Vodafone vende operação em Itália à Swisscom por oito mil milhões de euros
Grupo britânico de telecomunicações fechou a venda da operação em Itália aos suíços da Swisscom. Vai investir quatro mil milhões de euros na recompra de ações e reduzir o dividendo.
A Vodafone anunciou esta sexta-feira ter assinado um “acordo vinculativo” para vender a totalidade da Vodafone Itália à Swisscom por oito mil milhões de euros. A empresa decidiu também entregar quatro mil milhões de euros aos acionistas por via da recompra de ações e cortar o dividendo de nove para 4,5 cêntimos a partir do ano que vem.
Os investidores estão a aplaudir o anúncio: as ações do grupo Vodafone sobem 4,56% em Londres, para 69,11 libras. Enquanto isso, os títulos da Swisscom ganham 3,06%, para 519,2 francos.
“A venda da Vodafone Itália à Swisscom cria um valor significativo para a Vodafone e garante que o negócio mantém a sua posição de liderança em Itália, que tem sido construída através de um compromisso dedicado dos nossos colegas em servir os nossos clientes ao longo de muitos anos”, diz a CEO do grupo Vodafone, Margherita Della Valle, citada num comunicado.
O acordo de venda à Swisscom pressupõe que a Vodafone “continuará a prestar certos serviços” à empresa pelo prazo de cinco anos. Ambas estão ainda a “explorar uma relação comercial mais próxima para permitir a colaboração num vasto conjunto de áreas” para além do mercado italiano, revelou a companhia.
Noutro comunicado, a Swisscom indica que o objetivo desta transação, financiada com recurso a dívida, é fundir a Vodafone Itália com a subsidiária do grupo suíço no mercado italiano, a Fastweb. “A Vodafone Itália e a Fastweb vão juntar infraestruturas móveis e fixas complementares de alta qualidade, competências e capacidades para criar um challenger convergente líder num mercado com oportunidades de crescimento materiais”, sublinhou a Swisscom, que prevê sinergias anuais de, aproximadamente, 600 milhões de euros.
A saída da Vodafone do mercado italiano, onde a empresa diz “não ser possível” gerar retornos adequados sobre o capital alocado, acontece poucos meses depois de o grupo ter vendido a operação em Espanha à Zegona, no final de outubro de 2023. “As nossas transações em Itália e Espanha proporcionarão 12 mil milhões de euros de receitas iniciais em dinheiro”, nota ainda a gestora.
Estes dois negócios juntam-se ainda à fusão da Vodafone com a Three no Reino Unido em junho do ano passado. “A partir de agora”, segundo a CEO, a Vodafone passa a operar apenas “em mercados de telecomunicações em crescimento”, onde tem “posições fortes”, para “entregar crescimento previsível e forte na Europa”.
“Todos os mercados de telecomunicações dentro da nova pegada geográfica têm crescido ao longo dos últimos três anos e vão agora acelerar o nosso desempenho onde podemos criar valor”, explicou a Vodafone na mesma nota. A estratégia passa ainda por acelerar a aposta no segmento empresarial, isto é, serviços prestados a pequenas e médias empresas ou entidades do setor público.
A Vodafone também está presente em Portugal e é uma das três principais operadoras de telecomunicações. Neste mercado, a empresa está compradora: desde setembro de 2022 que tenta adquirir a Nowo, o quarto operador em quota de mercado, aos espanhóis da MásMóvil. O negócio tem estado a aguardar uma decisão por parte da Autoridade da Concorrência.
Com a notícia da saída de Itália, a Vodafone adota uma nova organização interna para facilitar a execução das “prioridades estratégicas”. O grupo contará, doravante, com cinco divisões: Alemanha, Mercados Europeus, África, Vodafone Empresas e Vodafone Investimentos.
Na Alemanha, a empresa revelou também que Philippe Rogge vai deixar o cargo de CEO da Vodafone Alemanha, estando de saída do grupo, sendo substituído por Marcel de Groot. Ahmed Essam será o chairman da Vodafone Alemanha e líder da nova divisão de Mercados Europeus, a quem responderá Luís Lopes, CEO da Vodafone Portugal.
(Notícia atualizada pela última vez às 10h37)
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