Caixa avança com recompra de dívida que custa 30 milhões por ano

BCE já autorizou banco público a avançar com reembolso antecipado dos títulos de dívida Tier 2 emitidos no âmbito da recapitalização. Operação permite poupar quase 30 milhões em juros por ano.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai avançar para o reembolso antecipado da emissão de dívida Tier 2 (T2), no montante de 500 milhões de euros, realizada há cinco anos. Por esta dívida, o banco público paga uma taxa de juro de 5,757%, pelo que irá poupar quase 30 milhões em juros por ano com a operação que já teve a aprovação prévia do Banco Central Europeu (BCE).

Com esta recompra antecipada, que terá efeitos a 28 de junho, a Caixa devolve os mil milhões de euros que pediu junto dos investidores privados no âmbito da recapitalização de cinco mil milhões realizada há seis anos, como sublinha no comunicado enviado ao mercado esta segunda-feira. Neste processo, o Estado meteu outros 3,9 mil milhões, incluindo 2,5 mil milhões em dinheiro fresco, que também já foram devolvidos parcialmente.

Este reembolso segue-se a uma operação semelhante realizada no ano passado, em que a instituição liderada por Paulo Macedo antecipou 500 milhões de euros aos investidores que subscreveram os títulos perpétuos Additional Tier 1 (AT1).

Tanto a emissão de fundos próprios T2 e AT1 — obrigações que equiparam a capital — foram condição essencial para a Comissão Europeia aprovar o processo de recapitalização do banco público.

A CGD frisa que a autorização para este reembolso antecipado “evidencia a robusta solvência” do banco que, em março, apresentava rácios de CET 1 de 19,5% e de capital total de 20,9%.

“Sem consideração da emissão Tier 2, o rácio de CET 1 permanece inalterado em 19,5% e o rácio de capital total fixa-se em 19,8%”, acrescenta no comunicado.

Devolvidos 2,3 mil milhões

Uma das prioridades de Paulo Macedo passa exatamente por pagar a ajuda que a Caixa teve há seis anos, aproveitando a posição de capital de que o banco beneficia e que deverá atingir os 10 mil milhões este ano.

Enquanto os investidores privados estão prestes a receber todo o cheque de volta, os contribuintes já viram a Caixa pagar mais de 1.300 milhões em dividendos ao acionista Estado – sem incluir o dividendo em espécie corresponde à entrega do edifício-sede, avaliado em mais de 300 milhões.

“Até 2024 – e a pagar em 2025, o banco tem condições para pagar tudo ao Estado”, cerca de 2.500 milhões de euros, disse recentemente o gestor. “É o nosso grande objetivo”.

A Caixa praticamente duplicou os lucros nos três primeiros meses do ano, atingindo um resultado de 285 milhões de euros.

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PP vence eleições municipais em Espanha e tem maioria absoluta em Madrid

  • Lusa
  • 28 Maio 2023

O Partido Popular (PP, direita) foi a força política mais votada nas eleições municipais em Espanha, tendo conseguido uma maioria absoluta em Madrid e conquistado Sevilha e Valência à esquerda.

O Partido Popular (PP, direita) foi a força política mais votada globalmente nas eleições municipais deste domingo em Espanha, tendo conseguido uma maioria absoluta em Madrid e conquistado Sevilha e Valência à esquerda. O PP venceu assim em três das quatro maiores cidades espanholas, com a exceção de Barcelona, onde se deu, por outro lado, uma das maiores surpresas destas eleições locais, com a vitória do Juntos Pela Catalunha (JxCat), o partido de direita independentista do ex-presidente do governo regional Carles Puigdemont.

Em Madrid, o PP recandidatou Jose Luis Almeida a presidente da câmara e conseguiu uma maioria absoluta, depois de nos últimos quatro anos se ter desentendido de acordos com outros partidos de direita para governar a cidade. Em Sevilha, a maior cidade que estava nas mãos dos socialistas, o PP foi também o partido mais votado. Com todos os votos contados na capital da Andaluzia, o PP elegeu 14 vereadores (tinha 8), o PSOE conseguiu 12 (perdeu um) e o VOX conquistou três (mais um), sendo que a maioria absoluta se consegue com 16. Em Valência, o partido Compromís, do presidente da câmara Joan Ribó, que liderava a coligação de esquerda à frente da cidade, perdeu as eleições e reconheceu que houve na cidade “uma mudança de maioria absoluta” para a direita, com o PP a eleger 13 vereadores (mais oito do que nas eleições anteriores) e o VOX quatro (mais dois).

Serei presidente da câmara de Barcelona“, disse, por seu lado, o candidato do JxCat, Xavier Trias, quando estavam contados 98% dos votos na cidade. Trias, que já foi presidente da câmara de Barcelona entre 2011 e 2015, não venceu, porém, com maioria absoluta, pelo que o governo da cidade dependerá de pactos pós-eleitorais.

O segundo partido mais votado em Barcelona foi o BComú (esquerda), da atual presidente da câmara, Ada Colau, e o terceiro o partido socialista, sendo que as sondagens das últimas semanas e as projeções feitas hoje davam um empate entre estas duas forças.

