#20 A melhor seleção, o melhor jogador e a desilusão

O ECO estabeleceu uma parceria com o jornal desportivo online Bola na Rede, para o acompanhamento do Euro 2024. O jornalista Diogo Reis é Enviado Especial à Alemanha e escreve uma crónica diária.

A fase a eliminar é um bicho papão inevitável. Num abrir e fechar de olhos, podes estar a preparar as malas para ir para casa. Em apenas quatro dias, mais oito equipas foram eliminadas da competição: Itália, Dinamarca, Eslováquia, Geórgia, Bélgica, Eslovénia, Roménia e Áustria. O Pepe bem disse que é fundamental uma “concentração competitiva”. Nenhum jogo é fácil e se não matas, morres. Terminados os oitavos-de-final e em contagem decrescente para os “quartos”, é hora de fazer um balanço sobre a próxima fase, especialmente no que diz respeito à melhor seleção, melhor jogador e desilusão.

Os 3 Cantos dos Oitavos-de-Final

Melhor Seleção: Espanha

O ataque da Espanha é um furacão que arrasa tudo à sua frente. Quase parece que está em treino. Combina a inteligência dos médios (Rodri e Fabián Ruiz em altas) com a explosividade dos extremos Nico Williams e Lamine Yamal. A exibição do extremo do Athletic Club contra a Geórgia foi irrepreensível e o seu golo foi a cereja no topo do bolo. Mostrou o quão perigoso é se lhe dão espaço. Há ainda um claro contraste entre a qualidade individual dos avançados com os defesas da Espanha. A Geórgia aproveitou e conseguiu adiantar-se no marcador, mas depois veio a chuva de golos. Mencionar também o desempenho da Suíça e Países Baixos, que foram muito completos perante os seus adversários: Itália e Roménia, respetivamente.

Melhor jogador: Diogo Costa

Não há palavras. Quem viu, viu. A exibição de Diogo Costa entra facilmente na história do futebol português, sobretudo pelo que fez entre os 116 minutos e o penálti final de Bernardo Silva. Primeiro, tudo podia ir por água abaixo no momento em que Pepe (não apaga a sua imperial exibição) ofereceu a bola a Benjamin Sesko. O tempo passou mais devagar, a pressão era gigante e Diogo Costa ainda foi maior. E depois, o que aconteceu para lá dos 120 minutos, ainda mais inédito foi. O primeiro guarda-redes a defender três penáltis num desempate de grandes penalidades de um Campeonato de Europa. Salvou Portugal e isso tem muito peso. A fazer lembrar o golo acrobático de Jude Bellinghamaos 95 minutos que evitou uma eliminação desastrosa da Inglaterra, frente à Eslováquia. Não esquecer grandes exibições como Ruben Vargas (Suíça), Antonio Rudiger (Alemanha), Nico Williams (Espanha), Cody Gakpo (Países Baixos) e Merih Demiral(Turquia).

Maior desilusão: Portugal

Não era descabido dizer que Portugal era a equipa com mais probabilidades de passar aos quartos-de-final, entre todos os jogos dos “oitavos”. Isto num plano teórico, devido à diferença de planteis. Contudo, foi o único jogo a ir para grandes penalidades, após uma exibição muito pobre. Nesta fase a eliminar, é comum não haver jogos fáceis, pois ninguém quer ir para casa e dão o máximo dentro das suas capacidades. E no caso de Portugal, a Eslovénia é uma equipa que se organiza muito bem defensivamente. Ainda assim, espera-se, pede-se e exige-se mais. Muitíssimo mais e é também um reflexo da fase de grupos. Diogo Costa deu uma segunda oportunidade, a ver se Portugal aproveita contra a França.

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