Auxílios do Estado à TAP correm risco de ser restituídos? Advogados explicam

O Tribunal Geral da UE anulou a aprovação da Comissão Europeia à ajuda estatal dada por Itália a companhias aéreas. O ECO falou com advogados que explicam o que pode acontecer no caso da TAP.

Esta semana, o Tribunal Geral da União Europeia (UE) anulou a aprovação dada pela Comissão Europeia à ajuda estatal dada por Itália a várias companhias aéreas, no valor de 130 milhões de euros – devido à pandemia Covid‑19 – e na sequência de uma queixa da Ryanair. A Comissão, sem dar início ao procedimento formal de investigação, decidiu não levantar objeções à medida “por ser compatível com o mercado interno”. A Ryanair contestou e o Tribunal Geral acaba por anular essa decisão “por violação do dever de fundamentação”.

Esta é a segunda anulação por parte do Tribunal Geral da UE. A 10 de maio, o Tribunal anulou a aprovação dada pela Comissão à ajuda de seis mil milhões de euros à alemã Lufthansa, por considerar igualmente que Bruxelas “cometeu vários erros” no processo de decisão.

Na altura, o Tribunal de Justiça da UE também anulou a decisão de Bruxelas sobre a ajuda de 1.200 milhões de euros do Estado TAP, que declarou este apoio compatível com o mercado interno, ainda que tenha suspendido a anulação. A justiça europeia deu assim razão a um recurso interposto pela Ryanair e anulou a decisão da Comissão, considerando que a mesma não foi “suficientemente fundamentada”.

No final de 2021, a Ryanair chegou a ameaçar voltar a tribunal europeu para contestar a aprovação do plano da TAP, que prevê ajudas públicas até 3,2 mil milhões.

Que consequências terão estas decisões para a TAP?

Questionado em Lisboa se a decisão relativamente à Lufthansa teria impacto sobre a TAP, o comissário europeu dos Assuntos Económicos já tinha lembrado que “as questões de concorrência são tratadas caso a caso”. “Não há um documento único para estas questões”, disse Paolo Gentiloni. “Imagino que o caso da TAP seja discutido no futuro”, acrescentou.

Jorge Brito Pereira, advogado e sócio da J+Legal, lembra que “os temas de concorrência sempre foram críticos para a atividade da TAP, como se viu pelas dificuldades na aprovação do plano de reestruturação, e continuarão a ser”. Acrescentando que “uma decisão como a que foi tomada pelo Tribunal da UE coloca esse plano de reestruturação sob mais apertado escrutínio, e não pode deixar de preocupar os responsáveis pela empresa”.

Mas alerta: “Assinale-se que cada caso é um caso, e que as razões que fundamentam esta decisão não são imediatamente transponíveis para o caso da TAP. Mas que vamos ter cenas dos próximos capítulos parece ser inevitável”.

Opinião semelhante tem Jane Kirby, advogada e sócia da Antas da Cunha ECIJA: “As questões de concorrência em sede da União Europeia são analisadas caso a caso, em função das circunstâncias concretas, como tal não podem ser retiradas ilações imediatas das decisões favoráveis obtidas pela Ryanair. Assim, não podemos antecipar que a mesma decisão seja tomada relativamente aos apoios concedidos à TAP, mas também não podemos afastar esse cenário”.

Importa recordar que já em 2021 o TJUE veio anular a decisão da Comissão que entendia compatível com o mercado interno a ajuda dada por Portugal à TAP, no valor de 1.200 milhões de euros mas, nessa mesma decisão, suspenderam-se os seus efeitos até que fosse adotada uma nova decisão pela Comissão. Em final desse mesmo ano e para grande descontentamento da Ryanair – que revelou intenções de sindicar estes atos junto do TJUE – foi aprovado o plano da TAP que previa ajudas públicas até 3,2 milhões.

Caso seja tomada uma decisão semelhante à TAP, os efeitos serão gravíssimos, pois poderá implicar a restituição das quantias entregues pelo Estado Português”, concluiu a advogada.

Cerimónia de batismo do avião da TAP A320neo Carlos Paredes - 23JUL19

Nuno Morais da PRAGMA, responsável pela área de concorrência, não duvida que esta decisão pode implicar que também o processo de financiamento da TAP pelo Estado português “pode ser posto em causa, por também ele não ter sido precedido de qualquer processo de investigação formal, o que deve preocupar as nossas autoridades, essencialmente por ver ressuscitado um problema que se julgava resolvido por mera negociação direta com a Comissão Europeia. Certamente novos episódios sobre esta matéria surgirão nos próximos meses, a acompanhar atentamente”.