Globalmente, com mais de 97% dos votos contados, o PP foi o partido mais votado nas eleições municipais de hoje em Espanha, com 31,5% dos votos, seguido pelo PSOE, com 28,18%. Os resultados refletem uma mudança em relação às eleições municipais anteriores, de 2019, em que o PSOE teve 29,38% dos votos e o PP conseguiu 22,62%. Esta é também considerada a primeira vitória eleitoral do PP em Espanha desde 2015.

Os resultados confirmam também o avanço da extrema-direita, com o VOX a conseguir nas eleições locais de hoje 7,19% dos votos, depois de ter tido 3,56% em 2019.

Além de eleições municipais, houve hoje regionais em 12 das 17 comunidades autónomas espanholas, mas a contagem de votos é mais lenta. No entanto, as contagens que se conhecem apontam também para o avanço do PP e do VOX e perdas do PSOE. Os líderes nacionais dos partidos não fizeram ainda declarações, mas o espírito de vitória é visível junto à sede do PP, em Madrid, onde se estão a juntar apoiantes do partido e está montado um palco para a celebração.

Estas eleições foram a primeira ida a votos este ano em Espanha, que tem também legislativas nacionais previstas para dezembro, no final de uma legislatura marcada pela primeira coligação governamental no país, entre o PSOE e a plataforma de extrema-esquerda Unidas Podemos.

Mais de 35,5 milhões de eleitores foram chamados a votar para os órgãos de governo de mais de 8.100 municípios. Mais de 18,3 milhões desses eleitores foram, em simultâneo, convocados para votar na eleição de 12 parlamentos regionais.

As municipais, as eleições que hoje se realizaram em todo o país, estão a ser vistas como um prenúncio das legislativas de dezembro, com o PSOE, à frente do Governo nacional desde 2018 e liderado pelo também primeiro-ministro Pedro Sánchez, a medir a sua resistência.

Já o PP elegeu um novo líder, Alberto Núñez Feijóo, há pouco mais de um ano que enfrenta hoje o primeiro grande teste eleitoral e que transformou as eleições de hoje num referendo ao executivo nacional liderado pelos socialistas.

Além da disputa entre PSOE e PP, hoje está também em causa verificar a dimensão do esperado avanço da extrema-direita do VOX na generalidade do país.

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Erdogan reivindica vitória nas presidenciais da Turquia

  • Lusa
  • 28 Maio 2023

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reivindicou a vitória na segunda volta das eleições presidenciais que decorreram no país.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reivindicou a vitória na segunda volta das eleições presidenciais que decorreram este domingo no país. “A nossa nação confiou-nos a responsabilidade de governar o país nos próximos cinco anos“, afirmou Erdogan, em frente à sua residência em Istambul, para onde uma multidão entusiasmada convergiu nas últimas horas.

Perante os apoiantes, o chefe de Estado, que está há 20 anos no poder, garantiu que vai cumprir “todas as promessas feitas ao povo” e salientou que cada eleição é “um renascimento”.

Os resultados preliminares e não oficiais colocam o atual Presidente da Turquia à frente na segunda volta das eleições, quando estavam apuradas 98% das mesas de voto.

A agência de notícias estatal Anadolu adiantou que Erdogan já obteve 52,1% dos votos, enquanto o seu adversário, Kemal Kilicdaroglu, teve 47,9%. Já a agência de notícias ANKA, próxima da oposição, avançou com 51,9% para Erdogan e 48,1% para Kilicdaroglu. As assembleias de voto encerraram às 17:h00, menos duas horas em Lisboa.

A oposição turca denunciou hoje irregularidades na segunda volta das eleições presidenciais, como ataques físicos contra observadores eleitorais na região Sudoeste e votos falsos.

A Turquia tem cerca de 85 milhões de habitantes e mais de 61 milhões de eleitores inscritos num processo em que o voto é obrigatório.

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O melhor das privatizações em Angola “ainda está para vir”

  • Lusa
  • 28 Maio 2023

O Governo de Angola deve avançar este ano com a privatização de empresas como a Unitel, o Banco de Fomento Angola (BFA), a seguradora ENSA e a TV Cabo, revela Patrício Vilar, do IGAPE.

O presidente do IGAPE, entidade que gere o programa de privatizações em Angola, manifestou-se satisfeito com os resultados obtidos na primeira fase do Propriv, mas Patrício Vilar salienta que o melhor “ainda está para vir“. O Propriv foi aprovado em 2019, integrando 195 ativos e empresas, mas tem vindo a sofrer alterações, com entradas e saídas de bens, tendo sido anunciada este ano uma nova fase do programa, que se vai prolongar até 2026.

Do total de ativos contemplados inicialmente, 93 processos foram concluídos, e Patrício Vilar considera que os objetivos foram atingidos, tendo em conta que nesta fase foram vendidos essencialmente ativos como indústrias, agroindústrias e fazendas. “Se nós considerarmos que a maioria disto foram ativos, estou satisfeitíssimo, ou seja, o filé mignon estava ainda para vir“, disse o responsável do Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE) em entrevista à Lusa.

Dos 93 processos finalizados, foram contratualizados 955 biliões de kwanzas (1,6 mil milhões de euros) e recebidos 571 biliões (976 milhões de euros), enquanto os contratos anulados, por falta de pagamento, representam 2% do total.

Tínhamos um grande desafio, este programa não podia continuar a ‘emprestadar’, tínhamos que encontrar um modelo que permitisse ao empresariado ter acesso ao programa tendo sido decidido fazer contratos a sete anos com dois anos de carência“, adiantou, justificando desta forma os pagamentos diferidos e a diferença de receitas entre valores contratualizados e recebidos.

"Se nós considerarmos que a maioria disto foram ativos, estou satisfeitíssimo, ou seja, o filé mignon estava ainda para vir.”

Patrício Vilar

Ainda assim, “as nossas expectativas eram mais baixas do que o que veio a acontecer”, tendo em conta a pandemia e o contexto macroeconómico, que só “deu a volta já em finais de 2022”, sublinhou Patrício Vilar. Porque “uma coisa é vender em hasta publica ativos, imóveis, equipamentos, outra coisa é vender empresas“, disse, sublinhando que este processo é muito mais demorado, sobretudo quando se trata de operações de bolsa, como aconteceu com as participações do Estado angolano no Banco Angolano de Investimento (BAI) e no Caixa Angola, vendidas no ano passado.

Além disso, muitas destas empresas consagram direitos de preferências nos seus estatutos parassociais o que exigiu “um processo negocial significativo” para chegar a acordo com os acionistas.

A principal vantagem de uma privatização em bolsa, sublinhou o gestor, “é que não há imparidades, só pode licitar pagando”. Por outro lado, só podem recorrer a este mecanismo, empresas “com saúde” e que cumpram “requisitos mínimos de mercado”, o que, reconheceu, não é apanágio da grande maioria das empresas angolanas.

Este ano, o IGAPE deve iniciar a alienação de algumas das empresas mais apetecíveis, incluindo a Unitel, embora Patrício Vilar seja cauteloso quanto aos prazos. “Tratando-se de um IPO (Oferta Pública Inicial), não vale a pena especular quando é que vamos acabar“, disse, salientando que ainda estão a ser analisados cenários, nomeadamente se Estado vai manter alguma participação. Por isso não há pressa, enfatiza. Patrício Vilar considera que 18 meses será um “prazo razoável” para a privatização.

O Banco de Fomento Angola (BFA), a seguradora ENSA e a TV Cabo são outras das empresas que devem ser privatizadas via bolsa, este ano, segundo a programação do Propriv, publicada a 28 de março no no Decreto Presidencial n. 78/23. “Já consensualizamos com o próprio BFA que serão eles a conduzir a intermediação financeira do processo, o desafio é que não existe só um acionista, existem dois (o outro é o BPI, detido a 100% pelo grupo espanhol Caixa Bank) e é preciso conciliar estratégias relativamente ao futuro desse ativo“.

O processo de privatização das ações do Estado na Endiama (empresa nacional de diamantes), na petrolífera estatal Sonangol, e na bolsa de valores Bodiva, será lançado através de uma oferta pública inicial de ações em 2024, altura em que o Governo pretende também avançar com a venda da companhia aérea TAAG, e da agroindústria Aldeia Nova.

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Quais são as tecnologias em que as grandes seguradoras estão a apostar

A Cleva Inetum reuniu o topo dos seguradores e dos tecnólogos em Portugal para discutir, demonstrar as suas inovações e perceber quais as tecnologias que a indústria anda à procura.

Inteligência artificial (IA) e ChatGPT são alguns dos temas tecnológicos que estão a emergir na indústria seguradora. A Cleva Inetum, software house que tem clientes que totalizam 70% do volume de prémios do ramo Vida em Portugal, que também conta com seguradoras do ramo Não Vida, reuniu no Porto técnicos e gestores de tecnologia de significativas companhias que estão à frente dos mercados em que operam.

Decisores tecnológicos disseram o que queriam: Manuel Pinto, Head of IT da Tranquilidade/Generali, Mário Saraiva, Head of IT Delivery & Operations da Fidelidade, Alvar Martin Boti, COO da BPI Vida e Pensões e Luís Cervantes, presidente da Caravela.

O que as seguradoras querem para o seu futuro foi a preocupação que gerou o debate que reuniu Luís Cervantes, presidente da Caravela, gestor de formação à frente de uma seguradora Não Vida, independente de grandes grupos, que há anos cresce negócio consistentemente a dois dígitos, e três decisores tecnológicos de seguradoras que precisam de estar na linha da frente em tecnologia: Alvar Martin Boti, COO da BPI Vida e Pensões, Manuel Pinto, Head of IT da Tranquilidade/Generali e Mário Saraiva, Head of IT Delivery & Operations da Fidelidade.

