Putin assina lei que introduz gradualmente rublo digital

  • Lusa
  • 24 Julho 2023

O rublo digital será testado primeiro com transações básicas e, no próximo ano, a sua utilização será alargada a outras transações, incluindo pagamentos sem contacto e transferências entre bancos.

O presidente russo, Vladimir Putin, assinou uma lei que introduzirá gradualmente o rublo digital na economia, juntamente com as formas de pagamento tradicionais, e estabelece a criação de uma plataforma eletrónica adequada. A lei foi adotada pela Duma em 11 de junho e entrará em vigor em 1 de agosto.

A governadora do Banco Central da Rússia, Elvira Nabiulina, afirmou, em 19 de junho, que o rublo digital será testado primeiro com transações básicas e, no próximo ano, a sua utilização será alargada a outras transações, incluindo pagamentos sem contacto e transferências entre bancos. Só quando o regulador monetário tiver a certeza de que todo o sistema funciona corretamente é que o rublo digital será introduzido em massa para o público.

Prevê-se que os russos possam começar a efetuar transações com o rublo digital a partir de 2025. O único emissor do rublo digital será o Banco Central e a plataforma do rublo será protegida como uma infraestrutura essencial da Federação Russa, disse Denis Poliakov, vice-chefe do Departamento de Sistemas Nacionais de Pagamento, na passada sexta-feira.

As transações na plataforma do rublo digital devem respeitar as regras estabelecidas pelo Conselho de Administração do Banco da Rússia. O banco central também determinará as taxas para as transações em rublo digital. Nabiulina afirmou que a instituição irá promover a utilização do rublo digital também nas transações internacionais.

O protótipo da plataforma do rublo digital foi criado em dezembro de 2021 e a fase piloto começou em fevereiro de 2022 em 12 bancos russos. Nabiulina, que se opõe categoricamente ao uso de criptomoedas, argumentou que o rublo digital não é uma criptomoeda porque é apoiado por um regulador.

A ideia do Banco Central é emitir o rublo digital em paralelo com os rublos em numerário e os utilizadores poderão geri-lo através de carteiras digitais e utilizá-lo com a ajuda de telemóveis ou outros dispositivos. O rublo digital permitirá pagar bens e serviços, efetuar pagamentos a organizações e ao Estado, transferir fundos e pagar transações com instrumentos financeiros e ativos financeiros digitais, explicou o Banco da Rússia ao anunciar a criação da moeda.

A lei prevê a possibilidade de legar direitos sobre rublos digitais, nomeadamente através de disposições testamentárias. Além disso, os herdeiros têm a possibilidade de receber rublos digitais da conta do testador para organizar o seu funeral.

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Elon Musk recupera título de pessoa mais rica do mundo, segundo a Forbes

  • Lusa
  • 24 Julho 2023

O bilionário de 52 anos conseguiu recuperar o seu lugar após um aumento do valor das ações da Tesla.

O CEO da Tesla, fundador da SpaceX e dono do Twitter, Elon Musk, recuperou esta segunda-feira o título de pessoa mais rica do mundo, destronando o presidente e CEO da empresa de luxo francesa LVMH, Bernard Arnault, segundo a Forbes.

O bilionário de 52 anos conseguiu recuperar o seu lugar após um aumento do valor das ações da Tesla, de acordo com a lista de bilionários em tempo real da Forbes. O património líquido de Musk ganhou 4.100 milhões de dólares (3.699 milhões de euros), aumentando o seu património líquido em mais de 1,75% para 240.700 milhões de dólares.

Às 13:00 locais (17:00 GMT), as ações da empresa de veículos elétricos subiam quase 2,5%, recuperando de uma queda na semana passada após a apresentação dos resultados comerciais da Tesla. Atualmente, Musk é notícia por ter mudado o logótipo do pássaro azul do Twitter – a rede social que comprou por 44.000 milhões de dólares no ano passado – para um “X” e, embora isso não tenha tido impacto na sua fortuna, manteve-o nas notícias.

Entretanto, o património líquido de Arnault, o proprietário de 74 anos da Louis Vuitton, Christian Dior e Tiffany caiu 1% (4.400 milhões de euros) para 234.900 milhões de dólares, devido à desvalorização das ações da LVMH. Arnault destronou Musk nesta lista em dezembro do ano passado e, desde então, Musk ocupou o título algumas vezes, mas sempre por um curto período de tempo.

No mês passado, os dois encontraram-se para almoçar num hotel de luxo em Paris. O terceiro lugar desta lista das pessoas mais ricas do mundo é ocupado pelo fundador da Amazon, Jeff Bezos, com uma fortuna de 151.900 milhões de dólares.