O especialista acrescenta ainda que, apesar desta decisão ser ainda, “puramente processual, por simplesmente anular a decisão de admissão liminar dos apoios sem investigação, a verdade é que obriga a Comissão Europeia a abrir processos de investigação a cada um dos apoios concedidos, com a possibilidade de eventuais interessados poderem participar no respetivo processo, tendo a Ryanair como primeira interessada e que já demonstrou abundantemente vir a ser uma parte empenhada em tais investigações”.

Não deixando de referir um ponto que para a TAP e Estado português será preocupante, já que este novo procedimento de investigação poderá, “em última instância, vir a determinar que aqueles apoios constituíram auxílios de Estado, sendo por isso ilícitos, por violação do TFUE, obrigando as companhias aéreas a reembolsar os valores recebidos ou a implementar outras medidas corretivas”.

Miguel Miranda e Efigénia Marabuto Tavares, da área de Competition & EU da PRA, relembram, porém, que “apesar de, inclusivamente, em 2021, já ter sido anulada uma decisão da Comissão relativa a um auxílio de Estado concedido à TAP em 2020, o apoio renovado pelo Governo a esta em 2021, atualmente sob contestação da Ryanair, não terá necessariamente um impacto imediato e não tem que ter o mesmo desfecho dos casos descritos e, por isso, ser anulado pelas instâncias europeias, unicamente por força das decisões deste mês de maio”.

Por isso, na opinião dos advogados, “as resoluções que dirão respeito à TAP dependerão, não tanto das decisões que têm sido adotadas – sem prejuízo, naturalmente, da força do precedente em caso de pressupostos iguais –, mas, isso sim, do cumprimento ou não, em concreto, dos ditames aplicáveis, isto é, se certo auxílio de Estado, na circunstância, foi ou não legalmente concedido”.

O que deu origem a estas decisões?

A anulação da luz verde ao apoio às companhias aéreas italianas, na sequência de uma queixa da Ryanair é mais um caso a somar. Itália notificou a Comissão Europeia de uma medida de auxílio que consistia em subvenções pagas a algumas companhias aéreas através de um fundo de indemnização de 130 milhões de euros para compensar os danos sofridos devido às restrições adotadas durante a pandemia de Covid-19.

Para poderem beneficiar da ajuda, as companhias aéreas deviam pagar um salário igual ou superior à remuneração mínima fixada pela convenção coletiva nacional aplicável ao setor dos transportes aéreos. A Comissão, sem dar início ao procedimento formal de investigação, decidiu não levantar objeções à medida “por ser compatível com o mercado interno”. A Ryanair contestou e o Tribunal Geral anula agora essa decisão “por violação do dever de fundamentação”.

No caso da Lufthansa, a 10 de maio, o Tribunal Geral defendeu neste acórdão que “a Comissão cometeu vários erros, nomeadamente quando considerou que não era possível à Lufthansa encontrar financiamento nos mercados para cobrir todas as suas necessidades”. Porém, de acordo com o tribunal, “não exigiu um mecanismo que incentivasse a Lufthansa a voltar a adquirir a participação da Alemanha o mais rapidamente possível, quando negou que existia um poder de mercado significativo da Lufthansa em certos aeroportos e quando aceitou determinados compromissos que não garantiam a preservação de uma concorrência efetiva no mercado”.

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Prazo para agricultores confirmarem apoio aos custos alargado até junho

  • Lusa
  • 26 Maio 2023

Em causa estão os apoios atribuídos no âmbito do Pacto para a Estabilização e Redução dos Preços dos Bens Alimentares, no montante de aproximadamente 180 milhões de euros.

O Governo alargou, até 2 de junho, o prazo para os agricultores confirmarem que pretendem receber um apoio face à subida dos custos de produção associados à agricultura e à pecuária.

Foi prorrogado até dia 02 de junho o prazo para os agricultores confirmarem a intenção de usufruir do apoio decorrente da medida excecional e temporária de compensação pelo acréscimo de custos de produção da atividade agrícola e pecuária. Assim, os agricultores terão mais uma semana para aceder à área reservada do portal do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) e formalizar a confirmação de interesse, não sendo necessária qualquer candidatura”, anunciou, em comunicado, o Ministério da Agricultura.

