Exclusivo TVI quer renegociar contrato com a Nowo já em agosto

A Media Capital alega que o contrato de distribuição da TVI e CNN Portugal com a Nowo terminou em 2023 e tem vindo a ser prorrogado. Quer fechar nova tabela ainda este verão.

A Media Capital diz que o contrato que existia com a operadora Nowo para a distribuição dos canais TVI e CNN Portugal expirou no final de 2023, tendo sido prorrogado até ao prazo limite de 30 de junho, pelo que espera alcançar um novo acordo durante este mês de agosto, envolvendo uma nova tabela de preços para vigorar com efeito retroativo a 1 de julho.

“O acordo da Nowo com a TVI relativo à distribuição dos canais TVI e CNN Portugal expirou a 31 de dezembro de 2023, tendo sido prorrogada a sua validade até à decisão final pela Autoridade da Concorrência sobre a proposta da Vodafone para a aquisição da Nowo, com data limite a 30 de junho de 2024″, disse ao ECO fonte oficial. O regulador chumbou a venda da Nowo à Vodafone no dia 4 de julho.

A mesma fonte revelou ao ECO que “a TVI já propôs à Nowo uma tabela a vigorar a partir de 1 de julho de 2024, e até ao fim do mês de agosto espera chegar a um acordo em condições transparentes, razoáveis e não discriminatórias tal como previsto na lei”.

Estas declarações surgem no dia em que a operadora romena Digi anunciou um acordo com a Lorca JVco Limited, dona da Nowo, para adquirir 100% desta última por 150 milhões de euros. A Media Capital também queria ficar com a Nowo, por um preço substancialmente inferior, mas a Lorca rompeu o acordo de venda na quinta-feira.

A compra da Nowo dá mais fôlego à Digi quando esta se lançar no mercado português com ofertas fixas e móveis, após ter adquirido licenças 5G no leilão da Anacom em 2021. Se a compra for aprovada pelos reguladores, a Digi fica com mais espetro, algumas centenas de milhares de clientes e uma rede de fibra com 150 mil casas passadas.

Mas a operadora de origem romena também quer oferecer um serviço de televisão para se apresentar como uma verdadeira alternativa às incumbentes Meo, Nos e Vodafone. Porém, as negociações com os grupos que emitem os canais mais vistos pelos portugueses não têm chegado a bom porto. Em julho, o ECO noticiou que ainda não havia contratos assinados para incluir RTP, SIC e TVI na grelha.

Essa dificuldade foi particularmente gritante nas negociações entre a Digi e a Media Capital. No final de janeiro de 2024, a Digi e a Media Capital entraram numa “viva e infrutífera troca de argumentos” por email, levando a Digi a apresentar queixas contra a Media Capital na AdC, na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e na Anacom.

Na queixa que chegou à ERC, a Digi acusou a Media Capital de adotar “um comportamento abusivo” e de impor “condições comerciais discriminatórias em relação às importas aos seus concorrentes”. A Media Capital respondeu que rejeitava “liminarmente a possibilidade de entregar os seus canais televisivos a um distribuidor que os desvaloriza”. E revelou que chegou a propor à Digi, como alternativa, que canalizasse para a TVI parte do seu orçamento inicial de publicidade quando se apresentasse ao mercado.

Conforme o ECO adiantou esta sexta-feira, já depois de se saber da compra da Nowo pela Digi, existe alguma expectativa interna de que o negócio possa ajudar a desatar o nó do acesso aos conteúdos televisivos. Isto porque a Nowo oferece um serviço de televisão por subscrição aos seus clientes, motivo pelo qual já tem acordos com os canais mais relevantes.

Ora, a indicação pela Media Capital de que o contrato com a Nowo já expirou abre caminho a novas negociações com um desfecho incerto. Para já, a Nowo ainda pertence à Lorca, pois o negócio precisa de ter aprovação regulatória, o que levará algum tempo. E, como disse a Media Capital, o grupo que detém a TVI quer encerrar este assunto ainda durante este verão.

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