Agricultores espanhóis e franceses exigem a Bruxelas energia isenta de impostos
Os agricultores espanhóis e franceses apresentaram uma reivindicação comum: adoção pela UE de um “imposto zero” sobre o gás, a eletricidade, o gasóleo e o diesel não rodoviário até 1 de junho.
Cerca de 300 agricultores espanhóis e franceses bloquearam esta quinta-feira, com os seus tratores, a passagem fronteiriça de Biriatou, no País Basco, lançando um “ultimato” à União Europeia (UE) para uma “produção de energia totalmente isenta de impostos”. Reunidos desde o meio-dia nos dois lados da fronteira, os agricultores apresentaram a sua reivindicação comum: adoção pela UE de um “imposto zero” sobre o gás, a eletricidade, o gasóleo e o diesel não rodoviário até 01 de junho.
“Têm dois meses para encontrar uma solução. Vamos voltar a trabalhar nas nossas propriedades, mas cá estaremos, se for necessário, no início de junho”, afirmou um criador de gado não sindicalizado do País Basco, citado pela agência francesa de notícias AFP.
Os tratores, nos quais foram colados cartazes com frases como “Mais rendimento” ou “Agricultor, sonham com isso em crianças, morremos disso em adultos”, ficaram estacionados na autoestrada durante várias horas, deixando apenas uma faixa de trânsito aberta, antes de iniciarem uma marcha lenta ao final da tarde. “Esta é a primeira vez que nos mobilizamos juntos e provavelmente não será a última”, avisou uma agricultora espanhola, Joseba Pagadizabal, também citada pela AFP.
Os agricultores de vários países europeus – como França, Espanha, Alemanha, Grécia, Polónia e também Portugal – têm-se mobilizado em massa nos últimos meses para protestar, entre outros aspetos, contra a concorrência que consideram injusta de parte de países fora da UE, que não são, portanto, sujeitos às mesmas regras.
As manifestações contestam também a burocracia e normas que consideram demasiado pesadas e denunciam os preços de compra demasiado baixos para a sua produção no âmbito da Política Agrícola Comum (PAC) e a falta de ajuda ao setor. Em França, o dirigente do maior sindicato agrícola, o FNSEA, indicou no domingo que os agricultores aguardam agora “medidas muito concretas” depois de promessas do Governo, e alertou para novas “ações no terreno”.
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