Governo espanhol convoca embaixador russo
O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, destacou que a morte de Navalny é "totalmente injustificada e nunca deveria ter ocorrido".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Espanha convocou esta segunda-feira o embaixador russo em Madrid, Yuri Klimenko, na sequência da morte na prisão do opositor russo Alexei Navalny, divulgaram fontes diplomáticas. Também os ministros dos Negócios Estrangeiros francês e norueguês anunciaram a convocação dos embaixadores russos nos respetivos países, no seguimento da morte em prisão do opositor Alexei Navalny.
O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, destacou que a morte de Navalny é “totalmente injustificada e nunca deveria ter ocorrido”, e sublinhou que o “último responsável é evidentemente aquele que o colocou injustamente na prisão por razões políticas”. Albares reuniu-se em Bruxelas com a viúva de Navalny, Yulia Navalnaya, juntamente com os restantes ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, e pediu que a Rússia esclareça as causas da morte o mais rapidamente possível “de forma credível”.
“Manifestei o meu apoio a Yulia Navalnaya, tal como o expresso a tantos defensores da democracia e das liberdades. O Governo de Espanha está sempre, em todas as partes do mundo, ao lado daqueles que defendem a democracia, a liberdade e os direitos humanos”, frisou Albares durante uma conferência de imprensa após a reunião de ministros dos 27.
Também foi anunciado que o Ministério dos Negócios Estrangeiros sueco convocou o embaixador russo na Suécia, devido à morte de Navalny. “A União Europeia deve agir contra a opressão política na Rússia. Isto é ainda mais importante porque, em 16 de fevereiro, Alexei Navalny morreu enquanto detido” na Rússia, frisou o chefe da diplomacia sueca, Tobias Billström, em comunicado.
O governo sueco também tomou a iniciativa a nível europeu de examinar a possibilidade de novas sanções contra Moscovo, pode ler-se no comunicado de imprensa. A União Europeia e os Estados Unidos já aplicaram uma bateria de sanções contra Moscovo desde o início da guerra após a invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
Durante uma viagem à Argentina, o francês Stéphane Séjourné também anunciou que decidiu convocar o embaixador russa e disse que “o regime de Vladimir Putin voltou a mostrar a sua verdadeira natureza”. Já o Ministério norueguês anunciou a convocação embaixador em comunicado.
No texto, é anunciado que “a Noruega vai exprimir o seu ponto de vista quanto à responsabilidade das autoridades russas nesta morte e à realização de uma investigação independente” à morte do opositor. Estas posições francesa e norueguesa somam-se a outras similares conhecidas ao longo do dia de hoje, tomadas por Países Baixos, Espanha, Suécia, Alemanha, depois de o Reino Unido ter convocado o embaixador russo na sexta-feira
Para honrar a memória do opositor russo, o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, propôs que o regime europeu de sanções aos direitos humanos receba o nome de Alexei Navalny. Espanha e Suécia seguiram o exemplo da Alemanha, que também convocou o embaixador russo em Berlim.
O Governo britânico, por sua vez, convocou diplomatas da embaixada russa na sexta-feira à noite, para informá-los de que as autoridades russas são consideradas “totalmente responsáveis” pela morte do opositor número um do Kremlin. Alexei Navalny morreu a 16 de fevereiro, aos 47 anos, numa prisão do Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos.
Os serviços penitenciários da Rússia indicaram que Navalny se sentiu mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência. Destacados dirigentes ocidentais, a família e apoiantes do opositor responsabilizam o presidente russo, Vladimir Putin, pela sua morte.
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