Para a Caravela, as linhas do futuro estão focadas nos clientes. Refere a IoT (Internet of Things), capaz de gerar dados que tornam mais precisa e rápida a subscrição automóvel e habitação e as possibilidades de rejuvenescimento das bases de dados. Estas precisarão de big data analytics para extrair o seu potencial e “não será apenas um departamento a encarregar-se da análise. Na empresa todos serão analistas”, prevê.

A COO Helena Leite inaugurou a Cleva Product Week, três dias de trabalho e debate nas instalações da empresa no Porto.

Para Alvar Martin Boti, catalão que há 4 anos veio viver em Portugal para ser COO da BPI Vida e Pensões, o foco estará em ferramentas para superagentes, uma plataforma que permitirá a um mediador – apesar de no caso da seguradora da VidaCaixa os mediadores resultarem de bancassurance – terem acesso a toda a informação relevante para poderem fechar um negócio. Alvar Martin destaca ainda que aposta na simplificação no processo de subscrição de um contrato com análise de risco fácil de obter. Aponta ainda para a resposta a inovações, exemplificando com a obtenção de um pricing variável conseguido em tempo real.

“As plataformas ‘My Fidelidade’, ‘Vitality’ ou a app ‘Fidelidade Drive’, são já realidades da maior seguradora portuguesa, afirma Mário Saraiva, Head of IT Delivery & Operations do grupo. Também o desenvolvimento da interoperacionalidade tecnológica o ocupa, tal como a forma como evoluem os players no setor da saúde e chama a atenção para a dívida tecnológica, ou seja, quando se opta por uma solução por ser mais imediata em lugar de uma abordagem melhor e mais aprimorada, criando, a partir daí, uma dívida crescente que torna mais difícil migrar para a melhor solução. No futuro mais longínquo prevê dificuldades em realizar peritagens em ambiente metaverso e não augura longevidade para a profissão de developer.

O Chat GPT é também uma ferramenta a que está muito atento Manuel Pinto, Head of IT da Tranquilidade/Generali, seguradora que tem na sua atual casa-mãe uma fonte de inovação tecnológica para todo o mundo. Foca a IA como meio de análise para otimização de preços. Salienta ainda a base de uma distribuição inteligente de tarefas nos departamentos da companhia e na computervision de danos para gestão de sinistros. Para Manuel Pinto, o desafio está na interoperacionalidade entre tecnologias, mas destaca que, num futuro próximo, estará atento à robotização com recurso a OCR/ICR, a uma Cloud robusta e ao ChatGPT.

Cleva Labs: a empresa abre as portas

Recebidos por Helena Leite, COO da Cleva Inetum, estiveram no Porto especialistas tecnológicos das principais seguradoras. No primeiro dia, Pedro Temudo, Head of IT Abanca Seguros Generales descreveu o lançamento e crescimento de uma nova seguradora, enquanto o estado da arte da IA e do ChatGPT foram explanados por João Gabriel Ribeiro, cofundador da Shifter.

Paulo Ferreira, Product Director e Manuel Ribeiro, Product Manager da Cleva Inetum foram, em várias sessões, apresentando as novidades para 2023. A Cleva decidiu abrir as portas aos técnicos com quem costuma colaborar nas empresas clientes. Chamou Cleva Labs a essas sessões e, em ambiente de trabalho direto trataram, entre outros temas, software para ligar a mediadores, segurança do software, testes automáticos e agilidade no setor das operações.

Correção às 11h de dia 29 de maio: Por lapso tinham sido trocadas declarações de Mário Saraiva e Manuel Pinto.

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Deco Proteste recomenda cobertura de sismos no seguro Habitação

  • ECO Seguros
  • 28 Maio 2023

A Deco Proteste defende que a cobertura de sismos deve ser obrigatória nas apólices Multirriscos Habitação e que o fundo contra riscos sísmicos deve avançar.

A Deco Proteste considera “crucial a existência de um sistema de cobertura das perdas decorrentes de abalos sísmicos”. A organização portuguesa de defesa dos consumidores defende, em comunicado, “a necessidade de ser criado um fundo contra riscos sísmicos e a obrigatoriedade da cobertura destes fenómenos nos seguros Multirriscos Habitação”.

“Quanto maior for a probabilidade de ocorrer um sismo na região onde se localiza a casa, mais caro se torna o seguro, mas, naturalmente, também mais necessário”, esclarece Rita Rodrigues, Diretora de Comunicação e Relações Institucionais da Deco Proteste.

A organização aponta que “apesar de estar formalmente em discussão desde 2010, [a criação do fundo] continua sem avançar”.

“Em relação à cobertura de sismos nas apólices Multirriscos Habitação, neste momento, é uma opção facultativa e que encarece o prémio. Porém, é o que garante o pagamento de danos na sequência de tremores de terra, erupções vulcânicas ou maremotos”, recorda Rita Rodrigues, Diretora de Comunicação e Relações Institucionais da Deco Proteste.

