Guindos defende aumentos salariais em Espanha
"Tem havido boas notícias sobre a evolução da inflação e isso – mais cedo ou mais tarde – acabará por se refletir na política monetária”, disse o vice-presidente do Banco Central Europeu.
O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, considera que há margem para subir os salários na Espanha, “porque se perdeu muito poder de compra”, embora tenha alertado que nem todas as empresas e setores podem fazê-lo da mesma forma.
Guindos sublinhou, em entrevista à rádio espanhola RNE, esta segunda-feira, que, apesar de os salários poderem aumentar em Espanha, há que tentar aumentar a produtividade.
No capítulo dos juros, o responsável garantiu que as perspetivas melhores em termos de preços no consumidor vão acabar por incitar os responsáveis a cortar juros. “Tem havido boas notícias sobre a evolução da inflação e isso – mais cedo ou mais tarde – acabará por se refletir na política monetária”, disse.
“Estamos dependentes dos dados, não temos nenhum tipo de calendário, vai depender da evolução da inflação”, sublinhou reiterando as palavras da presidente do BCE, Christine Lagarde, quando atirou para o verão o início da descida das taxas de juro.
Sobre os planos do Governo espanhol para reduzir por lei a jornada laboral, o vice-presidente do BCE acredita que encurtar a jornada por lei “não seria bom do ponto de vista económico” e que esta questão deveria ser deixada nas mãos de sindicatos e empresários. “É muito melhor deixar para os interlocutores sociais a situação específica de cada uma das empresas”, disse o ex-ministro espanhol da Economia.
“Nem todas as empresas são iguais. Numa empresa com um ou dois funcionários, como é possível reduzir a jornada laboral? Mas se tiver 300 funcionários, poderá fazê-lo”, frisou, recordando que a jornada laboral já foi reduzida nas economias de mercado e continuará a diminuir.
Na sua opinião, a fórmula para reduzir a jornada laboral “tem de ser, fundamentalmente”, através da negociação em cada uma das empresas “porque nem todos os setores são iguais, nem todas as empresas são iguais”.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Guindos defende aumentos salariais em Espanha
{{ noCommentsLabel }}