Inflação na Zona Euro acelera em maio para 2,6% à boleia dos serviços. Portugal teve a maior subida
Estimativa rápida do Eurostat revela que a taxa de inflação na Zona Euro subiu em maio, em termos homólogos, para 2,6%. Acelerou duas décimas.
A inflação homóloga da Zona Euro acelerou para os 2,6% em maio, avançou esta sexta-feira o Eurostat, contra os 2,4% do mês anterior. É o primeiro aumento em cinco meses e acima das expectativas do mercado que apontava para uma aceleração de 2,5%. Os serviços terão sido a componente com a taxa de inflação mais elevada, segundo a estimativa rápida do gabinete de estatísticas europeu. Portugal foi o país com a maior aceleração da taxa de inflação, devido ao efeito base do IVA zero.
Olhando para os principais componentes da inflação na zona euro, o Eurostat antecipa que “os serviços apresentem a taxa anual mais elevada em maio (4,1%, face aos 3,7% de abril), seguidos pelos produtos alimentares, álcool e tabaco (2,6%, face a 2,8% em abril)”. A estimativa rápida aponta ainda para que os “bens industriais não energéticos tenham acelerado 0,8%, conta os 0,9% em abril).
Os preços da energia voltaram a acelerar (0,3%) em maio, depois de terem sofrido uma redução (-0,6%) no mês anterior.
A inflação anual acelerou em 11 Estados-membros, face a abril, manteve-se estável em dois e desacelerou em sete. Em Portugal, a variação homóloga do índice harmonizado de preços no consumidor — o indicador utilizado para fazer a comparação com os restantes países europeus –, em maio, foi de 3,9%, a maior subida face ao mês anterior e a segunda mais elevada em toda a Zona Euro. Pior só os 4,9% da Bélgica, o mesmo valor já registado em abril. Um desempenho que é explicado pelo facto de em maio de 2023 ter entrado em vigor o IVA zero que ajudou a controlar a espiral inflacionista no país.
Em abril Portugal tinha a oitava menor taxa de inflação da Zona Euro ao ficar uma décima abaixo da média dos países da moeda única. Quando a leitura é feita em cadeia, face ao mês anterior, Portugal terá mantido a taxa de inflação nos 1,1%.
Numa base mensal, os preços no consumidor terão subido 0,2% em maio na Zona Euro, o que representa uma desaceleração face aos 0,6% no mês anterior.
A inflação homóloga na Alemanha (2,8%), França (2,7%), Espanha (3,8%) e Itália (0,8%) foi superior às estimativas. E a inflação subjacente, que exclui os preços da energia e dos alimentos, também aumentou de 2,7% em abril para 2,9% em maio, acima das expectativas.
Os analistas antecipam que esta aceleração da taxa de inflação pode refletir os aumentos salariais maiores do que o esperado no primeiro trimestre, que impulsionaram o rendimento disponível dos consumidores, após anos de aumentos salariais abaixo da inflação.
É pouco provável que o aumento maior do que o esperado da inflação impeça o Banco Central Europeu (BCE) de cortar os juros, na próxima semana, tendo em conta que estão num máximo histórico. Mas este desempenho da inflação poderá cimentar a necessidade de uma pausa em julho e de um ritmo mais lento de reduções das taxas de juro nos próximos meses.
Em reação a estes números o governador do Banco de Itália, Fabio Panetta, considera que a política demasiado restritiva do BCE se arrisca a não atingir a inflação. “Temos de evitar que a política monetária se torne demasiado restritiva, o que poderia empurrar a inflação para um nível inferior ao objetivo simétrico do BCE”, disse. Panetta, que é membro do conselho do BCE que na próxima quinta-feira tomará uma decisão sobre a política monetária para a Zona Euro, alerta para que “cortes rápidos e graduais do BCE evitam cortes tardios e precipitados mais tarde”.
Ainda assim, o euro subiu rumo à marca de 1,085 dólares, prolongando a recuperação face ao mínimo de duas semanas de 1,08 dólares atingido em 29 de maio, alimentando pelas incertezas relativas à trajetória de cortes do BCE este ano.
(Notícia atualizada com mais informação)
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