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Lei do Mais Habitação desapontou e é uma frustração, criticam hoteleiros

  • Lusa
  • 24 Julho 2023

Cristina Siza Vieira critica a lei por tratar da mesma forma "realidades tão distintas", como os alojamentos locais coletivos (como os 'hostels') e os individuais (que funcionam em apartamento).

A vice-presidente executiva da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) considera que o pacote Mais Habitação é uma “frustração” e trouxe “desapontamento” ao dar o mesmo tratamento a alojamentos locais individuais e coletivos, às zonas de veraneio e urbanas.

Sublinhando não conseguir perceber por que motivo a lei que enquadra o programa Mais Habitação tem medidas que tratam da mesma forma “realidades tão distintas”, como os alojamentos locais coletivos (onde se incluem os ‘hostels’) e os individuais (que funcionam em apartamento), a vice-presidente executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, lamenta que nenhuma das três propostas que esta associação fez durante a consulta pública tenha sido acolhida e alerta para os “problemas em cascata” que as novas regras do alojamento local vão trazer.

Entre as propostas que fez chegar, a AHP incluiu a necessidade de se distinguir aquelas duas realidades de alojamento local (AL), considerando que os coletivos deveriam passar a ser considerados como empreendimentos turísticos (e não como AL), retirando-os das novas regras em torno da caducidade e reapreciação dos registos ou das deliberações das assembleias de condóminos.

Deveria ter-se feito o trabalho de casa e separar estas realidades pelas várias razões, por ser uma realidade económica diferente, por não satisfazerem o mesmo fim, [por] não ser convertível um ‘hostel’, de repente, em apartamentos [de habitação], e isso não foi contemplado. E esta é uma grave crítica que se faz”, precisou a presidente da AHP, em declarações à Lusa.

Cristina Siza Vieira aponta ainda a Contribuição Extraordinária sobre o Alojamento Local (CEAL) como outro dos focos que irá contribuir para a “cascata de problemas”, afirmando que, além da “duvidosa constitucionalidade” desta contribuição, tem por base “uma forma complicadíssima” de cálculo. “É uma fórmula muito complicada, nem sei quem é que vai olhar para aquilo e perceber”, referiu, acrescentando esperar que seja disponibilizado um simulador para que se possa perceber melhor o impacto que vai ter.

Ainda no âmbito da CEAL, Cristina Siza Vieira questiona os motivos que levam a isentar desta contribuição as unidades de alojamento local que funcionem em casas de habitação própria e permanente até um máximo de 120 dias por ano, e o mesmo tratamento não seja dado a casas de férias, mesmo que localizadas em locais onde a carência de habitação não é um problema.

Neste contexto, aponta o exemplo de um residente não habitual que coloque no mercado de AL a sua habitação própria e permanente e que fica isento de CEAL, mesmo que a casa se localize em Lisboa ou no Porto, enquanto uma pessoa que tenha uma casa de férias em Albufeira não está. “Acho que isto é uma incongruência de facto incompreensível. É absurdo. A habitação certa e permanente em Lisboa e no Porto seria, à partida, muito mais necessária do que aquela que está em segunda habitação em Albufeira”, precisa.

E esta falta de distinção entre zonas urbanas e zonas de veraneio é outra das críticas que a AHP tece à nova lei, que foi aprovada em votação final pelo parlamento no dia 18 de julho, aguardando agora promulgação pelo Presidente da República.

Cristina Siza Vieira lamenta também que a versão final do Mais Habitação não acolha uma proposta da AHP no sentido de ser criado um apoio aos trabalhadores deslocados para habitação, que funcionasse no que ao tratamento fiscal e contributivo diz respeito em moldes semelhantes ao do subsídio de refeição.

Para Cristina Siza Vieira, esta lei é, “em todos os domínios”, um “desapontamento” e “uma frustração”, sendo que as pequenas alterações que foram incluídas no período de discussão, sobretudo em matéria das licenças do AL, são “muito de forma e não de substância”.

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Bandida do Pomar lança lata personalizável

A iniciativa pretende materializar o posicionamento da marca da Sociedade Central de Cerveja e Bebidas. Sofia Prata, responsável de marketing, explica como.

 

Sofia Prata, responsável de marketing da Bandida do Pomar

Pouco mais de um mês após o lançamento da primeira campanha multimeios, a Bandida do Pomar está a lançar uma lata de sidra de maçã na qual o consumidor pode personalizar a última letra do nome. Através desta alteração temporária, a marca pretende normalizar as idiossincrasias de todas as pessoas.

“A Lata Bandid_ é a concretização da forma como vemos o mundo e de como estamos no mundo. Se acreditamos que o que mais nos enriquece como indivíduos são as diferentes realidades, diferentes formas de estar e perspetivas diferentes, temos então de substanciar, de mostrar efetivamente como colocamos na prática a nossa posição assente no ecletismo e a diversidade”, diz ao +M Sofia Prata, responsável de marketing da Bandida do Pomar.

A iniciativa pretende então materializar o posicionamento da marca da Sociedade Central de Cerveja e Bebidas e concretizar o manifesto “Bebe a Diferença”. “No fundo, estamos a cristalizar a nossa forma de estar também com ações concretas, palpáveis e visíveis, que estão em linha com a nossa primeira grande campanha 360º“, prossegue.

A Bandid_ tem uma edição especial de cerca de 300 mil latas. Sem revelar os valores envolvidos nesta ação, Sofia Prata antecipa um crescimento da categoria. “Há, efetivamente, potencial de crescimento, quer seja da categoria, quer seja da marca Bandida do Pomar. Do ponto de vista da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, estamos bastante satisfeitos com a performance anual da marca, que tem nome português, um posicionamento feito de raiz e uma receita exclusiva para o mercado nacional. Estamos a superar as expectativas e a conquistar o nosso espaço de forma gradual e sustentada”.

A ambição é chegar a mais consumidores. “Ao nível da categoria, assistimos a uma integração de um grupo de consumidores mais abrangente e diversificado, pelo que neste momento temos a ambição de chegar a mais consumidores. Por esse motivo é que também avançámos com esta iniciativa, que surge num momento importante na evolução da marca”, justifica.

“Os consumidores de sidra estão a mudar. Assistimos a uma evolução e uma penetração cada vez maior, pois esta categoria tinha uma indexação muito grande aos 18-24 anos e hoje tem maior presença em termos absolutos na faixa etária dos 35 aos 44 anos“, diz a responsável.

O perfil de consumidores é diversificado. “O grande sucesso das sidras é a oferta de um produto doce e fácil de beber e que serve melhor uma fatia grande de consumidores. Verificamos, ainda, um consumo cada vez maior em determinadas ocasiões, por exemplo, em dias de muito calor“, descreve.

O lançamento da Lata Bandid_ vai ser divulgada nos canais digitais da marca a partir de 25 de julho. Rui Maria Pego, Soraia Tavares, Raquel Tillo, João Rebelo, Kiko is Hot e Bruna Magalhães são os influenciadores que também vão comunicar a marca. Terão, afirma, “total liberdade criativa, de forma a que a mensagem passe para as suas comunidades de forma orgânica”.

O lançamento será acompanhado por um filme, desenvolvido pela agência criativa Funny How e produzido pela Casper Films, que vai estar disponível no Instagram da marca a partir de 25 de julho.

Esta iniciativa é reforçada com uma campanha multimeios, que está no ar desde junho, em TV, digital, social media, mupis e outdoors (OOH). “Poucas coisas dizem tanto sobre ti como…” é o mote.

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Independentistas voltam a apoiar Sánchez

  • Lusa
  • 24 Julho 2023

"Se depender do EH Bildu, a balança vai inclinar-se para a esquerda", afirmou o líder do partido basco, Arnaldo Otegi. Uma mensagem reiterada também pelos catalães da ERC.

Os independentistas de esquerda do País Basco e da Catalunha confirmaram a intenção de voltar a viabilizar um governo do socialista Pedro Sánchez, com apelos a que o partido separatista do ex-presidente catalão Carles Puigdemont faça o mesmo.

As eleições legislativas espanholas de domingo terminaram sem maiorias absolutas à esquerda e à direita, pelo que a investidura do novo governo ficou nas mãos de partidos regionalistas, nacionalistas e independentistas, como já aconteceu na última legislatura. O atual governo espanhol é uma coligação do partido socialista (PSOE) e da plataforma de extrema-esquerda Unidas Podemos que foi viabilizado no parlamento por outras oito forças políticas.

Entre essas oito forças políticas estavam nacionalistas bascos, catalães e galegos e dois partidos separatistas de esquerda, a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) e o EH Bildu (do País Basco). A ERC e o Bildu já manifestaram a intenção, em declarações no domingo à noite e hoje, de voltarem a viabilizar um governo de esquerda e extrema-esquerda em Madrid, para evitar a repetição das eleições e o risco da chegada da direta ao poder.

“Não especulamos, cumprimos com a nossa palavra. Se depender do EH Bildu, a balança vai inclinar-se para a esquerda”, afirmou o líder do partido basco, Arnaldo Otegi, numa conferência de imprensa para analisar os resultados das eleições.

“A primeira mensagem” do eleitorado basco no domingo é que “não quer de nenhuma maneira que governe o bloco reacionário”, afirmou Otegi. De todos os partidos independentistas, o EH Bildu foi o único a melhorar os resultados nas eleições de domingo e passou de cinco para seis deputados no parlamento espanhol. Na Catalunha, onde os socialistas foram os mais votados, a ERC passou de 13 para 7 deputados e o JxCat perdeu um lugar no parlamento e tem agora também 7.