A associação defende que há que tornar obrigatória a cobertura de fenómenos sísmicos e criar um sistema de mutualização do risco, em que todos – consumidores, seguradoras e Estado – participem, em articulação com um fundo destinado à acumulação e à capitalização de meios para mobilizar em caso de catástrofe.

“Quanto maior for a probabilidade de ocorrer um sismo na região onde se localiza a casa, mais caro se torna o seguro, mas, naturalmente, também mais necessário”, esclarece Rita Rodrigues.

A Deco Proteste alerta que, no caso de imóveis antigos ou em zonas de risco elevado, como o Algarve ou os Açores, poderá ser difícil contratar a cobertura.

A organização portuguesa de defesa dos consumidores intervém em cerca de 20 grandes áreas da vida dos consumidores através de estudos, testes, análises de produtos e serviços, pareceres técnicos de especialidade e ações reivindicativas. O objetivo é criar consumidores mais informados e, por isso, mais exigentes e proativos na defesa dos seus direitos. A marca integra o grupo internacional ‘Euroconsumers’, que reúne organizações de defesa dos consumidores de Espanha, Itália, Bélgica e Brasil.

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Lucros do Crédito Agrícola quase triplicaram no 1.º trimestre

  • Lusa
  • 28 Maio 2023

O grupo Crédito Agrícola obteve lucros de 95,8 milhões de euros no primeiro trimestre. Seguradoras tiveram um contributo de 3,9 milhões.

O grupo Crédito Agrícola obteve lucros de 95,8 milhões de euros no primeiro trimestre, quase o triplo dos 35,7 milhões de euros dos primeiros três meses de 2022, disse na sexta-feira em comunicado.

A margem financeira (diferença entre o que recebe de juros nos créditos e o que paga de juros nos depósitos) duplicou para 153,4 milhões de euros, o que o banco justifica com “o impacto positivo da evolução das taxas Euribor no rendimento da carteira de títulos e carteira de crédito do grupo”, ainda que “parcialmente penalizado com o aumento do custo dos depósitos de clientes”.

As comissões líquidas cresceram 16,7% para 38,8 milhões de euros.

Para os lucros contribuíram ainda os resultados extraordinários com operações financeiras, de 6,5 milhões de euros, que comparam com 5,8 milhões de euros negativos do primeiro trimestre de 2022.

O banco indicou que as seguradoras tiveram um contributo para os lucros de 3,9 milhões de euros.

Do lado dos gastos, os custos de estrutura cresceram 11,9% para 101,6 milhões de euros, com os custos com pessoal a avançarem 15,3% para 62,7 milhões de euros, o que diz o grupo bancário foi “em parte justificado pelo impacto das atualizações da tabela salarial efetuadas em junho de 2022 (incluindo retroativos de 2021) e em fevereiro de 2023 [de 4%, com retroativos a janeiro]”.

Ainda no primeiro trimestre houve um reforço de imparidades e provisões, tendo ascendido a 2,8 milhões de euros.

Olhando para o balanço, a carteira de crédito (bruto) a caiu 0,7% face a dezembro de 2022 para 11,9 mil milhões de euros. Também o crédito à habitação cedeu 0,7% para 3,6 mil milhões de euros.

O rácio de crédito malparado (rácio bruto de ‘Non Performing Loans’) desceu para 5,0%, face aos 6,7% do primeiro trimestre de 22.

Os depósitos caíram 3,3% face a dezembro (menos 666 milhões de euros) para 19,7 mil milhões de euros. Os bancos têm assistido a quedas nos depósitos, com os clientes a tirarem parte do dinheiro para investir em Certificados de Aforro por serem mais rentáveis.

Quanto a rácios de solvabilidade, os rácios CET1 e de fundos próprios totais foram de 20,4% no trimestre.

Citado em comunicado de imprensa, o presidente do Grupo Crédito Agrícola, Licínio Pina, disse que os lucros “refletem a atual situação económica e as condições de mercado, mais positivas do que era expectável”.

O grupo Crédito Agrícola tinha 4.117 trabalhadores em março, mais 45 do que no mesmo mês de 2022. As agências bancárias eram 617, menos três.

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Lloyd’s e mais cinco líderes continuam a desintegrar NZIA

  • ECO Seguros
  • 28 Maio 2023

Axa, Allianz, Scor, Sompo, Mapfre são as líderes do setor dos seguros que, a par com o Lloyd's of London, abrem caminho para mais duas dezenas de saídas da organização focada em carbono-zero.

Confirma-se a partida da Lloyd’s of London e das líderes Axa, Allianz, Scor, Sompo, Mapfre da Net-Zero Insurance Alliance (NZIA), numa altura em que uma crescente pressão política oriunda dos E.U.A. e receios jurídicos ‘antitrust transformam a iniciativa climática numa crise.

As seguradoras Axa, antiga presidente do grupo, Allianz e Scor, bem como a japonesa Sompo Holdings, disseram, nesta quinta-feira, que estavam de saída da NZIA, parte do grupo de Mark Carney, Glasgow Financial Alliance for Net Zero (Gfanz). A seguradora australiana QBE disse, na sexta-feira, que também havia deixado a organização. A Mapfre também anunciou a saída. Na sexta-feira, o website da NZIA referia mais duas dezenas de outros membros.

