Exclusivo Paynest levanta mais um milhão e avança para Espanha

Portugal é o principal mercado da solução de pagamento flexível de salários e gestão de despesas, mas até final do ano Espanha, França e Grécia deverão representar mais de 50% da faturação.

 

Nuno Pereira, cofundador e CEO da Paynest

Depois de fechar no final do ano passado uma ronda de dois milhões de euros, a Paynest estendeu a ronda e captou mais um milhão para dar músculo à expansão internacional da startup que desenvolveu uma solução de pagamento flexível de salários, literacia financeira e gestão de despesas. Espanha junta-se agora à França e Grécia.

“Em dezembro de 2023, levantámos dois milhões de euros numa ronda seed com o objetivo de reforçar a equipa, desenvolver o nosso produto, consolidar a nossa presença em Portugal e expandir, de forma estruturada, para outros países europeus, com um grande foco no mercado francês, onde já tínhamos presença. Desde então, reforçámos a nossa equipa de vendas, desenvolvemos dois novos produtos – o gestor de despesas e o cashback instantâneo – e expandimos o produto original – além do adiantamento de salário, é agora possível adiantar subsídios – que já estão disponíveis, lançámos uma nova e melhorada versão da aplicação da Paynest e, brevemente, iremos fazê-lo com a plataforma que disponibilizamos aos empregadores“, descreve Nuno Pereira, cofundador e CEO da Paynest, ao ECO.

“Verificámos também que existiam mais oportunidades noutros mercados europeus, nomeadamente, em Espanha, que exigiria uma equipa e estrutura fortes e, consequentemente, mais financiamento. Os investidores que lideraram a ronda em dezembro, a BlueCrow Capital e a Lince Capital, viram também esta oportunidade e apoiaram-nos, desde logo, nesta decisão, coliderando agora esta extensão de 1 milhão de euros”, refere ainda o CEO.

Com esta nova injeção de capital eleva-se para 3,5 milhões de euros o investimento levantado no mercado em menos de dois anos de operação.

Em Espanha, a startup já tem escritório em Barcelona “com sete pessoas para cobrir os dois mercados”. País que se junta a França. E com o objetivo de reforçar a operação em Portugal e nos mercados internacionais a startup reforçou a equipa.

Gonçalo Parreira – com um percurso no BNP Paribas, Mercer, WTW, MDS Group e, mais recentemente, na Lovys como vice-presidente para parcerias – vai liderar a equipas de vendas em Portugal; já Barthélémy Monigard e Raúl Castro assumem a liderança em França e Espanha, respetivamente. Monigard fez parte da equipa fundadora de um marketplace de viagens, adquirido pela Accor, e, em 2021, foi responsável pelo lançamento em Espanha do unicórnio francês Ankorstore, como country manager. Já Castro, oriundo de Barcelona, transita da Pleo, startup da área de gestão de despesas empresariais.

Verificámos também que existiam mais oportunidades noutros mercados europeus, nomeadamente, em Espanha, que exigiria uma equipa e estrutura fortes e, consequentemente, mais financiamento. Os investidores que lideraram a ronda em dezembro, a BlueCrow Capital e a Lince Capital, viram também esta oportunidade e apoiaram-nos, desde logo, nesta decisão, coliderando agora esta extensão de 1 milhão de euros.

Estes não foram os únicos reforços da equipa. Com a ronda no final do ano passado já havia a meta de aumentar o número de colaboradores — na época 12 pessoas — para até 30 pessoas até ao final de 2024 e, crescer até final do próximo ano para um headcount entre 30-40. “Na verdade, o crescimento está a superar as nossas expectativas iniciais. Atualmente, contamos com 21 pessoas, um aumento muito impulsionado por vendas — sendo que contratámos três pessoas para liderar esta área nos mercados português, francês e espanhol, e completámos as suas respetivas equipas. A nossa previsão é que cheguemos ao final do ano com cerca de 25-30 pessoas“, aponta o CEO.

Neste momento, “estamos com vagas abertas para as áreas de vendas, customer success e marketing para Portugal, Espanha e França”, detalha.

O modelo de trabalho é híbrido, até porque têm a equipa distribuída por diferentes zonas de Portugal e da Europa. No entanto, “valorizamos muito a presença no escritório pela componente cultural e de trabalho em equipa. Vemos que, enquanto equipas de desenvolvimento estão naturalmente mais habituadas a trabalhar remotamente, as equipas de marketing, vendas e customer success trabalham melhor em equipa se partilharem espaço físico”, ressalva. “Achamos muito importante reunir toda a equipa regularmente, pois cada pessoa acaba por trabalhar com outras que estão em diferentes regiões e faz diferença conhecê-las pessoalmente e trabalhar com elas no mesmo espaço, mesmo que seja por um período curto. Por isso, todos os trimestres realizamos um offsite”, reforça o cofundador.

Foco internacional: Espanha e França

Em dezembro, Nuno Pereira admitia, dado o tipo de solução oferecido pela Paynest, que a startup poderia, no futuro, avançar para a região LatAm, para os EUA ou Médio Oriente, mas, por agora, foco está em ganhar espaço na Europa.

“Ao sermos uma plataforma tecnológica e não concedermos empréstimos ou créditos, estamos prontos para oferecer a nossa solução integrada em qualquer mercado. Os nossos clientes não têm barreiras e nós também não – queremos que uma multinacional possa disponibilizar a Paynest aos seus colaboradores de diferentes países. Há soluções que carecem de muitas mais adaptações de mercado, como seguros ou benefícios flexíveis; a nossa solução é o oposto – é country agnostic“, diz o responsável.

“O nosso primeiro objetivo é a expansão europeia, com especial foco em França e Espanha, onde já temos equipas e já estão a ser feitos esforços de vendas. Após a consolidação nestes mercados que, apesar de próximos, são muito distintos, poderemos então pensar num crescimento para outros continentes”, garante o cofundador.

Fundada em novembro de 2022, a Paynest conta, atualmente, com “mais de 50 clientes que representam um universo de 30 mil clientes”. “Apoiamos empresas de diversos setores, desde a indústria à limpeza, consultores e advogados. Face ao ano passado, que foi o primeiro ano de atividade, crescemos acima de 300%, o que é muito positivo”, destaca Nuno Pereira.

O nosso primeiro objetivo é a expansão europeia, com especial foco em França e Espanha, onde já temos equipas e já estão a ser feitos esforços de vendas. Após a consolidação nestes mercados que, apesar de próximos, são muito distintos, poderemos então pensar num crescimento para outros continentes.

Portugal ainda é o principal mercado da startup. “É ainda o mais representativo e o nosso principal foco”, diz Nuno Pereira. “Com o lançamento dos novos produtos, conseguimos alargar a nossa abrangência e chegar a diferentes perfis de empresas. Com a entrada em Espanha e França, mercados maiores e onde a solução de adiantamento salarial já é mais reconhecida, esperamos mais solicitações destes”, aponta, quando questionado sobre os serviços mais procurados.

E com a evolução da expansão internacional, Nuno Pereira acredita outros mercados “irão representar mais de metade da faturação até ao final do próximo ano.”

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