Commerzbank endurece luta contra avanço do italiano Unicredit
Chanceler Olaf Scholz considerou avanço dos italianos sobre o rival alemão como “um ataque inimigo”. Dentro do Commerzbank também prometem resistência.
A Alemanha promete uma forte resistência ao avanço do Unicredit sobre o Commerzbank. Depois das declarações do chanceler alemão Olaf Scholz, que referiu que se trata de um “ataque inimigo”, dentro do banco alemão também começa a endurecer a voz contra a potencial entrada dos italianos com a promessa de luta até ao fim.
“Nós não queremos isto”, afirmou o vice-presidente do Commerzbank, Uwe Tschäge, citado pela agência Reuters, à porta da sede do banco alemão em Frankfurt, com três membros da administração ao lado e dezenas de trabalhadores com cartazes de protesto atrás.
“Apetece-me vomitar quando ouço promessas de poupanças de custos”, acrescentou Tschäge, referindo-se ao CEO do Unicredit, Andrea Orcel.
À medida que o banco italiano vai abrindo caminho para uma oferta hostil sobre o Commerzbank, vai endurecendo o discurso não só dentro do banco alemão, mas também em Berlim. “Ataques não amigáveis e aquisições hostis não são algo positivo para os bancos e é por isso que o governo alemão se posicionou claramente nesta direção”, declarou Scholz esta segunda-feira, depois de o Unicredit ter anunciado um reforço da sua posição para 21% na instituição germânica.
Stefan Wittmann, outro membro do conselho de supervisão do Commerzbank, criticou Orcel, que não é de confiar e deve estar preparado para uma longa batalha.
“Este debate sobre a aquisição não terminará até que o último argumento tenha sido trocado e a última barreira tenha caído. E há um caminho muito, muito longo a percorrer até lá. O senhor Orcel deve estar preparado para isso”, apontou.
Para Wittmann, o governo pode encontrar outro investidor para manter o banco independente. “Orcel não é o único com bolsos fundos”, disse.
Ao mesmo tempo, um grupo de trabalhadores do Commerzbank protestava à entrada do banco, soprando assobios e com cartazes bem claros em relação ao interesse do Unicredit: “Parem o horror da fusão” e “Estamos melhor sozinhos”.
O banco italiano anunciou na segunda que vai reforçar a sua participação no Commerzbank dos 9% para os 21% quando “obtiver as aprovações necessárias”, tendo pedido autorização ao regulador bancário europeu para deter uma posição de 29,9% de ações do rival alemão.
O banco italiano está a considerar um avanço sobre o Commerzbank porque acredita que “há um valor substancial que pode ser desbloqueado, quer individualmente ou dentro do Unicredit, para benefício da Alemanha e dos stakeholders do banco”.
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