Na sexta-feira, a Gfanz afirmou que “ataques políticos” interferiam com os “esforços das seguradoras para fixar o preço do risco climático, o que prejudicará os tomadores de seguros, os principais investidores e as economias locais”. A organização comprometeu-se a continuar a apoiar os esforços das seguradoras para desenvolver planos de transição.

Apesar da saída importante do gestor de ativos norte-americano Vanguard, em dezembro, os subgrupos de gestão de ativos, banca e proprietários de ativos da Gfanz resistiram, na sua maioria, à turbulência.

A Munich Re, membro fundador da NZIA, abandonou o grupo no final de março. O seu diretor executivo afirmou que não queria expor o grupo a “riscos antitrust significativos“. A Zurich e a Hannover Re abandonaram o grupo em abril. A resseguradora Swiss Re também abandonou a organização no início da semana passada.

À medida que a NZIA se desintegra perante os nossos olhos, temos de perguntar por que razão estas enormes empresas, com as suas hordas de advogados, não viram as questões ‘antitrust’ como um obstáculo importante quando fundaram a aliança. Devemos interrogar-nos se o facto de terem abandonado a aliança tem mais a ver com o receio de perderem negócios nos E.U.A. do que com um verdadeiro risco jurídico”, afirmou Patrick McCully, analista sénior da organização sem fins lucrativos Reclaim Finance.

Duas fontes da publicação Financial Times (FT), informadas sobre a decisão das seguradoras, de se retirarem em massa, disse não pensar que a iniciativa, que desde o início considerou questões de concorrência, fosse perder uma luta legal, mas temiam a distração que isso causaria. “Esta é uma batalha que as seguradoras podem poupar-se a si próprias“, disse uma das fontes.

De acordo com uma pessoa próxima da equipa de liderança da Gfanz, citada pelo FT, os governos europeus também manifestaram, em privado, a sua preocupação de que as seguradoras da NZIA pudessem provocar o aumento do custo da energia se deixassem de subscrever coletivamente os combustíveis fósseis. Por razões de segurança nacional, estão preocupados em manter ‘as luzes acesas’“, disse a fonte.

Objetivos climáticos mantêm-se

A francesa Axa afirmou, na passada quinta-feira, que vai “continuar a sua jornada individual de sustentabilidade, como seguradora, investidora e empresa responsável”. A Allianz afirmou que continua “totalmente empenhada” numa organização paralela para os proprietários de ativos. A saída da resseguradora Scor foi anunciada pelo seu novo diretor executivo na reunião anual de quinta-feira, juntamente com um conjunto de novos compromissos climáticos. A seguradora japonesa Sompo, que se juntou ao grupo em junho passado, disse que vai continuar a perseguir os seus objetivos climáticos “com o mesmo vigor” fora do grupo. A Lloyd’s afirmou, na sexta-feira, que continua “empenhada em cumprir a sua estratégia de sustentabilidade, incluindo o apoio à transição da economia global”. A Mapfre afirmou que continua “empenhada na aplicação da sua estratégia de sustentabilidade”.

As seguradoras têm vindo a ser cada vez mais pressionadas por investidores ativistas para reduzir coberturas a setores mais poluentes. A NZIA foi uma tentativa de reunir as seguradoras em torno da redução da pegada de carbono das suas subscrições, mas os críticos sublinharam a falta de membros norte-americanos e o facto de a proibição de segurar carvão não ser uma condição de adesão.

“Os desafios enfrentados pela NZIA demonstram a necessidade de uma maior intervenção por parte dos governos”, argumentou Peter Bosshard, coordenador do grupo de defesa ‘Insure our Future’. “Se as seguradoras já não conseguem agir coletivamente, isso é uma forte razão para a regulamentação“, acrescentou.

A Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Ambiente, que reúne a NZIA, não respondeu ao pedido de comentário do FT sobre as últimas saídas, mas referiu anteriormente que se tratava de “uma iniciativa voluntária“.

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Tranquilidade/Generali é mecenas da nova Temporada de Música da Gulbenkian

  • ECO Seguros
  • 28 Maio 2023

"Não podíamos deixar de reconhecer e apoiar o papel único de promoção da cultura que a Fundação Calouste Gulbenkian há tantos anos assume como uma missão”, afirmou Pedro Carvalho.

A Tranquilidade/Generali vai ser mecenas da temporada de música 2023/24 da Fundação Calouste Gulbenkian, época em que se assinalam os 60 anos do coro da Gulbenkian. “É com muito orgulho que a Tranquilidade/Generali assume o mecenato da próxima temporada de música da Gulbenkian. Não podíamos deixar de reconhecer e apoiar o papel único de promoção da cultura que a Fundação Calouste Gulbenkian há tantos anos assume como uma missão”, disse Pedro Carvalho, CEO da Generali Seguros, detentora da Tranquilidade, Açoreana e LOGO.