A ERC já disse que está disponível para voltar a viabilizar um governo de Sánchez em Madrid, mantendo as exigências do acordo da anterior legislatura: mais autonomia fiscal para a Catalunha, a passagem dos comboios suburbanos para a tutela regional e a manutenção da “mesa de diálogo” entre executivo nacional e autonómico, no seio da qual pretende conseguir um acordo para um referendo sobre a independência e amnistia dos envolvidos no processo de 2017.

o JxCat, que no parlamento espanhol assumiu sempre, na última legislatura, um papel de oposição ao governo de Sánchez, afirmou que não viabilizará um executivo socialista “a troco de nada” e sublinhou que a prioridade “é a Catalunha” e não “a governabilidade do Estado”. O JxCat não aceitou sentar-se na “mesa de diálogo” entre governo de Espanha e governo regional catalão formada na última legislatura e exige também um referendo e uma amnistia para independentistas.

Dirigentes da ERC apelaram no domingo à noite e esta segunda ao JxCat para se juntar a uma frente independentista no parlamento espanhol que impeça um governo PP ou até PP/VOX. “O resultado mostra que a independência da Catalunha é a chave para o futuro do que pode acontecer no âmbito do Estado. Apelamos ao Junts para que construa esta resposta e utilize esta força para defender os interesses da Catalunha. Quanto maior for a unidade e o consenso estratégico do movimento pró-independência, melhor”, afirmou esta segunda, numa conferência de imprensa, a dirigente da ERC Marta Vilalta, que sublinhou que está em causa a “possibilidade de construir uma maioria alternativa e de progresso” que “trave a onda reacionária”.

Puigdemont reiterou no domingo, numa publicação na rede social Twitter, a sua oposição às políticas dos socialistas para a Catalunha, mas terminou o texto com uma mensagem que parece ser mais crítica da direita: “Temos de continuar a defender a Catalunha contra aqueles que querem liquidar a nossa língua, a nossa cultura, a nossa nação.”

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Líder do PP já iniciou contactos para formar governo em Espanha. PSOE em silêncio

  • Lusa
  • 24 Julho 2023

Alberto Núñez Feijóo, do partido mais votado nas eleições espanholas, avançou que também contactou o PSOE e que combinou voltar a falar com o líder dos socialistas e primeiro-ministro, Pedro Sánchez.

O presidente do Partido Popular espanhol (PP, direita), Alberto Núñez Feijóo, disse esta segunda-feira que já iniciou contactos para tentar formar um governo na sequência das eleições de domingo e reiterou que deve governar o candidato mais votado.

O PP ganhou as eleições legislativas de domingo sem conseguir uma maioria absoluta sozinho ou com o partido de extrema-direita VOX, com quem governa coligado em três regiões autónomas de Espanha, com o resultado do escrutínio a deixar em aberto a possibilidade de uma ‘geringonça’ liderada pelos socialistas (PSOE), com o apoio parlamentar de nacionalistas e independentistas.

Feijóo disse que “como líder do partido mais votado” iniciou já contactos com várias forças políticas com o objetivo de formar em breve “um governo estável em Espanha” e garantiu o apoio de um deles, a União do Povo Navarro (UPN), que elegeu um deputado no domingo. O PP elegeu 136 deputados e são necessários 176 para uma maioria absoluta no parlamento.

Feijóo disse ter também contactado a Coligação Canária (1 deputado) e ter ficado “aberto o caminho” para o apoio a um governo do PP. Além disso, após um primeiro contacto, conta continuar conversações nos próximos dias com o Partido Nacionalista Basco (PNV, 5 deputados) e com o VOX (33 deputados).

O PNV viabilizou na última legislatura o atual Governo de esquerda e extrema-esquerda liderado pelo socialista Pedro Sánchez e afirmou, durante a campanha eleitoral das legislativas de domingo, que o PP ultrapassou uma linha inaceitável ao fazer acordos com o VOX em várias regiões autónomas e municípios.

O presidente do PNV, Andoni Ortuzar, disse no domingo que os votos do partido “parece que voltam a ser decisivos” e garantiu que serão geridos com responsabilidade, “conjugando o binómio de defesa de Euskadi [o País Basco], por um lado, e de consolidação e avanço dos princípios democráticos, por outro”, sem concretizar mais.

Alberto Núñez Feijóo avançou que também contactou o PSOE e que combinou voltar a falar com o líder dos socialistas e primeiro-ministro, Pedro Sánchez, depois do escrutínio final e formal do resultado das eleições, previsto para a próxima sexta-feira. O líder do PP falava no início de uma reunião da direção nacional do partido, em Madrid, numa intervenção que foi transmitida nas redes sociais dos populares.

