PS vence Europeias com oito mandatos e vantagem ligeira face à AD. Chega e IL elegem dois eurodeputados cada

Socialistas tiveram 32,11% dos votos, face aos 31,12% da AD, que elegeu sete eurodeputados. Bloco e CDU mantêm presença no Parlamento Europeu, mas com apenas um lugar cada. PAN perde mandato.

O Partido Socialista venceu as eleições europeias deste domingo e elegeu oito dos 21 lugares que Portugal tem no Parlamento Europeu. Com 99,28% dos votos contados, os socialistas contabilizavam 32,10%, numa corrida renhida em que a Aliança Democrática (AD) obteve 31,12% e sete mandatos de eurodeputado. A diferença nas votações era de apenas 38,5 mil.

O Chega ficou em terceiro lugar, com 9,79% e conseguiu pela primeira vez representação no hemiciclo europeu com dois lugares, mas o resultado não foi aquele que o partido desejava, admitiu André Ventura. A Iniciativa Liberal também se vai estrear em Estrasburgo (e Bruxelas), tendo também eleito dois eurodeputados, com 9,07% dos votos.

O Bloco de Esquerda e a CDU elegeram Catarina Martins e João Oliveira, respetivamente, mas os dois partidos também perderam um lugar cada. Os bloquistas recolheram 4,25% dos votos, e os comunistas 4,12%. O PAN, por outro lado, não conseguiu manter o lugar único no Parlamento Europeu, recolhendo 1,22% dos votos, menos que os 3,75% do Livre e 1,37% do ADN, dois partidos que também não conseguiram eleger eurodeputados.

“Primeira força política”, diz Pedro Nuno

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, disse que o partido “venceu estas eleições e é hoje a primeira força política em Portugal”.

“Tivemos mais votos e mandatos. Recuperámos a liderança em três distritos. Faro, Guarda e Porto. A esquerda foi nestas eleições maioritária“, continuou, congratulando todos os oito candidatos socialistas eleitos, “em particular, à Marta Temido”. Dirigindo-se à ex-ministra da Saúde num tratamento mais pessoal, Pedro Nuno Santos congratulou a cabeça de lista pela vitória e pelo que isso representa a todas as mulheres.

A cabeça de lista do Partido Socialista Marta Temido discursa acompanhada pelo secretário-geral do partido Pedro Nuno Santos (D) e pelo presidente honorário Carlos César (E) depois de o Partido Socialista ter sido o partido mais votado nas eleições europeias de 9 de junho de 2024.Hugo Amaral/ECO

“A Marta foi uma grande candidata, e não foi surpresa para mim”, disse o secretário-geral do PS, agradecendo “a campanha que fez e da relação que construiu com os portugueses, que ficou evidente com esta campanha”.

Marta Temido subiu ao palco e disse que “os portugueses confiaram no projeto da Europa que defendemos, voltaram a mostrar que confiam no PS“, sublinhou a cabeça-de lista do PS, prometendo que “a partir de amanhã” o partido vai começar a “trabalhar com todos aqueles que querem construir uma Europa mais forte”.

Bugalho “precocemente envelhecido”

Poucos minutos antes, o presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, assumira a derrota da AD, mas com a garantia que ainda tem “alento para prosseguir a caminhada que nos trouxe até aqui“, porque nos últimos dois anos alcançou vitória nos Açores, duas vezes na Madeira e nas últimas legislativas.

“Quando há eleições cada força política tem os seus objetivos e o objetivo da AD é sempre ter pelo menos mais um voto do que outra força partidária. Quero assumir que não cumprimos esse objetivo e quero, por isso, felicitar o PS o seu secretário-geral e a sua cabeça de lista. Já tive ocasião de falar com o secretário-geral do PS e o nosso candidato [Sebastião Bugalho] também já falou com a candidata do PS”.

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro (C), acompanhado pelo candidato da Aliança Democrática (AD), Sebastião Bugalho (2-R), e pelo presidente do CDS-PP, Nuno Melo (L), discursa no a sede eleitoral do partido depois de conhecer os resultados da noite das eleições europeias em Lisboa, Portugal, 09 de junho de 2024. Mais de 10,8 milhões de eleitores registados em Portugal e no estrangeiro vão às urnas no dia 09 de junho para escolher 21 dos 720 deputados do Parlamento Europeu.MIGUEL A. LOPES/LUSA

Bugalho afirmou, no entanto, que apesar de o PS ter tido mais votos, a AD não sofreu uma derrota. “Em comparação com as últimas europeias, a AD teve um aumento de 20% da votação. Não é o dia de uma derrota para a AD”, frisou. E, lembrou, que até conseguiu ultrapassar a sua meta: “Pessoalmente ambicionava ter mais um ponto do que a minha idade (28) e acabei com mais três pontos (31%) do que a minha idade”. “Estou precocemente envelhecido”, atirou em jeito de brincadeira.

Bugalho diz que entende os “festejos do PS”, revelando que já felicitou a adversária Marta Temido. Mas também deu uma alfinetada: “Compreendo os festejos quando o PS não ganha há quatro eleições”.

“Não foi um dia para o Chega”

“Hoje não foi um dia para o Chega”, reconheceu António Tanger Corrêa, cabeça de lista do Chega. O partido apenas conseguiu eleger dois eurodeputados, quando pretendia chegar aos cinco. “Vamos para Bruxelas para trabalhar”, disse, garantindo que o cargo de eurodeputado “não é um tacho”.

Com 388 mil votos, o Chega não conseguiu replicar a vitória da extrema-direita em vários países europeus, nomeadamente em França que levaram o presidente Emmanuel Macron a convocar eleições antecipadas para a Assembleia Nacional.

O candidato do Partido Chega António Tânger Correa (E) acompanhado pelo presidente do Partido André Ventura (D) discursa na sede eleitoral do partido após conhecer os resultados da noite das eleições europeias em Lisboa, Portugal, 09 de junho de 2024. Mais Mais de 10,8 milhões de eleitores registados em Portugal e no estrangeiro vão hoje às urnas para escolher 21 dos 720 deputados ao Parlamento Europeu.MIGUEL A. LOPES/LUSA

André Ventura já reagira pouco depois das 20h00 para expressar que o resultado apontado pelas sondagens à boca das urnas não era o que o partida queria, mas voltou a falar no final da noite para passar uma mensagem mais positiva. “O Chega passa de zero para dois eurodeputados”, atirou o presidente do partido, lembrando que passa de uma coligação (Basta) com 50 mil votos para quase 400 mil.

“A noite trouxe-nos uma realidade que não podemos ignorar: nem liberais nem extrema-esquerda, continuamos a ser a terceira força”, realçou, frisando que houve “entusiasmo” do início da noite e que acabou de forma diferente: “O Chega não venceu, mas ninguém nos ultrapassou.”

(Notícia atualizada às 00h36)

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