Galiza afirma que alta velocidade Porto-Vigo em 2032 não é realista

  • Lusa
  • 17:21

O presidente da Junta da Galiza diz que mesmo que fossem desbloqueadas todas as concessões e arrancassem os trabalhos em breve, a parte espanhola da linha nunca estaria concluída antes de 2034.

O presidente do governo regional da Galiza disse esta quinta-feira que não é realista ter concluída a ligação de comboio de alta velocidade entre o Porto e Vigo em 2032, como afirmou na quarta-feira o primeiro-ministro de Espanha. Segundo Alfonso Rueda, 2032 não é realista devido, precisamente, ao estado do processo no lado espanhol.

Para o presidente da Junta da Galiza, mesmo que fossem de imediato desbloqueadas todas as concessões e arrancassem os trabalhos em breve, a parte espanhola da linha, até à fronteira portuguesa, nunca estaria concluída antes de 2034.

Alfonso Rueda, que é do Partido Popular (PP, direita) considerou que as declarações do primeiro-ministro espanhol, o socialista Pedro Sánchez, na quarta-feira, sobre os comboios de alta velocidade entre os dois países, mostraram que o chefe do Governo central “nem se incomodou em verificar os prazos reais”.

O presidente do governo regional criticou Sánchez também por ter afirmado que Espanha dá prioridade à ligação entre Lisboa e Madrid, que gostaria de ver concluída em 2030, antes da conexão com a Galiza. “O compromisso do Governo espanhol em relação ao AVE [alta velocidade] Madrid-Lisboa é 2030. Insisto, é o compromisso do Governo de Espanha e é o horizonte em que estamos a trabalhar”, disse Pedro Sánchez, na conferência de imprensa final da cimeira ibérica que decorreu na quarta-feira em Faro.

Sánchez acrescentou que, quanto à ligação de alta velocidade Lisboa-Porto-Vigo, “o compromisso do Governo de Espanha”, que partilha com o executivo português, “é o ano de 2032”. Já o primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro (PSD, conservador), na mesma conferência de imprensa, disse que a prioridade do executivo nacional “é a ligação Lisboa-Porto-Vigo-Madrid” e já ter sido adjudicado o primeiro troço.

O primeiro-ministro acrescentou que “a segunda prioridade é a ligação Lisboa-Madrid via Évora-Badajoz” e, neste caso, “há um primeiro troço que já está no terreno”, havendo “a necessidade agora de conciliar a terceira travessia sobre o rio Tejo em Lisboa, com a construção da ligação em Évora com a alta velocidade”, num “processo que corre em simultâneo com o processo de construção do novo aeroporto de Lisboa”.

“Estamos a trabalhar os dois governos para tentarmos conjugar os calendários de obra de uma e de outra ligação, para se poderem executar no mais curto espaço de tempo”, acrescentou o primeiro-ministro português, que nunca referiu datas. O presidente da Junta da Galiza agradeceu a Luís Montenegro pelo seu compromisso em dar prioridade à ligação Porto-Vigo.

Alfonso Rueda garantiu não ter nada contra outras ligações de alta velocidade entre Portugal e Espanha, mas lembrou que o executivo português, o atual do PS e os anteriores do PS, já destinaram fundos para a linha com a Galiza e avançaram com a decisão de dar prioridade a esta conexão. “É muito difícil entender que o Governo português esteja a dizer que sim e o nosso Governo diga o contrário”, afirmou Alfonso Rueda, que respondia a questões de jornalistas em Santiago de Compostela.

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