“Não podíamos deixar de reconhecer e apoiar o papel único de promoção da cultura que a Fundação Calouste Gulbenkian há tantos anos assume como uma missão”, refere Pedro Carvalho, CEO da Generali Seguros.

Em cada temporada são apresentados concertos pela Orquestra, Coro Gulbenkian e por intérpretes nacionais e internacionais. Além do aniversário do Coro Gulbenkian, esta temporada marca a estreia de Hannu Lintu como maestro titular da Orquestra Gulbenkian.

O programa inclui mais de 120 concertos, a decorrer entre setembro de 2023 e maio de 2024, com destaque para o Coro e a Orquestra Gulbenkian e para a subida ao palco do Grande Auditório de nomes relevantes a nível mundial. Os concertos para famílias e o concertos abertos, como o ‘Rising Stars’, com jovens músicos, também estão na agenda.

A Tranquilidade/Generali “acredita na importância e no valor da música como elemento-chave e harmonioso na criação do pensamento e considera particularmente relevante facultar o acesso dos mais jovens à música, contribuindo, desta forma, para o desenvolvimento cultural, intelectual e cívico da sociedade”, escreve a companhia em comunicado.

“Ao assumirmos o estatuto de mecenas desta temporada de música da Gulbenkian estamos a contribuir também para a aproximação dos jovens à música, agentes fundamentais para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e interventiva”, sublinha Pedro Carvalho.

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Fidelidade Ímpar garantiu condições de acessibilidade em festival

  • ECO Seguros
  • 28 Maio 2023

A organização do festival moçambicano AZGO e a Fidelidade Ímpar organizaram um conjunto de condições facilitadoras do acesso a pessoas com deficiência.

O festival moçambicano AZGO contou com o apoio do projeto Fidelidade Ímpar para garantir um espaço dedicado e condições de acesso prioritário a pessoas com deficiência.

Para o evento, realizado em Maputo, entre 19 e 21 de maio, a organização e a Fidelidade Ímpar organizaram um conjunto de condições facilitadoras do acesso a pessoas com deficiência, onde se incluíram lugares de estacionamento, acesso ao Espaço Fidelidade Ímpar, equipamentos de apoio adequados e o apoio operacional de voluntários. Várias pessoas com deficiência assistiram aos concertos com visibilidade privilegiada para o palco principal.

Mussagy Mulchande, pai e acompanhante de um dos convidados presentes no Espaço Fidelidade Ímpar, comentou a iniciativa da seguradora: “atos do género permitem quebrar a estigmatização à volta das pessoas com necessidades especiais, possibilitando efetivar a inclusão social, num sentido realista”.

Uma sensação libertadora”, classificou Ahmad Jr., que acompanhou o filho ao evento, ao referir-se à possibilidade de acompanhar o filho numa zona pensada para pessoas com deficiência, podendo usufruir em pleno dos espetáculos musicais.

“A última vez que assisti a um concerto foi há muitos anos, e hoje graças a esta iniciativa inteligente pude novamente desfrutar de um ótimo momento de diversão, sem preocupações, na companhia do meu filho”, afirmou o cuidador.

Esta foi a primeira vez que um evento do género criou condições específicas para um público com necessidades especiais.

A Fidelidade Ímpar abraçou o desafio e o balanço é bastante positivo, o que nos enche de orgulho”, afirmou Silénia Valoi, responsável pela área de Responsabilidade Social da Fidelidade Ímpar. “Esta ação está também em linha com os valores da marca, como a inclusão, inovação, superação e valor humano”, disse a responsável.

A organização do evento considerou a inovação “de grande valor e um grande sucesso”, estando já definida a “continuidade para futuras edições”.

A Fidelidade Ímpar acompanha o Festival AZGO desde a sua 1ª edição, em apoio à cultura africana e, especificamente, à música moçambicana.

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Marcelo está “feliz” e Vieira da Silva confiante. Execução do PRR chega aos 12%

Com 1,92 mil milhões pagos aos beneficiários finais, execução do PRR atinge 12% de execução. Mas execução medida pelo cumprimento de metas e marcos desce de 17% para 12% com a reprofeamação.

As empresas receberam 70 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) na última semana, colocando a fasquia da execução medidas pelos pagamentos aos beneficiários finais nos 12%. De acordo com o último relatório de monitorização, de 24 de maio, foram pagos 1,92 mil milhões de euros aos beneficiários finais e submetidas apenas mais 22 candidaturas.

 

Fico feliz quando vejo que chegaram aos beneficiários finais 1.900 milhões e já não 1.800 ou 1.700 milhões como acontecia há uns meses. Fiquei mais feliz. É uma oportunidade que pode ser única na situação do mundo e da Europa”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Mas esta palavras não são um sinal alívio da pressão sobre o Governo já que na mesma intervenção disse que “quando o poder entra em descolagem em relação ao povo não é o povo que muda, é o poder que muda”.