Em causa estão os apoios atribuídos no âmbito do Pacto para a Estabilização e Redução dos Preços dos Bens Alimentares, no montante de aproximadamente 180 milhões de euros. Deste valor, 140 milhões de euros destinam-se à compensação pelo aumento dos fatores de produção e 39 milhões de euros estão distribuídos entre o apoio para o gasóleo colorido e marcado e a eletricidade verde.

O Governo lembrou ainda que, no que diz respeito à atribuição do apoio extraordinário ao abastecimento de gasóleo colorido, “é importante, entre outros aspetos, o registo na plataforma de minimis”.

Este registo é automaticamente garantido pelo IFAP, mas o ministério tutelado por Maria do Céu Antunes solicitou aos agricultores e produtores que, “com a maior brevidade possível”, verifiquem se a informação presente na identificação do beneficiário está completa.

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Lista liderada por Pedro Proença é a única candidata às eleições da Liga de clubes

  • Lusa
  • 26 Maio 2023

"Este será o meu último mandato na presidência da Liga", assinalou o antigo árbitro.

A lista encabeçada por Pedro Proença, que se candidata a um terceiro mandato na presidência da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), será a única a sufrágio às eleições para o quadriénio 2023-2027, anunciou esta sexta-feira o organismo.

Terminado o prazo para a entrega de candidaturas ao ato eleitoral para os órgãos sociais, que decorrerá em 1 de junho, na sede da LPFP, no Porto, foi apresentada uma lista, cuja regularidade foi comprovada pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral, Mário Costa, e que recebeu a designação de Lista A.

Na quinta-feira, Pedro Proença tinha anunciado a candidatura à reeleição como presidente do organismo, afirmando contar com o apoio unânime das sociedades desportivas que competem nos escalões profissionais (I Liga e II Liga) e indicando tratar-se do último mandato a que concorre.

“Este será o meu último mandato na presidência da Liga. Neste quadriénio, um dos nossos principais objetivos será o de reformular os estatutos e neles incluir o tema da limitação de mandatos. Porque nenhum poder, por mais escrutinado, bem-sucedido ou elogiado que seja, se deve eternizar”, assinalou o antigo árbitro.

Proença, de 52 anos, foi eleito pela primeira vez presidente da LPFP em agosto de 2015, num ato eleitoral em que superou a concorrência de Luís Duque.

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“É mais fácil mudar de instituições do que mudar de povo”, avisa Marcelo

Marcelo lembrou ainda que é preciso garantir "a máxima utilização dos fundos" europeus, dado que "gerir bem os fundos não é para ter sucesso politico imediato", mas para "o país ter sucesso".

O Presidente da República elogiou esta sexta-feira os empresários pelo papel “decisivo” que têm tido a suportar o país e defendeu que quando as instituições mudam e se afastam do povo “é mais fácil mudar de instituições do que mudar de povo”. Marcelo Rebelo de Sousa lembrou ainda que é preciso garantir “a máxima utilização dos fundos” europeus, dado que “gerir bem os fundos não é para ter sucesso político imediato”, mas para “o país ter sucesso a médio e a longo prazo”.

Quando o poder entra em descolagem em relação ao povo não é o povo que muda, é o poder que muda”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, durante a comemoração do segundo aniversário da Associação Empresarial do Minho, em declarações transmitidas pela RTP3, acrescentando que “é mais fácil mudar de instituições do que as instituições mudarem de povo”.

“Ou as instituições percebem que têm de mudar ou então a realidade muda independentemente das instituições”, vaticinou ainda o Chefe de Estado, sublinhando que este não é um “apelo” exclusivo português.

O Presidente da República enalteceu ainda o papel “decisivo” dos empresários, bem como das empresas a suportar o país em situações de crise e voltou a lembrar a importância de “garantir máxima utilização dos fundos”, bem como da aposta na transição energética e do hidrogénio verde.

“É fundamental que o país assuma o que isso significa porque é uma aposta de fundo para umas décadas”, apontou o Chefe de Estado, sublinhando que não estava apenas a referir-se ao PRR e ao PT2030. “Gerir bem os fundos não é para ter sucesso político imediato para uns ou para outros. É para o país ter sucesso a médio e a longo prazo“, avisou.

