É preciso “o estatuto de arguido para um ministro se demitir”, critica Aguiar-Branco
O antigo ministro da Defesa e candidato da AD a presidente do Parlamento alerta que pior "é Pedro Nuno Santos a primeiro-ministro e Mortágua a ministra das Finanças".
O antigo ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, criticou a irresponsabilidade dos Governos do PS, envolto em casos judiciais. “Passou a ser preciso o estatuto de arguido para um secretário de Estado ou um ministro apresentar a demissão”, atirou o cabeça de lista da AD por Viana do Castelo, este domingo, durante a convenção da coligação que junta PSD, CDS e PPM, que está a decorrer no Centro de Congressos do Estoril.
O candidato da AD a presidente da Assembleia da República referia-se não só à exoneração de João Galamba do cargo de ministro das Infraestruturas depois de ter sido constituído arguido, no âmbito da “Operação Influencer”, que está a investigar suspeitas de corrupção nos negócios do lítio, hidrogénio verde e centro de dados de Sines.
Aguiar-Branco também mencionou Eduardo Cabrita. “Um ministro que tutela a prevenção rodoviária tem um acidente de viação com vítimas mortais por excesso de velocidade”, exemplificou.
“Os detentores de cargos públicos já não são decisores, são mediadores, escondidos atrás de formulários e formalidades, em que um ministro que não era idóneo para a Defesa até serve para ministro dos Negócios Estrangeiros”, continuou o ex-governante de Pedro Passos Coelho, referindo-se especificamente a João Gomes Cravinho. “Quando todos se desresponsabilizam, podemos com consciência pedir que 10 milhões de portugueses façam o contrário?”, atirou.
“É este o legado do PS na governação e pior que este PS só mesmo o PS com Pedro Nuno Santos como primeiro-ministro e Mortágua como ministra das Finanças”, vincou.
Aguiar-Branco elencou depois o estado em que se encontra o País: “Encontrámos mais polícias em supermercados em serviços de gratificados do que nos nossos bairros complicados. Vivemos num país onde um ministro assina um cheque para as despesas da uma companhia aérea [Tap] mas não para pagar um suplemento de risco dos polícias”.
“O país gastou mais tempo numa eventual e hipotética renacionalização dos CTT do que com o tempo médio dos processos judiciais em tribunal, do que com as avaliações das carreiras dos magistrados do Ministério Pública ou no acesso à justiça”, acrescentou.
Perante este cenário, Aguiar-Branco defendeu que “é responsabilidade da AD restaurar a dignidade no exercício dos cargos públicos e o respeito pelas instituições de soberania”.
(Notícia atualizada às 17h16)
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