Gerir bem os fundos não é para ter sucesso político imediato para uns ou para outros. É para o país ter sucesso a médio e a longo prazo”, avisou ainda o Presidente da República no segundo aniversário da Associação empresarial do Minho, com a ministra Ana Abrunhosa na primeira fila da plateia. Foi a ministra da Coesão que personificou, há seis meses, um dos ataques mais violentos do Chefe de Estado ao Governo em matéria de fundos: Um dia “super infeliz” será “o dia em que descubra que a taxa de execução dos fundos não é a que deveria ser e nesse caso não lhe perdoo”.

Mariana Vieira da Silva, horas antes das palavras do Presidente, na apresentação da reprogramação do PRR na sexta-feira, fez questão de sublinhar a confiança do Executivo na capacidade de execução da bazuca e deu precisamente o exemplo do pagamento aos beneficiários finais ter chegado aos 12% como um sinal de que está tudo a correr bem.

“A demonstração máxima do empenho e foco do empenho do Governo na implementação do PRR é o facto de estarmos hoje [sexta-feira] a apresentar, não como muitos disseram um reconhecimento de incapacidade de execução, mas muito contrário, um aumento da ambição, uma demonstração de que temos condições até para aumentar a verba do PRR que temos para executar”, disse a ministra da Presidência.

No entanto, a ministra que tem a tutela global dos fundos europeus recordou que a taxa de execução (medida com base nas metas e marcos cumpridos) presentemente nos 17%, após o cumprimento de 58 metas e marcos, vai ser revista em baixa para 12% tendo em conta que o PPR nacional, agora reprogramado, implica o cumprimento de 501 metas e marcos e não 341.

“Aumentando a verba [total], a parte já executada diminui em termos de peso. Ao aumentar o denominador, diminuiu o peso que cada um destes anos tem”, disse Mariana Vieira da Silva. “Tínhamos executados 17% das 341 metas que existiam. Ao passar para 501, naturalmente há uma diferença, passam a ser de 12%”, precisou.

A ministra da Presidência precisou ainda que “ao cumprir as mesmas 52 metas e marcos previstas para os terceiro e quarto pedidos de pagamento”, que serão feitos este ano em simultâneo, “em vez de cumprir 15% do total, passam a ser 10%”.

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Erdogan à frente na contagem com 90% dos votos contabilizados

  • Lusa
  • 28 Maio 2023

Recep Tayyip Erdogan, que conta com 20 anos no poder, está à frente na corrida presidencial, quando 90% dos votos já foram apurados, num ato eleitoral contestado pela oposição.

As duas agências estatais estão a noticiar que os resultados indicam que o atual chefe de Estado da Turquia vai à frente na contagem.

A Anadolu (estatal e pró-regime) indica que Erdogan tem 52,61%, contra Kemal Kiliçdaroglu (47,39%). Já a Anka (pró-oposição) dá também uma vitória a Erdogan (50,80%) sobre Kemal Kiliçdaroglu (49,20%).

Na primeira volta das eleições presidenciais, Erdogan obteve 49,5% dos votos, quase cinco pontos à frente do seu adversário, Kiliçdaroglu.

As assembleias de voto encerraram às 17 horas, menos duas horas em Lisboa.

A oposição turca denunciou hoje irregularidades na segunda volta das eleições presidenciais, como ataques físicos contra observadores eleitorais na região Sudoeste e votos falsos.

O partido social-democrata CHP reportou a existência de votos em nome de pessoas que não constam das listas, o registo de mortos como eleitores e a entrega de boletins pré-preenchidos.

Depois de a aliança em torno de Erdogan e liderada pelo Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) ter assegurado uma nova maioria absoluta no parlamento na primeira volta das eleições no passado dia 14 de maio, a estratégia dos dois rivais centrou-se na tentativa de assegurar os 5,2% de votos que na primeira volta contemplaram Sinan Ogan, terceiro candidato presidencial.

Kiliçdaroglu, líder do Partido Republicano do Povo (CHP, centro-esquerda e laico) desde 2010 e que se apresentou nas urnas como o candidato presidencial de uma coligação de seis partidos da oposição turca, protagonizou nas duas últimas semanas uma viragem à direita na tentativa de captar o voto ultranacionalista, para desagrado das forças mais à esquerda que o apoiam.

No início da semana, Ogan declarou publicamente o seu apoio a Erdogan, mas dois partidos nacionalistas que o apoiaram na campanha e integrados na Aliança Ancestral (ATA) optaram por apoiar Kiliçdaroglu e o seu discurso dirigido contra os 3,5 milhões de refugiados da guerra na Síria que começaram a ser acolhidos desde 2011 no território turco.

Erdogan, que antes da sua primeira eleição presidencial ocupou entre 2003 e 2014 o cargo de primeiro-ministro, também se confronta com um problema político após o seu AKP ter admitido na coligação eleitoral que lidera (Aliança Popular) o pequeno partido fundamentalista curdo Huda-Par, herdeiro de um grupo armado ultra-islamista da década de 1990 e que elegeu quatro deputados para o novo parlamento.

A Turquia tem cerca de 85 milhões de habitantes e mais de 61 milhões de eleitores inscritos.

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