“Se depois houver efeitos colaborais que beneficiam A,B,C ou D isso são efeitos colaterais, não são efeitos principais”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que “para os empresários, trabalhadores e empresas isso é muito visível”. “Tem de haver visão do que é preciso construir no futuro”, concluiu.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h45)

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Lula da Silva recusa convite para a ir à Rússia

  • Lusa
  • 26 Maio 2023

"Agradeci a um convite para ir ao Fórum Económico Internacional de São Petersburgo, e respondi que não posso ir à Rússia nesse momento", disse o Presidente brasileiro após conversar com Putin.

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, informou esta sexta-feira que conversou com o Presidente russo, Vladmir Putin, recusando um convite para ir à Rússia mas que o Brasil, Índia, Indonésia e China querem conversar sobre a paz na Ucrânia.

“Conversei agora por telefone com o Presidente da Rússia, Vladimir Putin. Agradeci a um convite para ir ao Fórum Económico Internacional de São Petersburgo, e respondi que não posso ir à Rússia nesse momento, mas reiterei a disposição do Brasil, junto com a Índia, Indonésia e China, de conversar com ambos os lados do conflito em busca da paz”, escreveu Luiz Inácio Lula da Silva, na rede social Twitter.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada em 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O conflito causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus –, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas.

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento. A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.895 civis mortos e 15.117 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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Huawei “não teve conhecimento prévio” da exclusão das redes 5G em Portugal

Tecnológica lamenta não ter sido informada da decisão de impedir as empresas chinesas de entrar nas redes 5G, lembrando o investimento no país e a colaboração com operadores nas redes de comunicação.

O Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço decidiu esta semana que as empresas sediadas fora da União Europeia (UE), dos EUA e de outros países da OCDE deverão ser impedidas de entrar nas redes 5G portuguesas. Uma decisão que terá sido tomada a pensar na Huawei, após vários anos de fortes pressões dos EUA para que o Governo português excluísse a tecnológica chinesa das redes nacionais.

Ora, numa nota enviada ao ECO, a Huawei diz saber que o Governo português “publicou informação relativa à avaliação de risco das redes de telecomunicações” – o organismo decisor está na dependência da Presidência do Conselho de Ministros –, mas assinala que “não teve conhecimento prévio desta publicação”, garantindo que está a “procurar reunir mais informação junto das autoridades competentes, relativamente à natureza desta avaliação”.

“Ao longo de duas décadas, a Huawei tem trabalhado com os operadores portugueses para desenvolver as redes de comunicações e prestar serviços de alta qualidade que servem milhões de pessoas. A Huawei foi diversas vezes reconhecida pelo Governo, bem como por entidades públicas e privadas, pelo seu papel na criação de emprego qualificado, capacidade de inovação e contributo para a inovação e transição digital, tendo investido mais de um milhão de euros na capacitação de talento digital”, acrescenta a multinacional.

A deliberação do Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço será agora aplicada pela Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom) num prazo que “não deveria ser dilatado”, uma vez que a utilização destes equipamentos em redes públicas foi considerada de “alto risco” na avaliação que serviu de base à decisão, como assinalou o advogado Ricardo Henrique em declarações ao Jornal Económico, que avançou com a notícia.

Continuaremos a cumprir com as leis e regulamentação em vigor, com vista a servir os consumidores e empresas portuguesas, que se suportam nos nossos produtos e serviços.

Huawei Portugal

Segundo contabiliza o Financial Times, Reino Unido, Dinamarca, Suécia, Estónia, Letónia e Lituânia já bloquearam também a Huawei das suas infraestruturas de rede 5G. Por outro lado, a Alemanha anunciou já este ano que está a reavaliar o uso de componentes chinesas na sua rede 5G e a investigar ainda se será necessário avançar com uma alteração legislativa.

A Huawei assegura ainda, na mesma declaração emitida esta sexta-feira, que continuará a “cumprir com as leis e regulamentação em vigor, com vista a servir os consumidores e empresas portuguesas, que se suportam nos produtos e serviços” do grupo sediado em Shenzhen, na China, e que chegou a ser líder de mercado em Portugal. No primeiro trimestre de 2019 era responsável por 35% das vendas de smartphones no país.

A Huawei está a enfrentar grandes dificuldades a nível global, depois das restrições impostas pelos EUA, que entendem que a empresa é um veículo de espionagem da China. A empresa, que em outubro do ano passado encerrou a loja da marca no Centro Comercial Colombo, em Lisboa, sempre negou veementemente as acusações.