Feijóo voltou a sublinhar que em Espanha deve governar o partido mais votado e que o país “precisa de uma mudança, de um tempo novo, de moderação e entendimento no Governo, sem depender de minorias radicais e independentistas”.

O líder do PP afirmou que em Espanha sempre governou o partido mais votado e criticou a possibilidade de haver agora uma “coligação de perdedores”, com “ainda maiores exigências e maiores presenças de independentistas”, incluindo o de “um partido liderado por um fugitivo à justiça espanhola”. Feijóo referia-se ao ex-presidente do Governo Regional da Catalunha Carles Puigdemont, que vive na Bélgica desde a tentativa de independência catalã de 2017, para fugir à justiça espanhola.

O partido de Puigdemont, Juntos pela Catalunha (JxCat), elegeu seis deputados no domingo que poderão ser determinantes na formação do próximo Governo espanhol, atendendo aos alinhamentos das diversas forças com a esquerda ou com a direita. A direção do PSOE também esteve reunida esta segunda, com a presença de Pedro Sánchez, mas não houve declarações oficiais no final do encontro.

Pedro Sánchez celebrou no domingo o “fracasso do bloco do retrocesso”, disse que são “muitos mais” aqueles que querem “que Espanha avance, e assim continuará a ser”, mas não deu qualquer indicação sobre o que fará ou quando o fará em relação à formação de um novo executivo.

Fontes da direção do PSOE citadas por diversos meios de comunicação espanhóis garantiram que Sánchez disse na reunião de hoje que a “democracia encontrará a fórmula da governabilidade” e não haverá um bloqueio que leve à repetição das eleições, sem revelar os eventuais passos ou negociações com vista à formação de um governo de esquerda.

Quem já iniciou esta segunda negociações com partidos independentistas da Catalunha foi o Somar, a plataforma de extrema-esquerda liderada pela atual ministra do Trabalho e vice-presidente do Governo espanhol, Yolanda Díaz. PSOE e Somar assumiram na campanha a intenção de governarem juntos na próxima legislatura.

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China rejeita acusação francesa de assistência militar à Rússia

  • Lusa
  • 24 Julho 2023

Pequim frisou que está empenhada em "facilitar conversações de paz" e que a China gere a exportação de bens militares de forma "prudente e responsável".

A China rejeitou esta segunda-feira acusações de um conselheiro presidencial francês sobre prestar assistência militar não letal à Rússia, no mesmo dia em que uma investigação do site Politico revela compras russas de equipamento militar chinês.

“São alguns países da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] que continuam a deitar achas para a fogueira”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, frisando que a China “não criou a crise na Ucrânia e nem é parte dela”.

Mao Ning reiterou a posição da China sobre o conflito, sublinhando que Pequim está empenhada em “facilitar conversações de paz” e que a China gere a exportação de bens militares de forma “prudente e responsável“, atuando em conformidade “estrita” com as leis nacionais e as obrigações internacionais. Sexta-feira, à margem do Fórum de Segurança de Aspen (Estados Unidos), Emmanuel Bonne, conselheiro político do Presidente francês, disse que há indícios de que a China está a fornecer equipamento militar não letal à China.

“Sim, há indícios de que eles estão a fazer coisas que preferíamos que não fizessem”, disse o assessor, Emmanuel Bonne, à CNN à margem do Fórum de Segurança de Aspen, no Colorado, Estados Unidos. “Bem… equipamento militar… Pelo que sabemos, eles forneceram grande capacidade militar à Rússia”, declarou.

No entanto, outros funcionários consultados pela mesma cadeia televisiva referiram que essa assistência seria tecnológica, como equipamentos não letais, incluindo capacetes e coletes antibalísticos. Segundo publica o site noticioso Politico, a China está a enviar secretamente à Rússia equipamento suficiente para equipar um exército e os compradores russos declararam encomendas de centenas de milhares de coletes e capacetes à prova de bala fabricados pela empresa chinesa Shanghai H Win.

A Rússia importou mais de 100 milhões de dólares (90.200 milhões de euros) em ‘drones’ da China este ano – 30 vezes mais do que a Ucrânia, segundo a mesma fonte. E as exportações chinesas de cerâmica, um componente utilizado em coletes à prova de bala, aumentaram 69% para a Rússia, para mais de 225 milhões de dólares (203 milhões de euros), enquanto caíram 61% para a Ucrânia, para uns meros cinco milhões de dólares (4,05 milhões de euros), segundo dados das alfândegas chinesas e ucranianas.

