Queda das ações da Mota são movimento “especulativo que não reflete a atividade operacional”, diz CEO
O líder da construtora diz que o "short" no capital da empresa é "incompreensível e penalizador para os pequenos acionistas da Mota-Engil", reforçando que 2024 será um ano de crescimento dos lucros.
A Mota-Engil viu a sua capitalização bolsista desvalorizar cerca de 14% nas duas últimas sessões, depois de ter sido conhecido que um fundo abutre abriu uma posição a descoberto, a apostar na queda das ações. O CEO da construtora, que divulgou no final de agosto um crescimento de 65% dos lucros no primeiro semestre, diz ao ECO que esta queda resulta de um “movimento especulativo que não reflete a atividade operacional nem os resultados da empresa”, que penaliza os pequenos investidores da empresa.
Esta tem sido uma semana negra para as ações da Mota-Engil, que fecharam esta quarta-feira com a terceira sessão consecutiva de descidas. Apenas nas duas últimas sessões, os títulos desvalorizaram 8,5% e 6%, respetivamente, levando as ações a negociar abaixo dos três euros [valem atualmente 2,624 euros]. No acumulado do ano, a construtora portuguesa acumula uma perda de cerca de 33%.
“A queda dos títulos da Mota-Engil é um movimento especulativo que não reflete a atividade operacional, nem os resultados da empresa e que está em contraciclo com a performance da empresa nos últimos anos”, defende Carlos Mota Santos, em declarações exclusivas ao ECO
A correção da Mota-Engil coincidiu com a entrada de um fundo abutre no capital da empresa. De acordo com a informação divulgada no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Muddy Waters Capital Domino Master Fund assumiu no início desta semana uma posição curta de 0,65% no capital da empresa. Ou seja, o fundo está a apostar que as ações vão cair.
O ataque deste fundo — alvo de processo de manipulação de mercados pelos reguladores noutros mercados internacionais — é para nós incompreensível e penalizador para os pequenos acionistas da Mota-Engil.
“O ataque deste fundo – alvo de processo de manipulação de mercados pelos reguladores noutros mercados internacionais – é para nós incompreensível e penalizador para os pequenos acionistas da Mota-Engil“, atira o líder da construtora.
O empresário lembra que a “Mota-Engil apresentou há dias os resultados do primeiro semestre, cumprindo os objetivos fixados, e teremos um ano de 2024 com crescimento dos lucros, de melhoria de indicadores financeiros e carteira de encomendas, que está em linha com os objetivos do plano estratégico de 2026.” Já depois de 2026 “teremos um novo plano estratégico para os próximos anos com uma ambição renovada”, diz.
A construtora fechou o primeiro semestre do ano com um resultado líquido de 49 milhões de euros, o que representa um crescimento homólogo de 65%, impulsionado por um novo recorde na faturação.
“Níveis recorde de faturação e EBITDA reforçam a capacidade de concretização dos objetivos estabelecidos para 2024, tendo o grupo assegurado já em carteira 64% da faturação para 2026″, sublinhou a empresa liderada por Carlos Mota Santos, em comunicado divulgado no site da CMVM.
A empresa portuguesa, que tem ganho projetos de grande dimensão no exterior, salientou nos resultados semestrais que tem projetos de infraestruturas de grande dimensão a serem desenvolvidos em Portugal, onde está a concorrer para o primeiro troço (Porto-Oiã) da linha de alta velocidade e confirmou que também irá concorrer ao segundo troço (Oiã-Soure) no montante de 1,6 mil milhões de euros, o que representa uma oportunidade relevante para o consórcio português liderado pela Mota-Engil.
“A gestão tem a responsabilidade de continuar a proteger o valor das ações e dos acionistas, vamos continuar a fazê-lo para através da performance do grupo e recuperar o valor da ação de forma a repor o verdadeiro valor do grupo“, conclui o CEO da Mota-Engil.
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