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Rússia aponta “sérios obstáculos” no processo de paz com a Ucrânia

  • Lusa
  • 26 Maio 2023

Lavrov expressou "gratidão à China pela sua posição equilibrada sobre a crise ucraniana e grande apreço pela disposição de Pequim em desempenhar um papel positivo num acordo".

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, apontou esta sexta-feira “sérios obstáculos” para encontrar uma solução pacífica na Ucrânia, ao receber o enviado chinês Li Hui em Moscovo.

Durante a reunião, “o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia reafirmou o compromisso de Moscovo com uma resolução político-diplomática do conflito, observando os sérios obstáculos criados pela Ucrânia e pelos seus aliados ocidentais para a retoma das negociações de paz”, de acordo com um comunicado da diplomacia russa.

Serguei Lavrov expressou a sua gratidão à China pela sua posição equilibrada sobre a crise ucraniana e grande apreço pela disposição de Pequim em desempenhar um papel positivo num acordo”, acrescentou o comunicado. Li Hui, ex-embaixador chinês em Moscovo, foi enviado por Pequim para discutir uma solução política para o conflito na Ucrânia, no âmbito de uma digressão europeia.

Durante a sua visita a Kiev, no início de maio, Li Hui conversou com o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, de quem ouviu o apelo pelo “respeito da soberania e integridade territorial da Ucrânia”. Em Berlim, o Governo alemão pediu a Hui que pressione a Rússia a retirar as tropas da Ucrânia.

Rússia e China mantêm relações próximas, que foram fortalecidas económica e diplomaticamente desde o início da invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. Pequim nunca condenou publicamente o ataque russo e o Presidente chinês, Xi Jinping, visitou Moscovo em março, para reiterar o apoio de Pequim ao seu homólogo russo, Vladimir Putin.

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Caso EDP: Justiça devolve pensão mensal de 26 mil euros a Manuel Pinho

A Relação Lisboa deu razão a uma parte do recurso apresentado pelo antigo ministro da Economia Manuel Pinho no âmbito do processo EDP. O arguido vai voltar a receber a reforma de 26 mil euros.

O Tribunal da Relação de Lisboa deu razão a uma parte do recurso apresentado pelo antigo ministro da Economia Manuel Pinho no âmbito do processo EDP, avançou a SIC Notícias. Assim, o arguido vai voltar a receber a reforma de 26 mil euros líquidos mensais.

Foram ainda devolvidos ao antigo ministro da economia diversos bens, que tinham sido apreendidos durante uma busca domiciliária, como dois quadros, duas fotografias, um conjunto de garrafas de vinho e uma mesa de flipper. O arresto do valor total da pensão bem como dos bens tinha sido decretado pelo juiz Carlos Alexandre no final do ano passado.

O caso EDP está relacionado com os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) no qual os antigos gestores António Mexia e Manso Neto são suspeitos de corrupção e participação económica em negócio para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o Ministério Público, terão corrompido o ex-ministro da Economia Manuel Pinho e o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade.

A decisão instrutória pronunciou Manuel Pinho, constituído arguido no verão de 2017, por um crime de corrupção passiva para ato ilícito, outro de corrupção passiva, um crime de branqueamento de capitais e um crime de fraude fiscal. Segundo a investigação do MP, o ex-governante teria um pacto corruptivo com o ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES), através do qual teria recebido cerca de cinco milhões de euros para, alegadamente, favorecer os interesses do BES (que era então acionista da EDP), onde havia trabalhado antes de entrar para o governo.

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Empresas e habitação são campeões da reprogramação do PRR. Veja para onde vão as verbas da bazuca

Florestas, a qualidade das finanças públicas, a justiça económica e ambiente de negócios não tiveram qualquer reforço de dotação na reprogramação da bazuca.

Portugal submeteu a Bruxelas o seu exercício de reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Os 16,6 mil milhões de euros iniciais foram agora reforçados em quase 34% para 22,2 mil milhões de euros. Empresas e habitação são as duas componentes que absorvem as verbas mais significativas – passam agora a ter uma dotação de 4,94 e 3,22 mil milhões de euros respetivamente –, mas a área do hidrogénio e das energias renováveis é aquela que tem o reforço mais significativo (78,64%).

A ministra da Presidência, na conferência de imprensa, disse que a reprogramação “reforça a ambição do PRR nacional” e faz os “acertos necessários dada a nova conjuntura”, que implicou um forte aumento dos custos das investimentos”, seja por via das matérias-primas, seja pela mão-de-obra. “Maior fatia de reforço ao investimento é no apoio às empresas, mas há uma grande aposta na coesão territorial”, sublinhou.