“O que é muito claro é que a China, apesar de todas as suas afirmações de que é um ator neutro, está de facto a apoiar as posições da Rússia nesta guerra”, disse Helena Legarda, analista principal especializada em defesa e política externa chinesa no Instituto Mercator para Estudos sobre a China, um grupo de reflexão de Berlim, citada pelo Politico.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a China declarou a sua neutralidade e até se propôs como intermediária no conflito. No entanto, os parceiros de Kiev pediram a Pequim que mostre maior determinação e condene a agressão de Moscovo. No início do ano, os Estados Unidos e seus aliados acusaram a China de apoiar a Rússia ao não cortar os laços económicos.

Algumas declarações foram qualificadas de difamatórias por Pequim, que defendeu a sua soberania para cumprir os seus próprios acordos comerciais e não seguir as sanções unilaterais do Ocidente. Em março, o Presidente chinês, Xi Jinping, visitou Moscovo e, após reunir-se com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, referiu-se a uma “nova era” no aprofundamento das relações entre os dois países.

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UE financia projeto de desenvolvimento da cultura do café em Angola

  • Lusa
  • 24 Julho 2023

As três províncias beneficiárias têm grande potencial na produção do café robusta, prevendo-se incluir no projeto cerca de 500 mil produtores.

A União Europeia (UE) vai financiar com 8,8 milhões de euros um projeto para o desenvolvimento da cultura do café em Angola, a decorrer por um período de cinco anos, em três províncias do país, anunciou esta segunda-feira aquela organização. O projeto, denominado “Mukafé”, é financiado pela UE por meio da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), e vai ser aplicado nas províncias do Uíje, Cuanza Sul e Cuanza Norte.

Na sua intervenção, o embaixador da França em Angola, Daniel Vosgien, referiu que este projeto é importante e enriquece o conteúdo da cooperação bilateral no setor agrícola, com a revitalização do setor do café em Angola.

“Através da ação combinada das equipas da embaixada de França e da AFD, e no âmbito do nosso acordo de cooperação bilateral assinado em 2018 com Angola (…), queremos prestar o apoio mais abrangente e pragmático possível a este setor do café, que como todos sabemos é crucial para a diversificação da economia angolana e para a sua capacidade de criar empregos de qualidade particularmente nas zonas rurais”, referiu.

O diplomata francês assegurou “o forte interesse da França em utilizar este projeto para ajudar a relançar o setor do café em Angola, com o enfoque especial na qualidade e apoio aos pequenos produtores, a sua formação e melhoria do seu acesso ao mercado”.

Em declarações à imprensa, a coordenadora do projeto “Mukafé”, Júlia Ferreira frisou que as três províncias beneficiárias têm grande potencial na produção do café robusta, prevendo-se incluir no projeto cerca de 500 mil produtores. Por sua vez, o diretor do Instituto Nacional do Café, Vasco Gonçalves, sublinhou que a produção do café em Angola cobre cerca de 35 mil hectares, em dez das 18 províncias do país.

Vasco Gonçalves apontou como principais constrangimentos a falta de financiamento para a produção, dificuldades de acesso, nomeadamente das vias terciárias que levam às fazendas de café, o acesso aos inputs agrícolas, concretamente enxadas e catanas.

O país tem potencial de produzir mais de 500 mil toneladas de café, mas neste momento devido às dificuldades que enfrentamos estamos a produzir cerca e 6.000 toneladas de café comercial – o que nós controlamos e registamos – e está a exportar cerca de mil toneladas de café comercial por ano”, salientou. O responsável frisou que há também necessidade de renovação das mudas, tendo em conta que “as plantações estão praticamente envelhecidas”.

“Precisamos de produzir anualmente no mínimo 40 milhões de mudas para termos por ano cerca de 20 mil hectares renovados”, observou Vasco Gonçalves, enfatizando a necessidade de incentivos para a atração de jovens “para a produção agrícola e em especial a produção do café”.

“O que nós vemos hoje, embora já tenhamos alguns jovens a produzir café, mas até agora é uma atividade que assenta fundamentalmente nas mãos de pessoas já com certa idade, o que não ajuda muito ao desenvolvimento da cultura do café”, realçou.

Em 2021, as províncias do Uíje, Cuanza Norte e Cuanza Sul produziram 82,3% da produção nacional. Angola, em 1973, produziu 243.780 toneladas e, em 1974, exportou 223.800 toneladas, no valor de 182,4 milhões de dólares (163,1 milhões de euros), tornando-se no quarto maior exportador de café.

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Pagamentos do PRR aos beneficiários subiram para 2.154 milhões

  • Lusa
  • 24 Julho 2023

Com os maiores montantes recebidos estão as entidades públicas (608 milhões de euros), as empresas (558 milhões de euros) e as empresas públicas (317 milhões de euros).

