Sul-africana Fly Modern Ark deixa gestão da Linhas Aéreas de Moçambique

  • Lusa
  • 19 Setembro 2024

O contrato entre a FMA e a LAM terminou em 12 de setembro e vigorava desde abril de 2023, quando a sul-africana foi chamada para implementar uma estratégia de revitalização da empresa.

O acordo entre as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) e a Fly Modern Ark (FMA), empresa sul-africana que liderou a restruturação da companhia de bandeira moçambicana, terminou, avançou esta quinta-feira à Lusa fonte oficial.

“Nós tínhamos um contrato com a LAM e o contrato terminou. Fizemos o que fomos contratados para fazer”, explicou à Lusa Theunis Christian de Klerk Crous, um sócio da FMA que ocupou interinamente a direção da LAM entre fevereiro e julho deste ano, no âmbito do plano de reestruturação da companhia de bandeira moçambicana que começou em 2023.

O contrato entre a FMA e a LAM terminou em 12 de setembro e vigorava desde abril de 2023, quando a sul-africana foi chamada para implementar uma estratégia de revitalização da empresa após anos de problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à ineficiente manutenção das aeronaves.

“Nós encontramos a companhia quase na bancarrota, mais de 720 pessoas iriam perder os seus empregos. Conseguimos manter a companhia a voar e hoje estamos felizes porque conseguimos manter a companhia a funcionar durante este período”, frisou Theunis Crous, destacando “boas relações” com a nova direção da LAM e manifestando a abertura da Fly Modern Ark para cooperar com a companhia moçambicana sempre que for necessário.

O fim do contrato com a FMA ocorre meses após a chegada, em julho, de um novo presidente da LAM: Américo Muchanga, que substituiu Theunis Christian de Klerk Crous. Quando a FMA assumiu a gestão da companhia aérea estatal reconheceu que a LAM tinha uma dívida estimada em cerca de 300 milhões de dólares (269 milhões de euros, no câmbio atual).

Durante o período de gestão da FMA, a empresa sul-africana também denunciou esquemas de desvio de dinheiro na LAM, com prejuízos de quase três milhões de euros, em lojas de venda de bilhetes, através de máquinas dos terminais de pagamento automático (TPA/POS) que não são da companhia.

O Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) de Moçambique instaurou um processo para investigar alegados esquemas de corrupção na venda de bilhetes da transportadora aérea moçambicana e sobre a gestão da frota da companhia, tendo apreendido diversos materiais. Em 26 de agosto deste ano, o novo presidente da empresa anunciou que a LAM faturou, no primeiro semestre deste ano, um total de 52 milhões de euros, prevendo adquirir mais quatro aeronaves este ano.

A LAM opera 12 destinos no mercado doméstico, a nível regional voa regularmente para Joanesburgo, Dar-Es-Salaam, Harare, Lusaca, e Cidade do Cabo, e Lisboa é o único destino intercontinental.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Sul-africana Fly Modern Ark deixa gestão da Linhas Aéreas de Moçambique

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião