2020, num montante superior a 38,33 milhões de euros. Destas adjudicações, a esmagadora maioria (78,50%) foram feitas já em 2023 e 46,9% foram celebrados no último mês, num valor próximo dos seis milhões. Nesse período, o peso dos ajustes diretos, ou seja, contratos sem concurso público, subiu 13 pontos, para 83,5% de todos os contratos celebrados, em comparação com a percentagem verificada entre 2020 e 26 de junho deste ano.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

Genro de Armando Pereira terá fugido com a ajuda de Hernâni Antunes

Yossi Benchetrit, gestor de topo na Altice USA e genro de Armando Pereira, é encarado pelo Ministério Público como um testa-de-ferro do sogro e estava na companhia de Hernâni Vaz Antunes quando as buscas da Operação Picoas começaram a 13 de julho. No entanto, Benchetrit terá desaparecido entretanto, escapando assim a sua detenção e interrogatório. De origem francesa, Benchetrit é engenheiro e terá trabalhado na antiga Portugal Telecom (atual Altice Portugal) até 2013. Ao todo, entre 2018 e 2023, duas empresas detidas pelo pai de Benchetrit nos Emirados Árabes Unidos, terão conseguido acumular 56 milhões de euros de pagamentos oriundos de companhias offshore de Vaz Antunes.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

Misericórdias vendem património e endividam-se para pagar salários e manter apoio

Várias são as Misericórdias que atualmente se debatem com problemas graves de sustentabilidade financeira. Algumas recorreram à banca, vendem património ou encerram valências para conseguirem pagar as despesas, nomeadamente salários, e manterem a ajuda que prestam diariamente a milhares de pessoas em todo o país. Este verão, houve funcionários que apenas receberam metade do subsídio de férias e há salas do pré-escolar que não voltarão a abrir em setembro.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Banco de Fomento tira 200 milhões do apoio estratégico para o capital de risco

O Banco Por­tu­guês de Fomento tirou 200 milhões aos 400 milhões de euros do pro­grama de inves­ti­mento direto em empre­sas de inte­resse estra­té­gico naci­o­nal, atra­vés do qual só apo­iou seis empre­sas até hoje. Estes 200 milhões, que fazem parte do bolo de 1.300 milhões que o banco gere em nome do Estado atra­vés do Fundo de Capi­ta­li­za­ção e Resi­li­ên­cia, serão trans­fe­ri­dos para o Pro­grama de Ven­ture Capi­tal, atra­vés do qual o Estado investe indi­re­ta­mente, cola­bo­rando com socie­da­des de capi­tal de risco, em empre­sas novas e emer­gen­tes (como as star­tups tec­no­ló­gi­cas).

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Gestora de fundos UCAP entra na Global Media

A gestora de fundos suíça Union Capital Group (UCAP Group) é a nova acionista da Páginas Civilizadas, sociedade do grupo Bel que controla a Global Media, a empresa que detém o Jornal de Notícias, Diário de Notícias e TSF. O investimento foi realizado esta semana através do World Opportunity Fund. O World Opportunity Fund Lda. comprou ao grupo Bel 37% da Páginas Civilizadas, não tendo sido possível apurar qual o montante da operação. A Páginas Civilizadas passou este mês a ser a maior acionista da Global Media, com 50,2% do capital, num movimento que foi um primeiro passo para a concretização da operação com o UCAP.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

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O dia em direto nos mercados e na economia – 28 de julho

  • ECO
  • 28 Julho 2023

Ao longo desta sexta-feira, 28 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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