Mariana Vieira da Silva deu o exemplo das agendas mobilizadoras que vão receber 2,8 mil milhões, um valor que contrasta com os anteriores 930 milhões, o que garante a totalidade do financiamento das 53 agendas selecionadas.

Apesar de não conseguir quantificar o valor total que vai para as empresas, a responsável elencou outras medidas como o aumento de investimentos nos bairros digitais que passam a financiar 25. Em termos globais, o Governo colocou na gaveta da capitalização e inovação empresarial 4,94 mil milhões de euros, um valor que contrasta com os anteriores 2,91 mil milhões (+69,6%).

A habitação que já era o segundo capítulo mais relevante da bazuca mantém o mesmo lugar do pódio com um reforço de 18,11% da dotação, que passa agora a ser de 3,22 mil milhões.

Esta foi a área que teve o maior acréscimo de custos (404,8 milhões de euros). Mas há outras componentes que também enfrentaram grandes aumentos de custos admitidos no PRR: a mobilidade sustentável (246,5 milhões), o Serviço Nacional de Saúde (129,5 milhões), a escola digital (108,9 milhões) e as infraestruturas (100,3 milhões).

Mariana Vieira da Silva fez questão de sublinhar que o exercício de reprogramação “responde não à contestação social, mas às necessidades do país” e deu como exemplo o investimento que vai ser feito nas escolas. Em vez de dedicar 300 milhões de euros à construção, recuperação, reabilitação e ampliação de 75 de escolas dos 2.º e 3.º ciclos e secundárias, alocará 450 milhões.

Este reforço, que já constava da versão colocada em consulta pública, resulta da identificação das escolas que foram identificadas como necessitando de intervenção prioritária. Uma lista elaborada em conjunto com a Associação Nacional de Municípios (ANMP), mas que não deixará de fora outras escolas cuja intervenção se venha a comprovar ser prioritária, como garantiu quarta-feira no Parlamento a ministra da Coesão, Ana Abrunhosa.

As escolas são um bom exemplo de complementaridade entre o PT2020, PRR e PT2030. A ministra da Presidência fez questão de sublinhar que “o desenho do PRR e do PT230 têm de ser vistos em conjunto, sendo que a distribuição dos projetos foi feita de acordo com as elegibilidades”. A responsável sublinhou que o reforço nas áreas da Coesão foi uma forma de “garantir que o PRR existe em todo o território nacional”.

O reforço de 77 milhões de euros que é agora dedicado aos cuidados de saúde primários, nomeadamente à compra de mais equipamento médico, é também um sinal da aposta na Coesão, explicou, assim como o reflexo dos 150 contributos recebidos no âmbito da consulta pública do PRR.

Ainda ao nível da resposta para fortalecer o Estado Social, Mariana Vieira da Silva citou como exemplos a disponibilização de 18 mil camas de alojamento estudantil “a custos acessíveis”, mais dez mil lugares em creches e mais 1.600 em respostas inovadoras, a criação da prestação social única e de um modelo de avaliação da Administração Pública.

A reprogramação passou também pelo reforço na aposta na transição energética — a área que recebeu mais contributos no âmbito a consulta pública — com o apoio a mais 70 mil projetos de eficiência energética em edifícios residenciais, criar um canal digital para o licenciamento e acompanhamento de projetos de energias renováveis, comprar, pelo menos, mais 200 autocarros limpos, “criar um observatório da situação de pobreza energética”, bem como disponibilizar formação profissional para o “desenvolvimento de competências verdes”.

Já as florestas, a qualidade das finanças públicas e a justiça económica e ambiente de negócios não tiveram qualquer reforço de dotação, um facto que a ministra explicou com “haver áreas que não têm espaço na política de Coesão”.

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Concorrente chinês da Airbus e Boeing realiza primeiro voo comercial no domingo

  • ECO
  • 26 Maio 2023

No domingo, o voo C919 da China Eastern Airlines, fabricado pela COMAC, partirá de Xangai em direção a Pequim num trajeto com uma duração de cerca de três horas.

A China Commercial Aircraft (COMAC), concorrente chinês da Airbus e Boeing, vai concretizar o primeiro voo comercial do avião no próximo domingo, 28 de maio.

