BCP agrava comissões das transferências antes do travão europeu
Transferências imediatas não poderão custar mais do que as normais a partir do próximo ano. Antes deste travão, o BCP agravou a comissão das transferências normais em dez cêntimos.
O BCP prepara-se para agravar as comissões das transferências normais SEPA, mudança que surge antes de entrar em vigor o travão europeu que limita o preço das transferências imediatas (que vão passar a ser o padrão a partir do próximo ano) ao das transferências normais.
A partir de 1 de novembro, o banco passará a cobrar 1,20 euros (acrescido de imposto de selo) por transferência a crédito SEPA realizada através da aplicação ou homebanking para outras instituições até 100 mil euros, segundo as alterações anunciadas no seu site. Trata-se de um aumento de dez cêntimos (ou de 9%) face ao preçário atual. Sendo que estas operações se mantêm gratuitas para clientes com contas pacote como o Cliente Frequente ou Prestige.
Questionado pelo ECO sobre as razões e o timing desta alteração, o BCP disse que não faz comentários sobre a sua política comercial.
Mas a mudança surge cerca de dois meses antes de entrar em vigor o novo regulamento europeu que vai obrigar os bancos a não cobrarem mais pelas transferências imediatas (que demoram apenas alguns segundos) do que cobram pelas transferências normais (que podem demorar mais de 24 horas).
No caso do banco liderado por Miguel Maya, atualmente é cobrada uma comissão de 1,70 euros (mais imposto de selo) por transferência a crédito imediata, mais 60 cêntimos do que custa uma transferência normal.
Com o novo regulamento europeu, que entra em vigor a 9 de janeiro do próximo ano, não poderá cobrar mais do que os 1,20 euros que vai passar a aplicar às transferências SEPA a 1 de novembro. Ou seja, o aumento de dez cêntimos que terá lugar em novembro vai atenuar o impacto das novas regras de janeiro.
Para Vinay Pranjivan, economista da associação de defesa do consumidor (DECO), a subida da comissão das transferências normais não surpreende: “De facto era algo que já antecipávamos e até com uma maior intensidade da parte dos bancos”.
Bancos perdem até 90 cêntimos por transferência
As novas regras europeias têm como objetivo incentivar as transferências imediatas em todo o espaço comunitário, ainda pouco usadas. Em Portugal representam pouco mais de 5% do total de transferências que se realizam anualmente, o que compara com uma média de 15,5% na União Europeia.
A massificação das transferências imediatas tem esbarrado no preço: são mais caras do que as transferências ditas normais.
A partir do próximo ano os bancos não só vão ser obrigados a disponibilizar as transferências imediatas, como também não poderão cobrar mais por elas do que cobram nas transferências normais.
Transferências imediatas custam mais
Fonte: Bancos
Por cá já praticamente todas as instituições financeiras disponibilizam este serviço, incluindo os cinco grandes bancos, mas podem custar até quase mais um euro do que uma transferência normal (caso do Novobanco, onde uma transferência imediata é 0,90 euros mais cara).
Nos outros bancos as diferenças de custo entre uma transferência imediata e uma transferência normal situam-se entre 0,45 euros e 0,75 euros. Diferenças que vão desaparecer no próximo ano.
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