“Fuse Valley vai ter continuidade, com ou sem Farfetch”, garante promotor do projeto imobiliário
O Castro Group, responsável pelo Fuse Valley, está a "ultimar as negociações" com os novos donos da Farfetch para decidir "qual será o modelo de negócios futuro" do espaço projetado com José Neves.
“O Fuse Valley vai ter continuidade com ou sem a Farfetch”, garantiu o presidente executivo do Castro Group, responsável pela construção do megaempreendimento em Matosinhos, anunciado em 2021, onde a tecnológica portuguesa tencionava localizar o seu campus empresarial. Paulo Castro está em negociações com os novos donos coreanos, que pagaram 500 milhões de dólares pelo marketplace de moda de luxo, para delinear o novo modelo de negócios para este projeto.
“A única coisa que posso dizer sobre o Fuse Valley, neste momento, é que estamos a ultimar as negociações. Esperámos no início do próximo ano conseguir anunciar ao mercado a continuidade do projeto até porque achamos que continua a fazer sentido”, afirmou o responsável do Castro Group, à margem da apresentação pública do projeto Smart Park Matosinhos, esta quarta-feira em Leça do Balio.
Questionado pelo ECO sobre se o projeto vai avançar juntamente com a Farfetch, que no final do ano passado passou para as mãos dos sul-coreanos da Coupang, o CEO do grupo imobiliário bracarense respondeu que “não necessariamente”. Embora “muito próximas” de serem fechadas, as negociações ainda prosseguem com a tecnológica, visando perceber “qual será o modelo de negócios futuro”.
Podemos tentar de alguma forma substituir a Farfetch por outros investidores, ou podemos nós assumir essa parte do investimento. Tudo isso está neste momento a ser equacionado.
Caso os novos donos da Farfetch optem por não dar continuidade ao projeto, o líder da construtora bracarense adianta que “o novo modelo de negócios poderá passar por tentar substitui a Farfetch por outros investidores” ou até o “Castro Group assumir essa parte do investimento”. “Tudo isso está neste momento a ser equacionado. Decorrem conversas entre as partes e continuamos com a mesma convicção, que é a dar continuidade ao projeto. Foi um esforço muito grande em chegarmos até aqui”, acrescentou.
Este mega empreendimento imobiliário no valor de 200 milhões de euros, anunciado em 2021, além do futuro campus global da Farfetch, previa acolher outras empresas, um hotel e 42 apartamentos. O projeto inicial previa que dos 140 mil metros quadrados, 60 mil fossem ocupados pela tecnológica fundada e liderada então por José Neves. Com ou sem a tecnológica, a promotora está ainda a aguardar o licenciamento por parte da Câmara – um “processo muito complexo e demorado” – para arrancar com as obras.
Apresentado, na altura, como o empreendimento “mais sustentável de Portugal”, o CEO do Castro Group realça que, apesar de ter sido “pensado há cinco ou seis anos, este projeto continua completamente atual”. “Palavras que na altura não estavam associadas ao mercado imobiliário, como a sustentabilidade, flexibilidade, inovação ou espaços verdes, tudo isto continua na ordem do dia. Continuamos convictos de que continua a ser um projeto necessário não só à cidade, mas a toda esta região Norte do país”, conclui o líder da empresa.
Oito meses após a venda, aquele que foi o primeiro unicórnio de capitais portugueses é hoje uma empresa bem diferente daquela que o vimaranense José Neves idealizou. Com algumas equipas quase reduzidas a zero após o plano de despedimentos anunciado em fevereiro, menos exuberante e mais concentrada, a nova Farfetch está a moldar-se cada vez mais à imagem da Coupang, conhecida como a Amazon da Coreia.
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