De acordo com a notícia avançada pela Reuters, o voo do C919 da China Eastern Airlines, descolará às 10h45, hora de Pequim (04h45 hora de Lisboa) do Aeroporto Internacional de Xangai Hongqiao e chegará ao Aeroporto da capital chinesa às 13h10 (07h10 hora de Lisboa).

No domingo à tarde, o avião realizará um segundo voo de regresso de Pequim a Xangai, adianta a agência noticiosa.

A operação comercial do C919, fabricado pela COMAC, prepara-se assim para fazer concorrência à Airbus e à Boeing, duas transportadoras que lideram a indústria mundial de fabrico de aeronaves. O avião de 164 lugares é composto por lugares de classe executiva e económica.

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170 mil pessoas retiradas da pobreza em Portugal desde 2020, segundo o Governo

  • Lusa
  • 26 Maio 2023

Até 2030, Portugal tem o objetivo de retirar "cerca de 700 mil de pessoas da situação de pobreza", adiantou a ministra do Trabalho e da Solidariedade e Segurança Social.

A ministra do Trabalho e da Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, disse esta sexta-feira, no Porto, que retiraram 170 mil pessoas da situação de pobreza desde 2020 e que o objetivo é retirar até 700 mil pessoas até 2030.

“A evolução dos indicadores referentes ao ano de 2022 com base no inquérito de 2021 aponta para já termos retirado da situação de pobreza desde 2020 cerca de 170 mil pessoas da situação de pobreza, o que significa que até estamos com uma capacidade de maior de aceleração do que aquilo que era previsível na divisão até 2030″, avançou a ministra Ana Mendes Godinho.

À margem do Fórum Porto Social 2023, que esta a decorrer no Pavilhão Rosa Mota, a ministra declarou que até 2030, Portugal tem o objetivo de retirar “cerca de 700 mil de pessoas da situação de pobreza” e que o país está “com uma capacidade coletiva de conseguir chegar a este objetivo”.

“É preciso continuarmos com este foco e com esta preocupação simultânea a trabalhar sempre, por um lado, na dimensão estrutural de valorização dos salários, que é mesmo crítica, e também na mobilização de investimento social por parte do Estado, por parte desta lógica da melhor distribuição da riqueza, para conseguir chegar às pessoas mais vulneráveis e é isso que temos procurado fazer”.

Ana Mendes Godinho assevera que tem de haver “investimento social sem tréguas no combate à pobreza, nomeadamente junto das famílias que têm crianças, como por exemplo com a garantia para a infância com a gratuitidade das creches. Questionada sobre as metas delineadas em 2021 na Cimeira Social do Porto 2021, Ana Mendes Godinho disse que em relação ao emprego houve uma evolução positiva na União Europeia e em específico m Portugal.

“Nós estamos neste momento até perto da meta a que nos propusemos para 2030 quanto ao emprego, com 78%. Estamos neste momento com 77,5% em temos de taxa de emprego, significa uma evolução muito positiva. Estamos com um número recorde de trabalhadores de população ativa e de trabalhadores também empregados, com já cerca de 5 milhões de pessoas a participar ativamente no sistema de Segurança Social, o que também nos dá confiança no próprio sistema e na sustentabilidade de Segurança Social”, declarou.

A ministra considerou que essa evolução positiva no emprego significa uma “conquista coletiva” e o “reconhecimento da importância de na Cimeira Social do Porto, em plena pandemia, na assunção por parte dos vários países europeus que a dimensão social tinha de estar na base da nossa capacidade de resposta à pandemia e capacidade de resposta coletiva”.

No Fórum, “conseguimos ter 300 pessoas, de 30 países para fazer a avaliação do que foram estes dois anos depois da Cimeira Social do Porto, onde estamos a nível europeu e a nível de cada um dos países, e espero com uma expectativa de reafirmação e renovação dos compromissos que assumimos para 2030″, sublinhou.

O Fórum Social do Porto, que termina sábado e foi organizado pelo governo, pretende reafirmar o papel da Europa Social e dar continuidade aos compromissos assumidos na Cimeira Social do Porto, entre a Presidência do Conselho da UE, a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu, parceiros sociais e sociedade civil, reforçando o papel do Pilar Europeu dos Direitos Sociais e da importância do Plano de Ação, criando sinergias para o Futuro da Europa.

