Óculos da Apple que custam 3.499 dólares chegam às lojas
Vision Pro começam a ser vendidos nos EUA esta sexta-feira, sobrepondo elementos virtuais no campo de visão de quem os usa. Preço não é para qualquer carteira.
Os novos óculos de realidade virtual e aumentada da Apple chegam esta sexta-feira às lojas nos EUA, com um preço que não é para qualquer carteira: 3.499 dólares, cerca de 3.237 euros à taxa de câmbio atual. Há quase uma década que a marca não lançava novos produtos, desde que introduziu o Apple Watch, um relógio inteligente, em abril de 2015.
Os Apple Vision Pro são um “computador espacial revolucionário” que “mistura conteúdo digital com o mundo físico”, explicou a empresa. Ou seja, os óculos, que têm um volume considerável (não são como os típicos óculos de ver), sobrepõem elementos virtuais no campo de visão de quem os usa, mas também permitem imergir o utilizador numa realidade paralela e 100% virtual.
Para tal, os Vision Pro, cujas pré-encomendas arrancaram a 19 de janeiro (novamente, apenas nos EUA), estão equipados com um novo sistema operativo, a que a Apple chamou de visionOS, uma adaptação do sistema que dá vida aos iPhones e iPads, mas que é controlado de formas diferentes. Nomeadamente, através dos olhos, das mãos e da voz, os meios mais “naturais e intuitivos” que existem, argumenta a empresa.
Num comunicado, Tim Cook, CEO da Apple, anuncia a chegada da “era da computação espacial”, classificando a nova coqueluche da marca da maçã como “o mais avançado dispositivo eletrónico de consumo alguma vez criado”. Declaração que vai agora ser posta à prova do mercado.
A apresentação dos Vision Pro ocorreu num evento Apple a 5 de junho do ano passado, antecedida de anos de especulação e rumores. A expectativa era alta, porque a marca, apesar de não ter propriamente fama de ser pioneira na tecnologia (mesmo o iPhone aproveitou tecnologias que, de alguma maneira, já existiam), é conhecida por entregar melhores experiências e de trazer tecnologias para o mainstream. Por isso, o setor vai estar atento para ver se é desta que descolam as tecnologias ligadas à realidade virtual e aumentada.
Como explicou o ECO em meados do ano passado, os Vision Pro permitem correr aplicações no espaço físico e são diferentes dos óculos de realidade virtual de outras marcas no mercado, porque não são, necessariamente, imersivos. Por outras palavras, enquanto os óculos Quest 2 da concorrente Meta transportam o utilizador para um mundo virtual totalmente novo, os Vision Pro da Apple conseguem misturar elementos virtuais com o mundo real, de modo a que o utilizador consiga manter-se consciente do que está a acontecer nas redondezas.
Ainda assim, é possível alterá-los para um modo mais imersivo e a Apple desenvolveu uma tecnologia para que as outras pessoas saibam se o utilizador está num mundo virtual ou se tem os pés assentes na Terra. A funcionalidade chama-se EyeSight e, na prática, faz com que os olhos do utilizador estejam visíveis, ou não, a quem está de fora.
Para fazer tudo isto, os óculos da Apple, feitos em vidro e alumínio, contam com 12 câmaras, cinco sensores e seis microfones que funcionam de forma integrada num novo sistema operativo desenhado para o efeito. A empresa adaptou também um dos seus chips para permitir que os óculos sejam silenciosos e não aqueçam. Chamou ao novo processador Apple R1.
A um nível mais prático, os óculos da Apple possuem uma espécie de rosca que permite fixar e ajustar o equipamento à cabeça do utilizador, além de uma Digital Crown semelhante à que existe no Apple Watch. São acompanhados por uma bateria que se pode pôr no bolso e que confere ao equipamento duas horas de autonomia.
O preço elevado, e o mercado limitado aos EUA (não há previsões sobre quando poderão chegar às lojas de outros países, muito menos de Portugal), fazem deste produto o alvo dos principais early adopters. Aliás, é com eles que a Apple conta identificar as principais utilidades de um produto inovador deste tipo, que, nesta altura, ainda não estão lá muito bem definidas.
O site especializado Tech Crunch foi um dos que já tiveram a oportunidade de experimentar os Vision Pro. Após um dia de utilização, além de criticar a bateria externa do equipamento, recomenda aos novos utilizadores “tempo para se ajustarem”. “Isto será a última coisa que vão querer usar”, escreve este meio, lembrando que há quem se queixe de náuseas e dores de cabeça se forem usados durante um tempo prolongado. Nos próximos dias, a Apple enfrentará a prova de fogo e verá com que lentes o mercado vê o seu mais recente produto.
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