Os pagamentos aos beneficiários do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) subiram para 2.154 milhões de euros até 19 de julho, o que corresponde a 13% do total. Até julho, os beneficiários diretos e finais do plano tinham recebido 2.094 milhões de euros. Segundo o último relatório de monitorização, com os maiores montantes recebidos estão as entidades públicas (608 milhões de euros), as empresas (558 milhões de euros) e as empresas públicas (317 milhões de euros).

Seguem-se as escolas (221 milhões de euros), as famílias (145 milhões de euros), as autarquias e as áreas metropolitanas (144 milhões de euros), as instituições do ensino superior (75 milhões de euros), as instituições da economia solidária e social (46 milhões de euros) e as instituições do sistema científico e tecnológico (39 milhões de euros).

A execução do PRR permanece em 17% dos marcos e metas acordados com a União Europeia. Por sua vez, as aprovações estão em 13.599 milhões de euros, o que corresponde a 82% do total. Destacam-se aqui as entidades públicas (4.194 milhões de euros), as empresas (4.008 milhões de euros) e as empresas públicas (2.229 milhões de euros).

Depois surgem as autarquias e as áreas metropolitanas (1.333 milhões de euros), as instituições do ensino superior (624 milhões de euros) e as escolas (369 milhões de euros). No final da tabela estão as instituições da economia solidária e social (340 milhões de euros), as instituições do sistema científico e tecnológico (326 milhões de euros) e as famílias (175 milhões de euros).

Até 19 de julho, foram submetidas 196.255 candidaturas ao PRR, sendo que 139.007 foram aprovadas. No final de maio, Portugal submeteu uma proposta de reprogramação do PRR a Bruxelas, cuja dotação ultrapassa os 22.000 milhões de euros. Com a reprogramação, Portugal passará a contar com mais 41 medidas, 11 reformas e 30 investimentos.

O montante total do PRR (16.644 milhões de euros – valor inicial), gerido pela Estrutura de Missão Recuperar Portugal, está dividido pelas suas três dimensões estruturantes – resiliência (11.125 milhões de euros), transição climática (3.059 milhões de euros) e transição digital (2.460 milhões de euros).

As três dimensões do plano apresentam uma taxa de contratação de 100%. Da dotação total, cerca de 13.900 milhões de euros correspondem a subvenções e 2.700 milhões de euros a empréstimos. Este plano, que tem um período de execução até 2026, pretende implementar um conjunto de reformas e investimentos tendo em vista a recuperação do crescimento económico.

Além de ter o objetivo de reparar os danos provocados pela covid-19, este plano tem ainda o propósito de apoiar investimentos e gerar emprego.

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Guterres pede à Rússia que retome acordo dos cereais

  • Lusa
  • 24 Julho 2023

As exigências da Rússia incluem a reintegração do banco agrícola, Rosselkhozbank, no SWIFT, o levantamento das sanções sobre as peças sobresselentes para a maquinaria agrícola.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, exortou esta segunda-feira a Rússia a regressar ao acordo sobre a exportação de cereais pelo Mar Negro, argumentando que o protocolo é “fundamental para garantir a estabilidade no fornecimento e nos preços”.

“Peço à Federação Russa que retome a aplicação dos acordos do Mar Negro e exorto a comunidade internacional a permanecer unida neste esforço para encontrar soluções efetivas”, disse Guterres, na abertura em Roma da Cimeira das Nações Unidas sobre sistemas alimentares, encontro co-organizado pelo Governo italiano.

A capital italiana, sede de várias agências da ONU focadas no setor da alimentação (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – FAO, Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola – IFAD e Programa Alimentar Mundial -WFP), acolhe esta semana esta reunião para efetuar um balanço dos acordos alcançados há dois anos em Nova Iorque durante uma conferência sobre sistemas alimentares.

Na passada quarta-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, assegurou que a Rússia está preparada para regressar ao acordo sobre a exportação de cereais ucranianos – que suspendeu em 17 de julho ao considerar que os seus envios de produtos agrícolas e de fertilizantes estão bloqueados pelas sanções ocidentais – caso as suas exigências sejam concretizadas “na totalidade”, e sem as quais o prolongamento do pacto “deixa de ter sentido”.

As exigências da Rússia incluem a reintegração do seu banco agrícola, Rosselkhozbank, no sistema bancário internacional SWIFT, o levantamento das sanções sobre as peças sobresselentes para a maquinaria agrícola, o desbloqueamento da logística de transportes e dos seguros e o descongelamento de ativos.

As autoridades russas pretendem ainda a reabertura do oleoduto Togliatti-Odessa, destinado à exportação de amoníaco, componente decisivo para os fertilizantes russos. Esta estrutura, fora de serviço desde o início do conflito em curso na Ucrânia, foi danificada por uma explosão em 5 de junho, ação que Moscovo atribuiu a Kiev.