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Nova lei proíbe fumar em piscinas, mas prevê exceções

  • Lusa
  • 26 Maio 2023

A lei permite ainda a “criação de salas de fumo em aeroportos, estações ferroviárias, estações rodoviárias de passageiros e nas gares marítimas e fluviais para passageiros em trânsito".

A nova lei do tabaco, que deu esta sexta-feira entrada no parlamento, prevê a proibição de fumar nas piscinas públicas e parques aquáticos, mas admite exceções para serviços de psiquiatria, centros de tratamentos de dependências e cadeias.

Com esta proposta de lei, o Governo pretende eliminar as “exceções atualmente previstas na lei à proibição de fumar em locais fechados de utilização coletiva”, mas mantém as que abrangem os serviços de psiquiatria, os centros de tratamento e reabilitação de pessoas com problemas de dependência e comportamentos aditivos e os estabelecimentos prisionais.

O diploma alega que os “utentes destes espaços e os reclusos poderão ter dificuldade, ou mesmo impossibilidade, de cumprir restrições ao fumo de tabaco” e que, no caso das cadeias, podem mesmo ser criadas celas ou camaratas para reclusos fumadores, desde que satisfaçam vários requisitos previstos na lei.

Esta exceção permite, assim, fumar nas áreas ao ar livre, que têm de ser previamente definidas e sinalizadas, com condições para minimizar a exposição de terceiros a fumo ambiental e de modo que as emissões não afetem o ar das respetivas áreas fechadas.

Permite-se, também, a criação de salas de fumo em aeroportos, estações ferroviárias, estações rodoviárias de passageiros e nas gares marítimas e fluviais para passageiros em trânsito, dotadas de ventilação de acordo com as regras previstas”, refere a proposta de lei.

Relativamente aos locais que tenham criado salas de fumo, e que passam a estar abrangidos pela proibição total de fumar, o diploma prevê um regime transitório até 1 de janeiro de 2030. O Governo pretende ainda instituir a proibição de fumar em piscinas públicas e parques aquáticos, alegando que são locais de diversão e de estadia frequentados por menores e respetivas famílias.

Passa também a ser proibido fumar nas áreas fechadas das redes de levantamento automático de dinheiro, assim como “nas praias marítimas, fluviais e lacustres [lagos]” caso seja determinado pela gerência, administração ou titular da concessão.

De uma forma geral, o diploma prevê a proibição de fumar nas áreas ao ar livre de estabelecimentos de qualquer nível de ensino, centros de formação e recintos desportivos e em serviços e locais onde se prestem cuidados de saúde, dado serem “frequentados por crianças, pessoas em situação de formação, pessoas em práticas desportivas ou pessoas doentes, particularmente vulneráveis à exposição ao fumo ambiental”.

Quanto ao acesso ao tabaco, será alargada a proibição de venda a recintos desportivos, piscinas e parques aquáticos, a salas e recintos de espetáculos, a recintos de diversão, bingos, casinos e salas de jogo e outro tipo de recintos destinados a espetáculos de natureza não artística e festivais de música, assim como as entregas no domicílio ou venda ambulante.

“Atendendo a que as máquinas de venda de tabaco permitem o acesso facilitado aos mais jovens”, o diploma restringe a venda de tabaco através destas máquinas na generalidade dos locais onde é proibido fumar, com exceção de tabacarias, aeroportos, gares marítimas e estações ferroviárias.

Passa a ser proibida a venda de tabaco através de máquinas de venda automática em locais situados a menos de 300 metros dos estabelecimentos destinados a menores de 18 anos, dos estabelecimentos de ensino e de centros de formação e venda à unidade de cigarros e cigarrilhas após abertura das respetivas embalagens.

Ao contrário do inicialmente anunciado pelo Governo, o diploma agora entregue no parlamento já não prevê a proibição da venda de tabaco nos postos de abastecimento de combustíveis, uma alteração que o ministro da Saúde justificou hoje com a falta de alternativas para aquisição em muitas localidades.

Se fosse levada por diante a ideia de proibir a venda nas bombas de gasolina, havia muitas localidades onde o sítio para comprar tabaco ficava demasiado longe”, justificou Manuel Pizarro, exemplificando que pessoas que por motivos laborais só pudessem comprar tabaco à noite ficariam sem oferta. O diploma estima que em Portugal, na última década, mais de 100 mil mortes sejam atribuíveis ao tabaco e alerta que todas as “formas de tabaco são nocivas à saúde, não existindo um nível seguro de exposição”.

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