Assinado no verão de 2022 em Istambul pela Ucrânia e pela Rússia, sob a mediação da ONU e da Turquia, o acordo abrange os cereais ucranianos e a exportação de fertilizantes e de produtos alimentares russos. Segundo dados das Nações Unidas, desde que o acordo entrou em vigor, perto de 33 milhões de toneladas de cereais foram escoados a partir dos portos do sul da Ucrânia.

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Conservadores alemães abrem a porta a cooperação com extrema-direita

  • Joana Abrantes Gomes
  • 24 Julho 2023

Friedrich Merz foi criticado por membros do próprio partido por sugerir quebrar o "cordão sanitário" que os partidos alemães mantêm relativamente à AfD, partido de extrema-direita.

O líder da oposição na Alemanha, Friedrich Merz, admitiu no domingo que a União Democrata-Cristã (CDU) poderá vir a cooperar com a extrema-direita a nível municipal, o que está a provocar fortes críticas no país, incluindo por parte de membros do partido de centro-direita, noticia o Politico.

A política local é diferente da política estadual e federal“, afirmou Merz, numa entrevista à emissora de televisão pública alemã ZDF, em reação à subida nas sondagens da Alternativa para a Alemanha (AfD), impulsionada por recentes triunfos eleitorais em regiões do leste do país, como em Sonneberg, na Turíngia, ou em Raguhn-Jeßnitz, na Saxónia-Anhalt.

Uma cooperação entre a CDU e a AfD quebraria o “cordão sanitário” que os partidos tradicionais alemães aplicam há muito tempo ao partido de extrema-direita, anti-imigração e negacionista das alterações climáticas, que nasceu há dez anos e surge, atualmente, em segundo lugar nas sondagens a nível nacional, com 21% das intenções de voto — apenas atrás da CDU (27%) e três pontos percentuais acima do SPD (18%), de acordo com o Politico.

Mas, para o líder da CDU, o princípio do “cordão sanitário” só deve ser aplicado “aos órgãos legislativos, incluindo o Parlamento Europeu, o Bundestag (Parlamento alemão) e os parlamentos regionais”. “Não haverá qualquer participação da AfD num governo”, sublinhou, na entrevista de domingo.

Vários membros da CDU – partido que, na sua matriz, refere que “não haverá cooperação com a AfD, nem de forma direta nem indireta” – logo se manifestaram contra as declarações do líder do partido. “A CDU não pode, não quer e não vai cooperar com um partido cujo modelo de negócio é o ódio, a divisão e a exclusão“, escreveu o presidente da Câmara de Berlim, Kai Wegner, no Twitter.

Norbert Röttgen, deputado da CDU desde 1994 e que serviu num dos governos de Angela Merkel, lembrou Merz de que o partido “tomou uma decisão vinculativa de proibir a cooperação com a AfD sem quaisquer restrições”. “Quem quiser alterar esta decisão tem de obter uma maioria para o efeito numa conferência federal da CDU. Até lá, todos devem respeitar a resolução“, acrescentou.

O partido e os seus conteúdos desumanos e antidemocráticos continuam a ser os mesmos, seja a que nível for. Não há relativização, não há banalização, mas sim um claro ‘não’ aos extremistas de direita”, escreveu no Twitter a membro da direção da CDU Annette Widmann-Mauz.

Também várias associações empresariais e industriais alemãs se pronunciaram acerca dos comentários de Merz, alertando para o facto de a subida nas sondagens da AfD nos estados da Saxónia e da Turíngia, antes das eleições regionais do próximo ano, ameaçar a economia.

A AfD causaria grandes danos ao nosso setor de atividade“, disse Christian Haase, da Associação das Empresas Familiares, ao diário alemão Tagesspiegel, enquanto o presidente da Câmara de Indústria e Comércio de Erfurt (Turíngia), Dieter Bauhaus, alertou para o facto de a maioria das empresas temer um sucesso da extrema-direita.

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Que razões que levaram as marcas ao 2º Fórum Nacional de Seguros – Parte 2

  • ECO Seguros
  • 24 Julho 2023

Num segundo bloco de depoimentos, responsáveis da Carglass, lluni, Libax, April Portugal, Tranquilidade e Future Healthcare partilham a sua experiência e o que os levou a estar no 2º FNS.

Num segundo bloco de entrevistas, recolhemos mais depoimentos de participantes dinâmicos no 2º Fórum Nacional de Seguros. Quisemos saber por que estiveram presentes, o que esperavam, o que conseguiram e, no caso das empresas que repetiram a presença, o que levou ao regresso.

Veja aqui o segundo bloco de depoimentos.

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